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Fadiga e recuperação
Fadiga
Monotonia de organização dos treinos e de fenómenos de saturação.Assim sendo, devemos
encarar a fadiga como factor limitativo do rendimento, por um lado, e como mecanismo
defensivo, por outro.Segundo Mishchenko, como factores limitativos podemos distinguir quatro
componentes fundamentais:
Muscular (local); Vegetativo (do sistema); Metabólico (do organismo); Regulador.
Obviamente que surgindo sinais de fadiga, o organismo imediatamente acciona mecanismos de
defesa quando se atinge um patamar de deterioração de funções orgânicas e celulares. A
dimensão e profundidade destas alterações, não sendo controladas, poderão conduzir ao
aparecimento de lesões celulares irreversíveis ou mesmo de lesões. A fadiga pode ser
classificada de acordo com:
 O tempo ou o momento de aparecimento (fadiga aguda; fadiga de sobrecarga; fadiga
muscular e fadiga crónica);
O local de aparecimento (fadiga central e fadiga periférica).
Fadiga Aguda
 Surge durante a sessão de treino ou competição e provoca redução do rendimento.
Diferencia-se com a duração do exercício e a capacidade motora estimulada
(velocidade ou força).
Fadiga de sobrecarga
 Surge como resultado da acumulação dos estímulos ao longo de várias sessões ou vários
micros ciclos.
Fadiga muscular
 Surge após sessões de treino que ultrapassam a capacidade de suporte de carga por
parte do atleta, provocando um possível aparecimento de lesões musculares. O
aparecimento deste tipo de fadiga manifesta-se cerca de 8 a 72 horas após o esforço.
Fadiga crónica
 Também conhecida como "sobre treino" ou "super treino" caracteriza-se pela
desarticulação ao longo de vários micro ciclos entre carga e recuperação, o que leva à
acumulação de fadiga não compensada.
Causas do aparecimento de fadiga:
 Esgotamento das reservas de creatinafosfato muscular;
 Acumulação de ácido láctico no músculo;
 Diminuição das concentrações de glicose no músculo;
 Esgotamento da glicose no sangue.
RECUPERAÇÃO
Fadiga e recuperação constituem uma importante unidade a ser considerada pelo treinador no
acto de planear a carga de treino.Entende-se por recuperação, na metodologia do treino, "o
processo que transcorre após a interrupção da actividade responsável pelo surgimento da
fadiga tendo como função restabelecer o estado de homeostasia alterado, assim como a
capacidade de trabalho físico do atleta". – PLATONOV, 1984.
As tendências metodológicas dos últimos anos apontam para dois grandes grupos de métodos
de recuperação: activa e passiva.Assim dentro do método da recuperação activa, podemos
recorrer, através de uma actividade que visa facilitar e acelerar a recuperação dos atletas, aos
seguintes métodos:
Exercícios de baixa intensidade e com uma duração média a longa; Mudança de actividade
recorrendo a outras modalidades em diferentes locais; Variação das formas de treino
diversificando o arranjo da carga.
Quanto à recuperação passiva, trata-se de recuperar o atleta sem que exista actividade física
do ponto de vista do treino:
Uma adequada nutrição; a massagem, hidromassagem e auto massagem; banhos especiais;
farmacologia; o sono; e sauna.
Estes são apenas alguns exemplos de actividades a que podemos recorrer.
As fadigas não desejadas são resultado:
Da irracionalidade das cargas de treino (qualitativa e quantitativamente); das cargas repetidas
sem intervalos adequados de recuperação; Unilateralidade dos objectivos e da estrutura da
sessão de treino levando à saturação, quebra de motivação do atleta e de empenhamento na
competição; do facto das cargas ultrapassarem a capacidade de suporte das mesmas
(cargabilidade).
