SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 136
Informática na Biodiversidade:
onde estamos, como chegamos
aqui e para onde vamos
Seminário LNCC
Setembro de 2013

Eduardo Dalcin
Núcleo de Computação Científica e Geoprocessamento
Diretoria de Pesquisas
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Tópicos da apresentação
• Um pouco de história
– O início da relação da Biodiversidade com a
Informática
– A “renascença”
– Como chegamos onde estamos

• Onde estamos?
• Para onde estamos indo?
• O que precisamos
Meu viés
• Biólogo
• Botânica - Inst. De Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
(1983)
• Banco de Dados e Qualidade de Dados
– Qualidade de Dados em Bancos de Dados Taxonômicos (Ph.D. - 2005)

• Biodiversidade
– Diversidade de espécies (taxa) e suas ocorrências (indivíduos e
populações)

• Coleções científicas botânicas
– Herbário

• Interesses
– Gestão e entrega de informação sobre biodiversidade (“biodiversity
information management and delivery”)
– Governança de Dados sobre Biodiversidade
– Arquitetura de Informações e Sistemas sobre Biodiversidade
O que é Biodiversidade?
• Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos
de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e
os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda
a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas
(“Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB”, 1992).
• Há, então, três níveis de biodiversidade:
– Diversidade de ecossistemas, representada pela diversidade de
combinações únicas da diversidade de organismos e ambientes e suas
relações que formam os diferentes ecossistemas.
– Diversidade de espécies, representada pela diversidade de espécies
individuais.
– Diversidade genética, representada pela diversidade de genes dentro
de cada espécie, e pela diversidade de suas combinações em cada
espécie.
O encontro da informática com a biodiversidade

Voltando no Tempo...
Charles Babbage (1791 - 1871)

Charles Darwin (1809 - 1882)

1859

“Engenho analítico” (1837)
Gregor Mendel(1822 - 1884)

1865 – Leis da Hereditariedade
• Pai da Ciência da Computação e
da Inteligência Artificial
• Formalizou os conceitos de
Algoritmo e Computação

Alan Turing
1912 - 1954
Linguagens de Alto Nível
Fortran
1954 Especificação (John W. Backus)
1956 – Primeiro Manual
IBM 704
• IBM 7090
– Lançado em 11/1959
– Vendido por
US$2,900,000.00
– Versão transistorizada do
IBM 709
Scientific American, 215(6) 1966
1966
1967
“Diversidade Biológica” (1968)
D.D. Chamberlin and R.F. Boyce, Proc. ACM SIGMOD Workshop on Data Description, Access and
Control, Ann Arbor, Michigan (May 1974) pages 249-264.
Programa Flora – CNPq
1975
Programa Flora – CNPq
Objetivos
Programa Flora – CNPq
Implementação - Informática
Programa Flora – CNPq
Resultados - Informática
Até 1977 era assim
Organismos unicelulares na sua vasta
maioria e que não apresentam seu
material genético delimitado por uma
membrana
Os seres vivos com células com um
núcleo celular rodeado por uma
membrana e com vários organelas.
As arquebactérias são semelhantes às bactérias em muitos aspectos da estrutura celular – o mais
importante dos quais é a ausência de um núcleo celular diferenciado - e metabolismo, mas apresentam
diferenças importantes como, por exemplo, os processos de transcrição do DNA e da síntese proteica
que são idênticos aos dos eucariotas, mas o aspecto mais marcante talvez seja o metabolismo de alguns
destes seres:
• Algumas espécies de Archaea (Halobacteria), produzem energia a partir da luz, por uma estrutura
celular chamada bacteriorrodopsina.
• Outras vivem em fumarolas nas profundezas do oceano, sendo a base da vida destes ambientes,
como as plantas são em terra.
• Há ainda aquelas que vivem no trato intestinal de vários animais, produzindo metano.
“Renascimento”
A década de 80 e 90
• Período marcado por transformações
• Assinala o fim da Idade Média e o início
da Idade Moderna

• Período de grande produtividade
intelectual e, consequentemente,
bibliográfica na Informática na
Biodiversidade
“Suppose all the information stored in
computers everywhere were linked... All
the best information in every computer at
CERN and on the planet would be available
to me and enyone else.”
Tim Berners-Lee, 1980

