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JOGAR SE APRENDE JOGANDO
                                   João Batista Freire


       Num final de tarde, anos atrás, eu e minha esposa nos entretínhamos preparando
o jantar, quando minha atenção foi despertada pela fala de uma pessoa, próxima dali,
que repetia, incessantemente, uma seqüência de números, sempre a mesma, de um a
oito. Morávamos no quinto andar de um prédio, um dos três que formavam nosso
condomínio, no centro do qual havia uma quadra de esportes. Duas ou três vezes por
semana um professor de educação física dava aulas de futebol para as crianças. A
seqüência de números era recitada por ele; tratava-se de um aquecimento. Uns quinze
meninos de sete, oito anos, no máximo, realizavam flexões de tronco, de joelhos, etc.,
embalados pela cantilena do professor. Detalhe: sendo tão novinhos, eram mais
flexíveis que qualquer um de nós, com ou sem ginástica.
       Terminados os dez ou quinze minutos de aquecimento, foram para a prática. No
centro da quadra, oito cones alinhados. Interrompi meus afazeres domésticos e fiquei na
sacada apreciando o desenrolar da cena. As crianças foram colocadas em fila, atrás dos
cones. À frente delas, a uns dez metros, o professor aguardava com uma bola de futebol
na mão. Chegada a sua vez, o menino da frente da fila saía correndo, contornava, um a
um, os cones, e depois chutava, na direção do gol, a bola que professor rolava na
quadra. Terminada a tarefa, o pequeno voltava para o grupo de meninos e esperava
cerca de cinco minutos até chegar novamente sua vez. Essa parte da aula durava um
quarto de hora, de modo que cada aluno tinha a oportunidade de contornar os cones e
chutar a bola cerca de três vezes ao todo.
       Na segunda parte da aula, mesma coisa: filas, cones, chutes a gol, só que, desta
vez, os garotos contornavam os cones controlando a bola com os pés; um progresso em
relação ao exercício anterior. Mais quinze minutos de atividades. Somados ao
aquecimento e à outra prática, uns quarenta minutos de aula. Chamei minha mulher; era
preciso ver aquilo. Atrasamos o jantar.
       Para encerrar, as crianças formaram dois timinhos e jogaram futebol. Não mais
que dez minutos, porque o tempo se esgotou; fim de aula.
       Não sei em que Faculdade aquele professor realizou sua formação. Também não
me interessou saber. O que assusta é verificar que aulas desse tipo são freqüentes.
Poderíamos até chamar essa opção, de pedagogia do cone, tal a preferência que
profissionais de nossa área dão por práticas mecânicas, rígidas, descontextualizadas. De
onde veio isso? Certamente não foi da cultura do futebol, porque nossos campeões do
mundo, todos, aprenderam brincando em qualquer pedaço de chão onde fosse possível
rolar uma bola.


Uma pesquisa
       Creio que vocês conhecem um amigo meu, parceiro no livro Educação como
prática corporal, o Alcides Scaglia. Além de grande professor na área da educação
física, ele jogou futebol num clube profissional. Ou seja, conhece muito esse esporte.
Vai que um belo dia, de tanto ver a tal pedagogia do cone ser praticada, ele resolveu
pesquisar de onde vinha a crença nos exercícios rígidos realizados nas escolinhas de
futebol. Entrevistou vários ex-jogadores profissionais, atualmente professores de
escolinhas, fazendo-lhes duas perguntas básicas: a primeira referia-se ao modo como
aprenderam a jogar quando crianças; a segunda ao modo como ensinavam os alunos das
escolinhas. Não deu outra: todos aprenderam brincando; todos ensinavam através de
exercícios mecânicos. Isto é, nenhum deles utilizava, para ensinar, as brincadeiras da
infância.
       A tradição científica não respalda o que não pode controlar. É fácil colocar
atividades lineares, rígidas, rotineiras em um laboratório e estudá-las. Porém, é muito
difícil compreender que pedagogia está por trás das brincadeiras populares. No entanto,
foi com elas que aprendemos a arte de jogar futebol. Lembremos, no entanto, que os
professores que ensinam esportes saíram dos centros universitários, influenciados pela
tradição científica mais tradicional. E os que deles não saíram, de alguma maneira
buscam respaldo, para suas práticas, naquilo que a Universidade divulga. Além de ser
difícil controlar cientificamente a brincadeira infantil, é difícil também controlar a
disciplina quando o jogo corre solto como acontece nas “peladas”, “rachinhas”,
“bobinhos”, ou seja, nos jogos tradicionais da família de jogos com bola. Portanto,
como utilizá-los em escolas de formação esportiva se não recebem o respaldo da
ciência?




