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PEQUENOS MUNICÍPIOS NO SUDESTE GOIANO: um estudo sobre os

                       seus aspectos sócio-econômico



                                                   Nágela Aparecida de Melo1
                                                      Beatriz Ribeiro Soares2




Resumo

O presente trabalho faz parte de um projeto em desenvolvimento que estuda a
questão das pequenas cidades vista pelo recorte espacial da microrregião
geográfica de Catalão (GO), tendo como objetivo compreender a formação
espacial, as funções, o significado e as relações destas na rede urbana
regional. Nesse sentido, este artigo trata de um dos pontos discutidos na
pesquisa indicada. Tem o objetivo de analisar os aspectos sócio-espaciais e as
mudanças processadas nos municípios de Anhanguera, Corumbaíba, Cumari,
Davinópolis, Goiandira, Ipameri, Ouvidor, Nova Aurora e Três Ranchos. Este
trabalho está em fase de desenvolvimento, portanto, não serão apresentados
os resultados finais e sim reflexões iniciais sobre a área em estudo para abrir
um debate com outros pesquisadores.


Palavras-chave:    pequenas    cidades;   formação    espacial;   urbanização;
                    desenvolvimento econômico.




Introdução

Este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos sócio-espaciais e as

mudanças processadas a partir da década de 1970 nos municípios de

pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão. Este assunto faz parte
2



de uma das temáticas discutidas em um projeto de pesquisa em

desenvolvimento que trata sobre a questão das pequenas cidades vista pelo

recorte espacial da microrregião geográfica de Catalão (GO), e tem como

objetivo compreender a formação espacial, as funções, o significado e as

relações destas na rede urbana regional.

O trabalho está sendo desenvolvido com base em revisão bibliográfica sobre

formação sócio-econômica da área em estudo, conceitos geográficos como

lugar, espaço, território, rede urbana, urbanização, formação espacial entre

outros. Estão sendo realizados também levantamento e análise de dados

estatísticos sobre os aspectos sociais e econômicos da área em estudo, bem

como documentação direta para levantamento de dados primários por meio de

entrevistas e questionários.

A área de estudo é formada pelos municípios da microrregião geográfica de

Catalão (GO), com população urbana de até 20 mil habitantes, segundo o

censo demográfico do IBGE de 2000 (Tabela 01; Mapa 01).
3



         Tabela 01 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) com

 população urbana de até 20 mil habitantes, população total e urbana,

                                      2000.

                                              População, 2000
             Município
                                          Total           Urbana
Anhanguera (GO)                             895               840
Campo Alegre de Goiás (GO)                 4.528            2.871
Corumbaíba (GO)                            6.655            4.855
Cumari (GO)                                3.105            2.301
Davinópolis (GO)                           2.109            1.294
Goiandira (GO)                             4.967            4.199
Ipameri (GO)                              22.628           18.840
Nova Aurora (GO)                           1.927            1.663
Ouvidor (GO)                               4.271            3.384
Três Ranchos (GO)                          2.831            2.276
Fonte: IBGE, 2004. Org. MELO, 2004.
4
5



A microrregião de Catalão faz parte de mesorregião Sul Goiano3, localiza-se na

porção sudeste do estado e é formada por onze municípios, tendo Catalão

como sede e única cidade que excede o total de 20 mil habitantes,

considerada por Deus (2003) com um “pólo regional”.

A área de investigação está delimitada com base no recorte territorial municipal

(Mapa 01), pois      para a compreensão dos aspectos históricos, sociais,

econômicos e espaciais dos núcleos em estudo, faz-se necessário considerar

as relações intra e inter-urbanas e as processadas entre o campo e a cidade,

bem como as ações políticas dos atores sociais locais.           Por outro lado,

trabalhar com a escala municipal facilita o levantamento, comparação e análise

de dados censitários.

O limite populacional de até 20 mil habitantes urbanos se justifica, inicialmente,

por se tratar de um estudo que tem como eixo central a preocupação de

analisar cidades de pequeno porte, no entanto, não significa uma conceituação

ou definição de parâmetros classificatórios para as localidades em estudo.

Outro fator a ressaltar é que, apesar do foco de análise não estar direcionado

para o município de Catalão, este provavelmente            será considerado na

pesquisa à medida que analisarmos o processo de formação dos municípios

em estudo e ao identificarmos a estrutura da rede urbana em que as cidades

se inserem.
6



1 -    Formação dos municípios de pequeno porte da microrregião

geográfica de Catalão.



Os municípios que compõem a área de estudo foram constituídos a partir de

fragmentações territoriais (diretas ou indiretas) do município de Catalão (GO),

sendo a primeira ainda no século XIX, com emancipação de Ipameri e as

demais, no século XX. Os municípios de Cumari, Anhanguera e Campo Alegre

se formaram a partir de emancipações indiretas de Catalão, sendo originários

de territórios já emancipados (Tabela 02; Figura 01).

       Tabela 02 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) segundo o

                              ano de fundação.

                                   Data de
           Município                                    Município de Origem
                                  Fundação
Catalão (GO)                        1834                Santa Cruz de Goiás
Ipameri (GO)                        1870                    Catalão
Corumbaíba (GO)                     1912                    Catalão
Goiandira (GO)                      1931                    Catalão
Cumari (GO)                         1947                   Goiandira
Anhanguera (GO)                     1953                    Cumari
Campo Alegre de Goiás               1953
(GO)                                                        Ipameri
Nova Aurora (GO)                     1953                  Goiandira
Ouvidor (GO)                         1953                   Catalão
Três Ranchos (GO)                    1953                   Catalão
Davinópolis (GO)                     1963                   Catalão
Fonte: IBGE, 2000.
Org. MELO, 2004.
7



                            Figura 01 - Dinâmica territorial da área da microrregião
                               geográfica de Catalão no período de 1834 a 2005.




                       1834 – 1857                                                                                   1858 – 1862
                                                                                                      -49                   -48                                 -47




                                                                                                                                                                            - 17
                                                                                               - 17
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                                                                              1
                                                                              7
                                                                   N                                                                                        N




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       -                                                                      -
                                                                              1
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                                                                                                                                                                            -18
                                                                                               - 18




                                            1 0 0 10 K lo meters
                                                      i

                 -49                 -48                                -47
                                                                                                                                        8 0 8 Kilometers

                                                                                                      -49                   -48                                 -47




           -49               1863 – 1869
                                      -48                                         -47                              1870 - 1911
                                                                                        -1 7
-1 7




                                                                        N                                   -4 9                  -48                             -47


                                                                                                      7
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                                                                                                      -                                                                 1
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                                                                                                                                                            N




                                                                                                      8
                                                                                                      1                                                                 -
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                                                                                                      -                                                                 1
                                                                                                                                                                        8




                                                                                                                                          7 0 7 14 Kilome te rs
                                               10   0   10 Kilometers
                                                                                                            -4 9                  -48                             -47



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                         1912 - 1930                                                                                     1963 - 2005
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                                                                                                                                                                   - 17
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                                                                                                       - 17
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                                                                     N
                                                                                                                                                            N




                                           1949 – 1952                                                                          1953 - 1962


