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UNIVERSIDADE DE AVEIRO

      MESTRADOS EM ENSINO

             2008-2009


Observação e análise de práticas
    e contextos educativos



            Maria Helena T. Pedrosa de Jesus



               M. Helena Pedrosa de Jesus      1
2. Observação e análise do
questionamento no ensino, na
 aprendizagem e na avaliação



           M. Helena Pedrosa de Jesus   2
Qual a importância do
              questionamento?
constitui um elemento estruturador da
interacção didáctica
é uma forma de desafiar ideias e concepções
permite a identificação de concepções
alternativas dos alunos
permite avaliar o nível de compreensão dos
alunos
as questões podem ser usadas para facilitar
e promover a aprendizagem
                M. Helena Pedrosa de Jesus   3
O questionamento como
estruturador da interacção

      Professor




                                        Aluno




        Aluno



           M. Helena Pedrosa de Jesus           4
Quem questiona mais na sala
                  de aula?


Analise a transcrição considerando:

  • O número de perguntas do professor

  • O número de perguntas dos alunos



                 M. Helena Pedrosa de Jesus   5
Frequência de perguntas do
                   professor
As perguntas do professor são uma parte
substancial do discurso:
 96% das perguntas em sala de aula são do
 professor
 30 a 120 perguntas por hora (média de 69
 perguntas por hora) (Graesser & Pearson, 1994)
 2 a 3 perguntas por minuto, em média (Pedrosa de
 Jesus, 1987, Dillon, 1988)


                              M. Helena Pedrosa de Jesus   6
Frequência das perguntas dos
                      alunos
os alunos formulam apenas 2 a 4 perguntas por hora
(Buseri, 1987; Dillon, 1988; Good et al., 1987; Susskind, 1969)


os alunos fazem, em média, apenas 1 pergunta por mês
(Dillon, 1988; Fahey, 1942; Susskind, 1969, 1979)


no contexto de aulas de Física e Química, verificou-se,
em média, 1 pergunta por semana (Pedrosa de Jesus, 1991)



a baixa frequência das perguntas dos alunos em sala
           de aula é um fenómeno universal
                                M. Helena Pedrosa de Jesus        7
Frequência das perguntas dos
                      alunos
os alunos formulam poucas questões por
iniciativa própria e isso torna-se mais
evidente com o aumento da idade e com a
progressão escolar (Alcock, 1972)

no entanto... a sua sensibilidade para
detectar falhas na informação aumenta com
a idade, sendo as questões formuladas mais
precisas no que concerne à informação que
gera incertezas (Berlyne & Frommer, 1966)
               M. Helena Pedrosa de Jesus    8
Por que razões professores e
         alunos questionam?

Volte a analisar a transcrição procurando
identificar:

  o(s) objectivos / funções das perguntas de
  alunos e professor




                M. Helena Pedrosa de Jesus     9
Funções das perguntas do
                    professor
controlo do comportamento dos alunos
ajuda à gestão da aula
verificação da compreensão da matéria
obtenção de “feedback”
ajuda à revisão de conceitos
avaliação de conhecimentos
estímulo ao pensamento e ao desenvolvimento de
capacidades de raciocínio
estímulo à curiosidade intelectual
ajuda à formulação e à resolução de problemas
                    M. Helena Pedrosa de Jesus   10
Funções das perguntas do
                       aluno
procura de concordância e/ou apoio
confirmação de “fracções” de informação
pedidos de informação
pedidos de clarificação
procura de orientação na identificação ou
resolução de problemas
procura de orientação quando fazem inferências
ou testam hipóteses
                  M. Helena Pedrosa de Jesus   11
Que outras formas de
  classificar as perguntas?
De acordo com o nível cognitivo




                                        (Pedrosa de Jesus, 1987)
                 M. Helena Pedrosa de Jesus                        12
1. Conhecimento-Memória (C-M)
   Requerem a simples reprodução de factos, fórmulas ou
 outros itens de conteúdo/informação que é preciso relembrar.

    As respostas podem ser encontradas em livros, sites da
 Internet ou outros materiais de referência.

   Os processos mentais envolvidos são: nomear/reconhecer,
 definir, identificar, designar ou dar respostas sim/não.

   Podem começar por: Quem…? O que…? Onde…? Quando…

 •Que tipo de jogos havia no Olímpicos da Grécia Antiga?
 •Qual é a fórmula química da água?
 •Quando é que começou oficialmente o século XXI?
                             M. Helena Pedrosa de Jesus         13
2. Pensamento convergente (PC)
   Envolvem a análise e integração da informação fornecida ou
relembrada.

  Conduzem a uma resposta esperada e conhecida antecipadamente.

   Os processos mentais envolvidos são: explicar, associar, estabelecer
relações, comparar e contrastar, transpor a informação para um
contexto ligeiramente diferente, tirar conclusões.

  Podem começar por: Porquê…? Como…? De que modo…?

 •Porque é que a água entra em ebulição a uma temperatura mais baixa
 em zonas de grande altitude, se compararmos com as zonas ao nível do
 mar?
 •Em que é que a gravidade difere daPedrosa de Jesus electrostática?
                              M. Helena
                                        atracção                        14
3. Pensamento divergente (PD)
  Questões perante as quais o indivíduo é livre de gerar as suas
próprias ideias de forma independente, podendo considerar uma
nova perspectiva ou direcção num dado tópico.

   Os processos mentais envolvidos são: fazer previsões, formular
hipóteses, inferir e reconstruir.

  Podem começar por: Imagine que…; Suponha que…; Preveja…;
Se…, ; Como é que poderá…? Quais serão as possíveis
consequências…?

• O que é que pensa que poderá acontecer se as bolas tiverem uma
massa diferente?
• Se existe um ponto crítico na curva líquido-vapor, então por que razão
não existe um ponto crítico na curva gelo-líquido?
                            M. Helena Pedrosa de Jesus                     15
4. Pensamento avaliativo (PA)
  Questões que correspondem ao nível cognitivo mais elevado.

   Requerem que o indivíduo, ao responder, exprima o seu
julgamento/ponto de vista, justifique a sua escolha ou defenda a sua
posição. São caracterizadas pela qualidade da opinião manifestada.

   Os processos mentais envolvidos são: fazer juízos de valor, julgar,
fazer escolhas, … de modo a poder formular uma opinião
fundamentada e ser capaz de a defender.

  Podem começar por: O que é que pensa sobre…; Qual é a sua
opinião sobre…; Defenda….; Julgue….; Justifique….

  •Quais têm sido as principais contribuições da química para a sociedade?
  •Quais pensa serem as principais vantagens das centrais eléctricas
  solares sobre as centrais a carvão?
                             M. Helena Pedrosa de Jesus                      16
Perguntas de Rotina e Retórica
Rotina: perguntas utilizadas pelo professor para facilitar
a gestão das tarefas da aula e da discussão, assim
como a compreensão dos alunos:
    - Quem fez o trabalho de casa?
    - Quantos grupos de trabalho vamos formar?


Retórica: perguntas que não pretendem a obtenção de
uma resposta. São usadas para, por exemplo, reforçar
uma determinada mensagem:
    - A massa atómica é …., ok?!
    - Darwin é o mentor da teoria da selecção natural, certo?!
                       M. Helena Pedrosa de Jesus                17
Quadro-resumo
         Baixo Nível cognitivo              Alto nível cognitivo
         CM                PC                PD                PA
   Defina           Associe          Proponha             Avalie
   Identifique      Categorize       Estime               Critique
   Relembre         Compare          Analise              Debata
   Reproduza        Explique         Interprete           Questione
   Enumere          Ilustre          Relacione            Justifique
                    Descreva         Preveja              Julgue
   Quem ….?         Porquê…?         Imagine que…;        O que é que
   O que…?          Como…?           Suponha que…;        pensa
                                     Se…, ;               sobre…?
   Onde?            De que modo?
   Quando?          Em que …?        Como é que           Qual é a sua
                                     poderá…?             opinião
                                     Quais serão as       sobre…?
                                     possíveis
                                     consequências…?

 Classifique as perguntas do professor e dos alunos identificadas na
 transcrição
Bloom’s Taxonomy for educational
 objectives – the cognitive domain




             M. Helena Pedrosa de Jesus                          19
                                          (Bloom et. al, 1956)
Tipos de perguntas dos
                       professores
Num estudo realizado em Portugal, com
 professores e alunos de Ciências (F/Q):
  75% das perguntas do professor eram do nível cognitivo
  mais baixo, com 50% apelando apenas à memória
  (Pedrosa de Jesus, 1991)

  Só 5% das perguntas eram de alto nível cognitivo, e
  apenas na categoria de pensamento divergente
  (Pedrosa de Jesus, 1991)

►Segundo Dillon (1988), apenas 4% dos professores
  fazem questões de qualidadede Jesus
                      M. Helena Pedrosa                 20
Tipos de perguntas dos
                                alunos
A maioria das perguntas dos alunos são de baixo nível
cognitivo (Pedrosa de Jesus, 1991)
Muitos alunos parecem não possuir as capacidades
necessárias para formular perguntas de alto nível
cognitivo (van der Meij, 1994)
… Mas, todos os alunos têm o potencial de aprender a
pensar, a reflectir e a questionar de uma forma
competente (Ciardiello, 1998)
Alunos que receberam instrução na formulação de
perguntas evidenciaram questões de nível cognitivo
superior em relação a alunos de Jesus instrução (Cuccio-Schirripa21
                     M. Helena Pedrosa
                                       sem
& Steiner, 2000; Dillon, 1988).
Por que razão os alunos fazem
       tão poucas perguntas?

Dewey, a philosopher and educational reformer, was one of the first
educators to see the connection between interest and curiosity as
motivational constructs. He associated interest with student questioning,
saying, “no one has ever explained why children are so full of
questions outside of the school, and the conspicuous absence of
display of curiosity about the subject matter of school lessons”
(Dewey, 1916, p. 86).

• Do you agree with Dewey’s point?
• Can you offer any explanation that might satisfy Dewey’s concern?

                                                         (in Ciardiello, 2007)

                            M. Helena Pedrosa de Jesus                           22
Que factores influenciam o
questionamento dos alunos?
 Factores intrínsecos: motivação, auto-estima,
 inibição perante os pares, “medo de falhar”, nível de
 conhecimentos prévios (van der Meij, 1994, Graesser & Pearson, 1994)


 Factores extrínsecos: características do
 ambiente de ensino-aprendizagem - conteúdos,
 estratégias, comportamentos verbais e não verbais do
 professor, questionamento do professor, tempo de
 espera, …

Nível de actuação do professor
                       M. Helena Pedrosa de Jesus                23
Some researchers (Berlyne, 1965; Wigfield et al., 2004) claim that
the motivation for student questioning is subject specific. One of
my students, a high school junior, seemed to support this notion.
When I asked him which types of questions he preferred to ask in
class, he remarked that he preferred to ask wonderment
questions, especially on the topic of astronomy. He said that he
could ask many questions about space such as about life in
another galaxy or the possibility of water on Jupiter’s moons.


• Have you found that motivation for students to generate
questions has a lot to do with specific content and subject matter?

• Are there certain topics in your content area curriculum that are
more conducive to students generating questions?