Um exemplo de complexidade
       Antes de comentar a pedagogia que sugere que jogar se aprende jogando, quero
fazer uma breve descrição da extrema complexidade que envolve algumas jogadas
aparentemente simples no esporte. Meu exemplo, neste caso, vem do Voleibol.
Imaginemos a seguinte jogada: um jogador da equipe A saca a bola na direção
da quadra da equipe B. Um dos jogadores da equipe B recebe a bola e a passa na
direção do levantador. Nesse momento há inúmeras opções à disposição, tanto do
levantador, quanto dos demais quatro jogadores que podem ser acionados (considerando
haver um líbero na quadra).
     a) o levantador pode colocar a bola diretamente em um vazio da quadra adversária;
     b) ele pode levantar uma bola alta para o jogador na entrada da rede;
     c) pode levantar uma bola baixa para o jogador na saída da rede;
     d) pode levantar para quem vem de trás no meio da quadra;
     e) o levantador ainda pode levantar uma bola alta para o jogador na saída da rede;
     f) pode levantar para trás na posição direita da quadra.
     g, h, i, ...) um número enorme de outras possíveis movimentos, tanto do levantador,
     quanto dos demais jogadores.


        Tudo isso se passará em questão de um segundo, pouco mais ou menos, ou seja,
o tempo em que a bola demorará para ir, do passador às mãos do levantador. Como
pode ele decidir sobre o melhor movimento? Além disso, o levantador tem que
considerar os movimentos feitos pelos jogadores da equipe adversária. O fato é que ele
decide e, na maioria dos casos, em uma grande equipe, a jogada tem êxito. É
extraordinária a capacidade desse atleta para resolver problemas em espaços de tempo
exíguos, sob pressão. E não menos as dos demais atletas. Portanto, apesar de dominar
tantas técnicas, o que, finalmente decide, é a capacidade de resolver problemas
extremamente complexos em curtíssimos prazos. Tanto é exigido do levantador, no
voleibol moderno, que os grandes jogadores dessa posição são mais raros que os das
demais posições. Em suas histórias de vida, algo os diferenciou, tornou-os criativos,
diferentes da maioria, que, geralmente, apenas cumpre mecanicamente as ordens
recebidas.
        Diante disso, e o exemplo do Voleibol não é mais complexo que exemplos
buscados em outras modalidades esportivas, julgo que o melhor caminho para formar o
jogador inteligente (inteligente para situações da modalidade esportiva praticada), é o da
complexidade. Porém, de maneira geral, a opção pedagógica na formação esportiva é a
do    simplismo,     dos   exercícios    mecânicos    e    repetitivos,   das   atividades
descontextualizadas, dos problemas previamente resolvidos pelos técnicos, do
autoritarismo, e assim por diante.
Alguns exemplos de jogos para aprender esporte jogando


       Sempre que ensinei esportes, principalmente para adolescentes, recorri a um
jogo muito eficaz para ensinar aos alunos a lógica do passe nos esportes coletivos.
Trata-se de uma variação do pega-pega.
       O jogo começa assim: escolhemos, entre os alunos, três deles para iniciarem na
posição de pegadores. Um dos pegadores fica com uma bola. Aquele que está com a
bola, entre os encarregados de capturar os fugitivos, só pode se deslocar quicando-a no
solo; os outros dois podem se movimentar à vontade. Os pegadores podem passar a bola
entre si, desde que o que ficar com ela não se desloque a não ser quicando-a.
       De sua parte, os fugitivos podem correr livremente, para não serem pegos. O
grande problema dos pegadores consiste em, só poder capturar um fugitivo aquele que
estiver de posse da bola, sendo que ele, para se deslocar, tem que conduzir corretamente
a bola. Portanto, se ele não receber um passe em boa posição, jamais pegará alguém.
       No início do jogo, os pegadores mostram muitas dificuldades para capturar os
fugitivos. Por mais que tentem correr, são mais lentos que os fugitivos, que podem
correr à vontade, ao passo que o pegador tem a bola a retê-lo. Com o decorrer do jogo,
aos poucos começam os fugitivos a compreender que não adianta quererem ser muito
velozes, e que o segredo do jogo está em passar bem. Só então começam a capturar
alguns alunos. Todos os capturados tornam-se, também, pegadores. E assim o jogo
prossegue, até que não reste mais nenhum fugitivo.
