O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
Ceu e inferno
1. "Por mim mesmo juro - disse o
Senhor Deus - que não quero a
morte do ímpio, senão que ele
se converta, que deixe o mau
caminho e que viva".(EZEQUIEL,
33:11.)
2. 1012. Haverá no Universo lugares
circunscritos para as penas e gozos dos
Espíritos segundo seus merecimentos?
“Já respondemos a esta pergunta. As
penas e os gozos são inerentes ao grau
de perfeição dos Espíritos. Cada um tira
de si mesmo o princípio de sua felicidade
ou de sua desgraça. E como eles estão por
toda parte, nenhum lugar circunscrito ou
fechado existe especialmente destinado a
uma ou outra coisa. (...)
3. 1012-a - De acordo, então, com o que vindes
de dizer, o inferno e o paraíso não existem, tais
como o homem os imagina?
“São simples alegorias: por toda parte há Espíritos
ditosos e inditosos. Entretanto, conforme também
já dissemos, os Espíritos de uma mesma ordem
se reúnem por simpatia; mas podem reunir-se
onde queiram, quando são perfeitos.”
A localização absoluta das regiões das penas e
das recompensas só na imaginação do homem
existe. Provém da sua tendência a materializar
e circunscrever as coisas, cuja essência
infinita não lhe é possível compreender.
4. 1016. Em que sentido se deve entender a
palavra céu?
“Julgas que seja um lugar, como os campos
Elíseos dos antigos, onde todos os bons
Espíritos estão promiscuamente aglomerados,
sem outra preocupação que a de gozar, pela
eternidade toda, de uma felicidade passiva?
Não; é o espaço universal; são os planetas, as
estrelas e todos os mundos superiores, onde os
Espíritos gozam plenamente de suas faculdades,
sem as tribulações da vida material, nem as
angústias peculiares à inferioridade.”
5. A felicidade está na razão direta do progresso
realizado, de sorte que, de dois Espíritos, um pode
não ser tão feliz quanto outro, unicamente por não
possuir o mesmo adiantamento intelectual e moral,
sem que por isso precisem estar, cada qual, em
lugar distinto. Ainda que juntos, pode um estar
em trevas, enquanto que tudo resplandece para o
outro, tal como um cego e um vidente que se dão
as mãos: este percebe a luz da qual aquele não
recebe a mínima impressão.
Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas
qualidades, haurem-na eles em toda parte em que
se encontram, seja à superfície da Terra, no meio
dos encarnados, ou no Espaço.
1ª PARTE - CAPÍTULO III – O CÉU - ITEM 6
6. (...) Também o quadro por ele ideado sobre as
penas futuras não é senão o reflexo dos males da
Humanidade, em mais vasta proporção, reunindo-
lhe todas as torturas, suplícios e aflições que
achou na Terra. Nos climas abrasadores imaginou
um inferno de fogo, e nas regiões boreais um
inferno de gelo. Não estando ainda desenvolvido
o sentido que mais tarde o levaria a compreender
o mundo espiritual, não podia conceber senão
penas materiais; e assim, com pequenas
diferenças de forma, os infernos de todas as
religiões se assemelham.
1ª PARTE - CAPÍTULO IV – O INFERNO - ITEM 2
7. Código Penal da Vida Futura
1º - A alma ou Espírito sofre na vida
espiritual as conseqüências de todas as
imperfeições que não conseguiu corrigir na
vida corporal. O seu estado, feliz ou
desgraçado, é inerente ao seu grau de
pureza ou impureza.
2º - A completa felicidade prende-se à
perfeição, isto é, à purificação completa do
Espírito. Toda imperfeição é, por sua vez,
causa de sofrimento e de privação de gozo,
do mesmo modo que toda perfeição
adquirida é fonte de gozo e atenuante de
sofrimentos.