“TCP + DNS + HTTP + HTML = WEB!”
“IBM-PC Compatível”

1981
Dbase II e Dbase III Plus (1979 – 1980)
1984
1985
• The first meeting of the Taxonomic Databases
Working Group was held at the Conservatoire
et Jardin botaniques in Geneva, from 28th to
30th September, 1985.
Surgimento dos primeiros padrões
O avanço mais significativo do Século!
MS-EXCEL
1985 (Mac) – 1987 (Windows)
Biodiversity (Papers from the 1st National Forum on Biodiversity, September 1986,
Washington, D.C.) – Publicado em 1988
“word cloud” criada com definições de “biodiversidade” encontradas com o Google
(1993)
Nomes

Espécie (Taxon)

Vicia faba
Vicia faba
Vicia alba

Vicia alba

Vicia alba
Vicia faba

Vicia adriatica

Vicia adriatica
Vicia adriatica

Vicia alba
Vicia faba
Vicia adriatica
Ainda é um problema!

Pris, U. Conceptual Structures for Knowledge Creation and Communication Lecture Notes
in Computer Science Volume 2746, 2003, pp 309-322
1991

1993
1992

1989
1992
1993

1996
O surgimento do primeiro
“Web Browser”

1993 / 1994
•

“Pauly recruited Rainer Froese, and the beginnings of a software database along
these lines was encoded in 1988. This database, initially confined to tropical fish,
became the prototype for FishBase. FishBase was subsequently extended to cover
all finfish, and was launched on the Web in August 1996. It is now the largest and
most accessed online database for fish in the world. In 1995 the first CD-ROM was
released as "FishBase 100". Subsequent CDs have been released annually.”
1996
1997
2000
2001
2003 - 2007
2005
2006

“Livro Laranja”
2008
Lista de Espécie da Flora do Brasil
2010
Em resumo
•

Experimentar
– Taxonomia numérica
– Início da informatização das
coleções

•

Informatizar
– Coleções e Herbários
– Evolução dos modelos

•

Publicar
– Internet
– Global Species Databases

•

Integrar
– Padrões e Protocolos

•

Qualificar
– “Data Cleaning”

•

“Reutilizar”
– SOA
– “Web Services”

1960
Onde estamos
Reunião da “Flora do Mundo On-line”
16 – 18 de Julho de 2012
Missouri Botanical Garden - USA
Padrões e protocolos maduros
Cabeças pensantes e falantes

“…If I'd like to see one thing in biodiversity informatics in 2013 it is the
emergence of a "platform" that makes the links the centre of their
efforts. Because without the links we are not building "platforms", we
are building silos…."
http://iphylo.blogspot.com.br/2013/01/megascience-platforms-forbiodiversity.html
“We conclude by noting that each aggregator out there seems to want to mint its own
flavor of GUIDs, perhaps as much to “brand” an identifier space as for any other
reason. We wonder if this strategy of proliferating such spaces is a great idea. A
huge advantage of DOIs and EZIDs is abstraction. You know what they mean and how
to resolve them because they are well-known and have organizations with specific
missions to support identifier creation. This strategy ensures that identifiers can
persist and resolve well into the future, and be recognizable not just within the
biodiversity informatics community but any other community we interoperate with:
genomics, publishing, ecology, earth sciences. This is what we’re talking about when
we want to break down walled gardens.”
Gente que faz!
Farta documentação e guias de “boas práticas”
disponível
Presentations and documents for
the conference may be found at:
http://www.gbic2012.org
Unprocessed outputs from all the
workshops are stored in Google
Docs and may be accessed via:
http://bit.ly/LLUhUb
Outubro de 2012
Brasil assina MoU com o GBIF
Para onde vamos?
Impacto das novas Tecnologias de Informação e
Comunicação na Ciência
Citizen Science
• 1999
• Cientistas fotografam a
baleia “#1363” na costa
do Brasil (Fernando de
Noronha)

• 2001
• Um turista fotografa a
cauda de uma baleia na
costa de Madagascar
• 2009
• O turista compartilha a
foto no Flickr
Dados de migração de baleias-corcunda foram atualizados, de
uma média de 3.000 milhas para 6.000 milhas
72 Milhões de registros
Open Science
Estamos “Informatizando” toda a Biodiversidade?