                                                                            - 18




                                                                                                                                                                   - 18
- 18




                                                                                                       -18
                                                    10 0 10 20 Kilometers                                                                10   0 10 20 Kilometers
                     -49                      -48                                        -47
                                                                                                                    -49            -48                                        -47
              -49                    -48                              -47                                     -49         -48                               -47




                                                                                                - 17
       -17




                                                                                                                                                                                    -17
                                                                                                              -17
                                                                                                                                                                          N
                                                                                     N
                                                                                                - 18
       -18




                                                                                                                                                                                    -18
                                                                                                              -18




                                                                                                                                                           7 0 7 14 Kilometers
                                                               7 0 7 14 Kilometers

                     -49                      -48                                        -47                        -49            -48                                        -47




                               1963 - 2005
                    -49                       -48                                         -47
                                                                                                - 17
       -17




                                                                                     N
                                                                                                -18
       - 18




                                                                7 0 7 14 Kilometers


                    -49                       -48                                         -47




                           A porção sudeste do estado de Goiás, onde estão localizados os municípios

                           da área de estudo, teve seu processo de ocupação e povoamento iniciado por
9



volta do século XVIII, com passagens de bandeiras4 e mais especificamente

no século XIX com a expansão de           mineiros e paulistas5 para além das

regiões de mineração, formando núcleos de povoamento com a implantação

de pontos de pouso para tropas, boiadas e homens (boiadeiros, viajantes em

geral, mascates), garimpos, fazendas tradicionais e fundação de patrimônios.

Porém, o impulso urbanizador nessa área tem como marco as primeiras

décadas do século XX, a partir da implantação da Rede Ferroviária de Goiás,

que interligou o território goiano a região sudeste do país. Nesse contexto, o

Brasil estava ainda vivenciando os esforços iniciais para a mecanização do

espaço brasileiro que se iniciou no litoral, possibilitada pela dinâmica

econômica da produção cafeeira e atingiu o sertão (interior de São Paulo,

Minas Gerais e Goiás), promovendo e intensificando relações mercantis no

interior do país.

Conforme explicou Borges (1990, p. 55),


                     no começo do século [XX], uma das condições indispensáveis para
                     o capital expandir sua frente pioneira rumo ao Centro-Oeste seria a
                     implantação de uma infra-estrutura de transporte que possibilitasse
                     a ligação dessa região ao Centro-Sul. [...] o próprio capital se
                     encarregou de construir, [...] a primeira via de transporte moderno
                     para o Centro-Oeste: a Estrada de Ferro de Goiás.



A porção sudeste do estado de Goiás foi incorporada a “economia nacional”

com a extensão dos trilhos da ferrovia Mogiana, formando a Estrada de Ferro

de Goiás que atingiu os territórios de Catalão e Ipameri em 1913, chegando

até Anápolis em 1935 e Goiânia em 1952.

Até a chegada dos trilhos da linha férrea, a área que forma a microrregião de

Catalão era constituída apenas pelos municípios de Catalão (1833) e Ipameri

(1870).
10



A ferrovia teve um importante papel na dinamização econômica, social e

cultural do sudeste de Goiás e do próprio estado. Conforme evidenciou

Borges (1990, p. 87), a ferrovia goiana foi “resultado do processo de

modernização a nível nacional e ao mesmo tempo um dos agentes

modernizadores e integradores da economia do estado à divisão regional do

trabalho, redefinida segundo os interesses da expansão capitalista”.

A ferrovia impulsionou o processo de povoamento e urbanização na porção

sudeste de Goiás. Cidades e municípios como Anhanguera, Cumari, Ouvidor,

Goiandira, Urutai, Pires do Rio, Vianópolis, Bonfinópolis e Senador Canedo,

se formaram com os impulsos sócio-econômicos proporcionados pelos trilhos

de ferro. De outro lado, cidades como Catalão, Ipameri, Orizona, Silvânia,

Leopoldo de Bulhões e Anápolis, tornaram-se mais dinâmicas. Povoados já

existentes como, Corumbaíba, pela proximidade a estação uma estação

férrea, também adquiriram condições para o desenvolvimento da produção

agrícola e pecuária para comercialização no mercado regional.

Essas mudanças ocorreram, sobretudo, pela economia gerada a partir da

instalação da ferrovia, pois, as relações comerciais passaram a ocorrer de

forma mais facilitada pela presença do meio de transporte (trem-de-ferro) e

pelas possibilidades de mercado consumidor na região Sudeste do país.

Houve na área em questão o desenvolvimento da agricultura comercial e de

unidades de beneficiamento de produtos agropecuários.

De acordo com Borges (2000, p. 41),


                     O trem-de-ferro – simbolizado na maria-fumaça – com seu silvo
                     estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, serpenteando
                     pelos sertões, despertava Goiás de séculos de isolamento e
                     transformava a paisagem regional através de um processo dialético
                     marcado pela destruição/reconstrução do espaço.
11




Entretanto, a estrada de ferro no Brasil, apesar da sua importância

econômica, não fez parte dos “projetos modernizantes” do século XX. A

política econômica brasileira orientada pela perspectiva do desenvolvimento

urbano-industrial, delineada desde os anos de 1930,                        apoiou-se no

rodoviarismo como o elemento integrador do vasto território nacional e como

meio principal de transporte de mercadorias e pessoas.

Após 1940, com o aprofundamento da crise do transporte ferroviário, os

núcleos goianos formados e ou dinamizados pelos impulsos sócio-econômicos

viabilizados pela ferrovia, passaram por processos de estagnação, decréscimo

econômico e redução do contingente demográfico.

Assim, conforme afirmou Borges (2000, p. 99),

                        o sudeste goiano, favorecido pela posição geográfica e pela
                        penetração de vias de transportes, foi a primeira região a integrar-se
                        à produção comercial de produtos agrícolas como o arroz, logo
                        entrou num processo de crise econômica até a decadência. Após
                        1940, registrou-se uma acentuada queda na produção agrária da
                        região. Cidades como Catalão, Ipameri e Pires do Rio, que
                        cresceram com a chegada dos trilhos e com o desenvolvimento
                        agropecuário, estagnaram-se com a queda na produção de
                        lavouras.




No contexto da política nacional estava também estabelecida, desde 1930, a

preocupação com a incorporação à economia nacional dos espaços do

território brasileiro localizados na porção oeste do país. Nesse sentido, a

ferrovia não constituiu no único empreendimento dinamizador da economia

goiana, no século XX.

Ocorreram, especificamente, a partir da segunda metade do século XX,

intensas modificações em toda a região Centro-Oeste brasileira que afetaram

a organização sócio-espacial da área em estudo. Os principais marcos de
12



intervenções podem ser identificados com a construção de Brasília (DF) e a

implantação de rodovias integrando a nova capital federal às demais regiões

brasileiras; os programas de desenvolvimento regional da Superintendência

do   Desenvolvimento     Econômico    do   Centro-Oeste     (SUDECO)     e    a

modernização agrícola, bem como os investimentos públicos e privados para

a implantação de agroindustriais, indústrias, e produção mineral, entre outros.

