Este documento apresenta o diagnóstico atualizado do Território Centro-Sul do Paraná em três partes. A primeira parte caracteriza o território nos aspectos físico-ambientais, históricos, demográficos, sociais e econômicos, incluindo a estrutura agrária. A segunda parte avalia a articulação territorial e apresenta as principais demandas levantadas em conferências municipais. A terceira parte define as potencialidades e limites para o desenvolvimento do território e propõe o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustent
RIMA - Relatorio de Impacto Ambiental - Praia de Iracema
Produto 4 a ptdrs territorio centro-sul_final
1. i
PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
DO TERRITÓRIO CENTRO-SUL DO PARANÁ
Produto 4: Versão Final do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável
(PTDRS) do Território Centro-Sul do Paraná
Versão Integral
Consultor: João Carlos Sampaio Torrens
Curitiba, Agosto de 2011
2. i
Sumário
Introdução ................................................................................................................................................... 1
PARTE I – DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO CENTRO-SUL ........................................................... 3
1. Contextualização e Caracterização do Território Centro-Sul .......................................................... 3
1.1. Aspectos físico-ambientais ............................................................................................................ 3
1.2. Aspectos históricos do processo de ocupação sócio-econômica .............................................. 5
1.3. Aspectos demográficos .................................................................................................................. 5
1.3.1. Densidade demográfica ............................................................................................................... 6
1.3.2. Distribuição da população rural e urbana .................................................................................. 7
1.3.4. Nova conceituação de rural....................................................................................................... 10
1.3.5. Distribuição populacional por sexo........................................................................................... 10
1.3.6. Distribuição da população por faixas etárias ............................................................................ 12
1.4. Aspectos sociais............................................................................................................................. 15
1.4.1. Educação ................................................................................................................................... 15
1.4.2. Saúde - Mortalidade infantil..................................................................................................... 19
1.4.3. Saneamento básico .................................................................................................................... 20
1.4.4. Energia elétrica ......................................................................................................................... 21
1.5. Aspectos econômicos.................................................................................................................... 22
1.5.1. Produto Interno Bruto .............................................................................................................. 22
1.5.2. Valor Adicionado Bruto ............................................................................................................ 23
1.5.3. Valor Adicionado Fiscal por categorias .................................................................................... 25
1.5.4. Empregos .................................................................................................................................. 26
1.5.5. Valor Bruto da Produção Agropecuária ................................................................................... 28
1.5.6. Índice de Desenvolvimento Municipal ..................................................................................... 28
1.5.7. Fundo de Participação dos Municípios ..................................................................................... 31
3. ii
1.6. Estrutura agrária ........................................................................................................................... 31
1.6.1. Classificação dos estabelecimentos rurais ................................................................................. 32
1.6.2. Condição do produtor ............................................................................................................... 33
1.6.3. Local de residência do produtor ................................................................................................ 34
1.6.4. Utilização das terras ................................................................................................................. 35
1.6.5. Produção agrícola ..................................................................................................................... 38
1.6.6. Produção animal ....................................................................................................................... 41
1.6.7. Produção florestal ..................................................................................................................... 43
1.6.8. VBP dos dez principais produtos agropecuários ...................................................................... 43
1.6.9. Uso de máquinas e equipamentos ............................................................................................. 44
1.7. A situação dos Povos e Comunidades Tradicionais ................................................................ 45
1.8. A Situação da Agroecologia ........................................................................................................ 47
1.9. Unidades de Conservação ........................................................................................................... 48
2. Avaliação geral do processo de articulação territorial ................................................................... 50
2.1. Aspectos gerais .............................................................................................................................. 50
2.2. Articulação política do Conselho Gestor e articulação institucional interna ....................... 50
2.3. Organização dos agricultores familiares ................................................................................... 55
2.4. Projetos: processo de elaboração, resultados e lições .............................................................. 56
2.5. Conselhos municipais e sua relação com o Conselho Gestor ................................................. 59
2.6. Articulação das políticas públicas .............................................................................................. 60
3. Principais demandas das Conferências Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável de
2010 ............................................................................................................................................................ 64
3.1. Desenvolvimento sócio-econômico e ambiental ...................................................................... 64
3.2. Qualidade de vida no meio rural ............................................................................................... 65
3.3. Novas formas de governança local e territorial........................................................................ 66
4. Potencialidades e limites para o desenvolvimento do Território Centro-Sul do Paraná .......... 68
4. iii
PARTE II – PLANO TERRITORIAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DO
TERRITÓRIO CENTRO-SUL DO PARANÁ ....................................................................................... 72
Processo de elaboração das propostas do PTDRS: metodologia e conceitos .................................. 72
Macrodiretrizes ........................................................................................................................................ 73
EIXO DIVERSIFICAÇÃO, PRODUÇÃO E MEIO AMBIENTE ........................................................ 74
Estratégias ............................................................................................................................................. 74
Ações Territoriais ................................................................................................................................. 74
EIXO ORGANIZAÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E MERCADOS .................................................... 77
Estratégias ............................................................................................................................................. 77
Ações Territoriais ................................................................................................................................. 77
EIXO DESENVOLVIMENTO HUMANO E INCLUSÃO SOCIAL .................................................. 79
Estratégias ............................................................................................................................................. 79
Ações Territoriais ................................................................................................................................. 79
EIXO GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ............................................................ 81
Estratégia............................................................................................................................................... 81
Ações Territoriais ................................................................................................................................. 81
5. 1
Introdução
Este documento tem por objetivo principal atualizar e qualificar o Plano Territorial de
Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS), elaborado em 2007 pelo Conselho Gestor
do Território Centro-Sul do Paraná. Esta atualização/qualificação se insere no âmbito
das ações desenvolvidas pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério
do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA) e atende às demandas do referido Conselho
Gestor, uma vez que permite às instituições governamentais e às organizações da
sociedade civil aprofundar o diagnóstico regional, bem como redefinir os eixos, as
estratégias e as ações territoriais prioritárias para reorientar o processo de
desenvolvimento no próximo período.
Esse processo de atualização/qualificação foi dividido em duas etapas básicas: num
primeiro momento, foi feita uma revisão geral do diagnóstico territorial, buscando
incorporar os dados estatísticos disponíveis para a análise sócio-econômica.
Paralelamente a esse processo de elaboração, foram realizadas também três oficinas
microrregionais que buscaram sensibilizar e mobilizar os representantes das instituições
e organizações sociais para o processo de qualificação do PTDRS. A partir dessas
oficinas, foi feita uma ampla rodada de entrevistas com diversos informantes-chave da
região – pessoas que por sua trajetória e conhecimentos adquiridos conhecem as
dinâmicas territoriais e contribuíram diretamente para a evolução das ações realizadas
pelo Conselho Gestor. Ao todo, foram entrevistadas mais de 80 pessoas que ocupam
diferentes tipos de funções: gestores estaduais e municipais (prefeitos, vice-prefeitos,
secretários municipais, técnicos de órgãos estaduais), membros dos Conselhos
Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável, representante da Agência de
Desenvolvimento das Regiões Sul e Centro-Sul do Paraná, professoras universitárias,
dirigentes sindicais e de cooperativas de crédito, técnicos de organizações não-
governamentais e agricultores e agricultoras familiares.
Os resultados desse processo de análise de dados secundários e de sistematização das
entrevistas e oficinas foram apresentados e discutidos durante a Reunião Ordinária do
Conselho Gestor do Território Centro-Sul, realizada no dia 14 de junho de 2011, no
Centro de Formação de Agentes para o Desenvolvimento e Construção da Cidadania,
em Guamiranga. Nessa reunião, que contou com a presença de 75 participantes, foi
eleita a nova diretoria do conselho para o período 2011-2013.
Como passo metodológico seguinte à realização do diagnóstico sócio-econômico, foram
criados três Grupos de Trabalho, correspondentes às Câmaras Temáticas criadas,
anteriormente, pelo Conselho Gestor:
• GT 1. Diversificação, Produção e Meio Ambiente.
• GT 2. Desenvolvimento Humano e Inclusão Social.
• GT 3. Organização, Comercialização e Mercado.
6. 2
Esses Grupos de Trabalho contaram com a participação ativa de pessoas com
conhecimentos e experiências acumulados em cada uma dessas áreas temáticas e
tiveram por objetivo reavaliar e qualificar as estratégias e as ações prioritárias do
PTDRS. Assim, levando-se em consideração as propostas aprovadas no Plano original,
o diagnóstico sócio-econômico do Território, as lições políticas apreendidas a partir das
iniciativas voltadas para implementar o Plano e a avaliação da correlação de forças
sociais do Território, foram realizadas três reuniões de cada grupo de trabalho e uma
oficina de sistematização geral das propostas de Estratégias e Ações Territoriais para
cada Eixo de Desenvolvimento, buscando dar unidade, consistência e integração ao
Plano.
As discussões desses grupos revelaram a necessidade de se acrescentar dois novos
pontos: de um lado, constatou-se que algumas orientações gerais valem para todos os
Eixos. Assim, criou-se um ponto específico de Macrodiretrizes, uma vez que suas
definições perpassam as estratégias e as ações territoriais de todos os Eixos. De outro
lado, julgou-se necessário elaborar um novo Eixo, já que se percebeu a existência de
uma lacuna nas ações territoriais: a ausência de procedimentos e mecanismos
democráticos que garantam a gestão social e participativa do Conselho Gestor do
Território. Nesse sentido, decidiu-se criar o Eixo Gestão do Desenvolvimento Territorial
que contempla um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento da gestão interna e
externa do Conselho Gestor, de modo que sejam efetivadas de forma adequada as
propostas sugeridas nos demais Eixos.