       O professor deve ter o cuidado de, a cada dois, três minutos de jogo, interrompê-
lo e dar um tempo de cerca de um minuto para os jogadores conversarem entre si e
traçarem estratégias de jogo, principalmente os pegadores, porque terão mais
dificuldades que os fugitivos. Esse tempo é para os alunos, mas o professor deve
praticar algumas intervenções, dando algumas pistas sobre a lógica do jogo.
       Essas conversas dos alunos têm a propriedade de desencadear neles,
sucessivamente, níveis de consciência sobre o jogo, levando-os a compreender detalhes
que, no calor do jogo, não conseguem fazê-lo. Quando param para conversar, o jogo
não está acontecendo na quadra, mas continuará acontecendo na conversa, nas
representações mentais. Nesses momentos eles podem ver dentro deles a prática recente,
podendo pará-la, revertê-la, corrigi-la, formular, sobre ela, teorias. E essas reflexões,
teorias, compreensões, possuem propriedades orientadoras, de forma que, ao voltar para
a quadra, têm as chances de jogar melhor, aumentadas. Minha prática mostra que isso,
de fato, ocorre.
       Depois que todos os alunos forem capturados, o professor chama os alunos e
sugere uma variação para o jogo. Nessa variação, o jogo começa com dois jogadores
apenas, sendo que, aquele que estiver de posse da bola, não poderá se deslocar em
hipótese alguma.
       Claro que, sendo assim, cria-se uma dificuldade adicional. Só haverá uma
hipótese para capturar algum fugitivo: o pegador que estiver sem a bola deve receber
um passe perfeito, isto é, muito próximo a um fugitivo. Ele tem que receber a bola e,
imediatamente, tocar, com uma das mãos, o fugitivo.
       Essa é a lógica do passe: deixar um companheiro em condições de fazer a
melhor jogada. Os passes não devem ser realizados apenas para se livrar da bola, mas
devem seguir uma lógica, ter um sentido, ser útil ao jogo, torná-lo verdadeiramente
coletivo.
       Durante o jogo, o professor seguirá o mesmo procedimento de pedir tempos para
os jogadores conversarem, buscarem soluções e receberem pistas do professor.


       Uma outra brincadeira muito afim com a lógica do esporte coletivo é a que
denominados “Nunca Três”. Como o próprio nome diz, os jogadores mantêm-se, na
quadra, formados em duplas e, em hipótese alguma, podem formar trios. Trata-se de
uma variação do pega-pega.
       O professor pede que os alunos se espalhem pela quadra, de mãos dadas,
formando duplas. Um deles será o pegador; um outro, o fugitivo, apenas para iniciar o
jogo. Dado o sinal, o fugitivo corre para escapar do pegador. Se for pego, torna-se o
pegador e o outro vira fugitivo. Porém, o fugitivo tem uma alternativa para não ser
pego: pode pegar na mão de um aluno de uma das duplas. O outro da dupla o substitui
como fugitivo e corre para escapar.
       Poucos alunos erram. O êxito depende, simplesmente, de correr na direção certa,
o que não é difícil, pois, pegador e fugitivo correm na mesma direção. Quando este
último pega na mão de alguém de uma das duplas, seu substituto assume seu papel. A
pequena quantidade de erros justifica-se pela ausência de ruptura súbita nas
coordenações exigidas: a direção das corridas é sempre a mesma, a não ser quando o
pegador pega um dos fugitivos.
Verificando que tudo está dando certo na brincadeira, o professor a interrompe e
sugere uma variação: a partir de agora, quando o fugitivo pegar na mão de alguém de
uma das duplas, o outro da dupla deve tornar-se pegador, isto é, os papéis se invertem.
Ambos, pegador e fugitivo, agora correm, a partir do momento em que o fugitivo se
salva, em direções contrárias à anterior. Há, portanto, uma quebra brusca nas
coordenações exigidas. O êxito na brincadeira depende de os alunos serem capazes de
inverter, em tempo muito curto, a direção da corrida.
       Nota-se, na prática desta variação, um número enorme de erros, pelo menos no
início. Os alunos mostram-se confusos, dão trombadas, mostram dúvidas, fazem
perguntas. Aos poucos, adaptam-se e começam a realizar a brincadeira corretamente.