Em síntese as ações estatais e privadas na região dos cerrados brasileiros

promoveram reorganizações no espaço regional goiano.



2 – Os municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de

Catalão na segunda metade do século XX.

A “região da estrada de ferro”, sobretudo a área do entorno de Catalão, no

contexto da segunda metade do século XX, vivenciou percursos marcados

inicialmente pela perda de expressividade econômica e populacional. Os

municípios de Catalão e Ipameri que nos anos de 1920 eram importantes

produtores agrícolas, núcleos de concentração populacional e de intensas

relações mercantis, estagnaram nas décadas de 1940 e 1950. Em alguns

outros municípios o processo de crise se prolonga até a contemporaneidade.

Muitos permanecem integrados à produção pecuarista que aos poucos vem

se modernizando, mas sem grandes investimentos.

O município de Catalão, por exemplo, integrou-se em um processo de

diversificação econômica, sobretudo, pós 1970, passando a produzir

horticulturas, grãos, minérios e mais recentemente, a partir dos anos de 1990,

tem se destacado no cenário da economia estadual com a produção de

confecções têxteis, indústria mineradora, montagem de automóveis e com a
13



indústria de máquinas agrícolas, no setor de serviços vem se diferenciando

pela oferta de cursos de nível superior e formação técnica de mão-de-obra.

Conforme dados da SEPLAN (2005),            Catalão ocupou no ano de 2000 o

terceiro lugar no ranking do PIB industrial do estado de Goiás e está

classificado nos demais setores econômicos entre os 15 maiores PIB.

Por outro lado, municípios de menor porte como Goiandira e Cumari,

emancipados ainda até a primeira metade do século XX, trilharam pelos

caminhos das crises mais prolongadas, apresentando decréscimo do

contingente populacional nos anos de 1970,1980 e 1990 (Tabela 03).



   Tabela 03 - Microrregião de Catalão: população total, 1970 a 2000,
                          anos selecionados .
                              População total                    Freqüência (%)
   Municípios       1970      1980      1991      2000     1970/80   1980/91   1991/00
Anhanguera          1.081     716       869        895   -33,76    21,37         3,00
Campo Alegre        4.457   4.380     4.536      4.528    -1,72      3,56       -0,18
Catalão            27.338 39.168     54.525     64.347    43,27    39,21       18,00
Corumbaíba          7.488   5.906     5.529      6.655   -21,13     -6,38      20,36
Cumari              4.977   3.775     2.883      3.105   -24,15   -23,63        -7,70
Davinópolis         3.205   2.449     2.118      2.109   -23,60   -13,51        -0,42
Goiandira           6.033   5.718     5.368      4.967    -5,22     -6,12       -7,47
Ipameri            20.518 20.338     20.794     22.628    -0,88     -2,24        8,82
Nova Aurora         2.166   1.927     1.845      1.927   -11,03     -4,25        4,44
Ouvidor             3.928   3.441     3.703      4.271   -12,39      7,61      15,34
Três Ranchos        3.248   2.259     2.260      2.831   -30,45      0,04      25,26
Fonte: IBGE, 1970, 1980 apud DEUS, 2002, p. 55.
PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2003.
Org.: MELO, 2005.




Os municípios criados na segunda metade do século XX, ou seja,

Anhanguera, Campo Alegre de Goiás, Davinópolis, Nova Aurora, Ouvidor e

Três Ranchos, alguns desses que também tiveram origem nos povoados
14



constituídos pela implantação de estações ferroviárias, não seguiram

percursos diversos dos demais municípios, apesar das especificidades de

cada um.

No conjunto pode-se destacar as especificidades do município de Anhanguera

que apresentou perdas intensas no contingente populacional nos anos de

1970 e baixo crescimento populacional nas décadas subseqüentes. Ao

considerar a relação entre a população residente em 1970 e 2000, percebe-se

que houve uma redução de 17,20%6 do número total de habitantes nesse

município, ao longo dos 30 anos (Tabela 03).

Na década de 1970 o município de Anhanguera teve parte do seu território

inundado pela construção do reservatório de Itumbiara, cerca de 16,36% da

sua área total (ANEL, 2004). Esse empreendimento não promoveu o

desenvolvimento de outras atividades econômicas no município.

Na composição da estrutura produtiva do município de Anhanguera do ano de

2000 a agropecuária representou cerca de 16% do PIB municipal e o setor de

serviços 76%. (SEPLAN, 2005), no entanto, os valores representam uma

economia municipal frágil, pois, apresentou em 2000 o menor índice de

participação na composição do produto interno bruto entre os municípios da

microrregião (Tabela 04).

       Tabela 04 - Municípios da microrregião geográfica de Catalão:
    participação no PIB estadual, valor do PIB municipal e PIB per capita
                                  em 2000.
                             Participaçã        PIB          PIB per
  Microrregião/Município         o (%)         (R$ mil)     capita (R$)
  Microrregião de Catalão         4,25         920.747,00     7.786,00
  Catalão                         2,78         601.423,00     9.347,00
  Ipameri                         0,52         112.410,00     4.968,00
  Corumbaíba                      0,29          63.495,00     9.541,00
  Ouvidor                         0,23          48.884,00    11.446,00
15



  Campo Alegre de Goiás           0,21          44.954,00       9.928,00
  Goiandira                       0,07          15.956,00       3.212,00
  Cumari                          0,05          11.073,00       3.566,00
  Três Ranchos                    0,03           7.153,00       2.527,00
  Davinópolis                     0,03           6.663,00       3.159,00
  Nova Aurora                     0,03           6.393,00       3.317,00
  Anhanguera                      0,01           2.343,00       2.618,00
  Estado de Goiás                 100       21.665.000,00       4.330,00
 Fonte: SEPLAN-GO, 2005. Contas regionais municipais-2003.
 Org.: MELO, 2005.




Da mesma forma a cidade não tem apresentado vitalidade urbana, tendo a

sua população que recorrer constantemente a outros centros para o

atendimento de várias de suas necessidades, muitas consideradas como

básicas.

O município de Campo Alegre de Goiás na sua trajetória histórica específica,

mas inserido no mesmo contexto regional, também vem apresentando

crescimento populacional negativo (1991/2000), porém, esse aspecto não

deriva diretamente de decréscimo da economia local. O município integrou-se

ao processo de modernização agrícola nos anos de 1980 e passou a produzir

monoculturas mecanizadas de soja e milho. O mesmo participou na

composição do PIB (Produto Interno Bruto) da microrregião de Catalão, do

ano de 2000, na posição de quinto maior e apresentou também o segundo

maior PIB per capta (Tabela 04). A agropecuária é a principal atividade,

participa com cerca 68,23% do valor total do PIB municipal (SEPLAN, 2005).

