1. ATPS de Patologia e das Construções
Engenharia Civil – 9º Semestre/2015 – Anhanguera Educacional – São José dos Campos
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Patologias da Construção Civil
Resumo
A ATPS tem como objetivo complementar o conteúdo disciplinar, ampliando o
conhecimento.
Dois pavimentos residenciais térreas, com construção simples foram fotografados, analisados,
identificados as patologias neles apresentados, sendo ambos, Edículas.
Introdução
A palavra Patologia vem do grego, páthos = doença, e lógos = estudo.
Na construção Civil a Patologia das edificações pode ser entendida como estudo das origens,
causas, mecanismos de ocorrência, manifestação e conseqüências das situações em que os
edifícios ou suas partes construtivas apresentem um desempenho insatisfatório. Além de se
preocupar com como evitá-los.
Muitos estudos já foram realizados por isso é possível ter uma idéia geral sobre causas de
patologias.
Pesquisas feitas na Europa, por exemplo, na década de 70, mostraram que a origem das falhas
está, em primeiro lugar, no projeto deficiente; em segundo lugar, em falhas de execução; em
terceiro, nos materiais empregados; em quarto, na má utilização dos edifícios pelos usuários,
sem esquecer os intemperes.
A patologia pode ocorrer em várias fases da construção: Projeto, Execução, na escolha dos
Materiais usados, erro ou má utilização e Planejamento como mostra o gráfico a seguir.
Fonte: IBAPE
Falha de
Execução
22%
Má
Utilização
pelo
usuário
11%
Falha de
Projeto
45%
Má
qualidade
dos
Materiais
15%
Outos
7%
Causas de Patologias
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Estudo de Caso
Levantamento de patologias em obras residenciais de baixa renda devido à ausência de
controle tecnológico de materiais.
Análise das fotos retiradas dos Pavimentos escolhidos
Apontamento das patologias existentes e suas possíveis causas, já que não há informações
esclarecedoras sobre o processo de construção das Edificações.
Foram escolhidas duas Edículas que tem finalidades residenciais, com algumas características
similares e outras distintas.
Edícula 1 –
1- Informações relevantes:
O Bairro possui características do Vale do Paraíba, maior parte formada por morros altos e
com árvores.
Na parte da frente do terreno foi construída a casa principal, que está acima do nível da rua.
Aos fundos, acima do nível do seu telhado da casa, foi construída a edícula, cujo terreno é em
declive. Fazendo divida está outro terreno separado por um muro paralelo a parede da
edificação analisada.
A edícula foi construída sem nenhum tipo de estudo ou acompanhamento de um profissional
qualificado.
Sem atentar-se a itens como impermeabilização ou escolha correta dos materiais ou aplicação
das normas técnicas específicas que regulam a construção civil, o pedreiro usou apenas os
conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de profissão.
Apesar de ter sido construída há mais de 20 anos, a edificação não foi concluída até o dia de
hoje, as paredes internas e externas não receberam os acabamentos necessários.
Diante de todos os fatos citados acima, não poderia resultar noutra conseqüência senão o
surgimento de patologias na Edificação, que serão identificadas, e em seguida as possíveis
causas.
2 - Fotos
Nas fotos a seguir mostra as patologias que existe nas edificações em estudo, na seqüência
serão levantadas as possíveis causas.
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Foto 1 – Área interna -
Foto 2 – Área Interna
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Foto 3 – Área Interna - Fissuras e microfisuras respecutivamente.
Foto 4 – Área Interna - Microfissuras
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Foto 5 – Área Externa - Fissuras
Foto 6 – Área Externa – Fissuras
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Edícula 2 –
1 – Informações Relevantes
Esse bairro tem características semelhantes ao citado anteriormente, com morros e arvores,
porém no pavimento escolhido está numa altitude menor que o primeiro.
O terreno também está acima do nível da rua, e a declividade é muito menor que o terreno do
primeiro pavimento analisado.
Na parte da frente foi construída a casa principal, composta pelo andar térreo e pelo andar
superior.
A geometria da casa principal causa vedação do sol na Edícula em grande parte do dia, que
foi construída rente ao muro que a separa do outro terreno do vizinho do fundo.
Alguns meses atrás se iniciou uma obra rente ao mesmo muro, ao que tudo indica o vizinho
do fundo está construindo uma edificação para fins residenciais, uma provável Edícula sem os
cuidados necessários.
Como no primeiro caso não há informações esclarecedoras a respeito da construção, apenas a
certeza de que não foi realizada nenhuma obra de impermeabilização e que com a construção
rente a parede dificultou a colocação de calhas. O telhado dessa edificação é de telha de
cimento, com forro de madeira na parte interna.