       O que mais chama a atenção nessa brincadeira Nunca Três, especialmente na
segunda versão, é o curto espaço de tempo que os jogadores têm para resolver o
problema maior do jogo, qual seja, mudar bruscamente a direção, tanto em relação ao
que faziam, pegador e fugitivo, antes de este último se salvar, quanto em relação à
versão anterior. Mais precisamente, têm aproximadamente um segundo apenas para
resolver tal problema. Ora, isto é mais ou menos o que tem um jogador de voleibol,
futebol ou basquetebol (para citar apenas alguns esportes), para decidir boa parte das
jogadas quando está jogando uma partida. A maior ou menor competência para resolver
tal problema dá toda a diferença entre bons e maus jogadores.
       A competência para lidar com esses problemas cruciais do esporte não torna
ninguém mais inteligente ou menos inteligente que outras pessoas, a não ser no contexto
específico desses esportes. A inteligência não é um atributo geral que beneficia mais
umas pessoas e menos outras pessoas. Pelo contrário, é um atributo caracterizado pela
mobilidade extrema, responsável pela adaptação dos seres vivos a quaisquer
circunstâncias necessárias às suas vidas. No caso do esporte, há circunstâncias muito
particulares; as mais graves referem-se aos momentos de decisão. Quando isso ocorre, a
pressão emocional é muito grande, o fator tempo é limitado, e o problema não dá
tréguas: ou o jogador o resolve ou perde a jogada. Portanto, trata-se de ser mais ou
menos inteligente nessa circunstância específica. Ser um grande jogador de alguma
modalidade esportiva significa ser, circunstancialmente, mais inteligente para tal
esporte.
              Vale notar que a inteligência é um atributo que pode ser educado. Ser
inteligente para as particularidades de um esporte é algo perfeitamente educável. Se não
o fazemos é porque nos falta competência enquanto pedagogos. Além disso, a
inteligência circunstancial do jogo tem familiaridades com outros jogos, estendendo-se
a outras circunstâncias de vida com características semelhantes, isto é, aquelas que
exigem decisões rápidas e sob pressão. Não dá para pensar muito tempo, é preciso que
pensamente e ação caminhem juntos, quase simultâneos. Advirto, no entanto, que
generalizações da inteligência desenvolvida num esporte para outras situações de vida
dependeriam de muitas coisas. Entre elas, a familiaridade de situações. Uma outra, e a
mais decisiva, seria a consciência que o praticante de uma modalidade pode ter de suas
ações. Do ponto de vista prático, motor, os recursos utilizados para resolver problemas
no esporte, são típicos dele e circunscritos a ele. Porém, caso o processo de
aprendizagem seja acompanhado de reflexões, conflitos, verbalizações, etc, é bem
possível que os atributos adquiridos tenham maiores oportunidades de estender-se a
outras situações de vida.
       O mau jogador é aquele que, nos momentos decisivos, pára, pensa e depois tenta
resolver o problema. O bom jogador é aquele que pensa e age simultaneamente. Isso
não deve estigmatizar ninguém; no início, durante as aprendizagens iniciais, não há
bons jogadores. Aqueles que tiverem a felicidade de serem bem educados para o esporte
poderão, alguns um pouco mais, outros um pouco menos, ser capazes de praticar
alguma modalidade em bom nível.
       O esporte não se resume aos momentos decisivos, quando um jogador tem, por
exemplo, a bola aos seus pés e precisa decidir se a chuta ao gol ou realiza um passe.
Existem as defesas, as armações, toda uma lógica de funcionamento que precisa ser
compreendida. Ou seja, há diversas maneiras de agir inteligentemente no esporte. Além,
obviamente, do domínio técnico dos fundamentos que compõem cada modalidade.
Portanto, o papel da pedagogia do esporte é compreender essa lógica e adaptar os
procedimentos a ela, aumentando as possibilidades dos jogadores.


Bibliografia sugerida:


Freire, J. B. “Pedagogia do Futebol”. Campinas: Autores Associados, 2003
Freire, J. B. e Scaglia, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.
Kishimoto, T. “Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação” São Pualo: Cortez, 1997.
Kishimoto, T. (Org.) “O direito de brincar”. 4 ed. São Paulo: Scritta, 1998.
Neto, C. A. F. “Motricidade e jogo na infância” Rio de Janeiro: Sprint, 1996.
Bento, J. O. O outro lado do desporto. Porto, Portugal: Campo das Letras, 1995.
Bento, J. O. Desporto e humanismo: o campo do possível. Rio de Janeiro: Uerj, 1998.
Freire, J. B. Pedagogia do futebol. Rio de Janeiro: Editora Ney Pereira, 1998.