Destaca-se nesse aspecto a produção agrícola mecanizada
16



A cidade de Campo Alegre está estruturada com equipamentos urbanos

básicos inclusive com um setor de comércio e serviços para o atendimento

imediato das necessidades menos especializadas do consumo produtivo

agrícola, conta, portanto, com empresas de comércio de sementes,

implementos agrícolas, peças, combustíveis e de assistência técnica, além de

serviços de armazenagem e comercialização de grãos, agência bancária,

cooperativa rural, sindicato rural, e serviços públicos da Agencia Rural do

Estado de Goiás, conforme pode ser observado no quadro 01. Entre as

empresas     ligadas   ao   setor   agropecuário   destacam-se   empresas   de

armazenagem e comercialização de grãos como a Cargill S. A. e Caramuru

Armazéns Gerais.

Ipameri também tem apresentado um processo de diversificação econômica,

apesar de que em menor intensidade que Catalão, mas que já apresenta

reflexos disso na dinâmica populacional e urbana do município. Após perdas

demográficas consecutivas em no período de 1970 a 1990 apresentou saldo

positivo no intervalo entre 1991 e 2000 (Tabela 03). A cidade tem apresentado

algumas melhorias, sobretudo, pela instalação de unidade de ensino superior.

No entanto, a base da estrutura produtiva está na agropecuária, este setor

participou em 2000 com cerca de 47,07% do valor do PIB municipal (SEPLAN,

2005). Destaca-se também a produção agrícola mecanizada, pois, Ipameri

ficou classificado em julho de 2003 entre os maiores produtores agrícolas do

estado de Goiás, contribuindo com 48,40% da produção estadual de milho

irrigado (SEPLAN, 2005).

Ouvidor, município originário da estrada de ferro, conforme foi especificado no

jornal “O Catalano” (19 [..]).
17




                     Como aconteceu com várias outras cidades em Goiás que tiveram o
                     seu berço na estrada de ferro, a povoação de Ouvidor teve inicio
                     ano de 1922, quando se inaugurou em terras do município de
                     Catalão uma estação da Estrada de Ferro da Rêde Mineira de
                     Viação, que liga Monte Carmelo, em Minas Gerais, a Goiandira
                     neste estado. O povoado teve bastante desenvolvimento, o que fez
                     passar, em 19 de dezembro de 1948, pela Lei n.24, à categoria de
                     distrito de Catalão. Mas tarde, em 18 de outubro de 1953, pela Lei
                     estadual n. 824, tornou-se município, sendo solenemente instalado
                     em primeiro de janeiro de 1954.



Este se diferenciou dos demais que constituem a nossa a área de estudo pela

presença de minérios (fosfato e nióbio)         e pela instalação de indústrias

mineradoras em seu território. A exploração mineral no complexo mineralógico

Catalão-Ouvidor teve início nos anos de 1970, proporcionando ao município

de Ouvidor elevação na arrecadação tributária. Isso, porém, não significou

dinamização de outras atividades econômicas na cidade. O que a destaca no

cenário regional e estadual é o padrão de qualidade de vida e a facilitação

para a população, por parte da administração pública municipal, ao acesso de

bens e serviços não disponíveis na cidade, com por exemplo, o ensino

superior.

O município de Três Ranchos, conforme explicou Felipe (2004, p.1), teve sua

gênese “relacionada com os pontos de pousos instituídos por tropeiros, no

século XIX, oriundos da província de São Paulo, com destino aos municípios

de Entre Rios (Ipameri), Santa Cruz de Goiás e Vila Boa (cidade de Goiás)”.

No século XX, de acordo com Felipe (2004, p. 1), “a estrada de ferro,

inaugurada em 1942, que ligava Patrocínio (MG) a Goiânia (GO), juntamente

com o garimpo de diamantes praticado no rio Paranaíba e a atividade

agropecuária, contribuíram para o crescimento e consolidação do povoado no

decorrer da década de 1940”.
18



Três Ranchos passou por modificações sócio-espaciais na segunda metade

do século XX orientadas pela construção do reservatório da Hidrelétrica de

Emborcação e desativação da estrada de ferro, no final da década de 19707.

As principais mudanças em relação à construção do reservatório ocorreram

inicialmente com perda de áreas pela inundação. Conforme afirmações de

Felipe (2004, p. 3), “o município possuía uma área entorno de 282 km2 (IBGE,

2004), sendo que 87,28 km2 foram inundados pelas águas do reservatório

(ANEEL, 2004), o que representa 30,95% de sua área total”. Houve também o

desenvolvimento da atividade turística na cidade e a ocupação das margens

do lago por empreendimentos de lazer e casas de veraneio, bem como

valorização fundiária nas proximidades do reservatório. Contudo, não foram

registradas consideráveis modificações para a população local em termos de

desenvolvimento econômico e social.



Considerações Finais

Procuramos ao longo desse artigo identificar as características gerais dos

municípios em estudo e alguns traços particulares das unidades territoriais.

Cabe ressaltar que, as cidades da referida área, são núcleos de pequeno

porte, com total de residentes urbanos inferior a 5 mil habitantes, com

exceção de Ipameri, cujo contingente populacional aproxima de 20 mil

habitantes. Algumas dessas cidades chegam apresentar dependências de

outros centros urbanos para suprimento de necessidades primárias da sua

população, porém, as evidências indicam o predomínio do modo de vida

urbano.
19



Em síntese, os municípios e as cidades que formam a área de estudo estão,

por um lado, orientadas pelas condições mais gerais da política econômica

estadual e nacional, e por outro, apresentam aspectos particulares do seu

processo de formação sócio-espacial, bem como de suas potencialidades

materiais e       das ações políticas locais. Somente ao longo do trabalho de

pesquisa        conseguiremos         desvendar       melhor     as     características      e

particularidades desses espaços geográficos, bem como dos processos sócio-

espaciais desenvolvidos nessas localidades ao longo do período de 1970-

2000.


Notas

1
    Aluna no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia,
nível de doutorado (Bolsista Capes). E-mail: melonagela@yahoo.com.br


2
    Professora no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de
Uberlândia. E-mail: brsoares@ufu.br.


3
    A mesorregião geográfica “Sul Goiano” é formada pelas seguintes microrregiões geográficas:
Microrregião de Catalão, Meia Ponte, Quirinópolis, Sudoeste Goiano e Vale do Rio dos Bois.


4
 A bandeira era uma expedição organizada militarmente, e também uma espécie de sociedade
comercial. Cada um dos participantes entrava com uma parcela de capital, que consistia
ordinariamente em certo número de escravos (PALACIN; MORAES, 1994, p. 08).

5
    Conforme Lourenço (2002), os migrantes originários da região mineradora da capitania de
Minas Gerais, expulsos em função do esgotamento das jazidas minerais, seguiram a partir da
década de 1760 em direção a todas a regiões circunvizinhas. Esses migrantes eram
chamados pelas populações locais de geralistas.


6
    Esse resultado refere-se à relação entre os totais de residentes nos dois censos
demográficos.
20


7
    Nos anos de 1970, o trecho da ferrovia entre Patrocínio (MG) e Catalão (GO), que passava
por Três Ranchos (GO) foi desativado por causa da construção da UHE Emborcação.
(FELIPE, 2004, p. 34).




