O documento discute a história da química do meio ambiente e ecologia, desde preocupações no século XVII com a poluição até os dias atuais. Apresenta exemplos de ecossistemas terrestres e aquáticos brasileiros e conceitos fundamentais como biodiversidade, espécie, população, comunidade e ecossistema. Explica que as algas azuis marinhas, e não as florestas tropicais, são o verdadeiro "pulmão do mundo" por renovarem a taxa de oxigênio no planeta.
1. Ecossistemas terrestres e aquáticos
Biodiversidade, fluxo de energia e fontes de
polui ç ão am biental
Profa. Sandra
2. Histórico
Para muitos de nós a química do meio ambiente
é uma área do conhecimento que surgiu dentro
da química nas últimas décadas.
No entanto esta hipótese não é verdadeira uma
vez que documentos ainda no século XVII
mostram preocupações com a devastação do
meio ambiente através da extração de carvão no
Reino Unido.
3. Em 1872 os cientistas já alertavam para o perigo
de altas concentrações de dióxido de enxofre na
atmosfera.
A partir da década de 60, a sociedade é tomada
por uma nova ordem: a sociedade transformou o
planeta em um sistema único e interligado.
O uso de pesticidas coloca em risco a saúde do
homem através da contaminação de águas,
alimentos, descarte inadequado de lixo e
contaminação do ar atmosférico.
4. A partir daí, começa a se entender que o planeta
é “finito e limitado”, o modelo econômico
deveria ser mudado.
Com o avanço da indústria química, os recursos
naturais são transformados em bens de consumo
e inicia-se o lançamento desordenado de rejeitos
tóxicos no ambiente.
Na década de 70 já aparecem os primeiros
resultados produzidos pela sociedade: a criação
da legislação ambiental cada vez mais restrita.
5. A partir dos anos 80, até os dias atuais a questão
ambiental passa a ser um tema de discussão em
todos os segmentos da sociedade.
Vem dessa época também a disseminação de um
sentimento de associar a química com o
impactante, o nocivo e o sintético.
Dados do IBGE mostram que a expectativa de
vida do brasileiro passou de 43 anos na década
de 50 para 68 anos em 1998.
6. Parte apreciável do salto desse indicativo de
qualidade de vida se deve aos avanços da
química na área de saneamento ambiental,
processos de desinfecção de águas,
diversificação da produção agrícola à custa de
insumos químicos bem como da bioquímica.
Numa análise centrada na relação
custo/benefício, pode-se afirmar que a química
muito tem contribuído para a melhoria da
qualidade de vida no planeta.
7. Nesse contexto muitas perguntas ainda estão
sem respostas, por exemplo:
- Não conhecemos a magnitude do efeito estufa e
suas prováveis consequências.
- Não podemos prever com detalhes a toxicidade
ou poder mutagênico de todas as novas
moléculas que são produzidas.
Portanto, e importante que saibamos diferenciar:
percepção de risco ambiental de avaliação de
risco ambiental.
8. Ecologia é um conceito que a maioria das
pessoas já possui intuitivamente, ou seja,
sabemos que nenhum organismo pode existir
autonomamente sem interagir com outros ou
mesmo com ambiente físico no qual ele se
encontra.
Ao estudo dessas inter-relações dá-se o nome de
Ecologia, o qual pode ser entendido como um
conjunto de entidades, sejam elas genes, células,
ou mesmo espécies, agrupadas em uma ordem
crescente de complexidade, como mostra os
níveis de organização abaixo.
Genes → células → tecidos → órgãos → sistemas → espécies → populações
→ comunidades → ecossistemas → biosfera
9. Espécie
Dois ou mais organismos são considerados da
mesma espécie, quando podem se reproduzir,
originando descendentes férteis. Desta forma,
fica claro que, a menos que haja a intervenção
humana, como no caso do jumento e da égua,
naturalmente não ocorre reprodução entre
indivíduos de espécies diferentes.
Populações
São formadas por organismos da mesma
espécie, isto é, um conjunto de organismos que
podem se reproduzir produzindo descendentes
férteis.
10. Comunidades
Conjunto de todas as populações, sejam elas de
microorganismos, animais ou vegetais existentes
em uma determinada área; também se pode
utilizar o conceito de comunidade para designar
grupos com maior afinidade separadamente,
como por exemplo, comunidade vegetal, animal,
etc.
A todos os componentes vivos de um
determinado local chamamos bióticos; em
contrapartida, o conjunto formado por regime
de chuvas, temperatura, luz, umidade, minerais
do solo enfim, toda a parte não viva, é chamada
de componentes abióticos.
11. Ecossistema
Pode ser definido como sendo um conjunto de
comunidades interagindo entre si e agindo sobre
e/ou sofrendo a ação dos fatores abióticos.
Dentro do conceito de ecossistema, ainda cabe
definirmos o conceito de habitat, pelo qual
entendemos o ambiente físico o qual ocorre(m) uma(s)
determinada(s) espécie(s). Ex.: O hábitat do lobo
guará é o cerrado.
