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O Iluminismo é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles
mesmos. Minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a
orientação de outro. Essa minoridade será devida a eles mesmos se não for
causada por deficiência intelectual, mas por falta de decisão e coragem para
utilizar o intelecto como guia. 'Sapere aude!' 'Ouse usar seu intelecto!' é o lema
do Iluminismo."

Assim o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) definiu esse movimento
filosófico que se estendeu das últimas décadas do século 17 aos últimos
decênios do século 18, em especial na França, Inglaterra, Escócia e Alemanha,
embora sua influência tenha se expandido até o Novo Mundo.



As luzes da razão

Essa linha filosófica se caracteriza pelo empenho em estender a razão como
crítica e guia a todos os campos da experiência humana. Nesse sentido, ela
pretende levar as luzes da razão às trevas da ignorância e do obscurantismo e
compreende três aspectos diversos, mas relacionados entre si:



       extensão da crítica a toda e qualquer crença e conhecimento sem
       exceção;
       realização de um conhecimento que, por estar aberto à crítica, inclua e
       organize os instrumentos de sua própria correção;
       uso efetivo do conhecimento assim atingido com o fim de melhorar a
       vida privada e social dos homens.

       Vamos analisar casa um desses aspectos em particular.

       Fé na razão Se por um lado o Iluminismo adota a fé na razão, ao
       mesmo tempo considera limitado o poder da razão, cuja expressão
       típica é a doutrina da coisa em si, ou seja, os poderes cognoscitivos do
       homem, tanto sensíveis quanto racionais, vão até onde vai o fenômeno,
       mas não além, quer dizer, não atinge a coisa em si, independentemente
       de sua relação com o homem, para o qual é um objeto de conhecimento.

       Por outro lado, considerada a limitação dos poderes cognoscitivos, não
       existem campos privilegiados dos quais a crítica racional possa ser
       excluída. Em particular, isso implicava os campos da política, da moral e
       da religião, que até então eram tabus para o pensamento racional, aos
       quais o importante filósofo e matemático racionalista francês René
       Descartes (1596-1650) achava que a razão não tinha outra coisa a
       sugerir além da reverência às normas tradicionais.

       Princípios racionais de governo O Iluminismo não aceitava as
       renúncias cartesianas. Ao contrário, estendeu a indagação do domínio
       da religião e da política, propondo uma religião natural ou racional,
fundada não na revelação histórica, mas na manifestação natural da
divindade à razão do homem (deísmo), ao mesmo tempo que
questionavam os fundamentos do poder absolutista e procuravam
estabelecer os princípios racionais do governo e da organização social.
Da mesma forma, evidenciando a importância dos sentimentos e das
paixões na conduta do homem, buscam novos pilares para a vida moral
do homem.

Essa atitude crítica do Iluminismo expressa-se principalmente em sua
hostilidade à tradição, que considera a força mantenedora das crenças e
preconceitos que deveriam ser destruídos. Para os iluministas, tradição
e erro coincidiam. Apesar de essa tese poder parecer exagerada hoje,
não se pode esquecer que foi graças a ela que se venceram os
poderosos entraves que a tradição impunha à livre pesquisa.

O segundo aspecto a ser destacado no Iluminismo é que ele inclui o
empirismo, ou seja, considera um atributo do conhecimento válido o fato
de poder ser posto à prova. Essa atitude empirista garante a abertura da
ciência e conhecimento em geral à crítica da razão, pois consiste em
admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, sendo
eventualmente modificada, corrigida ou abandonada.

Valorização da ciência É essa atitude do Iluminismo que elevará a
ciência (no sentido que essa palavra tem hoje) ao primeiro lugar na
hierarquia das atividades humanas. A física - sistematizada
primeiramente na obra de Isaac Newton - é considerada pelos
iluministas como a ciência mãe ou como a "verdadeira filosofia". O
Iluminismo também será decisivo para afastar a química da alquimia e
assinalar as etapas fundamentais do desenvolvimento das ciências
biológicas, com a obra de diversos naturalistas.