Por último, cabe destacar que esse Plano será divulgado e discutido com amplos
segmentos governamentais (prefeitos e secretários municipais, representantes regionais
dos órgãos estaduais), com membros dos Conselhos Municipais, em especial os
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável, com os representantes
das organizações ligadas à agricultura familiar e ao desenvolvimento rural (associações
de produtores, associações comunitárias, cooperativas, etc.), com as Câmaras de
Vereadores, por meio da convocação de Sessões Especiais com a participação dos
representantes dos conselhos municipais, bem como com representantes das
comunidades rurais, por meio da realização de encontros municipais e territorial.
Além desse processo ampliado de validação do PTDRS, recomenda-se que as
instituições governamentais, as organizações sociais e os CMDRS pertencentes ao
Conselho Gestor realizem discussões internas do PTDRS, visando apontar as principais
ações territoriais (pelo menos, cinco) que irão incorporar na sua estratégia de trabalho
institucional. Ao final desse processo de validação, é fundamental que o Conselho
Gestor realize um planejamento que defina as prioridades de trabalho a serem
enfocadas no ano de 2012, estabelecendo as ações específicas, as responsabilidades
institucionais, as metas e o cronograma. Sugere-se também que se busque fortalecer a
rede dos colegiados territoriais do estado, objetivando a definição de estratégias e ações
conjuntas, a articulação de experiências bem sucedidas, a construção de projetos
interterritoriais, dentre outras iniciativas que venham a aprofundar as relações sociais,
econômicas e políticas entre os Territórios paranaenses.
7. 3
PARTE I – DIAGNÓSTICO DO TERRITÓRIO CENTRO-SUL
1. Contextualização e Caracterização do Território Centro-Sul
1.1. Aspectos físico-ambientais
O Território Centro-Sul abrange 12 municípios localizados no Segundo Planalto
Paranaense: Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Inácio Martins, Ipiranga, Irati,
Ivaí, Mallet, Prudentópolis, Rebouças, Rio Azul e Teixeira Soares. Esse território
compreende uma área de 9.856,17 km2, equivalendo a 4,9% da área total do estado do
Paraná.
Mapa dos municípios pertencentes ao Território Centro-Sul do Paraná
Ivaí Ipiranga
Prudentópolis
Guamiranga
Imbituva
Teixeira Soares
Irati
Fernandes Pinheiro
Inácio Martins
Rebouças
Rio Azul
Mallet
De acordo com mapa topográfico elaborado pela Embrapa, o Território apresenta um
relevo predominantemente suave ondulado, mas com significativas áreas montanhosas
nos municípios de Prudentópolis, Guamiranga, Inácio Martins e Mallet.
Em termos hidrográficos, as águas que nascem e entrecortam o Território Centro-Sul
contribuem para a formação das bacias hidrográficas dos rios Ivaí, Tibagi e Iguaçú.
Além disso, esse Território é considerado como um importante ponto de recarga do
Aquífero Guarani.
8. 4
No Território o bioma predominante é o de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de
Araucária), que apresenta expressivos sinais de degradação ambiental. Outros dois
tipos de biomas também são encontrados, muito embora com abrangência bem
reduzida e localizada: os Campos Naturais, abrangendo parte dos municípios de
Teixeira Soares e Imbituva, e a Floresta Estacional Semidecidual, às margens do rio Ivaí,
em Prudentópolis.
Em relação à distribuição da área geográfica conforme a altitude, observa-se que a
maior parte das terras situa-se na faixa de altitude entre 600 e 1.000 metros. Resta um
percentual pequeno do território que apresenta estratos de altitude entre 400 e 600 m
(concentrada na porção norte do município de Prudentópolis), e de 1.000 a 1.400 m
(situada, principalmente, em Inácio Martins e na porção oeste de Mallet).
Esse quadro hipsométrico influi na variação das temperaturas mínimas e máximas
encontradas no território: o intervalo que apresenta as maiores proporção de
temperaturas máximas situa-se entre 22ºC e 24ºC, localizando-se na área sul do
território. Por sua vez, as temperaturas mínimas se concentram na faixa entre 11ºC e
13ºC.
O levantamento de solos revela que predominam terras de baixa fertilidade natural e
uma significativa extensão de terras não-utilizáveis para a agricultura. De um modo
geral, como prevalecem os terrenos ondulados e acidentados, as terras apresentam
poucas possibilidades de mecanização agrícola, limitando a produtividade das lavouras
a partir do uso de máquinas e implementos agrícolas. Os levantamentos de uso do solo
9. 5
disponíveis apresentam-se bem defasados, uma vez que foram realizados com imagens
de satélite de 2001 e 2002. No entanto, essas imagens já destacavam o aumento das
pressões agropecuárias, tendo em vista que as áreas com agricultura intensa e de uso
misto já superavam 75% da área do território.
1.2. Aspectos históricos do processo de ocupação sócio-econômica
Os municípios que compõem o Território Centro-Sul integram a região mais ampla
conhecida como “Paraná Tradicional”, uma vez que seu processo de ocupação sócio-
econômica teve início já no século XVII. Esse processo histórico abarcou os grandes
ciclos econômicos, caracterizados pela atividade extrativista mineral (ouro), pelo
tropeirismo e pela extração de recursos florestais (erva-mate e madeira). Assim, desde o
início de sua formação histórica, a região foi marcada pelo extrativismo e pela pecuária
de bases extensivas, conjugada ao povoamento provocado pelas incursões militares e
pela ocupação, ao longo do Médio Vale do Rio Iguaçu, dos imigrantes europeus
(poloneses, alemães, ucranianos e russos, particularmente) que vieram se instalar nas
colônias rurais destinadas aos povos estrangeiros. A colonização da região,
caracterizada, como visto anteriormente, pelo relevo ondulado e montanhoso e por
solos de baixa fertilidade natural, foi baseada na distribuição de pequenos lotes de terra
destinados às práticas agrícolas e ao extrativismo vegetal.
Até poucas décadas atrás, a região apresentava baixos índices de povoamento humano
e demonstrava também uma baixa capacidade de dinamização dos processos
econômicos (rurais e ou urbanos). Do ponto de vista da integração ao território
paranaense, foi uma das regiões que mais tardiamente criou as condições para se
incorporar às dinâmicas de desenvolvimento do estado, devido, principalmente, às
deficiências das vias de comunicação interna que promovessem a circulação dos
cidadãos e da produção.
1.3. Aspectos demográficos
A população total dos doze municípios do Território Centro-Sul, entre 2000 e 2010,
passou de 220.346 habitantes para 236.789 habitantes, o que representa um crescimento
relativo de 7,5% - percentual abaixo do crescimento populacional do estado do Paraná
que foi de 9,2% no período.
No entanto, esse crescimento não ocorreu de forma homogênea entre os diferentes
municípios: de um lado, municípios como Teixeira Soares, Imbituva e Guamiranga
obtiveram taxas de crescimento populacional bem acima da média territorial (25,5%,
16,2% e 10,7%, respectivamente), enquanto outros cresceram a taxas mais baixas que a
média regional (Rebouças e Mallet, com 3,8% e 2,9%) ou mesmo apresentaram taxas
negativas de crescimento populacional (como nos casos de Inácio Martins e Fernandes
Pinheiro, que perderam, respectivamente, -0,2% e -6,8%), entre 2000 e 2010. Na verdade,
10. 6
a perda de 20 habitantes em Inácio Martins demonstra um processo de estagnação, mais
do que uma queda.
Quadro 1. Evolução da População Total e Rural nos Municípios do Território Centro-
Sul
Variação percentual da Variação percentual da
MUNICÍPIOS População Total População Rural
1991/2000 2000/2010 1991/2000 2000/2010
Fernandes Pinheiro 1,4 -6,8 69,1 64,7
Guamiranga -2,1 10,7 77,2 71,7
Imbituva 33,6 16,2 39,7 37,1
Inácio Martins -20,4 -0,2 62,8 42,5
Ipiranga 5,7 6,3 70,0 65,4
Irati 9,4 7,5 24,9 20,0
Ivaí 3,9 7,6 68,8 63,9
Mallet 6,7 2,9 45,5 41,6
Prudentópolis -1,4 5,3 60,6 54,0
Rebouças 5,5 3,8 51,9 47,1
Rio Azul 5,0 8,2 66,7 64,4
Teixeira Soares 5,9 25,5 53,8 53,4
Território Centro-Sul 5,2 7,5 50,4 44,9
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
Comparando-se os dados da variação populacional entre 2000 e 2010 com as
informações relativas ao período 1991-2000, verifica-se que a população total dos
municípios do Território Centro-Sul cresceu a uma taxa superior no último período, ou
seja, passou de 5,2%, entre 1991-2000, para 7,5%, na primeira década do século XXI. No
entanto, internamente, os municípios apresentaram diferentes tendências. Os
municípios que mantiveram taxas positivas e crescentes de variação populacional foram
os de Ipiranga, Ivaí, Rio Azul e Teixeira Soares. Outros mantiveram um crescimento
positivo, mas reduziram as taxas de incremento populacional (Imbituva, Irati, Mallet e
Rebouças). Guamiranga e Prudentópolis inverteram a taxa de crescimento
populacional, na medida em que obtiveram uma taxa de crescimento positivo na última
década. Dois outros municípios apresentaram variações específicas: Fernandes
Pinheiros passou de uma taxa positiva para negativa, enquanto que Inácio Martins,
ainda que tenha mantido uma variação negativa, conseguiu conter a tendência de
redução que marcou o período 1991-2000.
1.3.1. Densidade demográfica
Os indicadores de densidade demográfica do Território Centro-Sul, relativos aos anos
2000 e 2010, apontam para uma tendência de adensamento da população, na medida
em que as taxas variaram de 22,2 habitantes/km2, em 2000, para 23,8 habitantes/km2,
em 2010. Esses índices, entretanto, situam-se bem abaixo da média da densidade
populacional brasileira, que foi de 52,2%, de acordo com o último Censo Demográfico.