2 – Fotos
Foto 1 -
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Foto 2 -
Foto 3 -
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Foto 4 – Rachaduras, trinca, rachadura e fissura respectivamente
Diferença entre Fissuras, rachaduras e trincas:
Em termos de normalização técnica, a norma NBR 9575 - Impermeabilização: Seleção e
Projeto apresenta as seguintes definições:
3.46 - Fissura: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente, com abertura
inferior ou igual a 0,5 mm.
3.62 - Microfissura: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente, com
abertura inferior a 0,05 mm.
3.75 - Trinca: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente com abertura
superior a 0,5 mm e inferior a 1 mm.
A NBR 15.575 - Desempenho de Edifícios Habitacionais de até Cinco Pavimentos - Parte 2
apresenta:
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3.7 - Fissura de componente estrutural: seccionamento na superfície ou em toda seção
transversal de um componente, com abertura capilar, provocado por tensões normais ou
tangenciais.
As fissuras podem ser classificadas como ativas (variação da abertura em função de
movimentações higrotérmicas ou outras) ou passivas (abertura constante).
3.9 - Trinca: expressão coloquial qualitativa aplicável a fissuras com abertura maior ou igual a
0,6 mm.
As rachaduras apresentam aberturas mais pronunciadas, da ordem de 5 mm.
Causas Gerais das Fissuras, Trincas e Rachaduras
São diversas as razões que podem estar relacionadas à ocorrência dessas fendas, tais como:
Comprometimento estrutural;
Acomodação de elementos construtivos: sempre que se constrói uma edificação, há uma
acomodação do solo, um assentamento em maior ou menor grau. Assim, dependendo de como
foi feita a fundação, uma parte da casa pode ceder mais que a outra e com esse deslocamento
causar as fendas;
Sobrecarga de uso calculada inadequadamente;
Retirada de elementos de escoramento durante a fase construtiva;
Dilatação térmica: algumas partes da casa, por ficarem expostas ao sol, dilatam ou
retraem mais do que outras, podendo assim causar as fendas, como uma laje que dilata com o
sol causando as trincas;
Retração do material: é a perda de água nas camadas de revestimento. Por exemplo, a
tinta no período de secagem, ocorre à perda da umidade e assim ela retrai, seu tamanho é
reduzido podendo causar a fissura;
Infiltração: quando há algum vazamento ou má impermeabilização da laje
ocasionando a entrada de água da chuva, no caso do concreto a água penetrará e aos poucos
atingirá a armadura de ferro provocando sua corrosão que ocasionará na pressão do concreto e
daí o início das rachaduras.
A consequência disto será a queda de partes do concreto, deixando a ferragem exposta,
acelerando o processo de corrosão;
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Vibrações e trepidações: excesso de veículos trafegando na rua, elevadores, proximidades
com obras e metrô são algumas razões para ocorrer as vibrações contínuas e assim causar as
rachaduras e trincas.
Causas de Rachaduras nas Paredes
Rachadura acompanhando a laje: É comum onde existe a sobrecarga, falta de amarração da
parede com a viga, ação de temperatura (dilatação e contração), adensamento da massa de
assentamento de tijolos.
Rachaduras em direções diferentes: A retração da argamassa, alvenaria ou falta de
aderência da pintura ou da argamassa à parede são responsáveis por essas rachaduras.
Rachadura inclinada: Seu principal motivo é o assentamento do solo, um dos lados da
fundação está afundando ou já afundou.
Rachadura vertical: A falta de amarração da parede com algum pilar ou outra parede causa
essa rachadura.
Rachadura horizontal próxima do piso: Causada pelo assentamento do solo do baldrame ou
subida de umidade.
Umidade – Mofo, bolor
Conforme VERÇOZA (1991), as umidades nas construções podem manifestar-se de diversas
formas e tem as seguintes origens: trazidas durante a construção, trazidas por capilaridade,
trazidas por chuvas, condensação e resultantes de vazamento em redes hidráulicas. Segundo a
NBR. 15575, a água é o principal agente de degradação de um amplo grupo de materiais de
construção, estando presente no solo, na atmosfera, nos sistemas e procedimentos de higiene
da habitação. A umidade não é apenas uma causa de patologias, ela age também como um
meio necessário para que grande parte das patologias em construções ocorra. (VERÇOZA,
1991).
Mofo e bolor são causados pelo mesmo fungo e proliferam em locais que concentrem muito
calor e umidade.
O bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos
filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando se inclusive as argamassas inorgânicas
(SHIRAKAWA et.al., 1995 apud PARISSI JONOV, 2013).
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Bibliografia:
http://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/fissuras-trincas-rachaduras/
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1579
http://www.abenge.org.br/cobenge-2014/Artigos/129193.pdf
NBR 15575: Desempenho de edifícios habitacionais de até cinco pavimentos. Rio de Janeiro,
2008. VERÇOZA, E. J. Patologia das Edificações. Porto Alegre, Editora Sagra 1991.172p.