Se os resultados obtidos pelas ciências dessa época - séculos 17 e 18,
vale recordar - já foram ultrapassados nos dias de hoje, cabe ressaltar
que eles puderam ser questionados e corrigidos pelo próprio
compromisso fundamental do Iluminismo de não bloquear a obra da
razão em nenhum campo e em nenhum nível, considerando todo
resultado incompleto, provisório e passível de ser corrigido.

Revoluções republicanas Finalmente, o Iluminismo inclui o
compromisso de se utilizar a razão e os resultados que ela pode obter
nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e social
do homem. Politicamente, as ideias iluministas expressaram-se na
Revolução Americana, de 1776, e Francesa, de 1789, que
apresentavam como seu objetivo declarado a felicidade ou o bem-estar
da humanidade.

Além disso, no plano social, o Iluminismo é responsável por duas
concepções de fundamental importância para a cultura moderna e
contemporânea: os conceitos de tolerância e de progresso. O princípio
de tolerância religiosa além de colocar a necessidade de convivência
pacífica das várias confissões religiosas, também foi responsável pela
       separação entre religião e Estado. Por outro lado, o compromisso de
       transformação iluminista leva à concepção da história como progresso,
       ou seja, como possibilidade de melhoria do ponto de vista do saber e
       dos modos de vida do homem.

       Contemporaneidade Não há dúvida de que o Iluminismo é a matriz do
       nosso mundo contemporâneo, principalmente pelo impulso que deu à
       ciência e a laicidade (não-religiosidade). Embora, de um modo geral, em
       sua maioria, cientistas e intelectuais contemporâneos prestem culto ao
       Iluminismo e considerem suas "conquistas" como progressistas e
       inquestionáveis, não deixam de existir correntes de pensamento que
       discutem essa avaliação: afinal, a ciência e a tecnologia não só não
       resolveram inúmeros problemas da humanidade, como também criaram
       diversos outros: basta lembrar das armas de destruição em massa, dos
       efeitos da poluição ambiental, da mudança climática, etc.

       No âmbito de suma sociedade laica, em meio ao imenso potencial
       tecnológico e às imensas desigualdades sociais dos dias de hoje, não se
       pode deixar de considerar como conseqüências das Luzes do século 18
       o relativismo moral, o individualismo, o hedonismo, o consumismo, que
       talvez mantenham o ser humano diante do mesmo obscurantismo que
       aquele movimento filosófico quis iluminar. Sob o ponto de vista
       existencial é possível falar em progresso num mundo em que ocorrem
       anualmente cerca de 400 mil homicídios e 800 mil suicídios, segundo
       estimativas das Nações Unidas?

       Para você pensar O filósofo contemporâneo inglês John Gray declarou
       numa entrevista à revista "Época" em 26/12/05:



"Os seres humanos diferem dos animais principalmente pela capacidade
de acumular conhecimento. Mas não são capazes de controlar seu
destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor. Nesses
aspectos somos como os demais seres. Através dos séculos, o ser
humano não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica
política. Não conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No
século 18, o Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução
através do conhecimento e da razão. Mas a alternância de períodos com
avanços e declínios prosseguiu inalterada. A história humana é como um
ciclo que se repete, sem evoluir."

Melhor resposta - Escolhida por votação

Os artistas renascentista influenciaram e influenciam ainda muito, como Leonardo da
Vinci, com as primeira invenções de máquinas e equipamento, no geral também nos
ensinaram perspectiva. Também poderíamos fazer uma ligação que naquela época eram
pintados quadros idealistas (pintavam o que achavam que era belo ex: David de
Michelangelo), o que hoje é buscado por uma certa parcela da população. Sempre
quando surge um novo movimento artistico ele tem raizes do anterior, então se fizermos
uma "arvore genealogica" ligariamos os movimentos artisticos atuais com o
renascimento (vale lembra que o renascimento tem sub grupos). Entre outros. Espero ter
ajudado :D