Configura-se, assim, num espaço social com baixo grau de ocupação demográfica –
11. 7
característica fundamental para a sua definição como um território de bases
eminentemente rurais. Seguindo uma tendência geral, esse processo de crescimento da
taxa de densidade populacional também apresenta grandes variações quando se
analisam os dados municipais. Dentre os doze municípios que integram esse Território,
dez tiveram incrementos variados de densidade demográfica, um manteve-se
praticamente estagnado (Inácio Martins, com 11,7 hab./km2) e outro (Fernandes
Pinheiro) observou uma queda na taxa de densidade populacional (passando de 15,6
hab./km2 para 14,6 hab./km2).
Os municípios que apresentam as taxas mais altas são Irati e Imbituva que alcançaram,
respectivamente, 56,3 hab./km2 e 37,6 hab./km2. Além desses dois municípios, na
comparação com os dados de 2000, faz-se necessário destacar também o crescimento
demográfico verificado em Guamiranga, que passou de 27,4 hab./km2 para 30,4
hab./km2 Por outro lado, cabe ressaltar que oito municípios possuem densidade
demográfica abaixo do índice territorial (com destaque especial para Teixeira Soares e
Inácio Marins – cujos índices giram em torno de 11 hab. /km2).
Quadro 2. Densidade Demográfica nos Municípios do Território Centro-Sul
População Total Densidade Demográfica
MUNICÍPIOS Área (Km2)
2000 2010 2000 2010
Fernandes Pinheiro 407 6.368 5.932 15,6 14,6
Guamiranga 260 7.134 7.900 27,4 30,4
Imbituva 757 24.496 28.455 32,4 37,6
Inácio Martins 937 10.963 10.943 11,7 11,7
Ipiranga 927 13.308 14.153 14,4 15,3
Irati 1.000 52.352 56.288 52,4 56,3
Ivaí 608 11.899 12.806 19,6 21,1
Mallet 723 12.602 12.973 17,4 17,9
Prudentópolis 2.308 46.346 48.793 20,1 21,1
Rebouças 482 13.663 14.176 28,3 29,4
Rio Azul 630 13.023 14.093 20,7 22,4
Teixeira Soares 903 8.192 10.277 09,1 11,4
Território Centro-Sul 9.942 220.346 236.789 22,2 23,8
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
1.3.2. Distribuição da população rural e urbana
Conforme os critérios de classificação da população urbana e rural utilizados pelo IBGE,
a população rural do Território Centro-Sul representa 44,9% do total, bem superior aos
14,7%, correspondente à população paranaense. Cabe registrar que em todos os
municípios do Território houve uma queda na participação relativa da população rural
em relação à população total, passando de 50,4%, em 2000, para 44,9%, em 2010. Isso
significa uma redução de -4,2% da população rural do território. Porém, na comparação
com a evolução da população rural do Paraná, que sofreu uma diminuição de -13,7%,
nesse período, é interessante ressaltar que essa redução não foi tão significativa.
12. 8
Tabela 1. Participação da População Rural e Urbana nos Municípios do Território
Centro-Sul
RURAL URBANA
MUNICÍPIOS 2000 2010 Var 2000 2010 Var
Nº % Nº % (%) Nº % Nº % (%)
Fernandes Pinheiro 4.403 69,1 3.838 64,7 (12,8) 1.965 30,9 2.094 35,3 6,6
Guamiranga 5.506 77,2 5.664 71,7 2,9 1.628 22,8 2.236 28,3 37,3
Imbituva 9.715 39,7 10.567 37,1 8,8 14.781 60,3 17.888 62,9 21,0
Inácio Martins 6.885 62,8 4.655 42,5 (32,4) 4.078 37,2 6.288 57,5 54,2
Ipiranga 9.312 70,0 9.261 65,4 (0,5) 3.996 30,0 4.892 34,6 22,4
Irati 13.046 24,9 11.284 20,0 (13,5) 39.306 75,1 45.004 80,0 14,5
Ivaí 8.191 68,8 8.183 63,9 (0,1) 3.708 31,2 4.623 36,1 24,7
Mallet 5.740 45,5 5.403 41,6 (5,9) 6.862 54,5 7.570 58,4 10,3
Prudentópolis 28.070 60,6 26.335 54,0 (6,2) 18.276 39,4 22.458 46,0 22,9
Rebouças 7.093 51,9 6.671 47,1 (5,9) 6.570 48,1 7.505 52,9 14,2
Rio Azul 8.689 66,7 9.081 64,4 4,5 4.334 33,3 5.012 35,6 15,6
Teixeira Soares 4.407 53,8 5.484 53,4 24,4 3.785 46,2 4.793 46,6 26,6
Total Centro-Sul 111.057 50,4 106.426 44,9 (4,2) 109.289 49,6 130.363 55,1 19,3
Estado do Paraná 1.777.374 18,6 1.533.159 14,7 (13,7) 7.786.084 81,4 8.906.442 85,3 14,4
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
Entretanto, analisando-se o comportamento da dinâmica populacional rural, observa-se
uma diversidade de tendências internas: (i) quatro municípios apresentaram um
crescimento populacional nas áreas rurais, com destaque para Teixeira Soares que
elevou em 24,4%; (ii) seis municípios tiveram redução da população rural, sendo mais
expressivas as quedas em Fernandes Pinheiro, Irati e Inácio Martins, representando,
respectivamente, uma diminuição de -12,8%, -13,5% e -32,4%; (iii) restam ainda dois
municípios em que a população das áreas rurais permaneceu praticamente estagnada,
já que a variação percentual foi de até -0,5%. Na comparação com os dados estaduais,
somente Inácio Martins teve perda de população rural superior à média estadual (-
32.4% contra -13,7%, no Paraná).
Apenas quatro municípios apresentam percentuais de população rural menores que a
taxa média do território (Irati, Imbituva, Mallet e Inácio Martins), sendo Irati aquele que
possui o menor percentual de população rural (20%). Os demais municípios possuem
taxas bem superiores à média territorial, destacando-se, em especial, as elevadas taxas
de população rural de Guamiranga, Ipiranga, Fernandes Pinheiro, Rio Azul e Ivaí –
todos com mais de 60% da população rural. Esses dados revelam a forte predominância
das populações rurais na dinâmica populacional do território, caracterizando-o
tipicamente como uma região de bases rurais.
Por sua vez, a população urbana de todos os municípios do Território Centro-Sul
equivalia, em 2010, a 55,1% da população total do Território, contra 49,6%, em 2000.
Cinco municípios possuíam mais da metade da população total nas áreas urbanas. A
população pertencente aos núcleos urbanos do Território apresentou taxas positivas de
crescimento demográfico. No geral, esse aumento foi de 19,3%, enquanto que o da
13. 9
população urbana de todo o Paraná foi de 14,4%. Do total, sete municípios tiveram um
crescimento da população urbana superior à média territorial e os outros cinco
situaram-se abaixo dessa média. As variações específicas oscilaram entre 6,5%, no
município de Fernandes Pinheiro, e 54,2%, em Inácio Martins.
Portanto, confrontando-se os dados relativos à evolução demográfica do Centro-Sul
com a evolução geral do Paraná, faz-se necessário destacar uma característica
importante da região: ainda que a população total do Território tenha crescido a taxas
menores que o total da população paranaense (7,5% contra 9,2%), a população rural não
reduziu relativamente na mesma proporção do estado (44,9% contra 14,7%) e a
população urbana apresentou uma elevação superior àquela verificada no estado
(19,3% contra 14,4%).
Essa informação demonstra que os municípios do Território não sofreram com a mesma
intensidade os impactos sócio-econômicos provocados pela modernização agrícola.
Ainda que se perceba a presença atual desses sinais, pode-se notar que, pelo menos até
o momento, se trata de uma realidade bem distinta de outras regiões do estado em que
a população rural sofreu uma brutal redução, levando a um processo de
desestruturação da vida comunitária rural.
Analisando-se esses dados demográficos a partir de outra perspectiva, esses
indicadores podem ser classificados em três padrões básicos:
• municípios com crescimento populacional acima da média territorial;
• municípios com crescimento populacional até a média territorial;
• municípios com redução populacional (crescimento negativo).
Partindo-se desses critérios classificatórios, percebe-se que seis municípios
(Guamiranga, Imbituva, Irati, Ivaí, Rio Azul e Teixeira Soares) podem ser considerados
como localidades de maior atratividade da população local, pois obtiveram taxas de
crescimento populacional superiores a 7,5% (média territorial). Deve-se ressaltar que
esse crescimento não ocorreu apenas na população urbana, mas incidiu também sobre
as populações rurais de, pelo menos, quatro municípios (Teixeira Soares, Imbituva, Rio
Azul e Guamiranga).
No pólo oposto, observa-se que somente dois municípios tiveram redução de sua
população total (Fernandes Pinheiro e Inácio Martins – sendo que nesse último
município a queda foi inexpressiva, ou seja, -0,2%).
Por fim, o terceiro grupo de municípios é composto por aquelas localidades que, apesar
de terem tido índices positivos, situaram-se abaixo do índice médio do Território (7,5%).
Nesse caso, verifica-se que quatro municípios encontram-se nessa situação (Ipiranga,
Mallet, Prudentópolis e Rebouças). Em todos esses municípios, as populações rurais
diminuíram em termos absolutos, enquanto que as populações urbanas tiveram um
crescimento absoluto e relativo.
14. 10
1.3.4. Nova conceituação de rural
De acordo com novos critérios metodológicos que buscam alargar o conceito de
ruralidade, é possível afirmar que a população dos doze municípios do Território
Centro-Sul enquadar-se-ia nos termos de população de municípios rurais. À exceção de
Irati, que possui 56,3 mil habitantes, todos os demais municípios possuem uma
população total inferior a 50.000 habitantes e uma densidade demográfica inferior a 80
hab./km2. Nesse sentido, conforme essa abordagem emergente, a população do
Território é caracteristicamente rural, mantendo profundos laços de dependência com
as atividades desenvolvidas no meio rural, na media em que influencia e, ao mesmo
tempo, é influenciada diretamente pela dinâmica dessas atividades. Assim, tanto no
meio rural, propriamente dito, quanto nas cidades desses municípios, o núcleo vital
desse processo gira em torno das atividades sócio-econômicas realizadas nos espaços
rurais. Há uma forte centralidade das atividades comerciais e de serviços, bem como de
vários segmentos industriais para atender especificamente às demandas rurais.