                                                           ( in Ciardiello, 2007)
                              M. Helena Pedrosa de Jesus                            24
Que factores influenciam o
      questionamento dos alunos?
                          Tempo de espera – Wait time
Intervalo de tempo (silêncio) habitualmente proporcionado aos alunos
                   para pensar, depois de uma pergunta do professor
      o tempo de espera médio é de um segundo ou menos;
      geralmente os professores concedem mais tempo de espera aos
      alunos de quem esperam melhores resultados;
      para perguntas de baixo nível cognitivo um tempo de espera de 3
      segundos está positivamente relacionado com melhores resultados;
      tempos de espera mais curtos ou mais longos não são tão
      eficientes;
      parece não existir um limite de tempo de espera para as perguntas
      de alto nível cognitivo; quanto maior o tempo disponibilizado mais
      os alunos parecem envolver-se, atingindo melhores resultados.
                             M. Helena Pedrosa de Jesus                         25
                                                          (Rowe, 1986; Cotton, 1988)
Que factores influenciam o
 questionamento dos alunos?
              Questionamento do professor
as questões do professor exercem uma forte influência
sobre o padrão e o tipo de questões que os alunos
elaboram (Alfke, 1974)

as práticas de questionamento do professor fornecem
modelos que poderão ser imitados pelos alunos (van der
Meij, 1994)


o estilo e o formato das perguntas utilizadas pelos
professores influenciam profundamente as concepções
dos alunos sobre a disciplina e a forma como é
abordada (Mason, 2000) M. Helena Pedrosa de Jesus   26
O questionamento como
estruturador da interacção

      Professor




                                        Aluno




        Aluno



           M. Helena Pedrosa de Jesus           27
Como melhorar o
questionamento do professor?
                          Aumentar o tempo de espera…
                             …para além de 3 segundos
 reflexos positivos nos alunos:
   aumenta o tamanho das respostas;
   aumenta o pensamento especulativo;
   aumenta o número de perguntas, bem como o número de
   experiências que eles propõem;
   diminui o número de situações em que não respondem;
   aumenta a auto-confiança;
   aumenta a interacção aluno-aluno;
                        M. Helena Pedrosa de Jesus             28

                                                     (Rowe, 1986)
Como melhorar o
questionamento do professor?
                  Aumentar o tempo de espera…
                     …para além de 3 segundos
 reflexos positivos nos professores:
   as suas respostas são mais flexíveis, envolvendo mais os
   alunos no debate de ideias;
   ouvem mais os alunos;
   aumenta a variedade do tipo de questões formuladas e o
   número de perguntas de nível cognitivo elevado;
   melhoram as expectativas sobre os resultados
   conseguidos por alguns alunos.
                      M. Helena Pedrosa de Jesus              29
                                                   (Rowe, 1986)
(Black & Harrison, 2001)


                                          Case study

Teacher 1
Increasing wait time after asking questions proved difficult to start with – due to my habitual
desire to ‘add’ something almost immediately after asking the original question. The pause
after asking the question was sometimes painful. It felt unnatural to have such a seemingly
‘dead’ period but I persevered. Given more thinking time the students seemed to realise that
a more thoughtful answer was required. Now after many months of changing my style of
questioning, I have noticed that most students will give an answer and an explanation (where
necessary) without additional prompting ... a pause is an effective way of indicating that more
information is required. Occasionally, I find myself making the most ridiculous facial gestures
to indicate that I want more information. The student looks for my response, none arrives and
the realisation hits them. Additional thinking occurs, followed by an explanation.


Teacher 2
I knew I had to find a way of increasing the time and decided the best way of leaving space
was to ask them to discuss in pairs, then write down their thoughts in the back of their books.
I needed to stop interfering so I sat at the front ... Collecting responses at first was better than
I expected. More students volunteered answers and the answers were deeper. My follow-up
questions were planned and much more open (often more comparative and reflective) and
exciting discussions started. Wrong answersPedrosa de Jesus
                                        M. Helena
                                                  slowly stopped being a problem as students30    got
used to the idea that I was very unlikely to express an opinion during these sessions.
Como melhorar o
questionamento do professor?


 • Seleccione um tema/conteúdo da sua área
 de especialidade para dar uma aula

 • Elabore uma lista de perguntas relacionadas
 com esse tema que poderia fazer aos seus
 alunos




                  M. Helena Pedrosa de Jesus     31
Como melhorar o
questionamento do professor?

Planear as questões antes da aula

 Reflectir sobre o tipo de aula e os seus
 objectivos: ter presente o que quer
 questionar e por que razões questiona
 Planear algumas questões abertas antes da
 aula

                  M. Helena Pedrosa de Jesus   32
Como melhorar o
questionamento do professor?

 Planear uma sequência de questões com
 complexidade crescente – conduzir os alunos
 para um pensamento cada vez mais elaborado

 Procurar envolver todos os alunos

 Considerar e valorizar as respostas de todos
 os alunos (lidar de uma forma positiva com as
 concepções erradas/alternativas dos alunos)

                 M. Helena Pedrosa de Jesus      33
Como melhorar o
questionamento do professor?
Evitar:
   fazer uma pergunta e dar a resposta
   fazer muitas perguntas fechadas num curto
   intervalo de tempo
   fazer perguntas complexas sem que exista
   uma construção prévia
   fazer pergunta abertas, tendo apenas uma
   resposta possível em mente (neste caso é
   melhor fazer uma pergunta fechada!)
                   M. Helena Pedrosa de Jesus   34
M. Helena Pedrosa de Jesus   35
… em casa
•Identifique as perguntas de baixo nível cognitivo
da sua lista

•“Transforme” essas perguntas em questões de
alto nível cognitivo

•Envie as perguntas através do e-learning - espaço
“caixa de questões” - identificando o tema que
seleccionou (pode usar o modelo do exemplo)

•Procure comentar as contribuições dos colegas

                     M. Helena Pedrosa de Jesus      36
Desenvolver questões de alto
               nível cognitivo
Exemplo:




                          (Department for Education and Skills, 2004)
             M. Helena Pedrosa de Jesus                             37
Porquê promover o
   questionamento dos alunos?
O acto de gerar perguntas:
  exige a atenção do aluno sobre os conteúdos,
identificando as ideias principais, e verificando a sua
compreensão
  facilita o processo de construção de conhecimento,
promovendo a aprendizagem (King, 1994)
  subjaz à resolução de situações inesperadas, à
confirmação de expectativas (Biddulph & Osborne, 1982), ao
raciocínio e à criatividade (Sternberg, 1987)
                         M. Helena Pedrosa de Jesus          38
Porquê promover o
   questionamento dos alunos?
►O papel activo na aprendizagem, através da
 formulação de questões, permitirá aos alunos
 o desenvolvimento de capacidades de
 pensamento crítico, de auto-regulação, de
 autonomia e de tomada de decisão (Ikuenobe, 2001;
  King, 1994)


►O questionamento constitui um elemento
 central na resolução de problemas (Zoller, 1987)

                     M. Helena Pedrosa de Jesus     39
Como promover o
questionamento dos alunos?




         M. Helena Pedrosa de Jesus   40
Como promover o
questionamento dos alunos?

fornecer estímulos adequados e
modelos de como formular questões
desenvolver um ambiente em sala de
aula receptivo e propício às questões
dos alunos
incluir as questões dos alunos na
avaliação
                                          (Biddulph et al., 1986)
             M. Helena Pedrosa de Jesus                        41
Como promover o questionamento
                          dos alunos?
Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação

   As questões dos alunos podem ser solicitadas
    e exploradas em diferentes momentos:
   ►Durante as actividades da aula: questões orais,
     com feedback imediato; questões escritas com feedback
     posterior

   ►No final da aula, ou como trabalho de casa:
     como orientadoras da aula seguinte - questões escritas.


                          M. Helena Pedrosa de Jesus       42
Como promover o questionamento
                          dos alunos?
Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação

    ►Pausas estratégicas na aula
                                 Folha de Perguntas

    Nome: _____________________________________________ Turma: ______ Data: _______

    Formule pelo menos uma pergunta sobre o que foi tratado na aula até este momento.




                                   M. Helena Pedrosa de Jesus                          43
                                                                (Pedrosa de Jesus, 1991)
Como promover o questionamento
                          dos alunos?
Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação

   ►Questões escritas

 Caixa de Questões                                     Ambiente on-line




                          M. Helena Pedrosa de Jesus                44
Como promover o questionamento
                          dos alunos?
Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação


     Simulação de papéis (“role-playing”)

     Trabalho em grupo (método de “jigsaw”)

     Debates

     Entrevistas


                          M. Helena Pedrosa de Jesus      45
Como promover o questionamento
                          dos alunos?
Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação

     Na leitura e compreensão de textos:
        científicos
        literários
        notícias de jornais/revistas
        páginas de internet
        situações-problema
     “questioning the author”
                          M. Helena Pedrosa de Jesus      46
Situação-problema sobre hiponatremia




•   Formule questões cujas respostas lhe permitam
    obter informações relevantes para a compreensão
    do problema de saúde descrito.
•   Explique por que razão/ões formulou cada questão.

                      M. Helena Pedrosa de Jesus        47
2 – Observação e análise do
 questionamento na supervisão das
       práticas profissionais

2.1 - O questionamento na observação


2.1.5 – A formulação de perguntas na observação
  indirecta: entrevistas e questionários.




                   M. Helena Pedrosa de Jesus     48
A entrevista
  O que é uma entrevista?
Entrevista de investigação – método de observação indirecta –
   método de investigação que nos permite aceder a dados aos
   quais só é possível através da palavra.
Opções metodológicas para a utilização da entrevista
- Uma relação verbal entre o investigador e a pessoa interrogada:
   essa relação pode ser directa (frente a frente)ou indirecta (por
   telefone, por exemplo);
- Uma entrevista provocada pelo investigador; para fins de
   investigação; baseada na utilização de um guião de entrevista;
   numa perspectiva intensiva. (Albarello, L. et al, 1997, pp.84)
                           M. Helena Pedrosa de Jesus          49
A entrevista
De acordo com o grau de liberdade, as entrevistas podem
  ser classificadas, num continuum, em quatro modalidades:

   - A entrevista directiva
   - A entrevista semidirectiva ou semidirigida (a forma do outro
   estruturar as suas expectativas)
   - O relato de vida
   - A entrevista não directiva

A pertinência e a qualidade dos dados devem ser assegurados pelo
   entrevistador focando a sua atenção em três aspectos essenciais da
   interacção:
   - o tema da entrevista ou objecto de estudo;
   - o contexto interpessoal;
   - as condições sociais da interacção.
                                M. Helena Pedrosa de Jesus              50
A entrevista
Momentos-chave da entrevista

     Os preliminares ou legitimação da entrevista
     O início da entrevista
     O corpo da entrevista
     O fim da entrevista.

As intervenções de conteúdo

     Os temas do guião da entrevista
     A questão inicial
     As reformulações sob a forma de clarificação ou de resumo
     A interpretação
     A confrontação
Bibliografia:
Albarello, L., Digneffe, F., Hiernaux, JP., Maroy, C., Ruquoy: & Saint-Georges, P. (1997) Práticas e Métodos de Investigação
     em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva (p. 84-116)
Cohen, L. Manion, L. & Morrison, K. (2003) Research Methods in Education (5th Ed.). London: Routledge (p.267-292).
                                               M. Helena Pedrosa de Jesus                                           51
Questões éticas da entrevista
Tal como a observação directa, a observação indirecta (entrevista) tem, também, uma dimensão
       ética. A informação é obtida através de interacções interpessoais e diz respeito a condições
       pessoais.

Podem ser identificadas três áreas relevantes, todas elas problemáticas:
i.     Consentimento informado
ii.    Confidencialidade
iii.   Consequências da entrevista

Por exemplo:
1.    Quem deve autorizar? (O(s) participante(s)? Os seus superiores?)
2.    Para quem e para quê?
3.    Que informação deve ser fornecida e para quem?
4.    O que é que pode ser considerado como conhecimento público ou privado?
5.    De que modo é que a investigação poderá ajudar ou prejudicar o entrevistado?

