O documento discute o câncer e quimioterapia, abordando o que é câncer, suas causas, fatores de risco ambientais como alimentação, tabaco e radiação solar, além de tipos comuns de câncer como linfomas, leucemias, neuroblastoma e retinoblastoma.
2. O que é o Câncer? Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado ( maligno ) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se ( metástase ) para outras regiões do corpo. Formação de Tumores – acúmulo de células cancerosas ou neoplasias malignas. Multiplicação acelerada das células. * Tumor benigno – massa localizada de células. Multiplicação vagarosa.
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5. Como prevenir-se através da alimentação Algumas mudanças nos nossos hábitos alimentares podem nos ajudar a reduzir os riscos de desenvolvermos câncer. A adoção de simples regras para uma alimentação saudável contribui não só para a prevenção do câncer, mas também de doenças cardíacas, obesidade e outras enfermidades crônicas como diabetes. Fibras – redução da formação de substâncias cancerígenas no intestino grosso e diminuição da absorção de gorduras; Verduras, frutas, legumes e cereais ricos em vitaminas C, A, E e fibras – menor incidência de cânceres originários em epitélios de revestimento. A vitamina E diminui o risco de câncer. Obs.: Somente funciona como fator protetor.
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7. Hábitos Sexuais Certas características de comportamento sexual aumentam a chance de exposição a vírus carcinogênicos sexualmente transmissíveis. Eis alguns tipos de vírus com potencial carcingênico que podem ser transmitidos sexualmente: • o herpesvírus tipo II e o papilomavírus ( HPV ) estão relacionados ao câncer do colo uterino; • o vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus), associado a outros tipos de vírus, como o citomegalovírus e os herpesvírus I e II , pode desencadear o aparecimento de sacoma de Kaposi, câncer de língua e de reto, respectivamente, em pacientes portadores de AIDS; • o vírus HTLV-I associa-se a leucemias e ao linfoma de linfócitos T; • o vírus da hepatite B relaciona-se ao câncer de fígado.
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9. Fatores Ocupacionais O câncer provocado por exposições ocupacionais geralmente atinge regiões do corpo que estão em contato direto com as substâncias cancerígenas, seja durante a fase de absorção (pele, aparelho respiratório) ou de excreção (aparelho urinário), o que explica a maior freqüência de câncer de pulmão, de pele e de bexiga nesse tipo de exposição. Ocupação Locais Primários dos Tumores Marceneiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais Sapateiro Carcinoma de nariz e seios para-nasais Limpador de chaminé Carcinoma de pele, pulmão e bexiga Relacionada à sí Carcinoma de pulmão
10. Substâncias Tóxicas Locais Primários dos Tumores Nitrito de acrílico Pulmão, cólon e próstata Alumínio e seus compostos Pulmão Arsênico Pulmão, pele e fígado Asbesto Pulmão, serosas, trato gastrointestinal e rim Aminas aromáticas Bexiga Benzeno Medula óssea (leucemia mielóide) Benzidina Bexiga Berílio e seus compostos Pulmão Cádmio Próstata Cromo e seus compostos Pulmão Álcool isopropílico Seios para-nasais Borracha Medula óssea e bexiga Compostos de níquel Pulmão e seios para-nasais Pó de madeiras Seios para-nasais Radônio Pulmão Tinturas de cabelo Bexiga Material de pintura Pulmão
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12. Outras radiações Estima-se que menos de 3% dos cânceres resultem da exposição às radiações ionizantes. Estudos feitos entre os sobreviventes da explosão das bombas atômicas e entre pacientes que se submeteram à radioterapia , mostraram que o risco de câncer aumenta em proporção direta à dose de radiação recebida , e que os tecidos mais sensíveis às radiações ionizantes são o hematopoético, o tiroidiano, o mamário e o ósseo . As leucemias ocorrem entre 2 e 5 anos após a exposição, e os tumores sólidos surgem entre 5 e 10 anos.
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15. Como surge o Câncer? Genes: arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no organismo; DNA: informação genética; passam informações para o funcionamento da célula; Mutação genética: alterações no DNA dos genes; Protooncogenes: genes especiais, inativos em células normais; Oncogenes: protooncogenes ativados, responsáveis pela cancerização das células normais.