Referências bibliográficas

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Artigo nágela

  • 1. PEQUENOS MUNICÍPIOS NO SUDESTE GOIANO: um estudo sobre os seus aspectos sócio-econômico Nágela Aparecida de Melo1 Beatriz Ribeiro Soares2 Resumo O presente trabalho faz parte de um projeto em desenvolvimento que estuda a questão das pequenas cidades vista pelo recorte espacial da microrregião geográfica de Catalão (GO), tendo como objetivo compreender a formação espacial, as funções, o significado e as relações destas na rede urbana regional. Nesse sentido, este artigo trata de um dos pontos discutidos na pesquisa indicada. Tem o objetivo de analisar os aspectos sócio-espaciais e as mudanças processadas nos municípios de Anhanguera, Corumbaíba, Cumari, Davinópolis, Goiandira, Ipameri, Ouvidor, Nova Aurora e Três Ranchos. Este trabalho está em fase de desenvolvimento, portanto, não serão apresentados os resultados finais e sim reflexões iniciais sobre a área em estudo para abrir um debate com outros pesquisadores. Palavras-chave: pequenas cidades; formação espacial; urbanização; desenvolvimento econômico. Introdução Este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos sócio-espaciais e as mudanças processadas a partir da década de 1970 nos municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão. Este assunto faz parte
  • 2. 2 de uma das temáticas discutidas em um projeto de pesquisa em desenvolvimento que trata sobre a questão das pequenas cidades vista pelo recorte espacial da microrregião geográfica de Catalão (GO), e tem como objetivo compreender a formação espacial, as funções, o significado e as relações destas na rede urbana regional. O trabalho está sendo desenvolvido com base em revisão bibliográfica sobre formação sócio-econômica da área em estudo, conceitos geográficos como lugar, espaço, território, rede urbana, urbanização, formação espacial entre outros. Estão sendo realizados também levantamento e análise de dados estatísticos sobre os aspectos sociais e econômicos da área em estudo, bem como documentação direta para levantamento de dados primários por meio de entrevistas e questionários. A área de estudo é formada pelos municípios da microrregião geográfica de Catalão (GO), com população urbana de até 20 mil habitantes, segundo o censo demográfico do IBGE de 2000 (Tabela 01; Mapa 01).
  • 3. 3 Tabela 01 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) com população urbana de até 20 mil habitantes, população total e urbana, 2000. População, 2000 Município Total Urbana Anhanguera (GO) 895 840 Campo Alegre de Goiás (GO) 4.528 2.871 Corumbaíba (GO) 6.655 4.855 Cumari (GO) 3.105 2.301 Davinópolis (GO) 2.109 1.294 Goiandira (GO) 4.967 4.199 Ipameri (GO) 22.628 18.840 Nova Aurora (GO) 1.927 1.663 Ouvidor (GO) 4.271 3.384 Três Ranchos (GO) 2.831 2.276 Fonte: IBGE, 2004. Org. MELO, 2004.
  • 4. 4
  • 5. 5 A microrregião de Catalão faz parte de mesorregião Sul Goiano3, localiza-se na porção sudeste do estado e é formada por onze municípios, tendo Catalão como sede e única cidade que excede o total de 20 mil habitantes, considerada por Deus (2003) com um “pólo regional”. A área de investigação está delimitada com base no recorte territorial municipal (Mapa 01), pois para a compreensão dos aspectos históricos, sociais, econômicos e espaciais dos núcleos em estudo, faz-se necessário considerar as relações intra e inter-urbanas e as processadas entre o campo e a cidade, bem como as ações políticas dos atores sociais locais. Por outro lado, trabalhar com a escala municipal facilita o levantamento, comparação e análise de dados censitários. O limite populacional de até 20 mil habitantes urbanos se justifica, inicialmente, por se tratar de um estudo que tem como eixo central a preocupação de analisar cidades de pequeno porte, no entanto, não significa uma conceituação ou definição de parâmetros classificatórios para as localidades em estudo. Outro fator a ressaltar é que, apesar do foco de análise não estar direcionado para o município de Catalão, este provavelmente será considerado na pesquisa à medida que analisarmos o processo de formação dos municípios em estudo e ao identificarmos a estrutura da rede urbana em que as cidades se inserem.
  • 6. 6 1 - Formação dos municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão. Os municípios que compõem a área de estudo foram constituídos a partir de fragmentações territoriais (diretas ou indiretas) do município de Catalão (GO), sendo a primeira ainda no século XIX, com emancipação de Ipameri e as demais, no século XX. Os municípios de Cumari, Anhanguera e Campo Alegre se formaram a partir de emancipações indiretas de Catalão, sendo originários de territórios já emancipados (Tabela 02; Figura 01). Tabela 02 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) segundo o ano de fundação. Data de Município Município de Origem Fundação Catalão (GO) 1834 Santa Cruz de Goiás Ipameri (GO) 1870 Catalão Corumbaíba (GO) 1912 Catalão Goiandira (GO) 1931 Catalão Cumari (GO) 1947 Goiandira Anhanguera (GO) 1953 Cumari Campo Alegre de Goiás 1953 (GO) Ipameri Nova Aurora (GO) 1953 Goiandira Ouvidor (GO) 1953 Catalão Três Ranchos (GO) 1953 Catalão Davinópolis (GO) 1963 Catalão Fonte: IBGE, 2000. Org. MELO, 2004.
  • 7. 7 Figura 01 - Dinâmica territorial da área da microrregião geográfica de Catalão no período de 1834 a 2005. 1834 – 1857 1858 – 1862 -49 -48 -47 - 17 - 17 -49 -48 -47 7 1 - - 1 7 N N 8 1 - - 1 8 -18 - 18 1 0 0 10 K lo meters i -49 -48 -47 8 0 8 Kilometers -49 -48 -47 -49 1863 – 1869 -48 -47 1870 - 1911 -1 7 -1 7 N -4 9 -48 -47 7 1 - - 1 7 N 8 1 - -1 8 -1 8 - 1 8 7 0 7 14 Kilome te rs 10 0 10 Kilometers -4 9 -48 -47 -49 -48 -47 1912 - 1930 1963 - 2005
  • 8. 8 -49 -48 -47 -49 -48 -47 - 17 - 17 - 17 -17 N N 1949 – 1952 1953 - 1962 - 18 - 18 - 18 -18 10 0 10 20 Kilometers 10 0 10 20 Kilometers -49 -48 -47 -49 -48 -47 -49 -48 -47 -49 -48 -47 - 17 -17 -17 -17 N N - 18 -18 -18 -18 7 0 7 14 Kilometers 7 0 7 14 Kilometers -49 -48 -47 -49 -48 -47 1963 - 2005 -49 -48 -47 - 17 -17 N -18 - 18 7 0 7 14 Kilometers -49 -48 -47 A porção sudeste do estado de Goiás, onde estão localizados os municípios da área de estudo, teve seu processo de ocupação e povoamento iniciado por