Graça, A. e Oliveira, J. (organizadores). O ensino dos jogos desportivos. Porto,
   Portugal: Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade
   do Porto, 1995.
Santana, W. C. Metodologia da participação: futsal. Londrina: Lido, 1996.
Sérgio, M. Algums teses sobre o desporto. Lisboa: Compendium, 2001.

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Jogar se aprende jogando

  • 1. JOGAR SE APRENDE JOGANDO João Batista Freire Num final de tarde, anos atrás, eu e minha esposa nos entretínhamos preparando o jantar, quando minha atenção foi despertada pela fala de uma pessoa, próxima dali, que repetia, incessantemente, uma seqüência de números, sempre a mesma, de um a oito. Morávamos no quinto andar de um prédio, um dos três que formavam nosso condomínio, no centro do qual havia uma quadra de esportes. Duas ou três vezes por semana um professor de educação física dava aulas de futebol para as crianças. A seqüência de números era recitada por ele; tratava-se de um aquecimento. Uns quinze meninos de sete, oito anos, no máximo, realizavam flexões de tronco, de joelhos, etc., embalados pela cantilena do professor. Detalhe: sendo tão novinhos, eram mais flexíveis que qualquer um de nós, com ou sem ginástica. Terminados os dez ou quinze minutos de aquecimento, foram para a prática. No centro da quadra, oito cones alinhados. Interrompi meus afazeres domésticos e fiquei na sacada apreciando o desenrolar da cena. As crianças foram colocadas em fila, atrás dos cones. À frente delas, a uns dez metros, o professor aguardava com uma bola de futebol na mão. Chegada a sua vez, o menino da frente da fila saía correndo, contornava, um a um, os cones, e depois chutava, na direção do gol, a bola que professor rolava na quadra. Terminada a tarefa, o pequeno voltava para o grupo de meninos e esperava cerca de cinco minutos até chegar novamente sua vez. Essa parte da aula durava um quarto de hora, de modo que cada aluno tinha a oportunidade de contornar os cones e chutar a bola cerca de três vezes ao todo. Na segunda parte da aula, mesma coisa: filas, cones, chutes a gol, só que, desta vez, os garotos contornavam os cones controlando a bola com os pés; um progresso em relação ao exercício anterior. Mais quinze minutos de atividades. Somados ao aquecimento e à outra prática, uns quarenta minutos de aula. Chamei minha mulher; era preciso ver aquilo. Atrasamos o jantar. Para encerrar, as crianças formaram dois timinhos e jogaram futebol. Não mais que dez minutos, porque o tempo se esgotou; fim de aula. Não sei em que Faculdade aquele professor realizou sua formação. Também não me interessou saber. O que assusta é verificar que aulas desse tipo são freqüentes. Poderíamos até chamar essa opção, de pedagogia do cone, tal a preferência que profissionais de nossa área dão por práticas mecânicas, rígidas, descontextualizadas. De
  • 2. onde veio isso? Certamente não foi da cultura do futebol, porque nossos campeões do mundo, todos, aprenderam brincando em qualquer pedaço de chão onde fosse possível rolar uma bola. Uma pesquisa Creio que vocês conhecem um amigo meu, parceiro no livro Educação como prática corporal, o Alcides Scaglia. Além de grande professor na área da educação física, ele jogou futebol num clube profissional. Ou seja, conhece muito esse esporte. Vai que um belo dia, de tanto ver a tal pedagogia do cone ser praticada, ele resolveu pesquisar de onde vinha a crença nos exercícios rígidos realizados nas escolinhas de futebol. Entrevistou vários ex-jogadores profissionais, atualmente professores de escolinhas, fazendo-lhes duas perguntas básicas: a primeira referia-se ao modo como aprenderam a jogar quando crianças; a segunda ao modo como ensinavam os alunos das escolinhas. Não deu outra: todos aprenderam brincando; todos ensinavam através de exercícios mecânicos. Isto é, nenhum deles utilizava, para ensinar, as brincadeiras da infância. A tradição científica não respalda o que não pode controlar. É fácil colocar atividades lineares, rígidas, rotineiras em um laboratório e estudá-las. Porém, é muito difícil compreender que pedagogia está por trás das brincadeiras populares. No entanto, foi com elas que aprendemos a arte de jogar futebol. Lembremos, no entanto, que os professores que ensinam esportes saíram dos centros universitários, influenciados pela tradição científica mais tradicional. E os que deles não saíram, de alguma maneira buscam respaldo, para suas práticas, naquilo que a Universidade divulga. Além de ser difícil controlar cientificamente a brincadeira infantil, é difícil também controlar a disciplina quando o jogo corre solto como acontece nas “peladas”, “rachinhas”, “bobinhos”, ou seja, nos jogos tradicionais da família de jogos com bola. Portanto, como utilizá-los em escolas de formação esportiva se não recebem o respaldo da ciência? Um exemplo de complexidade Antes de comentar a pedagogia que sugere que jogar se aprende jogando, quero fazer uma breve descrição da extrema complexidade que envolve algumas jogadas aparentemente simples no esporte. Meu exemplo, neste caso, vem do Voleibol.