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17. Como é o precesso de carcinogênise? As células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos ou carcinógenos . Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente. Estágio de iniciação
18. Como é o precesso de carcinogênise? Sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Estágio de promoção
19. Como é o precesso de carcinogênise? Caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. Estágio de progressão
20. Tipos de Câncer Linfomas É denominado linfoma todo tipo de câncer que afeta o sistema linfático. O sistema linfático é constituído por gânglios interligados pelos vasos linfáticos que atuam na defesa do organismo contra infecções. Ex.: pescoço, axilas e virilha; amídalas, fígado e baço. O tumor tem início quando há uma multiplicação desordenada das células do sangue relacionadas ao sistema imunológico (linfócitos). Principais Sintomas: • Aumento progressivo e indolor do abdome; • Aumento progressivo e indolor dos gânglios (ínguas); • Febre persistente sem evidência de infecção; • Suor noturno abundante; • Perda de peso relevante; • Coceiras pelo corpo; • Cansaço.
21. Tipos de Câncer Leucemias A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) , de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais (Fig. 1) na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais. A presença das células anormais prejudica ou impede a formação na medula, dos glóbulos brancos, glóbulos vermelhos e plaquetas.
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23. Neuroblastoma (tumor de gânglios simpáticos) Os neuroblastomas se originam de células responsáveis pela formação de partes do sistema nervoso. Pode ocorrer em diversos áreas do organismo, desde a região do cérebro até a área mais inferior da coluna, incluindo todo abdômen. Tumor de Wilms (tumor renal) É o tumor renal mais comum em crianças correspondendo a 94,7% dos casos de câncer renal em crianças com menos de 15 anos. Normalmente, o tumor somente se desenvolve em um rim , mas em um pequeno número de casos, pode atingir os dois rins. O primeiro sinal, normalmente, é a presença de uma massa no abdômen lisa e firme, não dolorosa . Também pode ser comum apresentar sintomas como dor no estômago, febre, sangue na urina ou pressão arterial alta. Tipos de Câncer
24. Retinoblastoma (tumor da retina do olho) Tumor que se desenvolve na retina, decorrente da mutação de um gene. O sintoma mais frequente é a leucocoria, um reflexo branco amarelado na pupila causado pelo tumor localizado atrás das lentes, conhecido mais popularmente como "olho de gato". Osteossarcoma (tumor ósseo) O osteossarcoma é o mais comum dos tumores malignos primários dos ossos, costumam atingir as extremidades dos ossos longos, na maioria das vezes acomete o úmero e a tíbia proximais e o fêmur distal. Os sintomas mais comuns são dor localizada e inchaço do local . As metástases ocorrem principalmente para pulmões e outros ossos e geralmente dão pequenos sintomas desde um estágio precoce da doença . Tipos de Câncer
25. Sarcomas (tumores de partes moles) Em geral, os sarcomas de partes moles recebem o nome do tecido onde se originam, o mais comum é o Rabdomiossarcoma , o sarcoma do tecido muscular estriado. A maioria dos tumores localizam-se na região da cabeça e pescoço, seguido da região genito-urinário e extremidades . A primeira manifestação da doença se dá pela presença de um tumor e os sintomas decorrem da sua localização. Tipos de Câncer
26. Ordem de Incidência de Câncer no Brasil*: Entre mulheres 1º Pele 2ª Mama 3º Colo do útero 4º Colón e reto 5º Estômago Entre homens 1º Pele 2º Próstata 3º Pulmão 4ª Estômago 5º Cólon e reto * Fonte: Instituto Nacional de Câncer
27. Quimioterapia A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos , no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica .
28. Histórico 1946 - O primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás mostarda , usado nas duas Guerras Mundiais como arma química. Após a exposição de soldados a este agente, observou-se que eles desenvolveram hipoplasia medular e linfóide, o que levou ao seu uso no tratamento dos linfomas malignos. *mostardas nitrogenadas (metil-di(2-cloroetil)amina e tri(-2-cloroetil)amina) – efeitos sobre tecidos em estado de rápido crescimento. Nas décadas de 60 e 70 inicia-se a era da quimioterapia científica, com o conhecimento da cinética celular e da ação farmacológica das drogas. Introdução da poliquimioterapia.