  • 9. 9 volta do século XVIII, com passagens de bandeiras4 e mais especificamente no século XIX com a expansão de mineiros e paulistas5 para além das regiões de mineração, formando núcleos de povoamento com a implantação de pontos de pouso para tropas, boiadas e homens (boiadeiros, viajantes em geral, mascates), garimpos, fazendas tradicionais e fundação de patrimônios. Porém, o impulso urbanizador nessa área tem como marco as primeiras décadas do século XX, a partir da implantação da Rede Ferroviária de Goiás, que interligou o território goiano a região sudeste do país. Nesse contexto, o Brasil estava ainda vivenciando os esforços iniciais para a mecanização do espaço brasileiro que se iniciou no litoral, possibilitada pela dinâmica econômica da produção cafeeira e atingiu o sertão (interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiás), promovendo e intensificando relações mercantis no interior do país. Conforme explicou Borges (1990, p. 55), no começo do século [XX], uma das condições indispensáveis para o capital expandir sua frente pioneira rumo ao Centro-Oeste seria a implantação de uma infra-estrutura de transporte que possibilitasse a ligação dessa região ao Centro-Sul. [...] o próprio capital se encarregou de construir, [...] a primeira via de transporte moderno para o Centro-Oeste: a Estrada de Ferro de Goiás. A porção sudeste do estado de Goiás foi incorporada a “economia nacional” com a extensão dos trilhos da ferrovia Mogiana, formando a Estrada de Ferro de Goiás que atingiu os territórios de Catalão e Ipameri em 1913, chegando até Anápolis em 1935 e Goiânia em 1952. Até a chegada dos trilhos da linha férrea, a área que forma a microrregião de Catalão era constituída apenas pelos municípios de Catalão (1833) e Ipameri (1870).
  • 10. 10 A ferrovia teve um importante papel na dinamização econômica, social e cultural do sudeste de Goiás e do próprio estado. Conforme evidenciou Borges (1990, p. 87), a ferrovia goiana foi “resultado do processo de modernização a nível nacional e ao mesmo tempo um dos agentes modernizadores e integradores da economia do estado à divisão regional do trabalho, redefinida segundo os interesses da expansão capitalista”. A ferrovia impulsionou o processo de povoamento e urbanização na porção sudeste de Goiás. Cidades e municípios como Anhanguera, Cumari, Ouvidor, Goiandira, Urutai, Pires do Rio, Vianópolis, Bonfinópolis e Senador Canedo, se formaram com os impulsos sócio-econômicos proporcionados pelos trilhos de ferro. De outro lado, cidades como Catalão, Ipameri, Orizona, Silvânia, Leopoldo de Bulhões e Anápolis, tornaram-se mais dinâmicas. Povoados já existentes como, Corumbaíba, pela proximidade a estação uma estação férrea, também adquiriram condições para o desenvolvimento da produção agrícola e pecuária para comercialização no mercado regional. Essas mudanças ocorreram, sobretudo, pela economia gerada a partir da instalação da ferrovia, pois, as relações comerciais passaram a ocorrer de forma mais facilitada pela presença do meio de transporte (trem-de-ferro) e pelas possibilidades de mercado consumidor na região Sudeste do país. Houve na área em questão o desenvolvimento da agricultura comercial e de unidades de beneficiamento de produtos agropecuários. De acordo com Borges (2000, p. 41), O trem-de-ferro – simbolizado na maria-fumaça – com seu silvo estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, serpenteando pelos sertões, despertava Goiás de séculos de isolamento e transformava a paisagem regional através de um processo dialético marcado pela destruição/reconstrução do espaço.
  • 11. 11 Entretanto, a estrada de ferro no Brasil, apesar da sua importância econômica, não fez parte dos “projetos modernizantes” do século XX. A política econômica brasileira orientada pela perspectiva do desenvolvimento urbano-industrial, delineada desde os anos de 1930, apoiou-se no rodoviarismo como o elemento integrador do vasto território nacional e como meio principal de transporte de mercadorias e pessoas. Após 1940, com o aprofundamento da crise do transporte ferroviário, os núcleos goianos formados e ou dinamizados pelos impulsos sócio-econômicos viabilizados pela ferrovia, passaram por processos de estagnação, decréscimo econômico e redução do contingente demográfico. Assim, conforme afirmou Borges (2000, p. 99), o sudeste goiano, favorecido pela posição geográfica e pela penetração de vias de transportes, foi a primeira região a integrar-se à produção comercial de produtos agrícolas como o arroz, logo entrou num processo de crise econômica até a decadência. Após 1940, registrou-se uma acentuada queda na produção agrária da região. Cidades como Catalão, Ipameri e Pires do Rio, que cresceram com a chegada dos trilhos e com o desenvolvimento agropecuário, estagnaram-se com a queda na produção de lavouras. No contexto da política nacional estava também estabelecida, desde 1930, a preocupação com a incorporação à economia nacional dos espaços do território brasileiro localizados na porção oeste do país. Nesse sentido, a ferrovia não constituiu no único empreendimento dinamizador da economia goiana, no século XX. Ocorreram, especificamente, a partir da segunda metade do século XX, intensas modificações em toda a região Centro-Oeste brasileira que afetaram a organização sócio-espacial da área em estudo. Os principais marcos de
  • 12. 12 intervenções podem ser identificados com a construção de Brasília (DF) e a implantação de rodovias integrando a nova capital federal às demais regiões brasileiras; os programas de desenvolvimento regional da Superintendência do Desenvolvimento Econômico do Centro-Oeste (SUDECO) e a modernização agrícola, bem como os investimentos públicos e privados para a implantação de agroindustriais, indústrias, e produção mineral, entre outros. Em síntese as ações estatais e privadas na região dos cerrados brasileiros promoveram reorganizações no espaço regional goiano. 2 – Os municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão na segunda metade do século XX. A “região da estrada de ferro”, sobretudo a área do entorno de Catalão, no contexto da segunda metade do século XX, vivenciou percursos marcados inicialmente pela perda de expressividade econômica e populacional. Os municípios de Catalão e Ipameri que nos anos de 1920 eram importantes produtores agrícolas, núcleos de concentração populacional e de intensas relações mercantis, estagnaram nas décadas de 1940 e 1950. Em alguns outros municípios o processo de crise se prolonga até a contemporaneidade. Muitos permanecem integrados à produção pecuarista que aos poucos vem se modernizando, mas sem grandes investimentos. O município de Catalão, por exemplo, integrou-se em um processo de diversificação econômica, sobretudo, pós 1970, passando a produzir horticulturas, grãos, minérios e mais recentemente, a partir dos anos de 1990, tem se destacado no cenário da economia estadual com a produção de confecções têxteis, indústria mineradora, montagem de automóveis e com a