Edilson Oliveira
Fadiga e recuperação
A recolha de informações quanto ao efeito das cargas no organismo é uma das tarefas mais
importantes na actualidade. Assim, há indicadores que deverão ser tomados em linha de conta
por parte do treinador:
 A cor da pele; a transpiração corporal; a qualidade de execução dos movimentos; a
capacidade de concentração dos atletas; o estado de saúde geral do atleta; o nível
de prestação do atleta e a disposição psíquica durante e após o treino.
Evidentemente que o ideal seria dispormos de meios tecnológicos sofisticados com aparelhos
de resposta rápida para um diagnóstico mais fiel e pormenorizado, no entanto podemos
compreender o estado de fadiga do atleta observando, atentamente, todos os pormenores
das prestações dos nossos atletas. A observação representa uma fatia muito grande no papel
do treinador durante o processo de treino – "não basta ver, temos que observar". Da
grandeza dos sintomas diagnosticados, podemos classificar a carga como: ligeira, média,
óptima e limite. Um bom efeito do treino já é alcançado se assistirmos ao aparecimento de
uma acentuada fadiga. O atleta deverá, após a sessão de treino, conseguir realizar os
trabalhos escolares (no caso de se tratar de atletas em idade escolar), sentir-se "fresco" na
manhã seguinte ao treino e manter um sono tranquilo. A ideia, ultrapassada, do treinador que
após a sessão de treino desabafa "levaram uma malha, que amanhã nem se mexem…", por
exemplo, contraria todos os princípios metodológicos, sob pena da próxima carga não sofrer
adaptação por parte do organismo e estarmos a caminhar para a fadiga crónica (super
treino) a médio/longo prazo.
O treinador deverá ter em conta, exceptuando os jogadores profissionais, qual a actividade
desenvolvida pelo atleta. Não pode aplicar o mesmo tipo de cargas a um atleta que tem uma
actividade diária intensa, como se tratasse de um atleta com uma actividade mais sedentária,
com menor dispêndio de energias. Voltamos novamente à questão do treino individualizado.
Para além da observação supra citada, o treinador poderá e deverá, fazer assiduamente o
controlo da frequência cardíaca, como método de avaliar a grandeza da carga de treino.
Supondo que o objectivo do treino é trabalhar em regime aeróbio, quando confrontado com
as pulsações dos seus atletas (140 – 170 p.m.) com certeza observará diferenças significativas
relativamente à frequência cardíaca dos seus atletas. Deverá com estes indicadores proceder
aos ajustamentos necessários para que todos os atletas cumpram com os objectivos traçados.
O controlo das pulsações conserva um valor informativo importante quanto ao tipo de fadiga
do atleta. A F.C. deverá ser tomada ou no pulso (através da artéria radial) ou no pescoço
(através da carótida) num período de 15 seg., que após multiplicado por 4, nos dá as
pulsações por minuto.
Deverão ser recolhidas e registadas as seguintes variáveis da F.C.:, pulsação em repouso (F.B.
– Frequência Basal) – imediatamente após acordar e sem se levantar da cama; pulsação
antes do exercício; pulsação imediatamente após o exercício; pulsação no início dos
intervalos de recuperação entre as repetições de uma série de exercícios; pulsação em
intervalos regulares de cada minuto até uma recuperação de 100 a 110 batimentos por
minuto.
Na avaliação destes valores deverão considerar-se os seguintes princípios gerais: os
valores obtidos só poderão ser comparados com os do próprio atleta; valores baixos da
pulsação em repouso são expressão de uma boa resistência geral; comparando a
frequência em repouso de um atleta, constata-se que existem variações que dependem de
uma série de factores como:
 perturbações psíquicas;
 factores emocionais;
 ingestão de estimulantes (ex. café);
 aumento da frequência cardíaca que pode ser considerado como indicador de
perturbações internas do atleta quando superiores em 5 a 10 pulsações (ZINTL) ao
valor médio da frequência em repouso.