                                     M. Helena Pedrosa de Jesus                              52
Questões éticas da entrevista
Cohen, L. et al. (2003, pp.292) levantam algumas questões de
     natureza ética às quais consideram necessário responder
     antes de iniciar qualquer entrevista:

I.     Foi obtida autorização dos entrevistados?
II.    Esta autorização foi obtida por escrito ou oralmente?
III.   Que informação deve ser fornecida no início do estudo?
IV.    Se o estudo for exploratório, como deve ser fornecida a
       informação adequada?
V.     As possíveis consequências da investigação ficaram claras
       para os participantes?
VI.    Foram tomados todos os cuidados necessários para prevenir
       qualquer dano/prejuízo que a investigação possa causar nos
       participantes?

                          M. Helena Pedrosa de Jesus            53
Questões éticas da entrevista
VII.    Como é que a investigação poderá beneficiar os participantes?
VIII.   Quem beneficiará com a investigação?
IX.     Até que ponto há reciprocidade entre aquilo que os participantes dão e
        recebem da investigação?
X.      Foi garantida a confidencialidade, o anonimato e a não identificação
        das pessoas envolvidas? Deverá ser disfarçada a identidade dos
        participantes?
XI.     Quem irá ter acesso aos dados’
XII.    O que foi feito para assegurar que a entrevista vai ser conduzida de um
        modo apropriado, sem stress e sem receios?
XIII.   Como é que os dados e as transcrições irão ser verificadas e por
        quem?
XIV.    Quem é que irá ver os resultados da Investigação?...
XV.     Até que ponto é que predomina a agenda do investigador e as suas
        próprias ideias? O que é que acontece se o investigador fizer uma
        interpretação diferente da do entrevistado? Os entrevistados devem ser
        informados, mesmo que não tenham perguntado por elas?

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Guião da Entrevista (semi-estruturada)




                   M. Helena Pedrosa de Jesus   55
2.2 – O questionamento no
desenvolvimento pessoal e profissional e
 na supervisão de práticas profissionais



  “A estratégia interrogativa em que o supervisor
   assume o seu papel de questionador ou em
   que o professor se coloca a si próprio e aos
   outros questões significativas constitui um
   motor de desenvolvimento pessoal e
   profissional” (Alarcão & Tavares, 2003, p.106)

                    M. Helena Pedrosa de Jesus      56
2.1 - O questionamento no desenvolvimento
   pessoal e profissional e na supervisão de práticas
   profissionais

2.2.1 - As questões pedagógicas, pedagógicas de conteúdo,
  metacognitivas e reflexivas.

Smyth (1989) considerou que as questões pedagógicas - perguntas que
  têm uma intencionalidade formativa - podem desempenhar um papel
  muito relevante na formação de professores.
► Estas podem ajudar a reflectir em diferentes níveis, contribuindo assim
  para o seu desenvolvimento intelectual e crítico.
Categorizou-as em perguntas de:

  (i) Descrição (O que faço? O que penso?)
  (ii) Interpretação (O que significa isto?)
  (iii) Confronto (Como me tornei assim?)                             57

  (iv) Reconstrução (Como me poderei modificar?).
2.2.1 – As questões pedagógicas de conteúdo

Por analogia com o ‘conhecimento pedagógico de
 conteúdo’ de Shulman (1986), podemos considerar e
 explorar as perguntas que designamos por ‘questões
 pedagógicas de conteúdo’.


 Isto é, perguntas que reflectem o conhecimento
   pedagógico de conteúdo em acção, ou seja, a
   transformação do conhecimento científico para o
   ensinar.


                     M. Helena Pedrosa de Jesus       58
2.2.1 – As questões pedagógicas de conteúdo
Esta transformação ocorre quando o professor:

   interpreta e reflecte criticamente sobre o conteúdo;
  encontra diversos modos de representar a informação através
  de analogias, metáforas, exemplos, problemas, demonstrações
  e actividades de sala de aula;
  adapta o material às capacidades dos alunos, ao género e aos
  seus conhecimentos prévios e preconcepções;
  tem a preocupação de desenhar (tailors) o material
  especificamente para os alunos a quem a informação vai ser
  ensinada.
                         M. Helena Pedrosa de Jesus              59
2.2.1- As questões metacognitivas

As questões pedagógicas de conteúdo, que poderão surgir a
vários níveis cognitivos, embora não sendo fáceis de formular,
permitirão identificar alguns dos indicadores do que se
considera ser um bom ensino.
► Podem contribuir para a reflexão de níveis superiores.
                             *****
As questões metacognitivas - permitem ao professor ajudar
os alunos a construir o seu próprio conhecimento e,
simultaneamente, avaliar a sua aprendizagem.

                         M. Helena Pedrosa de Jesus        60
2.2.1- As questões metacognitivas

As questões metacognitivas permitem, ainda, focar a
atenção dos alunos nos seus pensamentos e
conhecimentos próprios. Através delas aprendem a explicar
o seu modo de pensar e a reflectir no que os outros
disseram.

Exemplos:
O que é que isso quer dizer? Porque é que fizeste isso?
Porque é que disseste aquilo? Como é que isto encaixa
com o que acabaste de dizer? Ainda não percebi bem;
importas-te de explicar de outro modo? Podes dar-me um
exemplo? Como é que chegaste a essa conclusão?
                       M. Helena Pedrosa de Jesus         61
2.2.1- As questões reflexivas

  As questões reflexivas requerem uma significativa ‘contemplação
  interior’. As ideias emergentes estão relacionadas com conhecimento
  existente, quer do próprio quer mais geral, revelando uma nova
  compreensão. Resultam de uma atitude consciente do processo de
  questionamento bem como do contexto em que são formuladas.
  Normalmente exprimem sentimentos, crenças e valores, sobre um
  assunto pessoalmente importante. Podem ainda revelar auto-estima e
  mostrar empatia com os que nos rodeiam (Watts & Pedrosa de Jesus,
  2007).


►A reflexão não surge por geração espontânea, também de desenvolve.
  Devem, por isso, ser criadas as condições para que tal aconteça.
                             M. Helena Pedrosa de Jesus              62
2.2.1- As questões reflexivas

Podemos partir do princípio geral de que a formulação de
questões pode estimular a reflexão em qualquer indivíduo.

Contudo, convém distinguir duas situações:
(i) aquela em que a questão apenas estimula a reflexão da
pessoa que a formula e (ii) os casos em que as questões
também estimulam a reflexão na pessoa que é suposto
responder.

Toda a evidência aponta para que seja mais provável que a
questão estimule a reflexão em quem a formula.

Devem, por isso, criar-se as condições para que os
alunos/formandos possam equacionar problemas, formular
questões e desenvolver a Helena Pedrosa de Jesus
                         M.
                            meta-reflexão.             63
Segundo Morgan and Saxton (1991), as questões podem contribuir para
   estimular a reflexão se verificarem algumas características como as que
   se apresentam a seguir:

 - Questões que estimulem o desenvolvimento de conjecturas e de
    formulação de hipóteses (Ex: Gostaria de saber qual será o efeito do
    aquecimento global?)
- Questões que incidam sobre sentimentos pessoais (Ex: O que é que
    sentiu ao ler este texto?)
- Questões que foquem acções/projectos futuros (Ex: Se estivesse
    naquela situação o que é que faria?)
- Questões que desenvolvem a capacidade de avaliação ou de
    julgamentos críticos (Ex: Como se pode justificar o facto de se estar a
    despender uma soma de dinheiro tão elevada na construção de estádios de
    futebol, quando há ainda pessoas a dormir na rua, em caixas de cartão?)


                                M. Helena Pedrosa de Jesus                   64
3 – Observação e análise no processo de
aprendizagem
  Como é que aprendemos?

 “Aprendemos melhor através de um envolvimento
 activo, e pensando sobre as coisas, procurando
 articular aquilo que aprendemos. Processos, práticas e
 políticas organizadas de acordo com esta visão de
 aprendizagem estão no cerne de uma visão mais
 alargada do desenvolvimento profissional dos
 professores, encorajando-os a envolverem-se, eles
 próprios, como sujeitos que aprendem – do mesmo
 modo que eles desejam que os seus alunos o façam”
 (Lieberman, 1995:592).
                          M. Helena Pedrosa de Jesus   65
3- Observação e análise no processo de aprendizagem


    O CONSTRUTIVISMO NÃO É UMA TEORIA DE ENSINO
     É SOBRE O CONHECIMENTO E A APRENDIZAGEM

  O CONHECIMENTO – é definido como temporário, em
  desenvolvimento, mediado social e culturalmente, e não
  objectivo.

  A APRENDIZAGEM – é “ um processo de auto-regulação
  de resolução de conflitos cognitivos internos, que muitas
  vezes se tornam evidentes através de experiências
  concretas, do discurso colaborativo, e da reflexão” (Fosnot,
  1993).
                          M. Helena Pedrosa de Jesus        66
A aprendizagem e o conhecimento
    significativos…



… estão, por isso, centrados no sujeito que
 aprende e são melhor construídos através da
 colaboração e da reflexão sobre as experiências
 pessoais.

                                                 Abordagens
              Prática
                                                Interpessoais
             Reflexiva
                                                   (feedback)
                   M. Helena Pedrosa de Jesus                   67
Acreditamos que a aprendizagem é mais eficaz quando o sujeito
que aprende está activamente envolvido no processo de
aprendizagem (Bridges, 1992) em contextos e actividades
colaborativas, e quando a reflexão é o meio para observar, analisar,
reconsiderar e reconceptualizar a experiência.


O processo usado na prática reflexiva pode orientar o
desenvolvimento de novas competências e ainda mudar
comportamentos arraigados que podem tornar-se inconsistentes
com a aquisição das novas competências.


                          M. Helena Pedrosa de Jesus           68
The experiential learning cycle (Kolb)
     Ciclo de aprendizagem experiencial
Kolb (1984) apresentou um modelo de aprendizagem
experiencial – The experiential learning cycle – que
continua a ser amplamente citado e utilizado em campos
diversificados, nomeadamente, na educação e no
desenvolvimento profissional.

No ciclo de Kolb (1984), a observação e análise ou
observação reflexiva é a espinha dorsal do processo
que conduz da experimentação concreta dos
acontecimentos ao estado de conceptualização abstracta.


A actividade de reflexão aparece no contexto da aprendizagem, e
Kolb considera-a como parte do processo que desenvolve os
conceitos através da experiência.
                       M. Helena Pedrosa de Jesus           69
Ciclo de aprendizagem de Kolb (1984)


                         Experiência
                          Concreta




  Experimentação                                   Observação & Análise
      Activa                                       Observação Reflexiva




                   (Re)Conceptualização
                        Abstracta

                      M. Helena Pedrosa de Jesus                          70
A Observação aparece como parte integrante
deste processo dialéctico e cíclico, que
compreende 4 fases:

     Experiência concreta;

     Observação e análise – observação reflexiva;

     (Re) conceptualização abstracta – Formação de
     conceitos abstractos e generalizações;

     Experimentação activa – Aplicação dos conceitos
     em novas situações. Pedrosa de Jesus
                     M. Helena                         71
Observação reflexiva – é o processo que conduz da
experimentação concreta dos acontecimentos, para a
conceptualização abstracta. Os conceitos abstractos,
então   formados,    conduzirão    ao    estado  de
experimentação activa e, por consequência, a mais
experimentação concreta (Moon, 2000, p.24).

Um outro aspecto importante do ciclo de Kolb é o facto
do processo de aprendizagem se perpetuar a si
próprio. O sujeito que aprende pode mudar de actor
para observador, de um envolvimento muito específico
para um distanciamento mais analítico, criando situações
e experiências novas sobre as quais irá novamente
reflectir e (re)conceptualizar em cada ciclo.