1.3.5. Distribuição populacional por sexo
A distribuição da população masculina e feminina no Território Centro-Sul apresenta
uma tendência diferente da média estadual: enquanto no Paraná a maioria da
população é feminina (50,9%), no Centro-Sul observa-se uma inversão nessa
distribuição, na medida em que existiam, em 2010, 50,8% homens e 49,2% mulheres.
No caso da população urbana, nota-se que houve nesse período uma inversão
significativa: em 2000, a população feminina nas áreas urbanas era superior à população
masculina, representando 50,7%; em 2010, esse percentual passou para 50,8%. Por sua
vez, em relação à dinâmica da população rural, verifica-se a continuidade da tendência
de masculinização das áreas rurais, na medida em que a população masculina rural
avança de 52,9%, em 2000, para 55,1%, em 2010, acentuando ainda mais o
distanciamento entre os percentuais de homens e mulheres nas áreas rurais (55,1%
contra 44,9%, respectivamente).
Analisando-se os dados municipais, apenas Irati possui uma distribuição por sexo
próxima aos dados válidos para o Paraná, sendo 50,7% da população feminina. Em
todos os demais municípios do Território prevalece a população masculina, com
destaque para Ivaí e Rio Azul (cada um com 52,1%), podendo indicar que a tendência
de masculinização da população desses municípios se alarga também para as áreas
urbanas. Esse tipo de comportamento talvez possa ser explicado pela migração que leva
um grande número de mulheres a buscar alternativas nas cidades de médio porte.
A distribuição masculina e feminina, de acordo com a situação de domicílio (urbana e
rural), apresenta diferentes dinâmicas populacionais. De um modo geral, as taxas de
crescimento das populações masculina e feminina que residem nas áreas urbanas do
território Centro-Sul registram tendências positivas em todos os municípios. E, além
disso, cabe ressaltar que as médias de crescimento dessas populações foram superiores
às médias estaduais: a população masculina urbana do território cresceu 18,7% e a
feminina, 19,8%.
16. 12
Quadro 3. Participação Percentual da População Rural e Urbana, nos Municípios do
Território Centro-Sul
2000 2010
MUNICÍPIOS
Urbano Rural Urbano Rural
Fernandes Pinheiro 30,9 69,1 35,3 64,7
Guamiranga 22,8 77,2 28,3 71,7
Imbituva 60,3 39,7 62,9 37,1
Inácio Martins 37,2 62,8 57,5 42,5
Ipiranga 30,0 70,0 34,6 65,4
Irati 75,1 24,9 79,9 20,1
Ivaí 31,2 68,8 36,1 63,9
Mallet 54,5 45,5 58,4 41,6
Prudentópolis 39,4 60,6 46,0 54,0
Rebouças 48,1 51,9 52,9 47,1
Rio Azul 33,3 66,7 35,6 64,4
Teixeira Soares 46,2 53,8 46,6 53,4
Território Centro - Sul 49,6 50,4 55,0 45,0
Estado do Paraná 81,4 18,6 85,3 14,7
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
Entretanto, observa-se uma tendência contrária na população rural: os índices de
crescimento tanto da população masculina quanto da feminina apresentam variações
negativas, entre 2000 e 2010. Na média territorial, a população masculina cai em -4,1% e
a feminina em -4,2%. Ainda que negativas, é importante destacar que essas taxas não
são tão baixas quanto às médias estaduais (13,9% e 13,7%, respectivamente). As
populações masculina e feminina das áreas rurais apresentam, contudo, movimentos
distintos, pois em quatro municípios (Teixeira Soares, Imbituva, Rio Azul e
Guamiranga) há uma variação positiva em ambos os sexos. Por sua vez, em sete
municípios nota-se uma redução, em graus variados de intensidade, das populações
masculina e feminina que vivem nas áreas rurais: os municípios que tiveram as maiores
quedas percentuais em ambos os sexos foram Inácio Martins, Irati e Fernandes Pinheiro.
1.3.6. Distribuição da população por faixas etárias
Analisando-se os dados demográficos, de acordo com faixas etárias, é possível perceber
as diferentes dinâmicas (crescimento e diminuição em ritmos diferenciados) dos grupos
etários do Território Centro Sul. Em primeiro lugar, destaca-se que, no período 2000-10,
houve uma redução tanto na faixa etária até 7 anos (-10,7%) quanto na faixa de 8 a 15
anos de idade (-0,9%), em relação aos dados populacionais do Território. Essa mesma
tendência de redução verifica-se também nos dados totais do Paraná, ou seja, o
Território Centro-Sul reflete uma perspectiva estadual. As demais faixas etárias das
populações residentes nos municípios do Território evidenciam um movimento de
crescimento, variando de 5,3% (entre 16 e 29 anos) a 55,1% (acima de 64 anos). Esse
último ponto desvela o forte crescimento da população idosa (o índice de elevação da
faixa acima de 64 anos, no Paraná, foi de 73%, bem superior à variação do Território).
17. 13
Quadro 4. Distribuição da População Rural e Urbana por estratos de idade, entre 2000
e 2010 no Território Centro-Sul e no Estado do Paraná
2000 2010 Variação % (2010/2000)
Estratos
Localidade Situação do domicílio Situação do domicílio Situação do domicílio
de Idade
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
0-7 1.272.338 1.018.782 253.556 1.164.365 989.454 174.911 (8,5) (2,9) (31,0)
8 - 15 1.485.813 1.176.945 308.868 1.423.012 1.189.298 233.714 (4,2) 1,0 (24,3)
16 - 29 2.433.768 2.008.648 425.120 2.514.318 2.184.511 329.807 3,3 8,8 (22,4)
Paraná
30 - 44 2.131.216 1.760.322 370.894 2.390.395 2.060.097 330.298 12,2 17,0 (10,9)
45 - 64 1.530.333 1.235.048 295.285 2.163.608 1.823.944 339.664 41,4 47,7 15,0
>64 455.961 372.681 83.280 788.828 665.388 123.440 73,0 78,5 48,2
0-7 32.094 16.055 16.039 28.661 16.282 12.379 (10,7) 1,4 (22,8)
8 - 15 35.916 16.901 19.015 35.577 19.259 16.318 (0,9) 14,0 (14,2)
Território 16 - 29 52.891 27.170 25.721 55.686 31.993 23.693 5,3 17,8 (7,9)
Centro-Sul 30 - 44 46.104 23.539 22.565 52.223 29.027 23.196 13,3 23,3 2,8
45 - 64 34.459 16.333 18.126 46.991 24.681 22.310 36,4 51,1 23,1
>64 11.337 5.448 5.889 17.581 9.060 8.521 55,1 66,3 44,7
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
Os dados relativos à dinâmica específica das populações rurais mostram que nas áreas
rurais do Território Centro-Sul há uma diminuição nas faixas etárias até 29 anos,
variando de -22,8% (de 0 a 7 anos) até -7,9%, entre 16 e 29 anos. Essas variações
negativas refletem a redução da taxa de natalidade nas áreas rurais e, possivelmente
também, a migração “prematura” de crianças e adolescentes para as cidades (de 8 a 15
anos), corroborando para a elevação de 14%. Os municípios do Centro-Sul
apresentaram, todavia, variações percentuais menores que os dados totais da população
paranaense, nessas mesmas faixas etárias, que oscilaram respectivamente entre -31% a
22,4%.
As populações rurais na faixa etárias de 30 a 44 anos do Território tiveram um pequeno
aumento (2,8%), apresentando uma tendência contrária ao movimento dessa faixa no
estado, que observou uma redução de -10,9%, no período.
As faixas etárias das populações rurais de 45 a 64 anos e acima de 64 anos apontam para
uma tendência de crescimento (23,1% e 44,7%, respectivamente) Nos dois casos, segue-
se o padrão demográfico paranaense para essas mesmas faixas etárias. Por outro lado,
no que diz respeito às populações urbanas, verifica-se uma variação percentual positiva
em todas as faixas. Essa variação se eleva na medida em que aumentam as idades, ou
seja, a menor é de 1,4%, na faixa até 7 anos, e a maior ocorre na faixa acima de 64 anos,
com 66,3%.
É importante também verificar as diferenciações dessas dinâmicas populacionais
territoriais nos diversos municípios que compõem o Território Centro-Sul, de modo que
se perceba a diversidade dos movimentos demográficos, pois em meio às tendências
gerais existem variações específicas que mostram lógicas bem distintas. Nesse sentido,
analisando-se como cada faixa etária da população rural se movimenta nos municípios,
destacam-se as seguintes observações:
18. 14
a. faixa etária até 7 anos: o município de Inácio Martins apresentou uma redução de
-49,1% (mais do que o dobro da média territorial), enquanto o de Teixeira Soares
teve o menor índice (-4,6%);
b. faixa etária de 8 a 15 anos: dois municípios (Teixeira Soares e Imbituva)
caminham no sentido inverso do Território, uma vez que tiveram crescimento
positivo no período (12,3 e 10,7%, respectivamente). O município de Irati foi o
que apresentou a maior redução populacional nessa faixa (-33,2%);
c. faixa etária de 16 a 29 anos: nesse caso, a tendência territorial foi de uma redução
de -7,9%, entre 2000 e 2010. Inácio Martins e Irati tiveram variações negativas
bem mais acentuadas (-33,8% e -21,3%, respectivamente). No entanto, em seis
municípios ocorreu a tendência contrária, havendo uma elevação nessa faixa da
população rural. No caso de Teixeira Soares e Ivaí, os jovens nessa faixa etária
cresceram 28,5% e 23,2%, respectivamente);
d. faixa etária de 30 a 44 anos: em cinco municípios nota-se taxas de crescimento
positiva com destaque para Ivaí e Teixeira Soares (ambos com aumento de
26,5%). Porém, cinco outros municípios tiveram índices negativos na evolução
demográfica dessa faixa etária. Nesse caso, o município de Inácio Martins foi o
que apresentou a menor variação (-22,3%);
e. faixa etária de 45 a 64 anos: apenas em Inácio Martins observa-se uma queda de -
138% na população rural nessa faixa etária. Em todos os demais municípios
segue-se a tendência geral de variação positiva, com destaque para Teixeira
Soares e Guamiranga que cresceram, respectivamente, 60,5% e 46,9%;
f. faixa etária acima de 64 anos: em todos os municípios observa-se uma tendência
de elevação da população rural desse grupo etário, variando somente sua
intensidade: nos casos mais acentuados tem-se Teixeira Soares (99%) e Rebouças
(73,2%) e nos menos intensos, destaca-se Fernandes Pinheiro, com 22%.