       2 anos atrás

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O iluminismo é a saída

  • 1. O Iluminismo é a saída dos homens do estado de minoridade devido a eles mesmos. Minoridade é a incapacidade de utilizar o próprio intelecto sem a orientação de outro. Essa minoridade será devida a eles mesmos se não for causada por deficiência intelectual, mas por falta de decisão e coragem para utilizar o intelecto como guia. 'Sapere aude!' 'Ouse usar seu intelecto!' é o lema do Iluminismo." Assim o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) definiu esse movimento filosófico que se estendeu das últimas décadas do século 17 aos últimos decênios do século 18, em especial na França, Inglaterra, Escócia e Alemanha, embora sua influência tenha se expandido até o Novo Mundo. As luzes da razão Essa linha filosófica se caracteriza pelo empenho em estender a razão como crítica e guia a todos os campos da experiência humana. Nesse sentido, ela pretende levar as luzes da razão às trevas da ignorância e do obscurantismo e compreende três aspectos diversos, mas relacionados entre si: extensão da crítica a toda e qualquer crença e conhecimento sem exceção; realização de um conhecimento que, por estar aberto à crítica, inclua e organize os instrumentos de sua própria correção; uso efetivo do conhecimento assim atingido com o fim de melhorar a vida privada e social dos homens. Vamos analisar casa um desses aspectos em particular. Fé na razão Se por um lado o Iluminismo adota a fé na razão, ao mesmo tempo considera limitado o poder da razão, cuja expressão típica é a doutrina da coisa em si, ou seja, os poderes cognoscitivos do homem, tanto sensíveis quanto racionais, vão até onde vai o fenômeno, mas não além, quer dizer, não atinge a coisa em si, independentemente de sua relação com o homem, para o qual é um objeto de conhecimento. Por outro lado, considerada a limitação dos poderes cognoscitivos, não existem campos privilegiados dos quais a crítica racional possa ser excluída. Em particular, isso implicava os campos da política, da moral e da religião, que até então eram tabus para o pensamento racional, aos quais o importante filósofo e matemático racionalista francês René Descartes (1596-1650) achava que a razão não tinha outra coisa a sugerir além da reverência às normas tradicionais. Princípios racionais de governo O Iluminismo não aceitava as renúncias cartesianas. Ao contrário, estendeu a indagação do domínio da religião e da política, propondo uma religião natural ou racional,
  • 2. fundada não na revelação histórica, mas na manifestação natural da divindade à razão do homem (deísmo), ao mesmo tempo que questionavam os fundamentos do poder absolutista e procuravam estabelecer os princípios racionais do governo e da organização social. Da mesma forma, evidenciando a importância dos sentimentos e das paixões na conduta do homem, buscam novos pilares para a vida moral do homem. Essa atitude crítica do Iluminismo expressa-se principalmente em sua hostilidade à tradição, que considera a força mantenedora das crenças e preconceitos que deveriam ser destruídos. Para os iluministas, tradição e erro coincidiam. Apesar de essa tese poder parecer exagerada hoje, não se pode esquecer que foi graças a ela que se venceram os poderosos entraves que a tradição impunha à livre pesquisa. O segundo aspecto a ser destacado no Iluminismo é que ele inclui o empirismo, ou seja, considera um atributo do conhecimento válido o fato de poder ser posto à prova. Essa atitude empirista garante a abertura da ciência e conhecimento em geral à crítica da razão, pois consiste em admitir que toda verdade pode e deve ser colocada à prova, sendo eventualmente modificada, corrigida ou abandonada. Valorização da ciência É essa atitude do Iluminismo que elevará a ciência (no sentido que essa palavra tem hoje) ao primeiro lugar na hierarquia das atividades humanas. A física - sistematizada primeiramente na obra de Isaac Newton - é considerada pelos iluministas como a ciência mãe ou como a "verdadeira filosofia". O Iluminismo também será decisivo para afastar a química da alquimia e assinalar as etapas fundamentais do