Quanto maior for o nível de exigência da competição mais importante se torna a
observação destes factores. Entenda-se nível de exigência como as cargas físicas
associadas aos atletas e no caso de se tratar de jogadores profissionais com sessões
bidiárias de treino.
"O desenvolvimento normal do estado de preparação será comprometido se os esforços
físico e psíquico dos atletas ultrapassarem as suas capacidades máximas num determinado
ciclo de preparação"(in A Carga no Treino Desportivo, A. Vasconcelos >Raposo). –
Sobressolicitação.
As manifestações provocadas por este fenómeno no organismo podem predominar nos
processos de excitação (SNS – Sistema Nervoso Simpático), ou de inibição (SNP – Sistema
Nervoso Parassimpático).
Controle da Frequência Cardíaca
Sobregarga do organismo
Edilson Oliveira
Partindo destes pressupostos enumeram-se algumas reacções por excitações (SNS):
 aumento da F.C.;
 aumento da transpiração;
 diminuição da actividade digestiva (falta de apetite);
 insónias;
 perda de peso anormal;
 sintomas psíquicos:
 estados de recalcamento;
 aumento da excitação emocional;
 tendência para a histeria;
 redução nos contactos com o grupo de trabalho (equipa e restante estrutura);
 espírito impertinente;
 comportamentos críticos;
 humor provocador.
E reacções por inibição (SNP):
Problemas na execução dos gestos técnicos:
 movimentos crispados (demasiado contraídos) e inseguros;
 inibição de determinados movimentos.
 problemas no ritmo das execuções:
 velocidade e reacções diminuídas;
 diminuição da capacidade aeróbia;
 necessidade de períodos mais prolongados de recuperação.
 baixa capacidade de concentração;
 dificuldades na correcção de erros de execução;
 falhas em situações mais complexas de exercícios ou de jogo;
Sintomas psíquicos:
 indiferença;
 agitação constante;
 depressões;
 melancolia;
 perda de iniciativa;
 medo de errar quando submetido a pressões (ex. jogo).
Eventuais erros do processo de treino, o modo de vida, o meio ambiente, problemas de
saúde são alguns dos factores que provocam e favorecem o aparecimento da fadiga de
sobressolicitação.
Sistema Nervoso Central/Parassimpático
Edilson Oliveira
Erros do processo de treino
Neste capítulo, referência especial aos erros do processo de treino, dado que quanto aos restantes poderão estar relacionados com mil e um factores,
que o treinador poderá aquilatar em conversa com o atleta, apercebendo-se do modo de vida do mesmo, conflitos pessoais, problemas de saúde, etc.
Importa assim saber se no processo de treino houve as seguintes preocupações:
"observação" dos períodos de recuperação dos atletas;
 aumento gradual das exigências da carga;
 progressividade do treino após um período de paragem longo (lesão, doença, outros);
 relação equilibrada entre esforço extensivo e intensivo;
 evitar frequentes fracassos devido a objectivos excessivamente ambiciosos, para os quais o grupo poderá não estar preparado.
Perante estes condicionalismos, facilmente constatamos que o processo de treino é extremamente complexo dependendo de inúmeros factores, que a não
serem cumpridos, afectam decisivamente a prestação dos atletas e consequentemente a da equipa. Importa responsabilizar os atletas pela gestão da
sua carreira desportiva, alertando-os para os "perigos" em que incorrem se não levarem uma vida regrada. Não basta aos atletas terem potencial, têm
que potenciar as suas capacidades de forma a conseguirem o máximo rendimento desportivo.