                     M. Helena Pedrosa de Jesus       72
Assim sendo, torna-se claro que a qualidade da
“observação reflexiva”, isto é, do processo de
observação e análise, é crucial para garantir que o
sujeito está a progredir na sua aprendizagem. A
melhoria na aprendizagem não é, pois, um processo
automático, mas tem que ser um processo consciente e
deliberado, que requer do sujeito que aprende a intenção
de compreender mais profundamente aquilo que
reconhece estar num nível de aprendizagem mais baixo.

Para a observação da aprendizagem, normalmente, procuram-se
‘representações dessa aprendizagem’, que podem tomar formatos
orais ou escritos.
                      M. Helena Pedrosa de Jesus        73
Contudo, é necessário ter consciência de que, algumas
vezes, aquelas representações poderão não ser
consideradas    como     parte   do    processo    de
aprendizagem, ou ainda, o facto de alguns alunos,
embora conseguindo uma aprendizagem eficaz, terem,
por vezes, dificuldades em ‘representá-la’ de acordo
com o que lhes é pedido.

De acordo com Harvey e Knigth (1996), para ser
possível    escolher      indicadores             que permitam
‘representar as aprendizagens’, os professores
precisam de ter uma compreensão clara e organizada
das aprendizagens que procuram promover, de modo a
que lhes seja possível trabalhar e, ao mesmo tempo,
observar para avaliar, no dia a dia, as representações
das aprendizagens, identificando, ainda, possíveis
                       M. Helena Pedrosa de Jesus            74
distorções.
Tendo ficado clara a relevância da observação e
análise, ou da observação reflexiva, na
aprendizagem, deveremos preocupar-nos em ver
como é possível melhorar a aprendizagem e a
prática profissional trabalhando sobre a reflexão
em situações reais.

Moon (2000), por exemplo, chama a atenção para o
facto da reflexão não acontecer, necessariamente,
por geração espontânea. Podem, no entanto, criar-
se condições para que esta surja, contribuindo
para melhorar a maneira de pensar e o
desenvolvimento do sujeito que aprende.
                  M. Helena Pedrosa de Jesus    75
Por isso, o estímulo à observação, nos sentidos
definidos por Postic e De Ketele (1988) ou Tilstone
(1998), é essencial para potenciar a análise e o acto
reflexivo. Este será tanto mais rico na (re)
conceptualização abstracta quanto mais e melhores
forem as evidências recolhidas, ‘…de forma a
conduzir a julgamentos bem informados e às
mudanças necessárias nas práticas aceites’
(Tilstone, 1998).


                    M. Helena Pedrosa de Jesus      76
Por exemplo, Valadares e Graça (1998, p.107) consideram os
  seguintes aspectos a ter em conta na observação:

             Para estruturar uma observação:

    Definir os objectivos fundamentais;
     Definir os alunos a observar (em número não superior a 3);
      Integrar a observação nas outras formas de recolher
  informação dos alunos e na tarefa que se pretende avaliar;
     Seleccionar o critério de avaliação a utilizar;
     Dispor de um instrumento de registo;
     Ter em conta a tarefa em que os restantes alunos da turma
  estão envolvidos quando se focar a atenção num grupo
  restrito de alunos;
     Ter em conta que podem surgir aspectos relevantes não
  previstos.
                         M. Helena Pedrosa de Jesus               77
Estilos de Aprendizagem
Nem todos os estudantes aprendem do mesmo modo,
isto é, nem todos têm o mesmo ‘Estilo de Aprendizagem’.
Como professores, devemos ser suficientemente flexíveis
para adaptar o ensino às necessidades de aprendizagem
dos alunos. Este aspecto é particularmente importante
quando temos pela frente uma grande diversidade de
alunos, com idades e formações distintas.

O contexto de aprendizagem influencia o modo como a
informação é processada e relembrada pelos estudantes.
Devemos, contudo, ter presente que não há um método
de aprendizagem melhor que outro.
                     M. Helena Pedrosa de Jesus     78
A chave para um ensino eficaz está em compreender a
diversidade de estilos de aprendizagem ou comportamentos
existentes e ser capaz de os ter em conta ao planear as
estratégias de ensino e de aprendizagem.
As estratégias de aprendizagem descrevem o modo como as pessoas
aprendem e como lidam com as ideias em situações do dia a dia.


Kolb (1984) descreveu quatro estratégias de aprendizagem
as quais, quando usadas com combinações específicas,
conduzem a estilos de aprendizagem diferentes.

                        M. Helena Pedrosa de Jesus        79
Experiência Concreta

         Conceptualização Abstracta

                       Observação Reflexiva

                                          Experimentação Activa



        4 Estratégias de Aprendizagem




            4 Estilos de Aprendizagem
                       M. Helena Pedrosa de Jesus                 80
Aprender através da experiência
                                          Ä Aprender a partir de experiências específicas;
                                          Ä Relacionar-se com pessoas;
                                          Ä Ser sensível aos sentimentos dos outros;

                                                            Experiência
                                                             Concreta




                                                               Continuum de percepçãp
                                          Adaptativo                                    Divergente
Aprender fazendo                                                                                                  Aprender reflectindo
Ä Mostrar capacidade                                                                                              Ä Observar cuidadosamente
para concluir as tarefas;Experimentação                                                                           antes de fazer julgamentos;
                            Activa          Continuum de processamento                               Observação
Ä Correr riscos;                                                                                      Reflexiva
                                                                                                                  Ä Ver as situações de
                                                                                                                  diferentes perspectivas;
Ä Influenciar pessoas e
acontecimentos através                                                                                            Ä Procurar o significado das
da acção;                                 Convergente                                   Assimilativo              ‘coisas’;




                                                         Conceptualização
                                                            Abstracta


                                          Aprender pensando
                                          Ä Analisar ideias utilizando a lógica;
                                          Ä Planificar sistematicamente;
                                                     M. Helena Pedrosa de Jesus                                                        81
                                          Ä Agir partindo de uma compreensão intelectual da
                                          situação;
                                                                                                                            (Kolb, 1999)
Características dos 4 Estilos de Aprendizagem                    Kolb (1984)
Adaptativo                                       Divergente
- Capacidade de adaptação a                      - Grande capacidade de imaginação e
   circunstâncias imediatas;                         consciência dos significados e valores;
- Resolução de problemas de uma forma            - Facilidade em ver as situações concretas
   intuitiva e seguindo a “estratégia                de várias perspectivas e organizar
   tentativa-erro...”;                               possíveis relações numa estrutura com
                                                     significado;
                                                 - Ênfase na observação;
                                                 - Valorização dos sentimentos;


Convergente                                      Assimilador
- Facilidade na resolução de problemas;          - Aplicação do raciocínio indutivo
- Capacidade para tomar decisões;                -   Capacidade de criar modelos teóricos,
- Aplicação prática das ideias;                      partindo da assimilação de observações
                                                     dispares e gerando uma explicação
                                                     integrada;
                                   M. Helena Pedrosa de Jesus                           82
Desenvolvimento de uma tarefa psicomotora                           (adaptado de
   Ladyshewsky; 1995:32)
1. Experiência concreta                              2. Observação reflexiva
Observação do supervisor a executar uma tarefa O estudante discute a sua própria execução
   motora específica;                             (performance) e identifica o que correu bem
O estudante executa uma tarefa motora             e o que correu menos bem. Que tipo de
   específica (exemplo??);                        expectativas é que o estudante tinha que não
                                                  foram realizadas durante a execução da
(Aprender fazendo)                                tarefa?
                                               (Requer do estudante a auto-avaliação da sua
                                                  performance)
4. Experimentação activa –                           3. Conceptualização abstracta –
   aplicação                                            explicação
O estudante voltará a aplicar a mesma tarefa         A tarefa e as suas dificuldades são discutidas à
   motora específica ao mesmo cliente ou a               luz dos conteúdos teóricos. Os conceitos
   outro. Idealmente, a performance deverá ter           devem ser discutidos pelo supervisor
   progredido para um nível de competência               focando áreas onde o estudante revela
   mais elevado.                                         dificuldades. Deverá ser fornecida literatura
                                                         adequada e outras leituras consideradas
(Aplicação de novo conhecimento)                         necessárias.
                                                     (Relação da teoria com a prática)
                                       M. Helena Pedrosa de Jesus                                83
A Observação e as Abordagens à
              Aprendizagem

Segundo Moon (2000:120), a elaboração de conceitos com
maior utilidade no domínio da aprendizagem foi, muito
provavelmente, a identificação e caracterização de diferentes
tipos de abordagens de aprendizagem, designadas por:


abordagem superficial;
abordagem profunda;
abordagem estratégica.



                      M. Helena Pedrosa de Jesus           84
Abordagens à Aprendizagem

Abordagem profunda
                                              Procura de significados

Abordagem estratégica                         Organização reflexiva

Abordagem superficial                         Reprodução


            Entwistle, Biggs…




                 M. Helena Pedrosa de Jesus                             85
Abordagem Profunda…
…implica a compreensão das ideias pelo próprio, procurando
  significados através de actividades assim tipificadas:



   relacionar ideias novas com conhecimentos e experiências prévias;

   procurar padrões e princípios subjacentes;

   verificar evidências e relacionando-as com as conclusões;


   examinar e argumentando cuidadosamente e de forma crítica;

   tornar-se activamente interessado no conteúdo do curso/tarefa.

                           M. Helena Pedrosa de Jesus           86
Abordagem Superficial…
…o objectivo será, sobretudo, satisfazer os requisitos e
exigências do curso e/ou disciplina, predominando a
reprodução, como é exemplificada a seguir:

  estudar, mas sem reflectir sobre os objectivos nem sobre as
  estratégias;

  considerar o curso/disciplina como ‘porções’ de conhecimento
  sem relação entre si;

  memorizar factos e realizando procedimentos de forma rotineira;

  encontrar dificuldades para dar sentido às ideias novas
  apresentadas;

  sentir-se inseguro e pouco motivado com o trabalho.
                          M. Helena Pedrosa de Jesus             87
Abordagem Estratégica…
…a intenção terá em vista conseguir a classificação mais
elevada possível, através de uma organização reflexiva:

   colocando um esforço consistente no estudo;

   encontrando as condições e materiais adequados para o estudo;

   gerindo o tempo e o esforço de uma forma eficaz;

   estando atento às exigências e critérios de avaliação;

   ajustando o trabalho às preferências dos professores.



                           M. Helena Pedrosa de Jesus         88
Deve, porém, notar-se que não existe consenso quanto ao facto
de se considerar a abordagem estratégica como uma categoria
distinta das outras duas. Por um lado, Entwistle (1997) defende
que esta só poderá evidenciar-se em situações de avaliação da
aprendizagem. Por outro lado, há quem considere que os
sujeitos designados por “aprendentes estratégicos” têm
competências para desenvolver ora abordagens profundas ora
superficiais, de acordo com uma compreensão exacta do que
lhes é exigido para obter classificações elevadas na avaliação
do seu trabalho.




                       M. Helena Pedrosa de Jesus            89
Poderá concluir-se que a abordagem profunda tem um
significado particular quando se pretende estudar o papel da
observação reflexiva na aprendizagem significativa. Ao usarem-
se palavras ou frases tais como ‘relacionar ideias’, ‘procura de
padrões’, ‘verificar’ e ‘examinar cuidadosa e criticamente’, estas
implicam, necessariamente, a análise ou seja, o envolvimento da
actividade reflexiva no processo de aprendizagem.



Ao contrário da abordagem profunda, uma das características
que define a aprendizagem superficial é o facto de esta não
envolver reflexão.