  • 13. 13 indústria de máquinas agrícolas, no setor de serviços vem se diferenciando pela oferta de cursos de nível superior e formação técnica de mão-de-obra. Conforme dados da SEPLAN (2005), Catalão ocupou no ano de 2000 o terceiro lugar no ranking do PIB industrial do estado de Goiás e está classificado nos demais setores econômicos entre os 15 maiores PIB. Por outro lado, municípios de menor porte como Goiandira e Cumari, emancipados ainda até a primeira metade do século XX, trilharam pelos caminhos das crises mais prolongadas, apresentando decréscimo do contingente populacional nos anos de 1970,1980 e 1990 (Tabela 03). Tabela 03 - Microrregião de Catalão: população total, 1970 a 2000, anos selecionados . População total Freqüência (%) Municípios 1970 1980 1991 2000 1970/80 1980/91 1991/00 Anhanguera 1.081 716 869 895 -33,76 21,37 3,00 Campo Alegre 4.457 4.380 4.536 4.528 -1,72 3,56 -0,18 Catalão 27.338 39.168 54.525 64.347 43,27 39,21 18,00 Corumbaíba 7.488 5.906 5.529 6.655 -21,13 -6,38 20,36 Cumari 4.977 3.775 2.883 3.105 -24,15 -23,63 -7,70 Davinópolis 3.205 2.449 2.118 2.109 -23,60 -13,51 -0,42 Goiandira 6.033 5.718 5.368 4.967 -5,22 -6,12 -7,47 Ipameri 20.518 20.338 20.794 22.628 -0,88 -2,24 8,82 Nova Aurora 2.166 1.927 1.845 1.927 -11,03 -4,25 4,44 Ouvidor 3.928 3.441 3.703 4.271 -12,39 7,61 15,34 Três Ranchos 3.248 2.259 2.260 2.831 -30,45 0,04 25,26 Fonte: IBGE, 1970, 1980 apud DEUS, 2002, p. 55. PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2003. Org.: MELO, 2005. Os municípios criados na segunda metade do século XX, ou seja, Anhanguera, Campo Alegre de Goiás, Davinópolis, Nova Aurora, Ouvidor e Três Ranchos, alguns desses que também tiveram origem nos povoados
  • 14. 14 constituídos pela implantação de estações ferroviárias, não seguiram percursos diversos dos demais municípios, apesar das especificidades de cada um. No conjunto pode-se destacar as especificidades do município de Anhanguera que apresentou perdas intensas no contingente populacional nos anos de 1970 e baixo crescimento populacional nas décadas subseqüentes. Ao considerar a relação entre a população residente em 1970 e 2000, percebe-se que houve uma redução de 17,20%6 do número total de habitantes nesse município, ao longo dos 30 anos (Tabela 03). Na década de 1970 o município de Anhanguera teve parte do seu território inundado pela construção do reservatório de Itumbiara, cerca de 16,36% da sua área total (ANEL, 2004). Esse empreendimento não promoveu o desenvolvimento de outras atividades econômicas no município. Na composição da estrutura produtiva do município de Anhanguera do ano de 2000 a agropecuária representou cerca de 16% do PIB municipal e o setor de serviços 76%. (SEPLAN, 2005), no entanto, os valores representam uma economia municipal frágil, pois, apresentou em 2000 o menor índice de participação na composição do produto interno bruto entre os municípios da microrregião (Tabela 04). Tabela 04 - Municípios da microrregião geográfica de Catalão: participação no PIB estadual, valor do PIB municipal e PIB per capita em 2000. Participaçã PIB PIB per Microrregião/Município o (%) (R$ mil) capita (R$) Microrregião de Catalão 4,25 920.747,00 7.786,00 Catalão 2,78 601.423,00 9.347,00 Ipameri 0,52 112.410,00 4.968,00 Corumbaíba 0,29 63.495,00 9.541,00 Ouvidor 0,23 48.884,00 11.446,00
  • 15. 15 Campo Alegre de Goiás 0,21 44.954,00 9.928,00 Goiandira 0,07 15.956,00 3.212,00 Cumari 0,05 11.073,00 3.566,00 Três Ranchos 0,03 7.153,00 2.527,00 Davinópolis 0,03 6.663,00 3.159,00 Nova Aurora 0,03 6.393,00 3.317,00 Anhanguera 0,01 2.343,00 2.618,00 Estado de Goiás 100 21.665.000,00 4.330,00 Fonte: SEPLAN-GO, 2005. Contas regionais municipais-2003. Org.: MELO, 2005. Da mesma forma a cidade não tem apresentado vitalidade urbana, tendo a sua população que recorrer constantemente a outros centros para o atendimento de várias de suas necessidades, muitas consideradas como básicas. O município de Campo Alegre de Goiás na sua trajetória histórica específica, mas inserido no mesmo contexto regional, também vem apresentando crescimento populacional negativo (1991/2000), porém, esse aspecto não deriva diretamente de decréscimo da economia local. O município integrou-se ao processo de modernização agrícola nos anos de 1980 e passou a produzir monoculturas mecanizadas de soja e milho. O mesmo participou na composição do PIB (Produto Interno Bruto) da microrregião de Catalão, do ano de 2000, na posição de quinto maior e apresentou também o segundo maior PIB per capta (Tabela 04). A agropecuária é a principal atividade, participa com cerca 68,23% do valor total do PIB municipal (SEPLAN, 2005). Destaca-se nesse aspecto a produção agrícola mecanizada
  • 16. 16 A cidade de Campo Alegre está estruturada com equipamentos urbanos básicos inclusive com um setor de comércio e serviços para o atendimento imediato das necessidades menos especializadas do consumo produtivo agrícola, conta, portanto, com empresas de comércio de sementes, implementos agrícolas, peças, combustíveis e de assistência técnica, além de serviços de armazenagem e comercialização de grãos, agência bancária, cooperativa rural, sindicato rural, e serviços públicos da Agencia Rural do Estado de Goiás, conforme pode ser observado no quadro 01. Entre as empresas ligadas ao setor agropecuário destacam-se empresas de armazenagem e comercialização de grãos como a Cargill S. A. e Caramuru Armazéns Gerais. Ipameri também tem apresentado um processo de diversificação econômica, apesar de que em menor intensidade que Catalão, mas que já apresenta reflexos disso na dinâmica populacional e urbana do município. Após perdas demográficas consecutivas em no período de 1970 a 1990 apresentou saldo positivo no intervalo entre 1991 e 2000 (Tabela 03). A cidade tem apresentado algumas melhorias, sobretudo, pela instalação de unidade de ensino superior. No entanto, a base da estrutura produtiva está na agropecuária, este setor participou em 2000 com cerca de 47,07% do valor do PIB municipal (SEPLAN, 2005). Destaca-se também a produção agrícola mecanizada, pois, Ipameri ficou classificado em julho de 2003 entre os maiores produtores agrícolas do estado de Goiás, contribuindo com 48,40% da produção estadual de milho irrigado (SEPLAN, 2005). Ouvidor, município originário da estrada de ferro, conforme foi especificado no jornal “O Catalano” (19 [..]).
  • 17. 17 Como aconteceu com várias outras cidades em Goiás que tiveram o seu berço na estrada de ferro, a povoação de Ouvidor teve inicio ano de 1922, quando se inaugurou em terras do município de Catalão uma estação da Estrada de Ferro da Rêde Mineira de Viação, que liga Monte Carmelo, em Minas Gerais, a Goiandira neste estado. O povoado teve bastante desenvolvimento, o que fez passar, em 19 de dezembro de 1948, pela Lei n.24, à categoria de distrito de Catalão. Mas tarde, em 18 de outubro de 1953, pela Lei estadual n. 824, tornou-se município, sendo solenemente instalado em primeiro de janeiro de 1954. Este se diferenciou dos demais que constituem a nossa a área de estudo pela presença de minérios (fosfato e nióbio) e pela instalação de indústrias mineradoras em seu território. A exploração mineral no complexo mineralógico Catalão-Ouvidor teve início nos anos de 1970, proporcionando ao município de Ouvidor elevação na arrecadação tributária. Isso, porém, não significou dinamização de outras atividades econômicas na cidade. O que a destaca no cenário regional e estadual é o padrão de qualidade de vida e a facilitação para a população, por parte da administração pública municipal, ao acesso de bens e serviços não disponíveis na cidade, com por exemplo, o ensino superior. O município de Três Ranchos, conforme explicou Felipe (2004, p.1), teve sua gênese “relacionada com os pontos de pousos instituídos por tropeiros, no século XIX, oriundos da província de São Paulo, com destino aos municípios de Entre Rios (Ipameri), Santa Cruz de Goiás e Vila Boa (cidade de Goiás)”. No século XX, de acordo com Felipe (2004, p. 1), “a estrada de ferro, inaugurada em 1942, que ligava Patrocínio (MG) a Goiânia (GO), juntamente com o garimpo de diamantes praticado no rio Paranaíba e a atividade agropecuária, contribuíram para o crescimento e consolidação do povoado no decorrer da década de 1940”.