As reacções que se desenvolvem no organismo constituem o conteúdo essencial do processo e ritmo de recuperação e da forma como se pode intervir na
aceleração da mesma, sendo fundamental que o treinador conheça as modificações verificadas na capacidade de rendimento após a aplicação das
cargas:
 ª Fase - diminuição do rendimento correspondente às alterações funcionais pela decomposição reversível dos sistemas funcionais durante o
esforço e pela diminuição da capacidade de rendimento desportivo. Em condições de repouso, os valores mensurados nos sistemas funcionais
encontram-se em condições de homeostasia (equilíbrio dinâmico). Entende-se por homeostasia o domínio individual situado em limites bem
determinados (valores normais) e que podem ser alterados como consequência de estímulos motores. Existem variações no tempo no que se
refere ao retorno dos valores funcionais existentes no momento da quebra da homeostasia. Assim sendo, as cargas de treino aplicadas constituem
a condição principal para desencadear os fenómenos de adaptação que permitem elevar a capacidade de rendimento dos sistemas funcionais
limitativos do rendimento. O aumento progressivo do rendimento de um atleta, só é possível se os valores da intensidade dos estímulos forem
aumentando, igualmente, ao longo da época.
Fases da recuperação
Edilson Oliveira
Fases da recuperação
 2ª Fase - A compensação é a primeira etapa no processo de regeneração do organismo após o esforço. Caracteriza-se pelo início da
recuperação dos sistemas funcionais e da recuperação da capacidade de rendimento do atleta. Neste contexto ocorrem duas sub fases:
recuperação precoce – o organismo denota tendência para recuperar no menor espaço de tempo o nível funcional de partida (homeostasia),
que pode variar entre minutos até seis horas; e a recuperação lenta – pode oscilar entre seis horas e vários dias, caracterizando-se pela
regeneração de estruturas influenciadas pela carga de treino (proteínas, mitocôndrias, tecido conjuntivo, etc.). Quanto melhor for a regulação da
recuperação entre os diferentes sistemas e órgãos mais rápido será o "regresso" ao estado homeostático de partida. As mudanças funcionais e a
influência exercida sobre as estruturas dos tecidos como resultado da carga de treino constituem uma condição indispensável para o
desenvolvimento da condição física. É igualmente importante que as cargas conservem os seus efeitos durante esta sub fase de recuperação.
 3ª Fase - A super compensação é a fase de aumento da capacidade de rendimento desportivo. No quadro da evolução das oscilações dos
sistemas biológicos a partir da homeostasia de cada uma, desencadeado por diversas causas, existe um momento de oscilação que surge em
função da grandeza da carga permitindo que estas oscilações funcionais sejam suficientemente grandes ultrapassando o ponto de partida
(homeostasia). Período óptimo para a aplicação de novos estímulos.
 4ª Fase - Se existir um período de tempo prolongado entre a estimulação dos diferentes sistemas e órgãos assiste-se ao regresso das funções ao
nível de partida, eliminando-se a influência das estimulações prévias. Os ganhos adaptativos pela influência da carga de treino são anulados
pelo longo período de recuperação entre estímulos da mesma espécie.
Com base na análise das diferentes situações que a prática do treino nos oferece, podemos considerar diferentes tipos recuperação que são importantes
sob o ponto de vista da aplicação sucessiva de cargas de treino:
Recuperação Imediata – definida pelo tempo de pausa necessária para que os atletas possam cumprir a dinâmica da carga (duração e intensidade)
entre cada repetição, dentro da mesma tarefa do treino.
Micro recuperação – definida pelo tempo de recuperação necessária entre cada tarefa dentro da mesma unidade de treino. Pode caracterizar-se por
uma recuperação passiva devido ao estado passivo que o atleta assume entre cada tarefa ou por uma recuperação activa se o atleta realiza
movimentos simples de curta duração e fraca intensidade.
Meso recuperação – tempo necessário entre cada sessão para a aplicação de um estímulo da mesma espécie e magnitude.
Macro recuperação – ocorre durante os ciclos de treino com durações temporais bem diferenciadas e planeadas nos micros ciclos de recuperação de um
meso ciclo ou no período de transição entre as sucessivas épocas desportivas.
