1. Andrew Feenberg: racionalização
democrática, poder e tecnologia.
Ricardo T. Neder (org.)
Universidade de Brasília
2010
http://pt.scribd.com/doc/61221945/Filosofia-Da-
Tecnologia-Andrew-Feenberg
3. Physis geralmente é traduzido como natureza -- ser que se cria a
si mesmo (distinção entre essência e existência não é óbvia).
Poiesis é a atividade prática de fazer – ideias tornam-se artefatos
(clara distinção entre essência e existência).
Techné significa o conhecimento ou a disciplina que se associa
com uma forma de poiesis – origem das palavras modernas
para técnica e tecnologia nas línguas ocidentais.
Technai indicam o "modo correto" de fazer coisas de maneira
muito forte e definida -- sentido imanente, absolutamente
objetivo.
1. O que é a filosofia da tecnologia? Origens
gregas
4. Nós os seres humanos não somos os mestres de
natureza, mas trabalhamos com seus potenciais
para trazer à fruição um mundo significativo.
Nosso conhecimento deste mundo e nossa ação
nele não são arbitrários, mas são, de algum
modo, a realização do que se esconde na
natureza.
Os gregos interpretam o ser como tal por meio do
conceito de fabricacão técnica..̧
1. O que é a filosofia da tecnologia? Origens
gregas
5. Tecnologia é humanamente controlada e neutra de
valores – Iluminismo.
tecnologia é simplesmente uma ferramenta ou
instrumento com que a espécie humana satisfaz
suas necessidades.
Fé liberal no progresso.
Despejem computadores nas escolas e a educação
irá melhorar!
Instrumentalismo
6. "Armas não matam as pessoas, as pessoas matam
as pessoas".
Trata a natureza como matérias-primas, não como
um mundo que emerge de si mesmo.
Está ali para ser controlado e usado sem qualquer
propósito interno.
Instrumentalismo
7. Tecnologia é autônoma e neutra.
Força motriz da história é o avanço tecnológico.
Molda a sociedade às exigências de eficiência e
progresso.
Nós é que devemos nos adaptar à tecnologia, como
expressão mais significativa de nossa humanidade.
Tirem os professores da escola, instalem computadores
e a educação irá progredir.
Determinismo
8. Substantivismo
Tecnologia é carregada de valores e é autônoma
(determinismo).
Tecnologia como uma espécie de religião, que exclui
certas formas de ser e de pensar em detrimento de
outras.
A autonomia da tecnologia é ameaçadora e malévola.
Computadores ajudam os alunos a raciocionar melhor e
isso irá melhorar a educação.
9. Teoria Crítica
Tecnologia é carregada de valores e humanamente
controlada.
Concorda com o instrumentalismo que a tecnologia é
controlável em algum sentido, também concorda com
o substantivismo que a tecnologia está carregada de
valores.
O problema não está na tecnologia, mas no nosso
fracasso em inventar instituições apropriadas para
exercer o controle humano da tecnologia.
Adequar a tecnologia, submetendo-a a um processo
mais democrático no design e no desenvolvimento.
10. Teoria Crítica
Avanço - as sociedades modernas devem todas
objetivar a eficiência nos domínios em que aplicam a
tecnologia, mas afirmar que não podem efetivar
nenhum outro valor significativo além de eficiência é
negligenciar as diferenças óbvias entre eles.
Esta tendência poderia continuar até o ponto de a
cidadania envolver o exercício do controle humano
sobre a estrutura técnica de nossas vidas? Não nos
resta senão a esperança, uma vez que as outras
alternativas parecem levar, com certeza, à destruição.
11. Capítulo 2 – Racionalização
Subversiva
Weber definiu racionalização como o papel crescente do
controle da vida social, uma tendência que conduzia ao
que ele chamou de a “gaiola de ferro” da burocracia.
Racionalização "subversiva" é, assim, uma contradição de
termos.
Rejeição à dicotomia entre a hierarquia racional e o protesto
irracional implícito na posição de Weber.
Heidegger sobre “a questão da tecnologia” e a teoria de Ellul
sobre "o fenômeno técnico"-- nós nos tornamos pouco
mais que objetos da técnica, incorporados em um
mecanismo criado por nós mesmos.
12. Capítulo 2
O desenvolvimento tecnológico não é unilinear, mas
se ramifica em muitas direções e poderia
alcançar níveis geralmente mais altos, ao longo
de mais de um caminho diferente.
O desenvolvimento tecnológico não é determinante
para a sociedade, mas é sobredeterminado por
fatores técnicos e sociais.
13. Significado Social
Os objetos técnicos têm duas dimensões
hermenêuticas: chamo-as de significado social e
horizonte cultural.
O papel do significado social – caso das duas rodas
da bicicleta – conflito de interpretações: ela
deveria ser o brinquedo de um desportista ou um
meio de transporte?
Teletel (frio) – Minitel (quente).
14. Horizonte Cultural
Horizonte cultural – limites dados para a ação
humana, perspectiva ideológica.
O desenvolvimento tecnológico é restringido,
“naturalizado”, por normas culturais que se
originam das economias, da ideologia, da religião
e da tradição.
Sociedade que democratizam o controle técnico e,
de forma correspondente, o desenho tecnológico.
15. As Consequências da Tecnologia
O estreito foco da tecnologia moderna satisfaz às
necessidades de uma hegemonia particular; não
é uma condição metafísica. Sob essa hegemonia,
o desenho técnico é, de forma não-usual,
descontextualizado e destrutivo. Tal hegemonia é
o que deve ser considerado, não a tecnologia per
se, quando apontamos que hoje os meios
técnicos formam uma crescente ameaça ao meio
ambiente em que vivemos. A hegemonia que se
encarnou na própria tecnologia deve ser
questionada na luta pela reforma tecnológica.
16. Conclusão
O quê é novo na tecnologia moderna só pode ser
entendido quando oposto ao subterrâneo do
mundo técnico tradicional, do qual se
desenvolveu.
Mas o que significa democratizar a tecnologia? O
problema não é primordialmente de direitos
legais, mas de iniciativa e participação.
17. Conclusão
O trabalho que usa rede de computadores deu
origem a uma entre muitas reações inovadoras
do público à tecnologia. Os indivíduos que foram
incorporados em novos tipos de rede aprenderam
a resistir por meio da própria rede, com o
propósito de influenciar os poderes que a
controlam. Não é uma competição por riqueza ou
poder administrativo, mas uma luta para
subverter as práticas técnicas, os procedimentos
e os arranjos que estruturam a vida cotidiana.