O Índice de Idosos mede a relação entre o número de pessoas idosas (65 e mais) e o
numero de pessoas nos grupos etários mais jovens (menores de 15 anos de idade). De
acordo com esse indicador, a população idosa do Território Centro-Sul sofreu uma
variação positiva 51,6%, entre 2000 e 2010. Essa relação, em 2000, correspondia a 18,7%,
enquanto que, em 2010, passou a representar 28,4%, denotando um forte crescimento
relativo da população idosa face às faixas etárias mais jovens. Os municípios de
Fernandes Pinheiro, Guamiranga e Inácio Martins apresentam os índices mais altos do
Território (66,6%, 61,9% e 59,9%, respectivamente), colocando um forte demanda de
serviços relacionados ao cuidado para essa faixa mais idosa da população.
19. 15
Quadro 5. Índice de Idosos nos Municípios do Território Centro-Sul
MUNICÍPIOS 2000 2007 2010 Var.(%) 2010/2000
Fernandes Pinheiro 15,4 22,5 24,5 59,3
Guamiranga 17,0 21,7 27,6 61,9
Imbituva 16,2 18,3 23,0 42,1
Inácio Martins 12,7 15,8 20,3 59,9
Ipiranga 15,9 20,1 23,8 49,6
Irati 22,2 29,7 35,1 57,9
Ivaí 19,1 22,5 27,2 42,7
Mallet 28,0 32,9 39,5 41,1
Prudentópolis 20,2 26,4 31,9 58,2
Rebouças 21,1 25,7 31,8 51,2
Rio Azul 21,7 25,7 30,5 40,7
Teixeira Soares 15,6 21,3 25,9 66,6
Território Centro-Sul (média) 18,7 23,6 28,4 51,6
Estado do Paraná 19,7 27,3 33,0 67,6
FONTE: IBGE/IPARDES.
*Mede a relação entre o número de pessoas idosas (65 anos e mais) e o número de pessoas nos grupos etários mais
jovens (menores de 15 anos de idade).
1.4. Aspectos sociais
1.4.1. Educação
Número de estabelecimentos de ensino
Segundo informações fornecidas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná
(SSED), o número de estabelecimentos de ensino (ligados tanto ao poder público
federal, estadual e municipal quanto à iniciativa privada) existentes no Território
Centro-Sul, sofreu uma queda de -33,6%, entre 2000 e 2009. À exceção de Rebouças, que
manteve o mesmo número de estabelecimentos educacionais no período (20), todos os
demais municípios do Território apresentaram uma redução dessas estruturas de
ensino. Aqueles mais prejudicados foram Mallet e Ipiranga, que tiveram seus
estabelecimentos diminuídos em mais da metade: -60,6% e -57,5%, respectivamente.
20. 16
Quadro 6. Número de Estabelecimentos de Ensino nos Municípios do Território
Centro-Sul
Var.(%)
MUNICÍPIOS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
2009/2000
Fernandes Pinheiro 12 13 13 13 13 10 9 9 10 9 (25,0)
Guamiranga 12 9 6 6 7 7 7 8 8 8 (33,3)
Imbituva 43 39 37 37 37 37 38 39 37 38 (11,6)
Inácio Martins 37 35 27 27 28 27 25 21 21 21 (43,2)
Ipiranga 40 33 25 16 16 17 18 17 17 17 (57,5)
Irati 91 86 78 75 77 71 71 68 67 66 (27,5)
Ivaí 25 26 26 24 24 22 19 14 13 13 (48,0)
Mallet 33 30 23 24 25 23 16 14 14 13 (60,6)
Prudentópolis 135 134 131 123 115 110 105 94 94 92 (31,9)
Rebouças 20 26 26 24 22 23 22 20 20 20 -
Rio Azul 44 44 43 42 38 38 38 36 35 28 (36,4)
Teixeira Soares 23 22 21 18 19 19 19 19 20 17 (26,1)
Território Centro-Sul 515 497 456 429 421 404 387 359 356 342 (33,6)
Estado do Paraná 9.882 9.769 9.424 9.334 9.349 9.295 9.292 9.029 9.103 9.106 (7,9)
FONTE: Secretaria de Estado da Educação – SEED.
Na comparação com os dados estaduais, observa-se que essa queda de -33,6% é bem
superior à redução ocorrida no estado, que foi de -7,9%, revelando que no território um
processo ainda mais acelerado de precarização no atendimento escolar.
Número de alunos matriculados no ensino regular
A variável referente ao número de alunos matriculados e que efetivamente frequentam
os diferentes níveis do ensino regular (pré-escola, ensino fundamental, ensino médio e
ensino superior) nas áreas rurais e urbanas dos municípios pertencentes ao Território
Centro-Sul permite identificar importantes aspectos da área educacional. Entre 2004 e
2009, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, o
número de alunos matriculados nos níveis do ensino regular apresentou uma pequena
redução de -0,4%. Essa taxa é praticamente semelhante à do Paraná que registrou um
decréscimo de -0,6%, nesse período.
Quadro 7. Número de Alunos Matriculados e Efetivamente Frequentando o Ensino
Regular no Território Centro-Sul e no Estado do Paraná
Território Centro-Sul Paraná
Ensino
2004 2009 Var. (%) 09/04 2004 2009 Var. (%) 09/04
Pré-Escola 4.286 2.275 (46,92) 248.356 181.554 (26,90)
Fundamental 40.347 40.929 1,44 1.683.914 1.677.128 (0,40)
Médio 8.951 9.921 10,84 467.730 474.114 1,36
Superior 2.077 2.165 4,24 292.018 324.937 11,27
Matrículas Total 55.986 55.786 (0,36) 2.531.058 2.514.947 (0,64)
FONTE: Secretaria de Estado da Educação – SEED.
21. 17
Essa taxa negativa no Território Centro-Sul foi provocada pela redução significativa do
número de alunos da pré-escola que tiveram uma perda de -46,9%, bem acima da média
paranaense que alcançou -26,9%. Muito provavelmente, essa queda verificada nesses
anos terá conseqüências nas estatísticas futuras, na medida em que prejudica o acesso
de um expressivo percentual de crianças com menos de sete anos ao ensino pré-escolar,
etapa necessária para a formação das bases do aprendizado e da socialização infantil em
grupos. A taxa de crescimento do ensino fundamental no Território foi insignificante
(1,4%) e a do ensino médio avançou 10,8% - percentual acima do índice paranaense
(1,4%). Por sua vez, o ensino superior revelou um aumento de apenas 4,2%. Nesse caso,
o índice de matrículas do estado foi maior, alcançando 11,3%.
Quadro 8. Número de Alunos Matriculados e Efetivamente Frequentando o Ensino
Regular nos Municípios do Território Centro-Sul
Ensino Pré- Ensino Educação
MUNICÍPIOS Ano Fundamental
Regular Escola Médio Superior
2004 1.659 169 1.242 213
Fernandes Pinheiro
2009 1.649 111 1.270 241 -
2004 2.147 225 1.529 382
Guamiranga
2009 2.069 97 1.470 431 -
2004 6.009 578 4.463 899
Imbituva
2009 6.923 374 5.405 1.011 -
2004 3.067 130 2.476 403
Inácio Martins
2009 3.089 261 2.404 344 -
2004 3.249 200 2.451 386
Ipiranga
2009 3.515 204 2.780 431 -
2004 13.240 1.128 8.733 2.275 1.717
Irati
2009 13.195 291 8.850 2.742 1.893
2004 3.107 248 2.318 523
Ivaí
2009 3.191 145 2.459 587 -
2004 3.029 194 2.242 529
Mallet
2009 2.995 126 2.124 590 -
2004 11.491 663 8.330 1966 360
Prudentópolis
2009 11.660 480 8.585 2142 272
2004 3.611 267 2.533 654
Rebouças
2009 3.561 32 2.575 745 -
2004 3.173 230 2.359 522
Rio Azul
2009 3.222 146 2.458 548 -
2004 2.204 254 1.671 199
Teixeira Soares
2009 2.366 119 1.819 350 -
2004 55.986 4286 40.347 8951 2.077
Território Centro-Sul
2009 57.435 2386 42.199 10162 2.165
2004 2.531.058 248356 1.683.914 467730 292.018
Estado do Paraná
2009 2.514.947 181554 1.677.128 474114 324.937
FONTE: Secretaria de Estado da Educação – SEED.