                        M. Helena Pedrosa de Jesus              90
Na aprendizagem superficial, poderá haver alguma
acomodação na estrutura cognitiva, mas da parte do aprendente
não há um objectivo claro de compreender, para que possa vir a
mudar o seu ponto de vista, se necessário, como resultado da
aquisição de novo conhecimento. Fica-se com a sensação de
que a nova aprendizagem não estabelece ligações. Por
exemplo, Harvey e Knight (1996) descreveram metaforicamente
este tipo de aprendizagem como sendo aquela que é
“introduzida em arquivos separados, com uma ligação muito
difícil entre os conjuntos afins de conceitos e significados”.


                       M. Helena Pedrosa de Jesus           91
4 – Observação e análise no processo de
  ensino e na prática reflexiva




               M. Helena Pedrosa de Jesus   92
O questionamento e as
‘Abordagens de Ensino’
O professor enquanto modelo…




        Aprendizagem do aluno

       Questionamento do aluno

                                      Questionamento do professor


                                        Abordagem de Ensino do
                                              professor
                                         (Concepções e Práticas)

   «The kinds of questions that teachers ask and the way teachers ask
   these questions can […] influence the type of cognitive process that
   students engage […] » (Chin, Helena Pedrosa de Jesus
                               M. 2007)                                   93
Modos/Abordagens/Estilos de Ensino

 Existem vários estudos sobre ‘modos’ ‘abordagens’ ou ‘estilos de
 ensino’ (Kane, Sandretto & Heath, 2002)
 Grande diversidade de terminologia (Pajares, 1992)
 Estabelecem relação entre dimensão teórica e dimensão prática




                           M. Helena Pedrosa de Jesus               94
“Abordagens de Ensino”
                            (Trigwell, Prosser and Taylor, 1994)

 Entrevistas semi-estruturadas a 24 docentes universitários
 (observação indirecta)
 Identificação de 5 abordagens de ensino

Ensino por Transmissão de                          Ensino por Mudança
Informação focada no                   …           Conceptual focada no
Professor (TIFP)                                   Aluno (MCFA)




Ensino: Transmitir informação para      Ensino: Desenvolver/Modificar o
que os alunos adquiram conceitos        quadro conceptual dos alunos
Aprendizagem: Adquirir informação       Aprendizagem: Desenvolver
para ‘cumprir’ requisitos externos      significado pessoal
Questões: O professor limita-se a            Questões: As questões dos alunos
responder às questões sem alterar o são um elemento importante da aula.
                              M. Helena Pedrosa de Jesus                      95
plano de aula
“Abordagens de Ensino” (cont.)
 “Approaches to Teaching Inventory – ATI”
             (Trigwell, Prosser & Ginns, 2005)

- 22 afirmações que descrevem diversas estratégias de ensino e
respectivas intenções

- Escala de Likert (1 – nunca/raramente; 5 – sempre, quase sempre)

- Resultado final baseado na média das respostas numéricas para cada
‘pólo’ de abordagem de ensino preferencial (TIFP vs MCFA).

- Exemplo:




 Este professor tem uma abordagem de Ensino preferencial do tipo TIFP
                             M. Helena Pedrosa de Jesus                 96
Outros estudos

Gow & Kember (1993) ; Kember & Kwan (2000)

     - Entrevistas a 39 docentes universitários (Hong Kong)
     - Identificação de duas concepções de ensino:

       Transmitir Conhecimento vs Facilitar Aprendizagem



Samuelocwiz & Bain (2001)

     - Entrevista a 13 docentes universitários (Austrália) a fim de
investigar ‘formas de compreender o ensino”
     - Observação ‘preliminares’ indicam concepções ‘ideais’ de
ensino e ‘concepções reais’ de ensino
                          M. Helena Pedrosa de Jesus                  97
Conclusões:
  Estudos na área das ‘abordagens de ensino’ são fundamentais para a
promoção do “Scholarship of Teaching” (Saber Académico)

«Understanding one’s teaching style can serve as a foundation for
the improvement of instruction and serves not only learners but
also the educators»
                                                         (Heimlich, J.E. & Norland, E., 2002)


  Cruzar métodos de observação indirecta (entrevistas,
questionários. …) com observação directa (observação de aulas)
 «A great deal can be learned about teaching by examining the
 coherence of teacher’s ‘theories-in-action’ and exploring the
 factors that encourage pr discourage agreement»
                                                                             (Pajares, 1992)
                            M. Helena Pedrosa de Jesus                                    98
Bibliografia

 Chin C., (2007), “Teacher Questioning in Science Classrooms: approaches that stimulate
 productive thinking”, Journal of Research in Science Education, Vol. (44), pp. 815-843
 Gow L., Kember D. (1993). Conceptions of teaching and their relationship to students
 learning. British Journal of Educational Psychology, Vol. (63), pp.20-33.
 Kane R., Sandretto S., Heath C. (2002), “Telling half the story: a critical review of research
 on teaching beliefs and practice of university academics”, Review of Educational research,
 Vol. (72), pp. 177-228.
 Kember D, Kwan K. (2000) Lecturers’ approaches to teaching and their relationship to
 conceptions of good teaching. Instructional Science, Vol. (28), pp. 469-490.
 Pajares M.F. ( 1992) Teachers’ beliefs and educational research. Cleaning up a messy
 construct. Review of Educational Research, Vol. (62), pp. 307-332.
 Prosser M., Trigwell K., Taylor P. (1994), “A Phenomenographic study of academics’
 conception of science learning and teaching’, Learning and Instruction, Vol. (4), pp. 217-
 231.
 Prosser M., Trigwell K. (1999). Understanding Learning and Teaching: The experience in
 higher education, SRHE and Open University Press: Buckingham.
 Samuelowicz K, Bain J.D. (2001) Conceptions of teaching held by academic teachers.
 Higher Education, 41, pp. 299 – 325.
 TrigwellK., Prosser M. & Ginns P. (2005), “Phenomenographic pedagogy and a revised
 Approaches to Teaching Inventory”, Higher Education Research and Development, Vol.
                                  M. Helena Pedrosa de Jesus                              99
 (24), pp. 349-360.

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Observa%E7%E3o Mestrado Ii Ciclo Quest%2 B Abordagens 2009 Alunos