Robert J. Robbins ( http://www.rj-robbins.com/slides/RJR-GBIC-2012.pdf )
Fungos

Animais

Plantas

O “resto” não parece muito importante...
Um líquen é uma unidade viva, mas não é um
"indivíduo" como classicamente concebido. Nem
pode ser decomposto em indivíduos sem a perda da
sua essência e sua viabilidade.
Um líquen é um organismo composto, que não pode
ser subdividido em "indivíduos" e permanecer vivo.
Como isto se encaixa com a ideia do "indivíduo",
como a "unidade fundamental” da natureza?

Os liquens são seres vivos “muito simples” que constituem uma simbiose de um
organismo formado por um fungo e uma alga ou cianobactéria.
Ok. Mas liquens
podem ser
considerados casos
especiais. Uma
exceção à regra...

Mesmo não sendo
raros....
E os cupins?
São criticamente importantes,
algumas vezes espécies dominantes
em alguns ecossistemas, que não
sobrevivem sem a presença de
organismos simbiontes no seu
aparelho digestivo.

Podemos considerar que são exceções
também?
E os mamíferos
ruminantes, co
m sua flora
microbial, capaz
de digerir
celulose?
E nós?

8 Junho de 2012

14 Junho 2012
Figure 1 Variation in diversity. Researchers of the Human
Microbiome Project are studying the microbial inhabitants
of the human body, using samples taken from 242 healthy
adults at 15 (for males) or 18 (for females) body sites —
from the skin (four sites), mouth and throat (nine sites),
vagina (three sites), nostrils and faeces (to represent the
distal gastrointestinal tract). Huttenhower et al. and
Methé et al. have estimated the number of microbial
species and their genes in these samples, and found
substantial variation in microbial community composition
at different body habitats. The two groups used different
counting methodologies, and their numbers vary
accordingly, such that exact figures are not available.
However, crude estimations of number of microbial
species (red) and number of microbial genes (blue) are
shown for examples of: sites containing high species
diversity, such as the gastrointestinal tract and teeth
(supragingival plaque); sites with intermediate diversity,
such as the inside of the cheek (buccal mucosa) and
nostrils (anterior nares); and sites with lower diversity,
such as the vaginal posterior fornix. The authors also
found substantial variation in both the diversity and the
composition of the microbial communities at different
sites within the same general body region.

Dentro de nós habitam cerca de 7.300
espécies diferentes.
“Micróbios”
• Além Isso significa dizer que em nos
de ser onipresente e abundantes
organismos colher de sopa de solo,
“macro”, procariontes ocorrem
uma ambientes imagináveis ​(e talvez
em todos os
temos entre 2.000 a 18.000
um pouco mais);
• Existem mais bactérias em um balde de água
espécies diferentes!
do mar do que mamíferos em toda a África;
• Localmente diversos – em 1g de solo existem
Isso é que é DIVERSIDADE!
7-109 células procarióticas, com 2.000 –
10
18.000 genomas diferentes.
Se o objetivo dos estudos
da biodiversidade é
entender toda a
diversidade na biosfera
terrestre…
A noção de que podemos
atingir essa meta somente
olhando para esta parte é
equivocada.
Precisamos documentar e
entender a diversidade
microbiótica.
Registros no GBIF mostram essa “tendência”
Taxonomical bias
Tudo isso junto. Para quê?
O que precisamos
•