O processo de preparação actual da generalidade das equipas pressupõe a existência de treinos diários e, em alguns casos bidiários, o que implica
uma especial atenção entre o tempo necessário de recuperação e entre as sucessivas sessões de treino ao longo de um micro ciclo semanal e assim
sucessivamente.
Edilson Oliveira

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Fadiga, recuperação e controle da FC

  • 1. Fadiga e recuperação Fadiga Monotonia de organização dos treinos e de fenómenos de saturação.Assim sendo, devemos encarar a fadiga como factor limitativo do rendimento, por um lado, e como mecanismo defensivo, por outro.Segundo Mishchenko, como factores limitativos podemos distinguir quatro componentes fundamentais: Muscular (local); Vegetativo (do sistema); Metabólico (do organismo); Regulador. Obviamente que surgindo sinais de fadiga, o organismo imediatamente acciona mecanismos de defesa quando se atinge um patamar de deterioração de funções orgânicas e celulares. A dimensão e profundidade destas alterações, não sendo controladas, poderão conduzir ao aparecimento de lesões celulares irreversíveis ou mesmo de lesões. A fadiga pode ser classificada de acordo com:  O tempo ou o momento de aparecimento (fadiga aguda; fadiga de sobrecarga; fadiga muscular e fadiga crónica); O local de aparecimento (fadiga central e fadiga periférica). Fadiga Aguda  Surge durante a sessão de treino ou competição e provoca redução do rendimento. Diferencia-se com a duração do exercício e a capacidade motora estimulada (velocidade ou força). Fadiga de sobrecarga  Surge como resultado da acumulação dos estímulos ao longo de várias sessões ou vários micros ciclos. Fadiga muscular  Surge após sessões de treino que ultrapassam a capacidade de suporte de carga por parte do atleta, provocando um possível aparecimento de lesões musculares. O aparecimento deste tipo de fadiga manifesta-se cerca de 8 a 72 horas após o esforço. Fadiga crónica  Também conhecida como "sobre treino" ou "super treino" caracteriza-se pela desarticulação ao longo de vários micro ciclos entre carga e recuperação, o que leva à acumulação de fadiga não compensada. Causas do aparecimento de fadiga:  Esgotamento das reservas de creatinafosfato muscular;  Acumulação de ácido láctico no músculo;  Diminuição das concentrações de glicose no músculo;  Esgotamento da glicose no sangue. RECUPERAÇÃO Fadiga e recuperação constituem uma importante unidade a ser considerada pelo treinador no acto de planear a carga de treino.Entende-se por recuperação, na metodologia do treino, "o processo que transcorre após a interrupção da actividade responsável pelo surgimento da fadiga tendo como função restabelecer o estado de homeostasia alterado, assim como a capacidade de trabalho físico do atleta". – PLATONOV, 1984. As tendências metodológicas dos últimos anos apontam para dois grandes grupos de métodos de recuperação: activa e passiva.Assim dentro do método da recuperação activa, podemos recorrer, através de uma actividade que visa facilitar e acelerar a recuperação dos atletas, aos seguintes métodos: Exercícios de baixa intensidade e com uma duração média a longa; Mudança de actividade recorrendo a outras modalidades em diferentes locais; Variação das formas de treino diversificando o arranjo da carga. Quanto à recuperação passiva, trata-se de recuperar o atleta sem que exista actividade física do ponto de vista do treino: Uma adequada nutrição; a massagem, hidromassagem e auto massagem; banhos especiais; farmacologia; o sono; e sauna. Estes são apenas alguns exemplos de actividades a que podemos recorrer. As fadigas não desejadas são resultado: Da irracionalidade das cargas de treino (qualitativa e quantitativamente); das cargas repetidas sem intervalos adequados de recuperação; Unilateralidade dos objectivos e da estrutura da sessão de treino levando à saturação, quebra de motivação do atleta e de empenhamento na competição; do facto das cargas ultrapassarem a capacidade de suporte das mesmas (cargabilidade). Edilson Oliveira