12. Biosfera
A terra é composta por vários ecossistemas sejam eles
aquáticos, terrestres ou até mesmo aéreos. A soma de
todos estes ecossistemas chamamos de biosfera.
Portanto, a biosfera seria a parte na qual ocorre vida no
planeta e na qual a vida tem o poder de ação sobre o
mesmo
Bioma
Muitas vezes, o termo bioma é utilizado como sinônimo
de ecossistema, no entanto ao contrário do segundo que
implica nas inter-relações entre fatores bióticos e
abióticos, o primeiro significa uma grande área de vida
formada por um complexo de hábitats e comunidades, ou seja,
apenas o meio físico (área) sem as interações. Ex.: Bioma
cerrado, bioma mata atlântica.
14. O que é biodiversidade?
Biodiversidade é um conceito recentemente
introduzido dentro da ecologia, com a crescente
preocupação ambiental, e significa diversidade,
ou seja, o número de espécies diferentes sejam
elas animais, plantas e/ou microorganismos que
compõe um determinado ecossistema ou mesmo
o próprio planeta. Desta forma, toda a
variedade de vida que compõe um determinado
local, ou mesmo o próprio planeta pode ser
chamada de biodiversidade.
15. Qual o menor ecossistema do mundo?
É muito difícil se determinar as dimensões de
um ecossistema específico. Por isso, o menor
ecossistema seria aquele que se enquadrasse
dentro das definições de ecossistema, e tendo as
menores dimensões possíveis. Para exemplificar,
uma gota d'água contendo uma comunidade de
microorganismos poderia ser se não o menor,
com certeza um dos menores ecossistemas
estando esta gota sujeita às interações biológicas
entre os microorganismos e o meio físico, tal
como luminosidade, temperatura, etc.
16. Exemplos de ecossistemas terrestres e aquáticos
Aspecto geral da
vegetação de cerrado.
Formação vegetal
característica do Planalto
Central brasileiro, onde
notam-se a presença de
árvores de pequeno
porte com troncos
retorcidos e casca grossa
e predomínio de
vegetação rasteira.
17. Mata ciliar
Aspecto do interior de mata-
ciliar, ou floresta de galeria.
Vegetação característica de
margens de pequenos rios e
córregos. Este tipo de
vegetação é considerado
atualmente, como uma área
fundamental de preservação,
pois está intimamente
relacionado com a manutenção
do fluxo e da qualidade da
água. Por esta razão, as matas
ciliares ou florestas de galeria
são consideradas áreas de
preservação permanente, ou
seja, em hipótese alguma
podem ser removidas para
qualquer tipo de atividade
humana.
18. Mata atlântica
Aspecto geral da Mata
Atlântica, com mais de 3000
quilômetros de extensão, é
um dos ecossistemas com
maior diversidade de espécies
do Brasil e do planeta. Para
exemplificar esta riqueza,
basta dizer de que cada duas
árvores encontradas na mata
Atlântica, uma só é
encontrada nesta floresta. Ou
seja, 50% das árvores só
existem aqui e nenhum outro
lugar do mundo.
19. Dunas
No Brasil, não existem
desertos, e sim dunas que
ocorrem em algumas
regiões (Sul e Nordeste),
e caracterizam-se por
apresentarem solos
arenosos, vegetação
rasteira - porém escassa -
e uma fauna pouco
diversificada.
20. Lagos artificiais
Barragem, com lago artificial.
Em países em
desenvolvimento, como no
caso do Brasil, a energia
gerada através do
represamento de rios
(hidroelétricas) tem sido, e
ainda será a principal fonte
energética, devido à
disponibilidade de recursos e
o custo relativamente baixo.
21. Oceano atlântico
Os oceanos, são grandes
(cobrem 70% da superfície
terrestre), profundos e
contínuos, pois todos -
Pacífico, Atlântico e Índico -
são interligados; as principais
características destes
ecossistemas estão
relacionadas as correntes,
provocadas pelos ventos e a
própria rotação da Terra, e
também a salinidade.
22. Florestas tropicais
Aspecto da praia e do
mar, dois ecossistemas
intimamente
relacionados.
23. Ambiente lótico
(a) e (b) Ambiente lótico,
ou seja, de água corrente.
(c) Detalhe do interior de
uma caverna, ambiente
este que é caracterizado
pela ausência
total e permanente de
luz.
24. Lagoa de dessedentação
Lagoa de dessedentação. Este
tipo de lagoa é chamado de
dessedentação, pois é utilizada
para dessedentar o gado.
Dessedentar significa saciar a
sede. Estas lagoas podem ser
tanto naturais, como artificiais.
Também são importantes, pelo
fato de que como qualquer outro
reservatório de água estarem
sujeitos ao estabelecimento de
organismos nocivos aos animais
e também ao homem, pois
várias doenças têm o seu ciclo
passando pela água.