•
•

•
•
•

•

•

A aplicação de ferramentas computacionais para analisar o volume avassalador de dados
relacionado com o fato biológico, em seus escopos espaciais, temporais, biológicos, ambientais e
socioeconômicos é a chave que abre a porta que leva ao conhecimento, conservação e uso
sustentado e socialmente justo da biodiversidade;
Precisamos de uma nova plataforma para lidar e, acima de tudo, integrar essa quantidade
monumental de dados;
Caminhamos muito na organização (modelos, padrões, protocolos, etc.) de dados primários de uma
parte da biodiversidade;
Caminhamos pouco no registro do fato biológico em grupos taxonômicos menos “carismáticos”;
Caminhamos muito pouco na indexação e integração de diferentes “recursos de informação”
relacionados com a Biodiversidade (bibliografia, dados socioeconômicos, histórico-culturais, etc);
Precisamos urgentemente formar recursos humanos que irão desenvolver os algoritmos, modelos e
ferramentas computacionais necessárias para organizar, integrar, analisar e oferecer os dados e
informações sobre a Biodiversidade à sociedade, geradores de conhecimento, formadores de
opinião, tomadores de decisão e formuladores de políticas públicas;
Precisamos promover junto aos órgãos de fomento e as sociedades científicas uma política de
premiação e reconhecimento pelo compartilhamento e qualificação de dados sobre a
Biodiversidade;
Precisamos de uma infraestrutura (inter)nacional de informação sobre biodiversidade, baseada em
padrões e sistemas abertos e colaborativos, modular, escalável, baseada em serviços, e que
promova a “open and networked science” de forma plena e justa.
O Mapa:
Obrigado!
Eduardo Dalcin
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Diretoria de Pesquisas
Núcleo de Computação Científica e Geoprocessamento
edalcin@jbrj.gov.br

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie Informática na Biodiversidade

Fonte de Informação - A Internet
Fonte de Informação - A InternetFonte de Informação - A Internet
Fonte de Informação - A Internet
Marcos Teruo Ouchi
 
Sociedade Informação
Sociedade InformaçãoSociedade Informação
Sociedade Informação
Amorim Albert
 
Zoonews Edição 2
Zoonews Edição 2Zoonews Edição 2
Zoonews Edição 2
msebastiao
 
Comunicação ciência
Comunicação ciênciaComunicação ciência
Comunicação ciência
BIBFJ
 

Ähnlich wie Informática na Biodiversidade (20)

Fonte de Informação - A Internet
Fonte de Informação - A InternetFonte de Informação - A Internet
Fonte de Informação - A Internet
 
SNBU 2008 - Profissional da informação - Apresentação
SNBU 2008 - Profissional da informação - ApresentaçãoSNBU 2008 - Profissional da informação - Apresentação
SNBU 2008 - Profissional da informação - Apresentação
 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS NO BRASIL
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS NO BRASILSISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS NO BRASIL
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS NO BRASIL
 
Big Data
Big DataBig Data
Big Data
 
Big data apresentacao
Big data apresentacaoBig data apresentacao
Big data apresentacao
 
Mundos Virtuais: Que vida existe no Second Life?
Mundos Virtuais: Que vida existe no Second Life?Mundos Virtuais: Que vida existe no Second Life?
Mundos Virtuais: Que vida existe no Second Life?
 
Sociedade Informação
Sociedade InformaçãoSociedade Informação
Sociedade Informação
 
Preservação digital em repositórios confiáveis (PART I)
Preservação digital em repositórios confiáveis (PART I)Preservação digital em repositórios confiáveis (PART I)
Preservação digital em repositórios confiáveis (PART I)
 
Preservação
Preservação Preservação
Preservação
 
ACESSO E USO DE TECNOLOGIAS EM TESES DE DISSERTAÇÕES: O CASO BDTD
ACESSO E USO DE TECNOLOGIAS EM TESES DE DISSERTAÇÕES:  O CASO BDTDACESSO E USO DE TECNOLOGIAS EM TESES DE DISSERTAÇÕES:  O CASO BDTD
ACESSO E USO DE TECNOLOGIAS EM TESES DE DISSERTAÇÕES: O CASO BDTD
 
Repositórios, Acesso Livre e Preservação Digital
Repositórios, Acesso Livre e Preservação DigitalRepositórios, Acesso Livre e Preservação Digital
Repositórios, Acesso Livre e Preservação Digital
 
Conhecimento tradicional x científico
Conhecimento tradicional x científicoConhecimento tradicional x científico
Conhecimento tradicional x científico
 
Do documento às ontologias: uma visão sobre sistemas de organização do conhec...
Do documento às ontologias: uma visão sobre sistemas de organização do conhec...Do documento às ontologias: uma visão sobre sistemas de organização do conhec...
Do documento às ontologias: uma visão sobre sistemas de organização do conhec...
 