  • 2. Fadiga e recuperação A recolha de informações quanto ao efeito das cargas no organismo é uma das tarefas mais importantes na actualidade. Assim, há indicadores que deverão ser tomados em linha de conta por parte do treinador:  A cor da pele; a transpiração corporal; a qualidade de execução dos movimentos; a capacidade de concentração dos atletas; o estado de saúde geral do atleta; o nível de prestação do atleta e a disposição psíquica durante e após o treino. Evidentemente que o ideal seria dispormos de meios tecnológicos sofisticados com aparelhos de resposta rápida para um diagnóstico mais fiel e pormenorizado, no entanto podemos compreender o estado de fadiga do atleta observando, atentamente, todos os pormenores das prestações dos nossos atletas. A observação representa uma fatia muito grande no papel do treinador durante o processo de treino – "não basta ver, temos que observar". Da grandeza dos sintomas diagnosticados, podemos classificar a carga como: ligeira, média, óptima e limite. Um bom efeito do treino já é alcançado se assistirmos ao aparecimento de uma acentuada fadiga. O atleta deverá, após a sessão de treino, conseguir realizar os trabalhos escolares (no caso de se tratar de atletas em idade escolar), sentir-se "fresco" na manhã seguinte ao treino e manter um sono tranquilo. A ideia, ultrapassada, do treinador que após a sessão de treino desabafa "levaram uma malha, que amanhã nem se mexem…", por exemplo, contraria todos os princípios metodológicos, sob pena da próxima carga não sofrer adaptação por parte do organismo e estarmos a caminhar para a fadiga crónica (super treino) a médio/longo prazo. O treinador deverá ter em conta, exceptuando os jogadores profissionais, qual a actividade desenvolvida pelo atleta. Não pode aplicar o mesmo tipo de cargas a um atleta que tem uma actividade diária intensa, como se tratasse de um atleta com uma actividade mais sedentária, com menor dispêndio de energias. Voltamos novamente à questão do treino individualizado. Para além da observação supra citada, o treinador poderá e deverá, fazer assiduamente o controlo da frequência cardíaca, como método de avaliar a grandeza da carga de treino. Supondo que o objectivo do treino é trabalhar em regime aeróbio, quando confrontado com as pulsações dos seus atletas (140 – 170 p.m.) com certeza observará diferenças significativas relativamente à frequência cardíaca dos seus atletas. Deverá com estes indicadores proceder aos ajustamentos necessários para que todos os atletas cumpram com os objectivos traçados. O controlo das pulsações conserva um valor informativo importante quanto ao tipo de fadiga do atleta. A F.C. deverá ser tomada ou no pulso (através da artéria radial) ou no pescoço (através da carótida) num período de 15 seg., que após multiplicado por 4, nos dá as pulsações por minuto. Deverão ser recolhidas e registadas as seguintes variáveis da F.C.:, pulsação em repouso (F.B. – Frequência Basal) – imediatamente após acordar e sem se levantar da cama; pulsação antes do exercício; pulsação imediatamente após o exercício; pulsação no início dos intervalos de recuperação entre as repetições de uma série de exercícios; pulsação em intervalos regulares de cada minuto até uma recuperação de 100 a 110 batimentos por minuto. Na avaliação destes valores deverão considerar-se os seguintes princípios gerais: os valores obtidos só poderão ser comparados com os do próprio atleta; valores baixos da pulsação em repouso são expressão de uma boa resistência geral; comparando a frequência em repouso de um atleta, constata-se que existem variações que dependem de uma série de factores como:  perturbações psíquicas;  factores emocionais;  ingestão de estimulantes (ex. café);  aumento da frequência cardíaca que pode ser considerado como indicador de perturbações internas do atleta quando superiores em 5 a 10 pulsações (ZINTL) ao valor médio da frequência em repouso. Quanto maior for o nível de exigência da competição mais importante se torna a observação destes