  • 18. 18 Três Ranchos passou por modificações sócio-espaciais na segunda metade do século XX orientadas pela construção do reservatório da Hidrelétrica de Emborcação e desativação da estrada de ferro, no final da década de 19707. As principais mudanças em relação à construção do reservatório ocorreram inicialmente com perda de áreas pela inundação. Conforme afirmações de Felipe (2004, p. 3), “o município possuía uma área entorno de 282 km2 (IBGE, 2004), sendo que 87,28 km2 foram inundados pelas águas do reservatório (ANEEL, 2004), o que representa 30,95% de sua área total”. Houve também o desenvolvimento da atividade turística na cidade e a ocupação das margens do lago por empreendimentos de lazer e casas de veraneio, bem como valorização fundiária nas proximidades do reservatório. Contudo, não foram registradas consideráveis modificações para a população local em termos de desenvolvimento econômico e social. Considerações Finais Procuramos ao longo desse artigo identificar as características gerais dos municípios em estudo e alguns traços particulares das unidades territoriais. Cabe ressaltar que, as cidades da referida área, são núcleos de pequeno porte, com total de residentes urbanos inferior a 5 mil habitantes, com exceção de Ipameri, cujo contingente populacional aproxima de 20 mil habitantes. Algumas dessas cidades chegam apresentar dependências de outros centros urbanos para suprimento de necessidades primárias da sua população, porém, as evidências indicam o predomínio do modo de vida urbano.
  • 19. 19 Em síntese, os municípios e as cidades que formam a área de estudo estão, por um lado, orientadas pelas condições mais gerais da política econômica estadual e nacional, e por outro, apresentam aspectos particulares do seu processo de formação sócio-espacial, bem como de suas potencialidades materiais e das ações políticas locais. Somente ao longo do trabalho de pesquisa conseguiremos desvendar melhor as características e particularidades desses espaços geográficos, bem como dos processos sócio- espaciais desenvolvidos nessas localidades ao longo do período de 1970- 2000. Notas 1 Aluna no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, nível de doutorado (Bolsista Capes). E-mail: melonagela@yahoo.com.br 2 Professora no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: brsoares@ufu.br. 3 A mesorregião geográfica “Sul Goiano” é formada pelas seguintes microrregiões geográficas: Microrregião de Catalão, Meia Ponte, Quirinópolis, Sudoeste Goiano e Vale do Rio dos Bois. 4 A bandeira era uma expedição organizada militarmente, e também uma espécie de sociedade comercial. Cada um dos participantes entrava com uma parcela de capital, que consistia ordinariamente em certo número de escravos (PALACIN; MORAES, 1994, p. 08). 5 Conforme Lourenço (2002), os migrantes originários da região mineradora da capitania de Minas Gerais, expulsos em função do esgotamento das jazidas minerais, seguiram a partir da década de 1760 em direção a todas a regiões circunvizinhas. Esses migrantes eram chamados pelas populações locais de geralistas. 6 Esse resultado refere-se à relação entre os totais de residentes nos dois censos demográficos.
  • 20. 20 7 Nos anos de 1970, o trecho da ferrovia entre Patrocínio (MG) e Catalão (GO), que passava por Três Ranchos (GO) foi desativado por causa da construção da UHE Emborcação. (FELIPE, 2004, p. 34). Referências bibliográficas ANEL. Agência Nacional das Águas,2004. Disponível na internet. www.anel.gov.br . dez., 2004. PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2003. Disponível na internet. www.cidades.gov.br . dez., 2003. BORGES, B. G. O despertar dos dormentes: estudo sobre a Estrada de Ferro de Goiás e o seu papel nas transformações das estruturas regionais, 1909-1922. Goiânia: GEGRAF, 1990. (Coleção Documentos Goianos, 19). _____. Goiás nos quadros da economia nacional: 1930-1960. Goiânia: Editora da UFG, 2000. CAMARANO, A. A.; BELTRÃO, K. I. Distribuição espacial da população brasileira: mudanças na segunda metade deste século. IPEA, Rio de Janeiro, 2000. Texto para discussão n. 766. Disponível na internet. www.ipea.gov.br . fev., 2005. CORRÊA, R. L. O estudo da rede urbana: uma proposição metodológica. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, n. 50 (2), p. 107-127. abr./jun., 1988. ________. Rede urbana e formação espacial: uma reflexão considerando o Brasil. Revista Território. Rio de Janeiro, ano v, n. 8, p.121-129. jan./jun., 2000.
  • 21. 21 ________. Reflexões sobre a dinâmica recente da rede urbana brasileira. In. Encontro da ANPUR. 9., 2001, Rio de Janeiro. ANAIS. 2001, 28 maio/1 jun., p.424-431. ________. Rede urbana: reflexões, hipóteses e questionamentos sobre um tema negligenciado. Cidades. Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 65-78, 2004. DEUS, J. B. de. O sudeste goiano e a desconcentração industrial. Brasília: Ministério da Integração Nacional, Universidade Federal de Goiás, 2002. FARIA, V. Desenvolvimento, urbanização e mudanças na estrutura do emprego: a experiência brasileira dos últimos trinta anos. In.: SORJ, B.; ALMEIDA, M. H. T. de (Org.). Sociedade e política no Brasil pós-64. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 118-163. FELIPE, C. E. O Lago Azul e as cores do turismo em Três Ranchos (GO) no período de 1980 a 2004. 154 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-graduação em Geografia, Uberlândia, 2004. GEIGER, P. P. Evolução da rêde urbana brasileira. Rio de Janeiro: Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, INEP, Ministério da Educação e Cultura, 1963. (Coleção O Brasil urbano, n.1). IBGE. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros- 1958. vol. XXXVI. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. CD-ROM 1. IBGE, 2004. Disponível na internet. www.ibge.gov.br . dez. 2004. IANNI, O. Estado e planejamento econômico no Brasil. 6. ed. atualizada e revisada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
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