Concurso do Senado
Concurso do SenadoConcurso do Senado
Concurso do Senado
 
Lívia relatório curso_biblioteca_digital_bn
Lívia relatório curso_biblioteca_digital_bnLívia relatório curso_biblioteca_digital_bn
Lívia relatório curso_biblioteca_digital_bn
 
Zoonews Edição 2
Zoonews Edição 2Zoonews Edição 2
Zoonews Edição 2
 
Novos Mundos ao mundo irão mostrando: Bibliotecários em mundos virtuais
Novos Mundos ao mundo irão mostrando: Bibliotecários em mundos virtuaisNovos Mundos ao mundo irão mostrando: Bibliotecários em mundos virtuais
Novos Mundos ao mundo irão mostrando: Bibliotecários em mundos virtuais
 
Comunicação ciência
Comunicação ciênciaComunicação ciência
Comunicação ciência
 
Repositório Filatélico Brasileiro (REFIBRA) - Philatelic Brazilian Repository
Repositório Filatélico Brasileiro (REFIBRA) - Philatelic Brazilian RepositoryRepositório Filatélico Brasileiro (REFIBRA) - Philatelic Brazilian Repository
Repositório Filatélico Brasileiro (REFIBRA) - Philatelic Brazilian Repository
 
Oficina 1 Confoa 2013 - Parte 1 - Interoperabilidade e repositorios - eloy ro...
Oficina 1 Confoa 2013 - Parte 1 - Interoperabilidade e repositorios - eloy ro...Oficina 1 Confoa 2013 - Parte 1 - Interoperabilidade e repositorios - eloy ro...
Oficina 1 Confoa 2013 - Parte 1 - Interoperabilidade e repositorios - eloy ro...
 

Kürzlich hochgeladen

Kürzlich hochgeladen (9)

Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
 
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
 
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdfLuís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
Luís Kitota AWS Discovery Day Ka Solution.pdf
 
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - SISTEMAS DISTRIBUÍDOS E REDES - 52_2024.docx
 
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
 
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdfProgramação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
Programação Orientada a Objetos - 4 Pilares.pdf
 