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30. Classificação das drogas antineoplásicas • Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada. • Ciclo-específicos - atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida. • Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular
31. Tipos e finalidades da quimioterapia • Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle completo do tumor • Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência de metástases à distância. • Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica com a cirurgia e/ou radioterapia. • Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de melhorar a qualidade da sobrevida do paciente.
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33. Toxicidade dos quimioterápicos Afetam estruturas normais que se renovam constantemente , como a medula óssea, os pêlos e a mucosa do tubo digestivo. As células normais apresentam um tempo de recuperação previsível, sendo possível que a quimioterapia seja aplicada repetidamente, desde que observado o intervalo de tempo necessário para a recuperação da medula óssea e da mucosa do tubo digestivo. ( ciclos periódicos ) A toxicidade é variável para os diversos tecidos e depende da droga utilizada.
34. Toxicidade dos quimioterápicos Efeitos tóxicos dos quimioterápicos, conforme a época em que se manifestam após a aplicação.
35. Critérios para aplicação da quimioterapia Condições gerais do paciente: • menos de 10% de perda do peso corporal desde o início da doença; • ausência de contra-indicações clínicas para as drogas selecionadas; • ausência de infecção ou infecção presente, mas sob controle; • capacidade funcional correspondente aos três primeiros níveis , segundo os índices propostos por Zubrod e Karnofsky. Avaliação da capacidade funcional Níveis Critérios ZUBROD KARNOFSKY 0 100-90% Paciente assintomático ou com sintomas mínimos 1 89-70% Paciente sintomático, mas com capacidade para o atendimento ambulatorial 2 69-50% Paciente permanece no leito menos da metade do dia 3 49-30% Paciente permanece no leito mais da metade do dia 4 29-10% Paciente acamado, necessitando de cuidados constantes
36. Critérios para aplicação da quimioterapia Contagem das células do sangue e dosagem de hemoglobina. (Os valores exigidos para aplicação da quimioterapia em crianças são menores.): Leucócitos > 4.000/mm³ Neutrófilos > 2.000/mm³ Plaquetas > 150.000/mm³ Hemoglobina > 10 g/dl Dosagens séricas: Uréia < 50 mg/dl Creatinina < 1,5 mg/dl Bilirrubina total < 3,0 mg/dl Ácido Úrico < 5,0 mg/dl Transferasses (transaminases) < 50 Ul/ml
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38. Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer Alquilantes Capazes de substituir em outra molécula um átomo de hidrogênio por um radical alquil . Eles se ligam ao ADN de modo a impedir a separação dos dois filamentos do ADN na dupla hélice espiralar, fenômeno este indispensável para a replicação . Os alquilantes afetam as células em todas as fases do ciclo celular de modo inespecífico. Ex.: mostarda nitrogenada, a mostarda fenil-alanina, a ciclofosfamida, o bussulfam, as nitrosuréias, a cisplatina e o seu análago carboplatina, e a ifosfamida. Antimetabólitos Afetam as células inibindo a biossíntese dos componentes essenciais do ADN e do ARN . Deste modo, impedem a multiplicação e função normais da célula.
39. Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer Antibióticos Estrutura química variada, possuem em comum anéis insaturados que permitem a incorporação de excesso de elétrons e a conseqüente produção de radicais livres reativos . Podem apresentar outro grupo funcional que lhes acrescenta novos mecanismos de ação, como alquilação, inibição enzimática, ou inibição da função do ADN por intercalação. Inibidores mitóticos Podem paralisar a mitose na metáfase. Os cromossomos, durante a metáfase, ficam impedidos de migrar, ocorrendo a interrupção da divisão celular . Devem ser associados a outros agentes para maior efetividade da quimioterapia.
40. Principais drogas utilizadas no tratamento do câncer Outros agentes Algumas drogas não podem ser agrupadas em uma determinada classe de ação farmacológica. Ex.: dacarbazina - melanoma avançado, sarcomas de partes moles e linfomas; procarbazina - doença de Hodgkin; L-asparaginase , que hidrolisa a L-asparagina e impede a síntese protéica, utilizada no tratamento da leucemia linfocítica aguda.