22. 18
Na comparação dos dados municipais, nota-se que em Imbituva ocorreu a maior taxa
de expansão dos alunos matriculados e efetivamente freqüentando as aulas do
Território: o total desses alunos era de 6.009, em 2004, e passou para 6.923, em 2009,
representando uma elevação de 15%. Esse crescimento em Imbituva foi muito
acentuado no ensino fundamental, pois aumentou a frequência de quase mil crianças
nesse nível de escolaridade. Em relação à pré-escola, que teve uma forte redução do
número de alunos matriculados, cabe destacar os trabalhos desenvolvidos nesse
segmento pelos municípios de Ipiranga e, particularmente, de Inácio Martins, que
dobrou esse número. Por outro lado, esse mesmo município foi um dos três que
apresentou diminuição no número de alunos ligados ao ensino fundamental e o único
que sofreu uma queda também no ensino médio. Por fim, no que se refere ao ensino
superior, somente dois municípios (Irati e Prudentópolis) possuem estabelecimentos
universitários que totalizam quase 2.200 alunos matriculados, tendo sido registrado em
Prudentópolis uma diminuição no número de alunos matriculados e efetivamente
freqüentando esse nível de ensino (de 360 para 272).
Analfabetismo
A taxa de analfabetismo das pessoas com 10 anos ou mais de idade, de acordo com os
dados dos Censos Demográficos do IBGE, de 2000 e 2010, teve uma redução de -0,5%.
Ou seja, o percentual de pessoas analfabetas nessa faixa de idade que representava, em
2000, 6,9%, passou a corresponder a 5,8%, em 2010. No entanto, esse ritmo de redução
foi bem mais baixo do que o do estado do Paraná (-17,6%). De acordo com essas
informações do IBGE, os municípios que apresentam os maiores índices de
analfabetismo são os de Inácio Martins (9,6%), Fernandes Pinheiro (8,8%) e Ivaí (7,9%).
Por outro lado, Mallet, Rio Azul e Irati apresentam os menores indicadores de
analfabetismo do Território (3%, 3,9% e 4,2%, respectivamente). Esses três municípios
obtiveram também nesse período os maiores percentuais de diminuição de
analfabetismo nessa faixa etária.
23. 19
Quadro 9. População de 10 anos ou mais de idade, Percentual de Analfabetos e
Variação (%) de 2000 a 2010, nos Municípios do Território Centro-Sul
MUNICÍPIOS 2000 2010 Var. (%) 2010/2000
Fernandes Pinheiro 9,5 8,8 -5,6
Guamiranga 7,0 6,6 14,1
Imbituva 5,8 5,3 10,6
Inácio Martins 11,7 9,6 -11,3
Ipiranga 7,6 6,9 3,6
Irati 5,9 4,2 -19,2
Ivaí 9,1 7,5 -7,0
Mallet 5,0 3,0 -34,6
Prudentópolis 7,2 7,2 10,6
Rebouças 6,9 6,1 -1,9
Rio Azul 5,5 3,9 -17,6
Teixeira Soares 6,6 5,0 2,6
Território 6,9 5,8 -0,5
Paraná 8,1 5,8 -17,6
Fonte: IBGE. Censo Demográfico.
1.4.2. Saúde - Mortalidade infantil
A taxa de mortalidade infantil considera o número de óbitos ocorridos entre crianças
com menos de um ano de idade, por mil nascidos vivos. De acordo com os dados do
DATASUS, entre 2002 e 2010, esse número variou de 23,3, em 2002, para 20, em 2010,
sendo que em 2009 havia sido registrada uma taxa de 14,6, no Território. Trata-se de um
indicador que vem tendo uma redução em todo o Paraná: essa variação no estado foi de
16,7 para 11,4. Nesse sentido, percebe-se a necessidade dos municípios do Território
buscar se aproximar das taxas alcançadas pela média paranaense, tal como se observou
entre 2008 e 2009. Enquanto Prudentópolis apresentou a menor taxa de mortalidade da
região (10,5), Teixeira Soares, Rio Azul e Ipiranga demonstraram índices bem acima da
média territorial (33,7, 27,8 e 27,5, respectivamente).
24. 20
Quadro 10. Taxa de Mortalidade Infantil nos Municípios do Território Centro-Sul
MUNICÍPIOS 2002 2003 2005 2007 2009 2010
Fernandes Pinheiro 28,8 66,7 10,4 22,7 11,6 16,1
Guamiranga 25,0 11,4 23,4 - 20,0 15,6
Imbituva 12,2 13,6 7,6 13,9 20,8 17,9
Inácio Martins 25,8 45,3 28,6 17,4 16,0 15,8
Ipiranga 30,9 49,4 44,1 21,4 20,0 27,5
Irati 21,1 16,3 18,7 10,6 16,5 17,2
Ivaí 48,0 14,4 15,3 24,2 14,1 14,2
Mallet 26,6 20,0 18,1 45,8 7,4 7,2
Prudentópolis 22,1 15,9 12,5 20,0 15,8 10,5
Rebouças 12,0 17,2 12,9 13,8 14,1 18,0
Rio Azul 13,8 12,6 26,0 - 19,1 27,8
Teixeira Soares 13,1 11,7 11,5 - - 33,7
Território Centro-Sul 23,3 24,5 19,1 21,1 14,6 20,0
Estado do Paraná 16,7 16,5 14,4 13,2 12,5 11,4
Fonte: DATASUS.
1.4.3. Saneamento básico
As unidades atendidas pela rede de abastecimento de água aumentaram 45,3%, entre
2000 e 2010, segundo informações disponibilizadas pela Sanepar. Municípios como
Fernandes Pinheiro e Guamiranga tiveram uma elevação superior a 100%, enquanto
que Teixeira Soares apresentou a menor taxa de crescimento (25,5%). Por sua vez, a rede
de atendimento de esgoto se expandiu 131,7%, nesse mesmo período, beneficiando um
total de 30.005 unidades. Esse aumento foi superior à variação estadual (86,6%).
Quadro 11. Número de Unidades Atendidas pelo Sistema de Abastecimento de Água
nos Municípios do Território Centro-Sul
Var.(%)
MUNICÍPIOS 2000 2003 2004 2007 2009 2010
2010/2000
Fernandes Pinheiro 420 454 476 554 627 842 100,5
Guamiranga 413 485 516 638 680 895 116,7
Imbituva 4.818 5.326 5.574 6.356 6.767 6.627 37,5
Inácio Martins 1.330 1.563 1.639 1.903 2.048 2.099 57,8
Ipiranga 1.244 1.439 1.478 1.733 1.821 1.903 53,0
Irati 11.292 12.709 13.012 14.263 15.184 15.874 40,6
Ivaí 1.236 1.414 1.597 1.751 1.928 2.059 66,6
Mallet 2.048 2.272 2.346 2.627 2.777 2.900 41,6
Prudentópolis 5.595 6.272 6.510 7.393 8.021 8.387 49,9
Rebouças 1.980 2.200 2.289 2.584 2.709 2.813 42,1
Rio Azul 1.241 1.425 1.481 1.644 1.741 1.819 46,6
Teixeira Soares 1.335 1.489 1.559 1.721 1.850 1.675 25,5
Território Centro-Sul 32.952 37.048 38.477 43.167 46.153 47.893 45,3
Estado do Paraná 2.347.877 2.513.033 2.583.377 2.810.634 2.983.387 3.084.769 31,4
Fonte: SANEPAR.
25. 21
Em 2000, quatro municípios não possuíam nenhuma unidade atendida pela rede de
esgoto. Em 2010, Inácio Martins e Teixeira Soares já haviam instalado no total 488
unidades, enquanto que Fernandes Pinheiro e Guamiranga ainda não fizeram nenhum
tipo de investimento público nessa área. Dentre os municípios que ampliaram sua rede
de atendimento de esgoto, destacam-se Imbituva e Mallet que aumentaram,
respectivamente, em 413,7% e 335,%, o número de unidades atendidas por esse serviço.
Quadro 12. Número de Unidades Atendidas por Serviços de Esgoto nos Municípios
do Território Centro-Sul
Var.(%)
MUNICÍPIOS 2000 2003 2004 2007 2009 2010
2010/2000
Imbituva 859 2.433 2.707 3.522 4.078 4.413 413,7
Inácio Martins 150 150 171 179 184 22,7*
Ipiranga 782 884 892 1.205 1.255 1.278 63,4
Irati 6.623 8.183 8.638 10.216 11.999 12.906 94,9
Ivaí 506 572 575 1.117 1.148 1.201 137,4
Mallet 117 265 333 421 472 510 335,9
Prudentópolis 2.439 3.819 3.890 5.011 5.488 5.671 132,5
Rebouças 810 1.327 1.384 1.547 1.796 1.931 138,4
Rio Azul 811 1.201 1.219 1.392 1.523 1.607 98,2
Território Centro-Sul 12947 18834 19788 24602 27938 30005 131,8
Estado do Paraná 986.826 1.169.755 1.210.694 1.503.552 1.734.589 1.841.473 86,6
Fonte: SANEPAR/SAAE.
* A variação percentual de Inácio Martins corresponde ao período entre 2003/2010.
Obs.: A Sanepar não disponibilizou os dados para Fernandes Pinheiro, Guamiranga e Teixeira Soares.
1.4.4. Energia elétrica
Entre 2003 e 2010, o número de consumidores de energia elétrica, em todas as categorias
(incluindo os estabelecimentos rurais), cresceu em 29,7%, passando de 58.224 para
75.507 consumidores. Nas áreas rurais especificamente houve uma elevação de 35,1%
no número de consumidores de energia elétrica, passando de 20.421 para 27.584
consumidores. Os municípios que apresentaram as taxas mais altas de expansão da
eletrificação rural foram Fernandes Pinheiro (90,2%), Irati (60,8%) e Ivaí (59%). Dentre
os municípios que cresceram abaixo do índice territorial, cabe ressaltar o fraco
desempenho do processo de ampliação da rede elétrica rural em Imbituva, que teve um
acréscimo de apenas 8,8%, e de Inácio Martins e Mallet que tiveram uma elevação de
aproximadamente 16,5%.
26. 22
1.5. Aspectos econômicos
1.5.1. Produto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto do Território Centro-Sul, referente ao período 2000-2008,
segundo os dados do IBGE, teve um crescimento de 289,3%, passando de R$ 791,3
milhões para 2.289,4 bilhões. Esse desempenho demonstrou uma capacidade de
elevação superior ao índice alcançado pelo estado do Paraná, que foi de 159,3%.