  • 1. UNIVERSIDADE DE AVEIRO MESTRADOS EM ENSINO 2008-2009 Observação e análise de práticas e contextos educativos Maria Helena T. Pedrosa de Jesus M. Helena Pedrosa de Jesus 1
  • 2. 2. Observação e análise do questionamento no ensino, na aprendizagem e na avaliação M. Helena Pedrosa de Jesus 2
  • 3. Qual a importância do questionamento? constitui um elemento estruturador da interacção didáctica é uma forma de desafiar ideias e concepções permite a identificação de concepções alternativas dos alunos permite avaliar o nível de compreensão dos alunos as questões podem ser usadas para facilitar e promover a aprendizagem M. Helena Pedrosa de Jesus 3
  • 4. O questionamento como estruturador da interacção Professor Aluno Aluno M. Helena Pedrosa de Jesus 4
  • 5. Quem questiona mais na sala de aula? Analise a transcrição considerando: • O número de perguntas do professor • O número de perguntas dos alunos M. Helena Pedrosa de Jesus 5
  • 6. Frequência de perguntas do professor As perguntas do professor são uma parte substancial do discurso: 96% das perguntas em sala de aula são do professor 30 a 120 perguntas por hora (média de 69 perguntas por hora) (Graesser & Pearson, 1994) 2 a 3 perguntas por minuto, em média (Pedrosa de Jesus, 1987, Dillon, 1988) M. Helena Pedrosa de Jesus 6
  • 7. Frequência das perguntas dos alunos os alunos formulam apenas 2 a 4 perguntas por hora (Buseri, 1987; Dillon, 1988; Good et al., 1987; Susskind, 1969) os alunos fazem, em média, apenas 1 pergunta por mês (Dillon, 1988; Fahey, 1942; Susskind, 1969, 1979) no contexto de aulas de Física e Química, verificou-se, em média, 1 pergunta por semana (Pedrosa de Jesus, 1991) a baixa frequência das perguntas dos alunos em sala de aula é um fenómeno universal M. Helena Pedrosa de Jesus 7
  • 8. Frequência das perguntas dos alunos os alunos formulam poucas questões por iniciativa própria e isso torna-se mais evidente com o aumento da idade e com a progressão escolar (Alcock, 1972) no entanto... a sua sensibilidade para detectar falhas na informação aumenta com a idade, sendo as questões formuladas mais precisas no que concerne à informação que gera incertezas (Berlyne & Frommer, 1966) M. Helena Pedrosa de Jesus 8
  • 9. Por que razões professores e alunos questionam? Volte a analisar a transcrição procurando identificar: o(s) objectivos / funções das perguntas de alunos e professor M. Helena Pedrosa de Jesus 9
  • 10. Funções das perguntas do professor controlo do comportamento dos alunos ajuda à gestão da aula verificação da compreensão da matéria obtenção de “feedback” ajuda à revisão de conceitos avaliação de conhecimentos estímulo ao pensamento e ao desenvolvimento de capacidades de raciocínio estímulo à curiosidade intelectual ajuda à formulação e à resolução de problemas M. Helena Pedrosa de Jesus 10
  • 11. Funções das perguntas do aluno procura de concordância e/ou apoio confirmação de “fracções” de informação pedidos de informação pedidos de clarificação procura de orientação na identificação ou resolução de problemas procura de orientação quando fazem inferências ou testam hipóteses M. Helena Pedrosa de Jesus 11
  • 12. Que outras formas de classificar as perguntas? De acordo com o nível cognitivo (Pedrosa de Jesus, 1987) M. Helena Pedrosa de Jesus 12
  • 13. 1. Conhecimento-Memória (C-M) Requerem a simples reprodução de factos, fórmulas ou outros itens de conteúdo/informação que é preciso relembrar. As respostas podem ser encontradas em livros, sites da Internet ou outros materiais de referência. Os processos mentais envolvidos são: nomear/reconhecer, definir, identificar, designar ou dar respostas sim/não. Podem começar por: Quem…? O que…? Onde…? Quando… •Que tipo de jogos havia no Olímpicos da Grécia Antiga? •Qual é a fórmula química da água? •Quando é que começou oficialmente o século XXI? M. Helena Pedrosa de Jesus 13
  • 14. 2. Pensamento convergente (PC) Envolvem a análise e integração da informação fornecida ou relembrada. Conduzem a uma resposta esperada e conhecida antecipadamente. Os processos mentais envolvidos são: explicar, associar, estabelecer relações, comparar e contrastar, transpor a informação para um contexto ligeiramente diferente, tirar conclusões. Podem começar por: Porquê…? Como…? De que modo…? •Porque é que a água entra em ebulição a uma temperatura mais baixa em zonas de grande altitude, se compararmos com as zonas ao nível do mar? •Em que é que a gravidade difere daPedrosa de Jesus electrostática? M. Helena atracção 14
  • 15. 3. Pensamento divergente (PD) Questões perante as quais o indivíduo é livre de gerar as suas próprias ideias de forma independente, podendo considerar uma nova perspectiva ou direcção num dado tópico. Os processos mentais envolvidos são: fazer previsões, formular hipóteses, inferir e reconstruir. Podem começar por: Imagine que…; Suponha que…; Preveja…; Se…, ; Como é que poderá…? Quais serão as possíveis consequências…? • O que é que pensa que poderá acontecer se as bolas tiverem uma massa diferente? • Se existe um ponto crítico na curva líquido-vapor, então por que razão não existe um ponto crítico na curva gelo-líquido? M. Helena Pedrosa de Jesus 15
  • 16. 4. Pensamento avaliativo (PA) Questões que correspondem ao nível cognitivo mais elevado. Requerem que o indivíduo, ao responder, exprima o seu julgamento/ponto de vista, justifique a sua escolha ou defenda a sua posição. São caracterizadas pela qualidade da opinião manifestada. Os processos mentais envolvidos são: fazer juízos de valor, julgar, fazer escolhas, … de modo a poder formular uma opinião fundamentada e ser capaz de a defender. Podem começar por: O que é que pensa sobre…; Qual é a sua opinião sobre…; Defenda….; Julgue….; Justifique…. •Quais têm sido as principais contribuições da química para a sociedade? •Quais pensa serem as principais vantagens das centrais eléctricas solares sobre as centrais a carvão? M. Helena Pedrosa de Jesus 16
  • 17. Perguntas de Rotina e Retórica Rotina: perguntas utilizadas pelo professor para facilitar a gestão das tarefas da aula e da discussão, assim como a compreensão dos alunos: - Quem fez o trabalho de casa? - Quantos grupos de trabalho vamos formar? Retórica: perguntas que não pretendem a obtenção de uma resposta. São usadas para, por exemplo, reforçar uma determinada mensagem: - A massa atómica é …., ok?! - Darwin é o mentor da teoria da selecção natural, certo?! M. Helena Pedrosa de Jesus 17
  • 18. Quadro-resumo Baixo Nível cognitivo Alto nível cognitivo CM PC PD PA Defina Associe Proponha Avalie Identifique Categorize Estime Critique Relembre Compare Analise Debata Reproduza Explique Interprete Questione Enumere Ilustre Relacione Justifique Descreva Preveja Julgue Quem ….? Porquê…? Imagine que…; O que é que O que…? Como…? Suponha que…; pensa Se…, ; sobre…? Onde? De que modo? Quando? Em que …? Como é que Qual é a sua poderá…? opinião Quais serão as sobre…? possíveis consequências…? Classifique as perguntas do professor e dos alunos identificadas na transcrição
  • 19. Bloom’s Taxonomy for educational objectives – the cognitive domain M. Helena Pedrosa de Jesus 19 (Bloom et. al, 1956)
  • 20. Tipos de perguntas dos professores Num estudo realizado em Portugal, com professores e alunos de Ciências (F/Q): 75% das perguntas do professor eram do nível cognitivo mais baixo, com 50% apelando apenas à memória (Pedrosa de Jesus, 1991) Só 5% das perguntas eram de alto nível cognitivo, e apenas na categoria de pensamento divergente (Pedrosa de Jesus, 1991) ►Segundo Dillon (1988), apenas 4% dos professores fazem questões de qualidadede Jesus M. Helena Pedrosa 20
  • 21. Tipos de perguntas dos alunos A maioria das perguntas dos alunos são de baixo nível cognitivo (Pedrosa de Jesus, 1991) Muitos alunos parecem não possuir as capacidades necessárias para formular perguntas de alto nível cognitivo (van der Meij, 1994) … Mas, todos os alunos têm o potencial de aprender a pensar, a reflectir e a questionar de uma forma competente (Ciardiello, 1998) Alunos que receberam instrução na formulação de perguntas evidenciaram questões de nível cognitivo superior em relação a alunos de Jesus instrução (Cuccio-Schirripa21 M. Helena Pedrosa sem & Steiner, 2000; Dillon, 1988).
  • 22. Por que razão os alunos fazem tão poucas perguntas? Dewey, a philosopher and educational reformer, was one of the first educators to see the connection between interest and curiosity as motivational constructs. He associated interest with student questioning, saying, “no one has ever explained why children are so full of questions outside of the school, and the conspicuous absence of display of curiosity about the subject matter of school lessons” (Dewey, 1916, p. 86). • Do you agree with Dewey’s point? • Can you offer any explanation that might satisfy Dewey’s concern? (in Ciardiello, 2007) M. Helena Pedrosa de Jesus 22
  • 23. Que factores influenciam o questionamento dos alunos? Factores intrínsecos: motivação, auto-estima, inibição perante os pares, “medo de falhar”, nível de conhecimentos prévios (van der Meij, 1994, Graesser & Pearson, 1994) Factores extrínsecos: características do ambiente de ensino-aprendizagem - conteúdos, estratégias, comportamentos verbais e não verbais do professor, questionamento do professor, tempo de espera, … Nível de actuação do professor M. Helena Pedrosa de Jesus 23
  • 24. Some researchers (Berlyne, 1965; Wigfield et al., 2004) claim that the motivation for student questioning is subject specific. One of my students, a high school junior, seemed to support this notion. When I asked him which types of questions he preferred to ask in class, he remarked that he preferred to ask wonderment questions, especially on the topic of astronomy. He said that he could ask many questions about space such as about life in another galaxy or the possibility of water on Jupiter’s moons. • Have you found that motivation for students to generate questions has a lot to do with specific content and subject matter? • Are there certain topics in your content area curriculum that are more conducive to students generating questions? ( in Ciardiello, 2007) M. Helena Pedrosa de Jesus 24
  • 25. Que factores influenciam o questionamento dos alunos? Tempo de espera – Wait time Intervalo de tempo (silêncio) habitualmente proporcionado aos alunos para pensar, depois de uma pergunta do professor o tempo de espera médio é de um segundo ou menos; geralmente os professores concedem mais tempo de espera aos alunos de quem esperam melhores resultados; para perguntas de baixo nível cognitivo um tempo de espera de 3 segundos está positivamente relacionado com melhores resultados; tempos de espera mais curtos ou mais longos não são tão eficientes; parece não existir um limite de tempo de espera para as perguntas de alto nível cognitivo; quanto maior o tempo disponibilizado mais os alunos parecem envolver-se, atingindo melhores resultados. M. Helena Pedrosa de Jesus 25 (Rowe, 1986; Cotton, 1988)
  • 26. Que factores influenciam o questionamento dos alunos? Questionamento do professor as questões do professor exercem uma forte influência sobre o padrão e o tipo de questões que os alunos elaboram (Alfke, 1974) as práticas de questionamento do professor fornecem modelos que poderão ser imitados pelos alunos (van der Meij, 1994) o estilo e o formato das perguntas utilizadas pelos professores influenciam profundamente as concepções dos alunos sobre a disciplina e a forma como é abordada (Mason, 2000) M. Helena Pedrosa de Jesus 26
  • 27. O questionamento como estruturador da interacção Professor Aluno Aluno M. Helena Pedrosa de Jesus 27
  • 28. Como melhorar o questionamento do professor? Aumentar o tempo de espera… …para além de 3 segundos reflexos positivos nos alunos: aumenta o tamanho das respostas; aumenta o pensamento especulativo; aumenta o número de perguntas, bem como o número de experiências que eles propõem; diminui o número de situações em que não respondem; aumenta a auto-confiança; aumenta a interacção aluno-aluno; M. Helena Pedrosa de Jesus 28 (Rowe, 1986)
  • 29. Como melhorar o questionamento do professor? Aumentar o tempo de espera… …para além de 3 segundos reflexos positivos nos professores: as suas respostas são mais flexíveis, envolvendo mais os alunos no debate de ideias; ouvem mais os alunos; aumenta a variedade do tipo de questões formuladas e o número de perguntas de nível cognitivo elevado; melhoram as expectativas sobre os resultados conseguidos por alguns alunos. M. Helena Pedrosa de Jesus 29 (Rowe, 1986)
  • 30. (Black & Harrison, 2001) Case study Teacher 1 Increasing wait time after asking questions proved difficult to start with – due to my habitual desire to ‘add’ something almost immediately after asking the original question. The pause after asking the question was sometimes painful. It felt unnatural to have such a seemingly ‘dead’ period but I persevered. Given more thinking time the students seemed to realise that a more thoughtful answer was required. Now after many months of changing my style of questioning, I have noticed that most students will give an answer and an explanation (where necessary) without additional prompting ... a pause is an effective way of indicating that more information is required. Occasionally, I find myself making the most ridiculous facial gestures to indicate that I want more information. The student looks for my response, none arrives and the realisation hits them. Additional thinking occurs, followed by an explanation. Teacher 2 I knew I had to find a way of increasing the time and decided the best way of leaving space was to ask them to discuss in pairs, then write down their thoughts in the back of their books. I needed to stop interfering so I sat at the front ... Collecting responses at first was better than I expected. More students volunteered answers and the answers were deeper. My follow-up questions were planned and much more open (often more comparative and reflective) and exciting discussions started. Wrong answersPedrosa de Jesus M. Helena slowly stopped being a problem as students30 got used to the idea that I was very unlikely to express an opinion during these sessions.