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
 
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
 

Informática na Biodiversidade

  • 1. Informática na Biodiversidade: onde estamos, como chegamos aqui e para onde vamos Seminário LNCC Setembro de 2013 Eduardo Dalcin Núcleo de Computação Científica e Geoprocessamento Diretoria de Pesquisas Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
  • 2. Tópicos da apresentação • Um pouco de história – O início da relação da Biodiversidade com a Informática – A “renascença” – Como chegamos onde estamos • Onde estamos? • Para onde estamos indo? • O que precisamos
  • 3. Meu viés • Biólogo • Botânica - Inst. De Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1983) • Banco de Dados e Qualidade de Dados – Qualidade de Dados em Bancos de Dados Taxonômicos (Ph.D. - 2005) • Biodiversidade – Diversidade de espécies (taxa) e suas ocorrências (indivíduos e populações) • Coleções científicas botânicas – Herbário • Interesses – Gestão e entrega de informação sobre biodiversidade (“biodiversity information management and delivery”) – Governança de Dados sobre Biodiversidade – Arquitetura de Informações e Sistemas sobre Biodiversidade
  • 4. O que é Biodiversidade? • Diversidade biológica significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas (“Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB”, 1992). • Há, então, três níveis de biodiversidade: – Diversidade de ecossistemas, representada pela diversidade de combinações únicas da diversidade de organismos e ambientes e suas relações que formam os diferentes ecossistemas. – Diversidade de espécies, representada pela diversidade de espécies individuais. – Diversidade genética, representada pela diversidade de genes dentro de cada espécie, e pela diversidade de suas combinações em cada espécie.
  • 5. O encontro da informática com a biodiversidade Voltando no Tempo...
  • 6. Charles Babbage (1791 - 1871) Charles Darwin (1809 - 1882) 1859 “Engenho analítico” (1837)
  • 7. Gregor Mendel(1822 - 1884) 1865 – Leis da Hereditariedade
  • 8. • Pai da Ciência da Computação e da Inteligência Artificial • Formalizou os conceitos de Algoritmo e Computação Alan Turing 1912 - 1954
  • 9. Linguagens de Alto Nível Fortran 1954 Especificação (John W. Backus) 1956 – Primeiro Manual IBM 704
  • 10. • IBM 7090 – Lançado em 11/1959 – Vendido por US$2,900,000.00 – Versão transistorizada do IBM 709
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 18.
  • 19. 1966
  • 20. 1967
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27. D.D. Chamberlin and R.F. Boyce, Proc. ACM SIGMOD Workshop on Data Description, Access and Control, Ann Arbor, Michigan (May 1974) pages 249-264.
  • 28. Programa Flora – CNPq 1975
  • 29. Programa Flora – CNPq Objetivos
  • 30. Programa Flora – CNPq Implementação - Informática
  • 31. Programa Flora – CNPq Resultados - Informática
  • 32.
  • 33. Até 1977 era assim Organismos unicelulares na sua vasta maioria e que não apresentam seu material genético delimitado por uma membrana Os seres vivos com células com um núcleo celular rodeado por uma membrana e com vários organelas.
  • 34.
  • 35. As arquebactérias são semelhantes às bactérias em muitos aspectos da estrutura celular – o mais importante dos quais é a ausência de um núcleo celular diferenciado - e metabolismo, mas apresentam diferenças importantes como, por exemplo, os processos de transcrição do DNA e da síntese proteica que são idênticos aos dos eucariotas, mas o aspecto mais marcante talvez seja o metabolismo de alguns destes seres: • Algumas espécies de Archaea (Halobacteria), produzem energia a partir da luz, por uma estrutura celular chamada bacteriorrodopsina. • Outras vivem em fumarolas nas profundezas do oceano, sendo a base da vida destes ambientes, como as plantas são em terra. • Há ainda aquelas que vivem no trato intestinal de vários animais, produzindo metano.
  • 36. “Renascimento” A década de 80 e 90 • Período marcado por transformações • Assinala o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna • Período de grande produtividade intelectual e, consequentemente, bibliográfica na Informática na Biodiversidade
  • 37. “Suppose all the information stored in computers everywhere were linked... All the best information in every computer at CERN and on the planet would be available to me and enyone else.” Tim Berners-Lee, 1980 “TCP + DNS + HTTP + HTML = WEB!”
  • 39. Dbase II e Dbase III Plus (1979 – 1980)
  • 40. 1984
  • 41. 1985
  • 42. • The first meeting of the Taxonomic Databases Working Group was held at the Conservatoire et Jardin botaniques in Geneva, from 28th to 30th September, 1985.