Tabela 3. Produto Interno Bruto (PIB) por Setores, nos Municípios do Território
Centro-Sul
2008
PIB
MUNICÍPIO % % PIB
PIB PIB PIB % PIB Per
PIB Total PIB PIB Per
Agropecuário Serviços Indústria Agrop. Capita
Serv. Ind. Capita
Agrícola
F. Pinheiro 64.298.731 34.136.661 6.189.143 22.035.976 53,1 9,6 34,3 10.839,3 5.754,7
Guamiranga 61.878.395 32.395.514 3.492.375 23.879.848 52,4 5,6 38,6 7.832,7 4.100,7
Imbituva 230.747.997 67.328.020 35.993.394 112.645.801 29,2 15,6 48,8 8.109,2 2.366,1
Inácio Martins 78.846.380 30.489.203 6.423.280 38.631.477 38,7 8,1 49,0 7.205,2 2.786,2
Ipiranga 137.601.502 69.336.828 7.353.556 55.837.708 50,4 5,3 40,6 9.722,4 4.899,1
Irati 640.400.119 115.994.316 94.428.158 371.381.880 18,1 14,7 58,0 11.377,2 2.060,7
Ivaí 120.122.525 54.803.919 12.189.770 48.357.673 45,6 10,1 40,3 9.380,2 4.279,6
Mallet 145.957.704 42.124.131 30.864.228 60.086.482 28,9 21,1 41,2 11.250,9 3.247,1
Prudentópolis 406.670.884 135.874.605 30.030.993 217.908.334 33,4 7,4 53,6 8.334,6 2.784,7
Rebouças 123.396.951 51.299.948 10.147.430 57.395.298 41,6 8,2 46,5 8.704,6 3.618,8
Rio Azul 164.527.411 55.308.244 18.471.995 79.981.171 33,6 11,2 48,6 11.674,4 3.924,5
T. Soares 114.941.943 67.201.257 5.309.176 39.156.814 58,5 4,6 34,1 11.184,4 6.539,0
Território 2.289.390.542 756.292.646 260.893.498 1.127.298.462 33,0 11,4 49,2 9.668,5 3.194,0
Fonte: IBGE. PIB dos Municípios.
Seis municípios ficaram abaixo da média territorial e, dentre eles, quatro cresceram
menos que a média do estado (Mallet, Imbituva, Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares).
Dentre os cinco municípios que apresentaram um aumento do PIB acima da taxa de
crescimento territorial, os mais significativos foram Rio Azul (275,3%), Prudentópolis
(220,7%) e Ivaí e Guamiranga (cerca de 219% cada).
A distribuição per capita do PIB revela que esse crescimento no Território Centro-Sul foi
de 169,2%, entre 2000-08, bem acima do índice paranaense (89,2%). Sete municípios
obtiveram uma variação superior à média territorial, sendo os municípios de Rio Azul,
Prudentópolis e Ivaí aqueles que apresentaram as maiores taxas de crescimento
(246,8%, 204,6% e 197%, respectivamente). Por outro lado, os demais municípios
ficaram abaixo do índice territorial: Imbituva e Teixeira Soares foram os que alcançaram
os menores índices (103,9% e 83%, respectivamente).
A análise setorial da composição do PIB (agropecuário, serviços e indústria) aponta que
o PIB do setor industrial foi o que mais cresceu no período 2000-2008, alcançando uma
variação de 740%. O setor agropecuário também apresentou uma taxa positiva (237,9%),
27. 23
enquanto que o setor de serviços teve uma diminuição de -31,4%. Nesse período, houve
uma inversão nos percentuais de participação dos setores de serviços e industrial,
representando uma modificação significativa na composição do PIB no território. Se, em
2000, o PIB do setor de serviços representava 48,1% do total do PIB, em 2008, esse
percentual caiu para 11,4%. Já o PIB do setor industrial passou dos 17%, em 2000, para
49,2%, em 2008. O setor agropecuário continua ocupando uma posição intermediária,
tendo ampliado sua participação no PIB total: correspondia a 28,3%, em 2000, e passou
para 33%, em 2008.
No caso do PIB do setor de serviços, os dois únicos municípios que apresentaram taxas
de crescimento positiva foram Mallet e Rio Azul. Todos os demais municípios tiveram
taxas negativas, particularmente em Teixeira Soares, Ipiranga e Guamiranga. O PIB
industrial evoluiu positivamente em todos os municípios do Território, sendo mais
expressivo em Ipiranga, Prudentópolis, Teixeira Soares e Rebouças. Em três municípios,
no entanto, o crescimento do PIB do setor industrial não conseguiu alcançar a metade
da média territorial, ficando abaixo de 370% (Fernandes Pinheiro, Imbituva e Mallet).
Por sua vez, o PIB da agropecuária também registrou uma elevação em todos os
municípios do Território. As variações percentuais mais significativas ocorreram nos
municípios de Inácio Martins, Irati e Prudentópolis, enquanto que as menores taxas de
crescimento foram observadas em Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro. Tomando-se o
valor do PIB per capita do setor agrícola, verifica-se que houve um aumento de 214,5%,
entre 2000 e 2008, elevando o PIB agrícola per capita para R$ 3.194,00.
1.5.2. Valor Adicionado Bruto
Outro indicador macroeconômico que mede os resultados das atividades econômicas
desenvolvidas no Território é o Valor Adicionado Bruto (ou o valor agregado ao
processo produtivo). Entre 2000 e 2008, conforme as estatísticas do IBGE, o VAB do
Território Centro-Sul cresceu 190,4%, demonstrando um dinamismo superior à média
estadual que alcançou 155,3%, nesse período. Analisando-se a dinâmica econômica
global dos municípios, percebe-se que seis municípios crescem acima da média
territorial, dentre os quais se sobressaíram Rio Azul, com 269,9% e Prudentópolis e Ivaí,
222,6% cada. Dentre aqueles que apresentaram taxas de crescimento menores que a do
Território Centro-Sul despontam Teixeira Soares e Guamiranga com 130,1% e 133,4%,
respectivamente.
Comparando-se a variação interna de cada um dos setores da economia, constata-se que
o maior crescimento foi obtido pela agropecuária (237,9%), enquanto que o setor de
serviços aumentou 196,4% e o industrial, 94,4%.
Os setores ligados à agropecuária e aos serviços apresentaram taxas de crescimento do
VAB mais altas do que as médias relativas ao estado do Paraná que corresponderam,
respectivamente a 165,1% e 164,6%. A indústria foi o único setor que teve um
desempenho territorial mais reduzido, se comparado ao do Paraná (132,5%). Apesar da
elevação do VAB no setor industrial do Território Centro-Sul, fica evidente que esse
28. 24
segmento não conseguiu aproveitar as oportunidades advindas do crescimento
econômico verificado no País na última década.
Ainda de acordo com esses dados, os municípios do Território que obtiveram as
maiores taxas de aumento no setor agropecuário foram Inácio Martins (397,2%), Irati
(319,6%) e Prudentópolis (305,3%). Por outro lado, cinco municípios não alcançaram a
média territorial, destacando-se Teixeira Soares (143,3%) e Fernandes Pinheiro (177,6%).
No setor de serviços, os municípios que apresentaram as variações positivas mais
significativas foram Rio Azul (343,4%), Irati (213,1%) e Prudentópolis (207%). Os
municípios de Teixeira Soares e Fernandes Pinheiro também aqui obtiveram as taxas
mais baixas (114,2% e 131,2%, respectivamente). Por fim, no setor industrial, verifica-se
um comportamento curioso: oito municípios alcançaram taxa de crescimento individual
superior à média territorial (94,4%), sendo que Ivaí aumentou 161,5% e Rebouças,
155,7%. Porém, os fracos desempenhos obtidos por esse setor em Inácio Martins (-2,4%),
Fernandes Pinheiro (26,7%) e Imbituva (47%) puxaram significativamente a média
territorial para baixo.
Esse quadro permite também a análise da distribuição relativa entre os três setores da
economia, no período 2000-08, avaliando-se ganhos e perdas de espaço na concorrência
entre os setores. O setor que apresenta uma evolução mais estável do VAB é o de
serviços que passou de 51,5% para 52,6%. Detalhando-se os dados territoriais, nota-se
que Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares possuem, comparativamente aos demais
setores, uma participação relativa mais baixa, em torno de 35%. Por outro lado, observa-
se que nesse período o município de Rio Azul apresentou uma forte expansão,
enquanto que em Guamiranga e Ivaí principalmente procedeu-se uma diminuição
relativa do setor de serviços.
O VAB do setor industrial, por sua vez, segue a tendência de queda também observada
nos indicadores do Paraná. No total do estado, a participação relativa desse setor caiu
de 29,3% para 26,6%. No Território Centro-Sul, essa redução foi mais acentuada,
passando de 18,2% para 12,2%, entre 2000 e 2008. Trata-se de um processo generalizado,
pois nenhum dos municípios apresentou um movimento de elevação, na comparação
com os outros dois setores. Todos tiveram reduções, sendo que em alguns municípios
essa queda foi bastante significativa. O caso mais extremo ocorreu em Inácio Martins
que detinha 24,5%, em 2000, e passou para 8,5% em 2008.
Se o setor industrial apresenta uma tendência de redução na sua participação relativa
na composição do VAB territorial, o setor agropecuário demonstrou nesse período uma
capacidade de expansão avançando dos 30,3% que ocupava em 2000 para 35,3% em
2008. Essa tendência de crescimento apresenta-se bem mais expressiva que os
resultados desse mesmo setor no estado: o VAB da agropecuária do Paraná
correspondia a 9,1%, em 2000, passando, em 2008 para 9,4%. Ou seja, apesar de toda a
expansão desse setor na primeira década do século XXI, no Paraná, isso não se traduziu
num crescimento significativo de sua participação relativa do VAB. Cabe ressaltar ainda
que, a exceção de Rio Azul que apresentou uma redução (irrisória) de -0,05%, todos os
demais municípios do Território registraram uma elevação relativa, na comparação
29. 25
dom 2000. No setor agropecuário, o VAB cresceu de forma mais expressiva em Inácio
Martins, pulando de 22,9% para 40,4%, no período. Fernandes Pinheiro e Guamiranga
também demonstraram importantes avanços, passando de, aproximadamente, 46%
para 54%, em ambos os casos.