  • 31. Como melhorar o questionamento do professor? • Seleccione um tema/conteúdo da sua área de especialidade para dar uma aula • Elabore uma lista de perguntas relacionadas com esse tema que poderia fazer aos seus alunos M. Helena Pedrosa de Jesus 31
  • 32. Como melhorar o questionamento do professor? Planear as questões antes da aula Reflectir sobre o tipo de aula e os seus objectivos: ter presente o que quer questionar e por que razões questiona Planear algumas questões abertas antes da aula M. Helena Pedrosa de Jesus 32
  • 33. Como melhorar o questionamento do professor? Planear uma sequência de questões com complexidade crescente – conduzir os alunos para um pensamento cada vez mais elaborado Procurar envolver todos os alunos Considerar e valorizar as respostas de todos os alunos (lidar de uma forma positiva com as concepções erradas/alternativas dos alunos) M. Helena Pedrosa de Jesus 33
  • 34. Como melhorar o questionamento do professor? Evitar: fazer uma pergunta e dar a resposta fazer muitas perguntas fechadas num curto intervalo de tempo fazer perguntas complexas sem que exista uma construção prévia fazer pergunta abertas, tendo apenas uma resposta possível em mente (neste caso é melhor fazer uma pergunta fechada!) M. Helena Pedrosa de Jesus 34
  • 35. M. Helena Pedrosa de Jesus 35
  • 36. … em casa •Identifique as perguntas de baixo nível cognitivo da sua lista •“Transforme” essas perguntas em questões de alto nível cognitivo •Envie as perguntas através do e-learning - espaço “caixa de questões” - identificando o tema que seleccionou (pode usar o modelo do exemplo) •Procure comentar as contribuições dos colegas M. Helena Pedrosa de Jesus 36
  • 37. Desenvolver questões de alto nível cognitivo Exemplo: (Department for Education and Skills, 2004) M. Helena Pedrosa de Jesus 37
  • 38. Porquê promover o questionamento dos alunos? O acto de gerar perguntas: exige a atenção do aluno sobre os conteúdos, identificando as ideias principais, e verificando a sua compreensão facilita o processo de construção de conhecimento, promovendo a aprendizagem (King, 1994) subjaz à resolução de situações inesperadas, à confirmação de expectativas (Biddulph & Osborne, 1982), ao raciocínio e à criatividade (Sternberg, 1987) M. Helena Pedrosa de Jesus 38
  • 39. Porquê promover o questionamento dos alunos? ►O papel activo na aprendizagem, através da formulação de questões, permitirá aos alunos o desenvolvimento de capacidades de pensamento crítico, de auto-regulação, de autonomia e de tomada de decisão (Ikuenobe, 2001; King, 1994) ►O questionamento constitui um elemento central na resolução de problemas (Zoller, 1987) M. Helena Pedrosa de Jesus 39
  • 40. Como promover o questionamento dos alunos? M. Helena Pedrosa de Jesus 40
  • 41. Como promover o questionamento dos alunos? fornecer estímulos adequados e modelos de como formular questões desenvolver um ambiente em sala de aula receptivo e propício às questões dos alunos incluir as questões dos alunos na avaliação (Biddulph et al., 1986) M. Helena Pedrosa de Jesus 41
  • 42. Como promover o questionamento dos alunos? Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação As questões dos alunos podem ser solicitadas e exploradas em diferentes momentos: ►Durante as actividades da aula: questões orais, com feedback imediato; questões escritas com feedback posterior ►No final da aula, ou como trabalho de casa: como orientadoras da aula seguinte - questões escritas. M. Helena Pedrosa de Jesus 42
  • 43. Como promover o questionamento dos alunos? Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação ►Pausas estratégicas na aula Folha de Perguntas Nome: _____________________________________________ Turma: ______ Data: _______ Formule pelo menos uma pergunta sobre o que foi tratado na aula até este momento. M. Helena Pedrosa de Jesus 43 (Pedrosa de Jesus, 1991)
  • 44. Como promover o questionamento dos alunos? Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação ►Questões escritas Caixa de Questões Ambiente on-line M. Helena Pedrosa de Jesus 44
  • 45. Como promover o questionamento dos alunos? Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação Simulação de papéis (“role-playing”) Trabalho em grupo (método de “jigsaw”) Debates Entrevistas M. Helena Pedrosa de Jesus 45
  • 46. Como promover o questionamento dos alunos? Algumas estratégias de ensino, aprendizagem e avaliação Na leitura e compreensão de textos: científicos literários notícias de jornais/revistas páginas de internet situações-problema “questioning the author” M. Helena Pedrosa de Jesus 46
  • 47. Situação-problema sobre hiponatremia • Formule questões cujas respostas lhe permitam obter informações relevantes para a compreensão do problema de saúde descrito. • Explique por que razão/ões formulou cada questão. M. Helena Pedrosa de Jesus 47
  • 48. 2 – Observação e análise do questionamento na supervisão das práticas profissionais 2.1 - O questionamento na observação 2.1.5 – A formulação de perguntas na observação indirecta: entrevistas e questionários. M. Helena Pedrosa de Jesus 48
  • 49. A entrevista O que é uma entrevista? Entrevista de investigação – método de observação indirecta – método de investigação que nos permite aceder a dados aos quais só é possível através da palavra. Opções metodológicas para a utilização da entrevista - Uma relação verbal entre o investigador e a pessoa interrogada: essa relação pode ser directa (frente a frente)ou indirecta (por telefone, por exemplo); - Uma entrevista provocada pelo investigador; para fins de investigação; baseada na utilização de um guião de entrevista; numa perspectiva intensiva. (Albarello, L. et al, 1997, pp.84) M. Helena Pedrosa de Jesus 49
  • 50. A entrevista De acordo com o grau de liberdade, as entrevistas podem ser classificadas, num continuum, em quatro modalidades: - A entrevista directiva - A entrevista semidirectiva ou semidirigida (a forma do outro estruturar as suas expectativas) - O relato de vida - A entrevista não directiva A pertinência e a qualidade dos dados devem ser assegurados pelo entrevistador focando a sua atenção em três aspectos essenciais da interacção: - o tema da entrevista ou objecto de estudo; - o contexto interpessoal; - as condições sociais da interacção. M. Helena Pedrosa de Jesus 50
  • 51. A entrevista Momentos-chave da entrevista Os preliminares ou legitimação da entrevista O início da entrevista O corpo da entrevista O fim da entrevista. As intervenções de conteúdo Os temas do guião da entrevista A questão inicial As reformulações sob a forma de clarificação ou de resumo A interpretação A confrontação Bibliografia: Albarello, L., Digneffe, F., Hiernaux, JP., Maroy, C., Ruquoy: & Saint-Georges, P. (1997) Práticas e Métodos de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva (p. 84-116) Cohen, L. Manion, L. & Morrison, K. (2003) Research Methods in Education (5th Ed.). London: Routledge (p.267-292). M. Helena Pedrosa de Jesus 51
  • 52. Questões éticas da entrevista Tal como a observação directa, a observação indirecta (entrevista) tem, também, uma dimensão ética. A informação é obtida através de interacções interpessoais e diz respeito a condições pessoais. Podem ser identificadas três áreas relevantes, todas elas problemáticas: i. Consentimento informado ii. Confidencialidade iii. Consequências da entrevista Por exemplo: 1. Quem deve autorizar? (O(s) participante(s)? Os seus superiores?) 2. Para quem e para quê? 3. Que informação deve ser fornecida e para quem? 4. O que é que pode ser considerado como conhecimento público ou privado? 5. De que modo é que a investigação poderá ajudar ou prejudicar o entrevistado? M. Helena Pedrosa de Jesus 52
  • 53. Questões éticas da entrevista Cohen, L. et al. (2003, pp.292) levantam algumas questões de natureza ética às quais consideram necessário responder antes de iniciar qualquer entrevista: I. Foi obtida autorização dos entrevistados? II. Esta autorização foi obtida por escrito ou oralmente? III. Que informação deve ser fornecida no início do estudo? IV. Se o estudo for exploratório, como deve ser fornecida a informação adequada? V. As possíveis consequências da investigação ficaram claras para os participantes? VI. Foram tomados todos os cuidados necessários para prevenir qualquer dano/prejuízo que a investigação possa causar nos participantes? M. Helena Pedrosa de Jesus 53
  • 54. Questões éticas da entrevista VII. Como é que a investigação poderá beneficiar os participantes? VIII. Quem beneficiará com a investigação? IX. Até que ponto há reciprocidade entre aquilo que os participantes dão e recebem da investigação? X. Foi garantida a confidencialidade, o anonimato e a não identificação das pessoas envolvidas? Deverá ser disfarçada a identidade dos participantes? XI. Quem irá ter acesso aos dados’ XII. O que foi feito para assegurar que a entrevista vai ser conduzida de um modo apropriado, sem stress e sem receios? XIII. Como é que os dados e as transcrições irão ser verificadas e por quem? XIV. Quem é que irá ver os resultados da Investigação?... XV. Até que ponto é que predomina a agenda do investigador e as suas próprias ideias? O que é que acontece se o investigador fizer uma interpretação diferente da do entrevistado? Os entrevistados devem ser informados, mesmo que não tenham perguntado por elas? M. Helena Pedrosa de Jesus 54
  • 55. Guião da Entrevista (semi-estruturada) M. Helena Pedrosa de Jesus 55
  • 56. 2.2 – O questionamento no desenvolvimento pessoal e profissional e na supervisão de práticas profissionais “A estratégia interrogativa em que o supervisor assume o seu papel de questionador ou em que o professor se coloca a si próprio e aos outros questões significativas constitui um motor de desenvolvimento pessoal e profissional” (Alarcão & Tavares, 2003, p.106) M. Helena Pedrosa de Jesus 56
  • 57. 2.1 - O questionamento no desenvolvimento pessoal e profissional e na supervisão de práticas profissionais 2.2.1 - As questões pedagógicas, pedagógicas de conteúdo, metacognitivas e reflexivas. Smyth (1989) considerou que as questões pedagógicas - perguntas que têm uma intencionalidade formativa - podem desempenhar um papel muito relevante na formação de professores. ► Estas podem ajudar a reflectir em diferentes níveis, contribuindo assim para o seu desenvolvimento intelectual e crítico. Categorizou-as em perguntas de: (i) Descrição (O que faço? O que penso?) (ii) Interpretação (O que significa isto?) (iii) Confronto (Como me tornei assim?) 57 (iv) Reconstrução (Como me poderei modificar?).
  • 58. 2.2.1 – As questões pedagógicas de conteúdo Por analogia com o ‘conhecimento pedagógico de conteúdo’ de Shulman (1986), podemos considerar e explorar as perguntas que designamos por ‘questões pedagógicas de conteúdo’. Isto é, perguntas que reflectem o conhecimento pedagógico de conteúdo em acção, ou seja, a transformação do conhecimento científico para o ensinar. M. Helena Pedrosa de Jesus 58
  • 59. 2.2.1 – As questões pedagógicas de conteúdo Esta transformação ocorre quando o professor: interpreta e reflecte criticamente sobre o conteúdo; encontra diversos modos de representar a informação através de analogias, metáforas, exemplos, problemas, demonstrações e actividades de sala de aula; adapta o material às capacidades dos alunos, ao género e aos seus conhecimentos prévios e preconcepções; tem a preocupação de desenhar (tailors) o material especificamente para os alunos a quem a informação vai ser ensinada. M. Helena Pedrosa de Jesus 59
  • 60. 2.2.1- As questões metacognitivas As questões pedagógicas de conteúdo, que poderão surgir a vários níveis cognitivos, embora não sendo fáceis de formular, permitirão identificar alguns dos indicadores do que se considera ser um bom ensino. ► Podem contribuir para a reflexão de níveis superiores. ***** As questões metacognitivas - permitem ao professor ajudar os alunos a construir o seu próprio conhecimento e, simultaneamente, avaliar a sua aprendizagem. M. Helena Pedrosa de Jesus 60
  • 61. 2.2.1- As questões metacognitivas As questões metacognitivas permitem, ainda, focar a atenção dos alunos nos seus pensamentos e conhecimentos próprios. Através delas aprendem a explicar o seu modo de pensar e a reflectir no que os outros disseram. Exemplos: O que é que isso quer dizer? Porque é que fizeste isso? Porque é que disseste aquilo? Como é que isto encaixa com o que acabaste de dizer? Ainda não percebi bem; importas-te de explicar de outro modo? Podes dar-me um exemplo? Como é que chegaste a essa conclusão? M. Helena Pedrosa de Jesus 61