  • 44. O avanço mais significativo do Século! MS-EXCEL 1985 (Mac) – 1987 (Windows)
  • 45. Biodiversity (Papers from the 1st National Forum on Biodiversity, September 1986, Washington, D.C.) – Publicado em 1988
  • 46. “word cloud” criada com definições de “biodiversidade” encontradas com o Google
  • 48.
  • 49.
  • 50.
  • 51.
  • 52. Nomes Espécie (Taxon) Vicia faba Vicia faba Vicia alba Vicia alba Vicia alba Vicia faba Vicia adriatica Vicia adriatica Vicia adriatica Vicia alba Vicia faba Vicia adriatica
  • 53. Ainda é um problema! Pris, U. Conceptual Structures for Knowledge Creation and Communication Lecture Notes in Computer Science Volume 2746, 2003, pp 309-322
  • 54.
  • 57.
  • 58. 1992
  • 59.
  • 61.
  • 62. O surgimento do primeiro “Web Browser” 1993 / 1994
  • 63. • “Pauly recruited Rainer Froese, and the beginnings of a software database along these lines was encoded in 1988. This database, initially confined to tropical fish, became the prototype for FishBase. FishBase was subsequently extended to cover all finfish, and was launched on the Web in August 1996. It is now the largest and most accessed online database for fish in the world. In 1995 the first CD-ROM was released as "FishBase 100". Subsequent CDs have been released annually.”
  • 64.
  • 65. 1996
  • 66. 1997
  • 67.
  • 68.
  • 69.
  • 70.
  • 71.
  • 72. 2000
  • 73.
  • 74.
  • 75.
  • 76. 2001
  • 77.
  • 79. 2005
  • 81. 2008
  • 82.
  • 83. Lista de Espécie da Flora do Brasil
  • 84. 2010
  • 85. Em resumo • Experimentar – Taxonomia numérica – Início da informatização das coleções • Informatizar – Coleções e Herbários – Evolução dos modelos • Publicar – Internet – Global Species Databases • Integrar – Padrões e Protocolos • Qualificar – “Data Cleaning” • “Reutilizar” – SOA – “Web Services” 1960
  • 87.
  • 88.
  • 89.
  • 90. Reunião da “Flora do Mundo On-line” 16 – 18 de Julho de 2012 Missouri Botanical Garden - USA
  • 92. Cabeças pensantes e falantes “…If I'd like to see one thing in biodiversity informatics in 2013 it is the emergence of a "platform" that makes the links the centre of their efforts. Because without the links we are not building "platforms", we are building silos…." http://iphylo.blogspot.com.br/2013/01/megascience-platforms-forbiodiversity.html
  • 93. “We conclude by noting that each aggregator out there seems to want to mint its own flavor of GUIDs, perhaps as much to “brand” an identifier space as for any other reason. We wonder if this strategy of proliferating such spaces is a great idea. A huge advantage of DOIs and EZIDs is abstraction. You know what they mean and how to resolve them because they are well-known and have organizations with specific missions to support identifier creation. This strategy ensures that identifiers can persist and resolve well into the future, and be recognizable not just within the biodiversity informatics community but any other community we interoperate with: genomics, publishing, ecology, earth sciences. This is what we’re talking about when we want to break down walled gardens.”
  • 94.
  • 96. Farta documentação e guias de “boas práticas” disponível
  • 97.
  • 98.
  • 99.
  • 100.
  • 101. Presentations and documents for the conference may be found at: http://www.gbic2012.org Unprocessed outputs from all the workshops are stored in Google Docs and may be accessed via: http://bit.ly/LLUhUb
  • 102.
  • 103.
  • 104. Outubro de 2012 Brasil assina MoU com o GBIF
  • 105.
  • 107. Impacto das novas Tecnologias de Informação e Comunicação na Ciência
  • 109. • 1999 • Cientistas fotografam a baleia “#1363” na costa do Brasil (Fernando de Noronha) • 2001 • Um turista fotografa a cauda de uma baleia na costa de Madagascar • 2009 • O turista compartilha a foto no Flickr
  • 110. Dados de migração de baleias-corcunda foram atualizados, de uma média de 3.000 milhas para 6.000 milhas
  • 111. 72 Milhões de registros
  • 112.
  • 113.
  • 114.
  • 115.
  • 116.
  • 117.
  • 118.
  • 119.
  • 121. Estamos “Informatizando” toda a Biodiversidade? Robert J. Robbins ( http://www.rj-robbins.com/slides/RJR-GBIC-2012.pdf )
  • 122. Fungos Animais Plantas O “resto” não parece muito importante...
  • 123. Um líquen é uma unidade viva, mas não é um "indivíduo" como classicamente concebido. Nem pode ser decomposto em indivíduos sem a perda da sua essência e sua viabilidade. Um líquen é um organismo composto, que não pode ser subdividido em "indivíduos" e permanecer vivo. Como isto se encaixa com a ideia do "indivíduo", como a "unidade fundamental” da natureza? Os liquens são seres vivos “muito simples” que constituem uma simbiose de um organismo formado por um fungo e uma alga ou cianobactéria.