Desagregando-se as informações acerca do VAB e procurando identificar as principais
categorias de atividades econômicas que conformam esse indicador, pode-se buscar
mensurar a importância das atividades ligadas à vida rural na composição final do
VAB. Ainda que as categorias identificadas não permitam uma distinção precisa, é
possível afirmar, somando-se os percentuais dos itens “agricultura, pecuária e serviços
relacionados” e “produção florestal”, que 56% do VAB deriva apenas desses dois tipos
de atividades. Se a esse subtotal forem acrescentados os percentuais relativos às
categorias “fabricação de produtos de madeira”, “fabricação de celulose, papel e
produtos de papel”, “fabricação de produtos alimentícios”, “preparação de couro e
fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados”, “fabricação de
móveis”, “fabricação de produtos minerais não-metálicos” (argila, por exemplo),
“extração de minerais não-metálicos”, esses sub-setores representam 70,7% do VAB do
Território Centro-Sul.
Assim, mesmo não sendo possível mensurar a participação do rural nas atividades
ligadas ao comércio e aos serviços nesses municípios, esse percentual (70,7%) já
demonstra o significativo papel desempenhado pelo conjunto das atividades
econômicas na formação do VAB. E, portanto, a relevância das atividades rurais na
dinâmica econômica desses municípios e do Território, como um todo.
1.5.3. Valor Adicionado Fiscal por categorias
Outro importante indicador dos processos econômicos em curso no Território Centro-
Sul é o Valor Adicionado Fiscal (VAF) que reflete o movimento econômico das
empresas e dos produtores rurais dos municípios, demonstrando seu potencial para a
geração de receitas públicas. Quanto maior for a movimentação econômica do
município, maior será seu índice de participação no cálculo para o repasse de recursos
públicos estaduais e, consequentemente, maiores serão suas receitas. De acordo com
dados fornecidos pelo IPARDES, o VAF do Território, em 2008, foi de R$ 1.645 bilhão,
correspondendo apenas a 1,3% do total do estado. Os municípios que mais
contribuíram na formação do VAF foram Irati, Prudentópolis e Imbituva,
correspondendo, respectivamente, a 21,7%, 14,6% e 12,7% desse total.
O setor agropecuário representou 56,4% do total do Território, sendo que apenas a
categoria “agricultura, pecuária e serviços relacionados” totalizava 55,5% desse
montante. As demais categorias (produção florestal, alimentação e extração de minerais
não metálicos) somavam apenas 0,9% do VAF desse setor. Em relação ao setor de
serviços, observa-se que nesse mesmo ano as categorias incluídas nesse setor
registravam uma participação relativa de 25,3% do VAF total do Território. Os três
segmentos mais representativos são comércio varejista (8,9%), comércio por atacado,
exceto veículos automotores e motocicletas (6,2%) e eletricidade, gás e outra utilidades
30. 26
(3,7%). Resta ainda o setor industrial que desponta com 18,3% na composição geral do
VAF do Território. Dentre os segmentos mais representativos, pode-se destacar as
seguintes categorias: fabricação de produção de madeira (4,8%), fabricação de celulose,
papel e produtos de papel (4,7%) e fabricação de produtos alimentícios (2,5%).
Analisando-se a dinâmica intraterritorial, percebe-se que em oito municípios o
desempenho da categoria “agricultura, pecuária e serviços relacionados” superou os
55,5%, reafirmando a forte dependência do desenvolvimento territorial em relação a
esse segmento econômico. Nos municípios de Teixeira Soares, Ipiranga, Guamiranga e
Fernandes Pinheiro a participação relativa dessa categoria específica foi, inclusive,
acima de 80%. Somente em um município, essa categoria registrou um desempenho
inferior a outro segmento: no caso de Mallet, a categoria “fabricação de celulose, papel e
produtos de papel” ocupou a primeira posição, com 43,7%. Nesse município em
particular, a categoria “agricultura, pecuária e serviços relacionados” ficou em segundo
lugar, com 34,7%. Em dois outros municípios, mesmo ocupando o primeiro lugar, sua
participação relativa não chega a alcançar o correspondente a um terço do total: 30,4%,
em Inácio Martins, e 26,1%, em Irati.
Dentre as demais categorias, destacam-se os seguintes segmentos que ocuparam a
segunda posição: “comércio por atacado” (Inácio Martins – 20,5%); “comércio varejista”
(Irati – 17,6%, Prudentópolis – 12%, Ipiranga – 4,5% e Guamiranga – 3,9%); “preparação
de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados” (Imbituva
– 12,3%); “fabricação de produtos de madeira” (Rio Azul – 9,5% e Rebouças – 6,5%);
“fabricação de produtos alimentícios” (Fernandes Pinheiro – 8,9%) e, finalmente,
“produção florestal” (Teixeira Soares – 2,5%).
1.5.4. Empregos
Com relação à situação dos empregos formais, duas fontes de dados podem ser
analisadas para se perceber a dinâmica das contratações nos diferentes setores da
economia, no Território Centro-Sul: os dados da RAIS e do CAGED.
A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgada pelo Ministério do Trabalho
e Emprego, fornece informações sobre os empregos nos diferentes segmentos dos
setores. De acordo com essa fonte, entre 2000 e 2009, observou-se um crescimento de
49,9% no total de empregos no Território Centro-Sul do Paraná. O segmento que obteve
o aumento mais expressivo foi o da indústria de calçados que apresentou uma variação
de 1.765,9%, nesse período, em função da forte expansão no município de Imbituva. Em
seguida, aparecem a indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos (268,9%) e a
indústria de materiais elétricos e de comunicação (195,1%).
Outros três segmentos cresceram, aproximadamente, 130%: serviços médicos,
odontológico e veterinários, transporte e comunicações, e comércio varejista. Na
sequência, com 114,7%, desponta o segmento da indústria metalúrgica e o de serviços
de alojamento, alimentação, reparo, manutenção, radiodifusão e televisão, com 113,2%.
Cabe ainda ressaltar que o segmento agricultura, silvicultura, criação de animais,
extração vegetal e pesca aparece em 8º lugar com uma variação de 94,6%.
31. 27
Por outro lado, dentre os segmentos que apresentaram redução no nível de empregos,
deve-se destacar o da indústria de extração de minerais (-76,7%), o da indústria
química, produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria, sabões, velas e matérias
plásticas (-45,2%) e o da indústria da madeira e do mobiliário (-28,7%). É preciso
registrar ainda que um segmento deixou de existir no Território (serviços industriais de
utilidade pública), representando uma perda de apenas quatro empregos.
Os segmentos econômicos que participaram com os maiores percentuais são os de
comércio varejista (20,7%), administração pública direta e indireta (19,5%) e indústria
da madeira e do mobiliário (13,1%). O setor agropecuário desponta em 4º lugar com
6,4% do total de empregos formais no ano de 2009. Como esses quatro segmentos
totalizam 59,7% dos empregos contabilizados em 2009, isso desvela que o Território
Centro-Sul apresenta-se significativamente concentrado em poucas áreas de trabalho,
demonstrando sua dependência em relação ao desempenho dessas atividades. Os
demais 21 segmentos econômicos responsabilizam-se pelos 40% dos empregos
restantes, tendo, portanto, grandes possibilidades de expansão (pelo menos, em alguns
outros segmentos), desde que a economia paranaense e brasileira continue sua trajetória
recente de crescimento, implicando na geração de novos empregos.
Por sua vez, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED),
também divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que o
Território Centro-Sul apresentou uma variação positiva de 41,8% no saldo entre
trabalhadores contratados e desligados, no comparativo entre 2003 e 2009. Esse
percentual foi bem acima do percentual paranaense que, nesse mesmo período,
registrou uma variação de 10,6%. Em 2009, foram gerados 11.244 novos empregos,
contra 10.182 desligamentos, resultando num saldo anual de 1.062 empregos.
Tabela 4. Número de Contratados, Desligados e Saldo Total, nos Municípios do
Território Centro-Sul
Contratados Var. Desligados Var. Saldo Var. Saldo
MUNICÍPIOS
(%) (%) (%) Total
2003 2009 2003 2009 2003 2009
Fernandes Pinheiro 73 169 131,5 77 143 85,7 (4) 26 750,0 (42)
Guamiranga 90 117 30,0 85 134 57,6 5 (17) (440,0) 123
Imbituva 2.134 2.103 (1,5) 2.245 1.955 (12,9) (111) 148 233,3 594
Inácio Martins 348 580 66,7 304 607 99,7 44 (27) (161,4) (20)
Ipiranga 448 356 (20,5) 299 321 7,4 149 35 (76,5) 674
Irati 2.828 4.014 41,9 2.511 3.578 42,5 317 436 37,5 2.636
Ivaí 194 288 48,5 147 259 76,2 47 29 (38,3) 146
Mallet 404 616 52,5 370 456 23,2 34 160 370,6 433
Prudentópolis 1.115 1.898 70,2 992 1.629 64,2 123 269 118,7 1.260
Rebouças 285 461 61,8 254 472 85,8 31 (11) (135,5) 287
Rio Azul 354 274 (22,6) 286 322 12,6 68 (48) (170,6) 65
Teixeira Soares 454 368 (18,9) 408 306 (25,0) 46 62 34,8 12
Território 8.727 11.244 28,8 7.978 10.182 27,6 749 1.062 41,8 6.168
Paraná 735.291 1.195.644 62,6 672.823 1.126.560 67,4 62.468 69.084 10,6 646.235
Fonte: CAGED.