factores. Entenda-se nível de exigência como as cargas físicas associadas aos atletas e no caso de se tratar de jogadores profissionais com sessões bidiárias de treino. "O desenvolvimento normal do estado de preparação será comprometido se os esforços físico e psíquico dos atletas ultrapassarem as suas capacidades máximas num determinado ciclo de preparação"(in A Carga no Treino Desportivo, A. Vasconcelos >Raposo). – Sobressolicitação. As manifestações provocadas por este fenómeno no organismo podem predominar nos processos de excitação (SNS – Sistema Nervoso Simpático), ou de inibição (SNP – Sistema Nervoso Parassimpático). Controle da Frequência Cardíaca Sobregarga do organismo Edilson Oliveira
  • 3. Partindo destes pressupostos enumeram-se algumas reacções por excitações (SNS):  aumento da F.C.;  aumento da transpiração;  diminuição da actividade digestiva (falta de apetite);  insónias;  perda de peso anormal;  sintomas psíquicos:  estados de recalcamento;  aumento da excitação emocional;  tendência para a histeria;  redução nos contactos com o grupo de trabalho (equipa e restante estrutura);  espírito impertinente;  comportamentos críticos;  humor provocador. E reacções por inibição (SNP): Problemas na execução dos gestos técnicos:  movimentos crispados (demasiado contraídos) e inseguros;  inibição de determinados movimentos.  problemas no ritmo das execuções:  velocidade e reacções diminuídas;  diminuição da capacidade aeróbia;  necessidade de períodos mais prolongados de recuperação.  baixa capacidade de concentração;  dificuldades na correcção de erros de execução;  falhas em situações mais complexas de exercícios ou de jogo; Sintomas psíquicos:  indiferença;  agitação constante;  depressões;  melancolia;  perda de iniciativa;  medo de errar quando submetido a pressões (ex. jogo). Eventuais erros do processo de treino, o modo de vida, o meio ambiente, problemas de saúde são alguns dos factores que provocam e favorecem o aparecimento da fadiga de sobressolicitação. Sistema Nervoso Central/Parassimpático Edilson Oliveira
  • 4. Erros do processo de treino Neste capítulo, referência especial aos erros do processo de treino, dado que quanto aos restantes poderão estar relacionados com mil e um factores, que o treinador poderá aquilatar em conversa com o atleta, apercebendo-se do modo de vida do mesmo, conflitos pessoais, problemas de saúde, etc. Importa assim saber se no processo de treino houve as seguintes preocupações: "observação" dos períodos de recuperação dos atletas;  aumento gradual das exigências da carga;  progressividade do treino após um período de paragem longo (lesão, doença, outros);  relação equilibrada entre esforço extensivo e intensivo;  evitar frequentes fracassos devido a objectivos excessivamente ambiciosos, para os quais o grupo poderá não estar preparado. Perante estes condicionalismos, facilmente constatamos que o processo de treino é extremamente complexo dependendo de inúmeros factores, que a não serem cumpridos, afectam decisivamente a prestação dos atletas e consequentemente a da equipa. Importa responsabilizar os atletas pela gestão da sua carreira desportiva, alertando-os para os "perigos" em que incorrem se não levarem uma vida regrada. Não basta aos atletas terem potencial, têm que potenciar as suas capacidades de forma a conseguirem o máximo rendimento desportivo. As reacções que se desenvolvem no organismo constituem o conteúdo essencial do processo e ritmo de recuperação e da forma como se pode intervir na aceleração da mesma, sendo fundamental que o treinador conheça as modificações verificadas na capacidade de rendimento após a aplicação das cargas:  ª Fase - diminuição do rendimento correspondente às alterações funcionais pela decomposição reversível dos sistemas funcionais durante o esforço e pela diminuição da capacidade de rendimento desportivo. Em condições de repouso, os valores mensurados nos sistemas funcionais encontram-se em condições de homeostasia (equilíbrio dinâmico). Entende-se por homeostasia o