26. Discussão
As florestas tropicais são importantes ecossistemas pela
sua biodiversidade, além de outros fatores tais como, a
manutenção de um regime pluviométrico e temperatura
das vastas regiões na qual ocorrem. Na década de 70,
um jornalista estrangeiro por ocasião de uma visita a
Amazônica, querendo enaltecer a importância da
floresta, afirmou que a mesma era o “pulmão do mundo”,
sendo a responsável pela manutenção da taxa de
oxigênio da atmosfera. Esta afirmação está incorreta.
Você poderia dizer qual o verdadeiro “pulmão do
mundo?quot;.
27. Comentários
As florestas tropicais são extremamente importantes
para o planeta tanto pela sua biodiversidade, quanto
pela sua importância para a manutenção das condições
ambientais locais e globais, funcionando como um filtro
para a poluição proveniente da emissão de gases.
Também são fundamentais, na manutenção da
temperatura e pluviosidade locais. Mas com relação a
renovação e manutenção das taxas de oxigênio no
planeta, são as algas azuis, principalmente as marinhas,
quem cumpre este papel importante, pois por mais que
seja alta a atividade fotossintética nas florestas tropicais,
também é extremamente elevado o consumo de
oxigênio nas mesmas.
28. Fluxo de energia nos ecossistemas
A luz solar representa a fonte de energia externa sem a
qual os ecossistemas não conseguem manter-se. A
transformação (conversão) da energia luminosa para
energia química, que é a única modalidade de energia
utilizável pelas células de todos os componentes de um
ecossistema, sejam eles produtores, consumidores ou
decompositores, é feita através de um processo
denominado fotossíntese. Portanto, a fotossíntese - seja
realizada por vegetais ou por microorganismos - é o
único processo de entrada de energia em um
ecossistema.
29. Existem estimativas de que cerca de 34% da luz solar
seja refletida por nuvens e poeiras; 19% seria absorvida
por nuvens, ozônio e vapor de água. Do restante, ou seja
47%, que chega a superfície da terra boa parte ainda é
refletida ou absorvida e transformada em calor, que
pode ser responsável pela evaporação da água, no
aquecimento do solo, condicionando desta forma os
processos atmosféricos.
A fotossíntese utiliza apenas uma pequena parcela (1 a
2%) da energia total que alcança a superfície total. É
importante salientar, que os valores citados acima são
valores médios e nãos específicos de alguma localidade.
Assim, as proporções podem - embora não muito - variar
de acordo com as diferentes regiões do País ou mesmo
do Planeta.
30. Definição de poluição segundo a Lei brasileira
Segundo a Lei Estadual nº 997 de 31/05/1976, poluição
do meio ambiente define-se como sendo a presença, o
lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo,
de toda e qualquer forma de matéria ou energia com
intensidade em quantidade, de concentração ou com
características em desacordo com as que forem
estabelecidas em decorrência desta Lei, ou que tornem
ou possam tornar as águas, o ar ou o solo:
I – Impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde;
II – Inconvenientes ao bem estar público;
III – Danosos aos materiais, à fauna e a flora;
IV – Prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da
propriedade e às atividades normais da comunidade.
31. Fontes naturais
Vulcões, ação do vento sobre a areia, argila e
água do mar, grandes incêndios, descargas
elétricas durante tempestades, etc.
As quantidades de poluentes naturais não
enormes, entretanto, ou causam problemas
localizados ou são dispersas em grandes porções
na atmosfera, criando concentrações muito
pequenas.
32. Fontes industriais
São potenciais poluidores das águas, ar e solo.
Metalúrgicas, mineradoras, indústrias de papel e
celulose, mecânicas, madeira e mobiliário,
químicas e farmacêuticas, frigoríficas, feculárias,
laticínios, cortumes, usinas de açúcar e álcool,
etc.
33. Fontes domésticas
Os principais poluentes domésticos são esgotos sanitários,
lixo domicialiar e hospitalar.
A legislação exige a incineração de lixo hospitalar a 850ºC,
com tempo de residência
de 0,5 segundos.
No Brasil cerca de 76% do lixo hospitalar é disposto a céu
aberto, 23% em aterros controlados, 0,9% processados em
usinas e 0,1% incinerados. Quanto aos esgotos, a maioria é
lançada no rio e mares sem tratamento adequado.
34. Agrícolas
Atividades que contribuem para a poluição do
meio: pocilgas, estábulos, esgotos domésticos,
má conservação do solo, aplicação de defensivos
agrícolas, etc.
Áreas com tendência à erosão, associadas a má
utilização do solo, com falta de curvas de nível,
provocam assoreamento de córregos, riachos,
rios e lagos, bem como carreamento de
defensivos agrícolas.
35. Transportes
Veículos automotores são responsáveis pela
maior parte da poluição gerada nos grandes
centros urbanos como São Paulo e México.
No Brasil a utilização do álcool como
combustível e na mistura da gasolina contribui
para a redução dos índices de poluição do ar,
principalmente nos grandes centros urbanos.