  • 3. Imaginemos a seguinte jogada: um jogador da equipe A saca a bola na direção da quadra da equipe B. Um dos jogadores da equipe B recebe a bola e a passa na direção do levantador. Nesse momento há inúmeras opções à disposição, tanto do levantador, quanto dos demais quatro jogadores que podem ser acionados (considerando haver um líbero na quadra). a) o levantador pode colocar a bola diretamente em um vazio da quadra adversária; b) ele pode levantar uma bola alta para o jogador na entrada da rede; c) pode levantar uma bola baixa para o jogador na saída da rede; d) pode levantar para quem vem de trás no meio da quadra; e) o levantador ainda pode levantar uma bola alta para o jogador na saída da rede; f) pode levantar para trás na posição direita da quadra. g, h, i, ...) um número enorme de outras possíveis movimentos, tanto do levantador, quanto dos demais jogadores. Tudo isso se passará em questão de um segundo, pouco mais ou menos, ou seja, o tempo em que a bola demorará para ir, do passador às mãos do levantador. Como pode ele decidir sobre o melhor movimento? Além disso, o levantador tem que considerar os movimentos feitos pelos jogadores da equipe adversária. O fato é que ele decide e, na maioria dos casos, em uma grande equipe, a jogada tem êxito. É extraordinária a capacidade desse atleta para resolver problemas em espaços de tempo exíguos, sob pressão. E não menos as dos demais atletas. Portanto, apesar de dominar tantas técnicas, o que, finalmente decide, é a capacidade de resolver problemas extremamente complexos em curtíssimos prazos. Tanto é exigido do levantador, no voleibol moderno, que os grandes jogadores dessa posição são mais raros que os das demais posições. Em suas histórias de vida, algo os diferenciou, tornou-os criativos, diferentes da maioria, que, geralmente, apenas cumpre mecanicamente as ordens recebidas. Diante disso, e o exemplo do Voleibol não é mais complexo que exemplos buscados em outras modalidades esportivas, julgo que o melhor caminho para formar o jogador inteligente (inteligente para situações da modalidade esportiva praticada), é o da complexidade. Porém, de maneira geral, a opção pedagógica na formação esportiva é a do simplismo, dos exercícios mecânicos e repetitivos, das atividades descontextualizadas, dos problemas previamente resolvidos pelos técnicos, do autoritarismo, e assim por diante.
  • 4. Alguns exemplos de jogos para aprender esporte jogando Sempre que ensinei esportes, principalmente para adolescentes, recorri a um jogo muito eficaz para ensinar aos alunos a lógica do passe nos esportes coletivos. Trata-se de uma variação do pega-pega. O jogo começa assim: escolhemos, entre os alunos, três deles para iniciarem na posição de pegadores. Um dos pegadores fica com uma bola. Aquele que está com a bola, entre os encarregados de capturar os fugitivos, só pode se deslocar quicando-a no solo; os outros dois podem se movimentar à vontade. Os pegadores podem passar a bola entre si, desde que o que ficar com ela não se desloque a não ser quicando-a. De sua parte, os fugitivos podem correr livremente, para não serem pegos. O grande problema dos pegadores consiste em, só poder capturar um fugitivo aquele que estiver de posse da bola, sendo que ele, para se deslocar, tem que conduzir corretamente a bola. Portanto, se ele não receber um passe em boa posição, jamais pegará alguém. No início do jogo, os pegadores mostram muitas dificuldades para capturar os fugitivos. Por mais que tentem correr, são mais lentos que os fugitivos, que podem correr à