domínio individual situado em limites bem determinados (valores normais) e que podem ser alterados como consequência de estímulos motores. Existem variações no tempo no que se refere ao retorno dos valores funcionais existentes no momento da quebra da homeostasia. Assim sendo, as cargas de treino aplicadas constituem a condição principal para desencadear os fenómenos de adaptação que permitem elevar a capacidade de rendimento dos sistemas funcionais limitativos do rendimento. O aumento progressivo do rendimento de um atleta, só é possível se os valores da intensidade dos estímulos forem aumentando, igualmente, ao longo da época. Fases da recuperação Edilson Oliveira
  • 5. Fases da recuperação  2ª Fase - A compensação é a primeira etapa no processo de regeneração do organismo após o esforço. Caracteriza-se pelo início da recuperação dos sistemas funcionais e da recuperação da capacidade de rendimento do atleta. Neste contexto ocorrem duas sub fases: recuperação precoce – o organismo denota tendência para recuperar no menor espaço de tempo o nível funcional de partida (homeostasia), que pode variar entre minutos até seis horas; e a recuperação lenta – pode oscilar entre seis horas e vários dias, caracterizando-se pela regeneração de estruturas influenciadas pela carga de treino (proteínas, mitocôndrias, tecido conjuntivo, etc.). Quanto melhor for a regulação da recuperação entre os diferentes sistemas e órgãos mais rápido será o "regresso" ao estado homeostático de partida. As mudanças funcionais e a influência exercida sobre as estruturas dos tecidos como resultado da carga de treino constituem uma condição indispensável para o desenvolvimento da condição física. É igualmente importante que as cargas conservem os seus efeitos durante esta sub fase de recuperação.  3ª Fase - A super compensação é a fase de aumento da capacidade de rendimento desportivo. No quadro da evolução das oscilações dos sistemas biológicos a partir da homeostasia de cada uma, desencadeado por diversas causas, existe um momento de oscilação que surge em função da grandeza da carga permitindo que estas oscilações funcionais sejam suficientemente grandes ultrapassando o ponto de partida (homeostasia). Período óptimo para a aplicação de novos estímulos.  4ª Fase - Se existir um período de tempo prolongado entre a estimulação dos diferentes sistemas e órgãos assiste-se ao regresso das funções ao nível de partida, eliminando-se a influência das estimulações prévias. Os ganhos adaptativos pela influência da carga de treino são anulados pelo longo período de recuperação entre estímulos da mesma espécie. Com base na análise das diferentes situações que a prática do treino nos oferece, podemos considerar diferentes tipos recuperação que são importantes sob o ponto de vista da aplicação sucessiva de cargas de treino: Recuperação Imediata – definida pelo tempo de pausa necessária para que os atletas possam cumprir a dinâmica da carga (duração e intensidade) entre cada repetição, dentro da mesma tarefa do treino. Micro recuperação – definida pelo tempo de recuperação necessária entre cada tarefa dentro da mesma unidade de treino. Pode caracterizar-se por uma recuperação passiva devido ao estado passivo que o atleta assume entre cada tarefa ou por uma recuperação activa se o atleta realiza movimentos simples de curta duração e fraca intensidade. Meso recuperação – tempo necessário entre cada sessão para a aplicação de um estímulo da mesma espécie e magnitude. Macro recuperação – ocorre durante os ciclos de treino com durações temporais bem diferenciadas e planeadas nos micros ciclos de recuperação de um meso ciclo ou no período de transição entre as sucessivas épocas desportivas. O processo de preparação actual da generalidade das equipas pressupõe a existência de treinos diários e, em alguns casos bidiários, o que implica uma especial atenção entre o tempo necessário de recuperação e entre as sucessivas sessões de treino ao longo de um micro ciclo semanal e assim sucessivamente. Edilson Oliveira