  • 124. Ok. Mas liquens podem ser considerados casos especiais. Uma exceção à regra... Mesmo não sendo raros....
  • 125. E os cupins? São criticamente importantes, algumas vezes espécies dominantes em alguns ecossistemas, que não sobrevivem sem a presença de organismos simbiontes no seu aparelho digestivo. Podemos considerar que são exceções também?
  • 126. E os mamíferos ruminantes, co m sua flora microbial, capaz de digerir celulose?
  • 127. E nós? 8 Junho de 2012 14 Junho 2012
  • 128.
  • 129. Figure 1 Variation in diversity. Researchers of the Human Microbiome Project are studying the microbial inhabitants of the human body, using samples taken from 242 healthy adults at 15 (for males) or 18 (for females) body sites — from the skin (four sites), mouth and throat (nine sites), vagina (three sites), nostrils and faeces (to represent the distal gastrointestinal tract). Huttenhower et al. and Methé et al. have estimated the number of microbial species and their genes in these samples, and found substantial variation in microbial community composition at different body habitats. The two groups used different counting methodologies, and their numbers vary accordingly, such that exact figures are not available. However, crude estimations of number of microbial species (red) and number of microbial genes (blue) are shown for examples of: sites containing high species diversity, such as the gastrointestinal tract and teeth (supragingival plaque); sites with intermediate diversity, such as the inside of the cheek (buccal mucosa) and nostrils (anterior nares); and sites with lower diversity, such as the vaginal posterior fornix. The authors also found substantial variation in both the diversity and the composition of the microbial communities at different sites within the same general body region. Dentro de nós habitam cerca de 7.300 espécies diferentes.
  • 130. “Micróbios” • Além Isso significa dizer que em nos de ser onipresente e abundantes organismos colher de sopa de solo, “macro”, procariontes ocorrem uma ambientes imagináveis ​(e talvez em todos os temos entre 2.000 a 18.000 um pouco mais); • Existem mais bactérias em um balde de água espécies diferentes! do mar do que mamíferos em toda a África; • Localmente diversos – em 1g de solo existem Isso é que é DIVERSIDADE! 7-109 células procarióticas, com 2.000 – 10 18.000 genomas diferentes.
  • 131. Se o objetivo dos estudos da biodiversidade é entender toda a diversidade na biosfera terrestre… A noção de que podemos atingir essa meta somente olhando para esta parte é equivocada. Precisamos documentar e entender a diversidade microbiótica.
  • 132. Registros no GBIF mostram essa “tendência” Taxonomical bias
  • 133. Tudo isso junto. Para quê?
  • 134. O que precisamos • • • • • • • • A aplicação de ferramentas computacionais para analisar o volume avassalador de dados relacionado com o fato biológico, em seus escopos espaciais, temporais, biológicos, ambientais e socioeconômicos é a chave que abre a porta que leva ao conhecimento, conservação e uso sustentado e socialmente justo da biodiversidade; Precisamos de uma nova plataforma para lidar e, acima de tudo, integrar essa quantidade monumental de dados; Caminhamos muito na organização (modelos, padrões, protocolos, etc.) de dados primários de uma parte da biodiversidade; Caminhamos pouco no registro do fato biológico em grupos taxonômicos menos “carismáticos”; Caminhamos muito pouco na indexação e integração de diferentes “recursos de informação” relacionados com a Biodiversidade (bibliografia, dados socioeconômicos, histórico-culturais, etc); Precisamos urgentemente formar recursos humanos que irão desenvolver os algoritmos, modelos e ferramentas computacionais necessárias para organizar, integrar, analisar e oferecer os dados e informações sobre a Biodiversidade à sociedade, geradores de conhecimento, formadores de opinião, tomadores de decisão e formuladores de políticas públicas; Precisamos promover junto aos órgãos de fomento e as sociedades científicas uma política de premiação e reconhecimento pelo compartilhamento e qualificação de dados sobre a Biodiversidade; Precisamos de uma infraestrutura (inter)nacional de informação sobre biodiversidade, baseada em padrões e sistemas abertos e colaborativos, modular, escalável, baseada em serviços, e que promova a “open and networked science” de forma plena e justa.
  • 136. Obrigado! Eduardo Dalcin Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Diretoria de Pesquisas Núcleo de Computação Científica e Geoprocessamento edalcin@jbrj.gov.br