vontade, ao passo que o pegador tem a bola a retê-lo. Com o decorrer do jogo, aos poucos começam os fugitivos a compreender que não adianta quererem ser muito velozes, e que o segredo do jogo está em passar bem. Só então começam a capturar alguns alunos. Todos os capturados tornam-se, também, pegadores. E assim o jogo prossegue, até que não reste mais nenhum fugitivo. O professor deve ter o cuidado de, a cada dois, três minutos de jogo, interrompê- lo e dar um tempo de cerca de um minuto para os jogadores conversarem entre si e traçarem estratégias de jogo, principalmente os pegadores, porque terão mais dificuldades que os fugitivos. Esse tempo é para os alunos, mas o professor deve praticar algumas intervenções, dando algumas pistas sobre a lógica do jogo. Essas conversas dos alunos têm a propriedade de desencadear neles, sucessivamente, níveis de consciência sobre o jogo, levando-os a compreender detalhes que, no calor do jogo, não conseguem fazê-lo. Quando param para conversar, o jogo não está acontecendo na quadra, mas continuará acontecendo na conversa, nas representações mentais. Nesses momentos eles podem ver dentro deles a prática recente, podendo pará-la, revertê-la, corrigi-la, formular, sobre ela, teorias. E essas reflexões, teorias, compreensões, possuem propriedades orientadoras, de forma que, ao voltar para
  • 5. a quadra, têm as chances de jogar melhor, aumentadas. Minha prática mostra que isso, de fato, ocorre. Depois que todos os alunos forem capturados, o professor chama os alunos e sugere uma variação para o jogo. Nessa variação, o jogo começa com dois jogadores apenas, sendo que, aquele que estiver de posse da bola, não poderá se deslocar em hipótese alguma. Claro que, sendo assim, cria-se uma dificuldade adicional. Só haverá uma hipótese para capturar algum fugitivo: o pegador que estiver sem a bola deve receber um passe perfeito, isto é, muito próximo a um fugitivo. Ele tem que receber a bola e, imediatamente, tocar, com uma das mãos, o fugitivo. Essa é a lógica do passe: deixar um companheiro em condições de fazer a melhor jogada. Os passes não devem ser realizados apenas para se livrar da bola, mas devem seguir uma lógica, ter um sentido, ser útil ao jogo, torná-lo verdadeiramente coletivo. Durante o jogo, o professor seguirá o mesmo procedimento de pedir tempos para os jogadores conversarem, buscarem soluções e receberem pistas do professor. Uma outra brincadeira muito afim com a lógica do esporte coletivo é a que denominados “Nunca Três”. Como o próprio nome diz, os jogadores mantêm-se, na quadra, formados em duplas e, em hipótese alguma, podem formar trios. Trata-se de uma variação do pega-pega. O professor pede que os alunos se espalhem pela quadra, de mãos dadas, formando duplas. Um deles será o pegador; um outro, o fugitivo, apenas para iniciar o jogo. Dado o sinal, o fugitivo corre para escapar do pegador. Se for pego, torna-se o pegador e o outro vira fugitivo. Porém, o fugitivo tem uma alternativa para não ser pego: pode pegar na mão de um aluno de uma das duplas. O outro da dupla o substitui como fugitivo e corre para escapar. Poucos alunos erram. O êxito depende, simplesmente, de correr na direção certa, o que não é difícil, pois, pegador e fugitivo correm na mesma direção. Quando este último pega na mão de alguém de uma das duplas, seu substituto assume seu papel. A pequena quantidade de erros justifica-se pela ausência de ruptura súbita nas coordenações exigidas: a direção das corridas é sempre a mesma, a não ser quando o pegador pega um dos fugitivos.