desenvolvimento das ciências biológicas, com a obra de diversos naturalistas. Se os resultados obtidos pelas ciências dessa época - séculos 17 e 18, vale recordar - já foram ultrapassados nos dias de hoje, cabe ressaltar que eles puderam ser questionados e corrigidos pelo próprio compromisso fundamental do Iluminismo de não bloquear a obra da razão em nenhum campo e em nenhum nível, considerando todo resultado incompleto, provisório e passível de ser corrigido. Revoluções republicanas Finalmente, o Iluminismo inclui o compromisso de se utilizar a razão e os resultados que ela pode obter nos vários campos de pesquisa para melhorar a vida individual e social do homem. Politicamente, as ideias iluministas expressaram-se na Revolução Americana, de 1776, e Francesa, de 1789, que apresentavam como seu objetivo declarado a felicidade ou o bem-estar da humanidade. Além disso, no plano social, o Iluminismo é responsável por duas concepções de fundamental importância para a cultura moderna e contemporânea: os conceitos de tolerância e de progresso. O princípio de tolerância religiosa além de colocar a necessidade de convivência
  • 3. pacífica das várias confissões religiosas, também foi responsável pela separação entre religião e Estado. Por outro lado, o compromisso de transformação iluminista leva à concepção da história como progresso, ou seja, como possibilidade de melhoria do ponto de vista do saber e dos modos de vida do homem. Contemporaneidade Não há dúvida de que o Iluminismo é a matriz do nosso mundo contemporâneo, principalmente pelo impulso que deu à ciência e a laicidade (não-religiosidade). Embora, de um modo geral, em sua maioria, cientistas e intelectuais contemporâneos prestem culto ao Iluminismo e considerem suas "conquistas" como progressistas e inquestionáveis, não deixam de existir correntes de pensamento que discutem essa avaliação: afinal, a ciência e a tecnologia não só não resolveram inúmeros problemas da humanidade, como também criaram diversos outros: basta lembrar das armas de destruição em massa, dos efeitos da poluição ambiental, da mudança climática, etc. No âmbito de suma sociedade laica, em meio ao imenso potencial tecnológico e às imensas desigualdades sociais dos dias de hoje, não se pode deixar de considerar como conseqüências das Luzes do século 18 o relativismo moral, o individualismo, o hedonismo, o consumismo, que talvez mantenham o ser humano diante do mesmo obscurantismo que aquele movimento filosófico quis iluminar. Sob o ponto de vista existencial é possível falar em progresso num mundo em que ocorrem anualmente cerca de 400 mil homicídios e 800 mil suicídios, segundo estimativas das Nações Unidas? Para você pensar O filósofo contemporâneo inglês John Gray declarou numa entrevista à revista "Época" em 26/12/05: "Os seres humanos diferem dos animais principalmente pela capacidade de acumular conhecimento. Mas não são capazes de controlar seu destino nem de utilizar a sabedoria acumulada para viver melhor. Nesses aspectos somos como os demais seres. Através dos séculos, o ser humano não foi capaz de evoluir em termos de ética ou de uma lógica política. Não conseguiu eliminar seu instinto destruidor, predatório. No século 18, o Iluminismo imaginou que seria possível uma evolução através do conhecimento e da razão. Mas a alternância de períodos com avanços e declínios prosseguiu inalterada. A história humana é como um ciclo que se repete, sem evoluir." Melhor resposta - Escolhida por votação Os artistas renascentista influenciaram e influenciam ainda muito, como Leonardo da Vinci, com as primeira invenções de máquinas e equipamento, no geral também nos ensinaram perspectiva. Também poderíamos fazer uma ligação que naquela época eram pintados quadros idealistas (pintavam o que achavam que era belo ex: David de Michelangelo), o que hoje é buscado por uma certa parcela da população. Sempre
  • 4. quando surge um novo movimento artistico ele tem raizes do anterior, então se fizermos uma "arvore genealogica" ligariamos os movimentos artisticos atuais com o renascimento (vale lembra que o renascimento tem sub grupos). Entre outros. Espero ter ajudado :D 2 anos atrás