  • 6. Verificando que tudo está dando certo na brincadeira, o professor a interrompe e sugere uma variação: a partir de agora, quando o fugitivo pegar na mão de alguém de uma das duplas, o outro da dupla deve tornar-se pegador, isto é, os papéis se invertem. Ambos, pegador e fugitivo, agora correm, a partir do momento em que o fugitivo se salva, em direções contrárias à anterior. Há, portanto, uma quebra brusca nas coordenações exigidas. O êxito na brincadeira depende de os alunos serem capazes de inverter, em tempo muito curto, a direção da corrida. Nota-se, na prática desta variação, um número enorme de erros, pelo menos no início. Os alunos mostram-se confusos, dão trombadas, mostram dúvidas, fazem perguntas. Aos poucos, adaptam-se e começam a realizar a brincadeira corretamente. O que mais chama a atenção nessa brincadeira Nunca Três, especialmente na segunda versão, é o curto espaço de tempo que os jogadores têm para resolver o problema maior do jogo, qual seja, mudar bruscamente a direção, tanto em relação ao que faziam, pegador e fugitivo, antes de este último se salvar, quanto em relação à versão anterior. Mais precisamente, têm aproximadamente um segundo apenas para resolver tal problema. Ora, isto é mais ou menos o que tem um jogador de voleibol, futebol ou basquetebol (para citar apenas alguns esportes), para decidir boa parte das jogadas quando está jogando uma partida. A maior ou menor competência para resolver tal problema dá toda a diferença entre bons e maus jogadores. A competência para lidar com esses problemas cruciais do esporte não torna ninguém mais inteligente ou menos inteligente que outras pessoas, a não ser no contexto específico desses esportes. A inteligência não é um atributo geral que beneficia mais umas pessoas e menos outras pessoas. Pelo contrário, é um atributo caracterizado pela mobilidade extrema, responsável pela adaptação dos seres vivos a quaisquer circunstâncias necessárias às suas vidas. No caso do esporte, há circunstâncias muito particulares; as mais graves referem-se aos momentos de decisão. Quando isso ocorre, a pressão emocional é muito grande, o fator tempo é limitado, e o problema não dá tréguas: ou o jogador o resolve ou perde a jogada. Portanto, trata-se de ser mais ou menos inteligente nessa circunstância específica. Ser um grande jogador de alguma modalidade esportiva significa ser, circunstancialmente, mais inteligente para tal esporte. Vale notar que a inteligência é um atributo que pode ser educado. Ser inteligente para as particularidades de um esporte é algo perfeitamente educável. Se não o fazemos é porque nos falta competência enquanto pedagogos. Além disso, a
  • 7. inteligência circunstancial do jogo tem familiaridades com outros jogos, estendendo-se a outras circunstâncias de vida com características semelhantes, isto é, aquelas que exigem decisões rápidas e sob pressão. Não dá para pensar muito tempo, é preciso que pensamente e ação caminhem juntos, quase simultâneos. Advirto, no entanto, que generalizações da inteligência desenvolvida num esporte para outras situações de vida dependeriam de muitas coisas. Entre elas, a familiaridade de situações. Uma outra, e a mais decisiva, seria a consciência que o praticante de uma modalidade pode ter de suas ações. Do ponto de vista prático, motor, os recursos utilizados para resolver problemas no esporte, são típicos dele e circunscritos a ele. Porém, caso o processo de aprendizagem seja acompanhado de reflexões, conflitos, verbalizações, etc, é bem possível que os atributos adquiridos tenham maiores oportunidades de estender-se a outras situações de vida. O mau jogador é aquele que, nos momentos decisivos, pára, pensa e depois tenta resolver o problema. O bom jogador é aquele que pensa e age simultaneamente. Isso não deve estigmatizar ninguém; no início, durante as aprendizagens iniciais, não há bons jogadores. Aqueles que tiverem a felicidade de serem bem educados para o esporte poderão, alguns um pouco mais, outros um pouco menos, ser capazes de praticar alguma modalidade em bom nível. O esporte não se resume aos momentos decisivos, quando um jogador tem, por exemplo, a bola aos seus pés e precisa decidir se a chuta ao gol ou realiza um passe. Existem as defesas, as armações, toda uma lógica de funcionamento que precisa ser compreendida. Ou seja, há diversas maneiras de agir inteligentemente no esporte. Além, obviamente, do domínio técnico dos fundamentos que compõem cada modalidade. Portanto, o papel da pedagogia do esporte é compreender essa lógica e adaptar os procedimentos a ela, aumentando as possibilidades dos jogadores. Bibliografia sugerida: Freire, J. B. “Pedagogia do Futebol”. Campinas: Autores Associados, 2003 Freire, J. B. e Scaglia, A. J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. Kishimoto, T. “Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação” São Pualo: Cortez, 1997. Kishimoto, T. (Org.) “O direito de brincar”. 4 ed. São Paulo: Scritta, 1998. Neto, C. A. F. “Motricidade e jogo na infância” Rio de Janeiro: Sprint, 1996. Bento, J. O. O outro lado do desporto. Porto, Portugal: Campo das Letras, 1995. Bento, J. O. Desporto e humanismo: o campo do possível. Rio de Janeiro: Uerj, 1998. Freire, J. B. Pedagogia do futebol. Rio de Janeiro: Editora Ney Pereira, 1998.
  • 8. Graça, A. e Oliveira, J. (organizadores). O ensino dos jogos desportivos. Porto, Portugal: Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, 1995. Santana, W. C. Metodologia da participação: futsal. Londrina: Lido, 1996. Sérgio, M. Algums teses sobre o desporto. Lisboa: Compendium, 2001.