  • 62. 2.2.1- As questões reflexivas As questões reflexivas requerem uma significativa ‘contemplação interior’. As ideias emergentes estão relacionadas com conhecimento existente, quer do próprio quer mais geral, revelando uma nova compreensão. Resultam de uma atitude consciente do processo de questionamento bem como do contexto em que são formuladas. Normalmente exprimem sentimentos, crenças e valores, sobre um assunto pessoalmente importante. Podem ainda revelar auto-estima e mostrar empatia com os que nos rodeiam (Watts & Pedrosa de Jesus, 2007). ►A reflexão não surge por geração espontânea, também de desenvolve. Devem, por isso, ser criadas as condições para que tal aconteça. M. Helena Pedrosa de Jesus 62
  • 63. 2.2.1- As questões reflexivas Podemos partir do princípio geral de que a formulação de questões pode estimular a reflexão em qualquer indivíduo. Contudo, convém distinguir duas situações: (i) aquela em que a questão apenas estimula a reflexão da pessoa que a formula e (ii) os casos em que as questões também estimulam a reflexão na pessoa que é suposto responder. Toda a evidência aponta para que seja mais provável que a questão estimule a reflexão em quem a formula. Devem, por isso, criar-se as condições para que os alunos/formandos possam equacionar problemas, formular questões e desenvolver a Helena Pedrosa de Jesus M. meta-reflexão. 63
  • 64. Segundo Morgan and Saxton (1991), as questões podem contribuir para estimular a reflexão se verificarem algumas características como as que se apresentam a seguir: - Questões que estimulem o desenvolvimento de conjecturas e de formulação de hipóteses (Ex: Gostaria de saber qual será o efeito do aquecimento global?) - Questões que incidam sobre sentimentos pessoais (Ex: O que é que sentiu ao ler este texto?) - Questões que foquem acções/projectos futuros (Ex: Se estivesse naquela situação o que é que faria?) - Questões que desenvolvem a capacidade de avaliação ou de julgamentos críticos (Ex: Como se pode justificar o facto de se estar a despender uma soma de dinheiro tão elevada na construção de estádios de futebol, quando há ainda pessoas a dormir na rua, em caixas de cartão?) M. Helena Pedrosa de Jesus 64
  • 65. 3 – Observação e análise no processo de aprendizagem Como é que aprendemos? “Aprendemos melhor através de um envolvimento activo, e pensando sobre as coisas, procurando articular aquilo que aprendemos. Processos, práticas e políticas organizadas de acordo com esta visão de aprendizagem estão no cerne de uma visão mais alargada do desenvolvimento profissional dos professores, encorajando-os a envolverem-se, eles próprios, como sujeitos que aprendem – do mesmo modo que eles desejam que os seus alunos o façam” (Lieberman, 1995:592). M. Helena Pedrosa de Jesus 65
  • 66. 3- Observação e análise no processo de aprendizagem O CONSTRUTIVISMO NÃO É UMA TEORIA DE ENSINO É SOBRE O CONHECIMENTO E A APRENDIZAGEM O CONHECIMENTO – é definido como temporário, em desenvolvimento, mediado social e culturalmente, e não objectivo. A APRENDIZAGEM – é “ um processo de auto-regulação de resolução de conflitos cognitivos internos, que muitas vezes se tornam evidentes através de experiências concretas, do discurso colaborativo, e da reflexão” (Fosnot, 1993). M. Helena Pedrosa de Jesus 66
  • 67. A aprendizagem e o conhecimento significativos… … estão, por isso, centrados no sujeito que aprende e são melhor construídos através da colaboração e da reflexão sobre as experiências pessoais. Abordagens Prática Interpessoais Reflexiva (feedback) M. Helena Pedrosa de Jesus 67
  • 68. Acreditamos que a aprendizagem é mais eficaz quando o sujeito que aprende está activamente envolvido no processo de aprendizagem (Bridges, 1992) em contextos e actividades colaborativas, e quando a reflexão é o meio para observar, analisar, reconsiderar e reconceptualizar a experiência. O processo usado na prática reflexiva pode orientar o desenvolvimento de novas competências e ainda mudar comportamentos arraigados que podem tornar-se inconsistentes com a aquisição das novas competências. M. Helena Pedrosa de Jesus 68
  • 69. The experiential learning cycle (Kolb) Ciclo de aprendizagem experiencial Kolb (1984) apresentou um modelo de aprendizagem experiencial – The experiential learning cycle – que continua a ser amplamente citado e utilizado em campos diversificados, nomeadamente, na educação e no desenvolvimento profissional. No ciclo de Kolb (1984), a observação e análise ou observação reflexiva é a espinha dorsal do processo que conduz da experimentação concreta dos acontecimentos ao estado de conceptualização abstracta. A actividade de reflexão aparece no contexto da aprendizagem, e Kolb considera-a como parte do processo que desenvolve os conceitos através da experiência. M. Helena Pedrosa de Jesus 69
  • 70. Ciclo de aprendizagem de Kolb (1984) Experiência Concreta Experimentação Observação & Análise Activa Observação Reflexiva (Re)Conceptualização Abstracta M. Helena Pedrosa de Jesus 70
  • 71. A Observação aparece como parte integrante deste processo dialéctico e cíclico, que compreende 4 fases: Experiência concreta; Observação e análise – observação reflexiva; (Re) conceptualização abstracta – Formação de conceitos abstractos e generalizações; Experimentação activa – Aplicação dos conceitos em novas situações. Pedrosa de Jesus M. Helena 71
  • 72. Observação reflexiva – é o processo que conduz da experimentação concreta dos acontecimentos, para a conceptualização abstracta. Os conceitos abstractos, então formados, conduzirão ao estado de experimentação activa e, por consequência, a mais experimentação concreta (Moon, 2000, p.24). Um outro aspecto importante do ciclo de Kolb é o facto do processo de aprendizagem se perpetuar a si próprio. O sujeito que aprende pode mudar de actor para observador, de um envolvimento muito específico para um distanciamento mais analítico, criando situações e experiências novas sobre as quais irá novamente reflectir e (re)conceptualizar em cada ciclo. M. Helena Pedrosa de Jesus 72
  • 73. Assim sendo, torna-se claro que a qualidade da “observação reflexiva”, isto é, do processo de observação e análise, é crucial para garantir que o sujeito está a progredir na sua aprendizagem. A melhoria na aprendizagem não é, pois, um processo automático, mas tem que ser um processo consciente e deliberado, que requer do sujeito que aprende a intenção de compreender mais profundamente aquilo que reconhece estar num nível de aprendizagem mais baixo. Para a observação da aprendizagem, normalmente, procuram-se ‘representações dessa aprendizagem’, que podem tomar formatos orais ou escritos. M. Helena Pedrosa de Jesus 73
  • 74. Contudo, é necessário ter consciência de que, algumas vezes, aquelas representações poderão não ser consideradas como parte do processo de aprendizagem, ou ainda, o facto de alguns alunos, embora conseguindo uma aprendizagem eficaz, terem, por vezes, dificuldades em ‘representá-la’ de acordo com o que lhes é pedido. De acordo com Harvey e Knigth (1996), para ser possível escolher indicadores que permitam ‘representar as aprendizagens’, os professores precisam de ter uma compreensão clara e organizada das aprendizagens que procuram promover, de modo a que lhes seja possível trabalhar e, ao mesmo tempo, observar para avaliar, no dia a dia, as representações das aprendizagens, identificando, ainda, possíveis M. Helena Pedrosa de Jesus 74 distorções.
  • 75. Tendo ficado clara a relevância da observação e análise, ou da observação reflexiva, na aprendizagem, deveremos preocupar-nos em ver como é possível melhorar a aprendizagem e a prática profissional trabalhando sobre a reflexão em situações reais. Moon (2000), por exemplo, chama a atenção para o facto da reflexão não acontecer, necessariamente, por geração espontânea. Podem, no entanto, criar- se condições para que esta surja, contribuindo para melhorar a maneira de pensar e o desenvolvimento do sujeito que aprende. M. Helena Pedrosa de Jesus 75
  • 76. Por isso, o estímulo à observação, nos sentidos definidos por Postic e De Ketele (1988) ou Tilstone (1998), é essencial para potenciar a análise e o acto reflexivo. Este será tanto mais rico na (re) conceptualização abstracta quanto mais e melhores forem as evidências recolhidas, ‘…de forma a conduzir a julgamentos bem informados e às mudanças necessárias nas práticas aceites’ (Tilstone, 1998). M. Helena Pedrosa de Jesus 76
  • 77. Por exemplo, Valadares e Graça (1998, p.107) consideram os seguintes aspectos a ter em conta na observação: Para estruturar uma observação: Definir os objectivos fundamentais; Definir os alunos a observar (em número não superior a 3); Integrar a observação nas outras formas de recolher informação dos alunos e na tarefa que se pretende avaliar; Seleccionar o critério de avaliação a utilizar; Dispor de um instrumento de registo; Ter em conta a tarefa em que os restantes alunos da turma estão envolvidos quando se focar a atenção num grupo restrito de alunos; Ter em conta que podem surgir aspectos relevantes não previstos. M. Helena Pedrosa de Jesus 77
  • 78. Estilos de Aprendizagem Nem todos os estudantes aprendem do mesmo modo, isto é, nem todos têm o mesmo ‘Estilo de Aprendizagem’. Como professores, devemos ser suficientemente flexíveis para adaptar o ensino às necessidades de aprendizagem dos alunos. Este aspecto é particularmente importante quando temos pela frente uma grande diversidade de alunos, com idades e formações distintas. O contexto de aprendizagem influencia o modo como a informação é processada e relembrada pelos estudantes. Devemos, contudo, ter presente que não há um método de aprendizagem melhor que outro. M. Helena Pedrosa de Jesus 78
  • 79. A chave para um ensino eficaz está em compreender a diversidade de estilos de aprendizagem ou comportamentos existentes e ser capaz de os ter em conta ao planear as estratégias de ensino e de aprendizagem. As estratégias de aprendizagem descrevem o modo como as pessoas aprendem e como lidam com as ideias em situações do dia a dia. Kolb (1984) descreveu quatro estratégias de aprendizagem as quais, quando usadas com combinações específicas, conduzem a estilos de aprendizagem diferentes. M. Helena Pedrosa de Jesus 79
  • 80. Experiência Concreta Conceptualização Abstracta Observação Reflexiva Experimentação Activa 4 Estratégias de Aprendizagem 4 Estilos de Aprendizagem M. Helena Pedrosa de Jesus 80
  • 81. Aprender através da experiência Ä Aprender a partir de experiências específicas; Ä Relacionar-se com pessoas; Ä Ser sensível aos sentimentos dos outros; Experiência Concreta Continuum de percepçãp Adaptativo Divergente Aprender fazendo Aprender reflectindo Ä Mostrar capacidade Ä Observar cuidadosamente para concluir as tarefas;Experimentação antes de fazer julgamentos; Activa Continuum de processamento Observação Ä Correr riscos; Reflexiva Ä Ver as situações de diferentes perspectivas; Ä Influenciar pessoas e acontecimentos através Ä Procurar o significado das da acção; Convergente Assimilativo ‘coisas’; Conceptualização Abstracta Aprender pensando Ä Analisar ideias utilizando a lógica; Ä Planificar sistematicamente; M. Helena Pedrosa de Jesus 81 Ä Agir partindo de uma compreensão intelectual da situação; (Kolb, 1999)
  • 82. Características dos 4 Estilos de Aprendizagem Kolb (1984) Adaptativo Divergente - Capacidade de adaptação a - Grande capacidade de imaginação e circunstâncias imediatas; consciência dos significados e valores; - Resolução de problemas de uma forma - Facilidade em ver as situações concretas intuitiva e seguindo a “estratégia de várias perspectivas e organizar tentativa-erro...”; possíveis relações numa estrutura com significado; - Ênfase na observação; - Valorização dos sentimentos; Convergente Assimilador - Facilidade na resolução de problemas; - Aplicação do raciocínio indutivo - Capacidade para tomar decisões; - Capacidade de criar modelos teóricos, - Aplicação prática das ideias; partindo da assimilação de observações dispares e gerando uma explicação integrada; M. Helena Pedrosa de Jesus 82
  • 83. Desenvolvimento de uma tarefa psicomotora (adaptado de Ladyshewsky; 1995:32) 1. Experiência concreta 2. Observação reflexiva Observação do supervisor a executar uma tarefa O estudante discute a sua própria execução motora específica; (performance) e identifica o que correu bem O estudante executa uma tarefa motora e o que correu menos bem. Que tipo de específica (exemplo??); expectativas é que o estudante tinha que não foram realizadas durante a execução da (Aprender fazendo) tarefa? (Requer do estudante a auto-avaliação da sua performance) 4. Experimentação activa – 3. Conceptualização abstracta – aplicação explicação O estudante voltará a aplicar a mesma tarefa A tarefa e as suas dificuldades são discutidas à motora específica ao mesmo cliente ou a luz dos conteúdos teóricos. Os conceitos outro. Idealmente, a performance deverá ter devem ser discutidos pelo supervisor progredido para um nível de competência focando áreas onde o estudante revela mais elevado. dificuldades. Deverá ser fornecida literatura adequada e outras leituras consideradas (Aplicação de novo conhecimento) necessárias. (Relação da teoria com a prática) M. Helena Pedrosa de Jesus 83
  • 84. A Observação e as Abordagens à Aprendizagem Segundo Moon (2000:120), a elaboração de conceitos com maior utilidade no domínio da aprendizagem foi, muito provavelmente, a identificação e caracterização de diferentes tipos de abordagens de aprendizagem, designadas por: abordagem superficial; abordagem profunda; abordagem estratégica. M. Helena Pedrosa de Jesus 84
  • 85. Abordagens à Aprendizagem Abordagem profunda Procura de significados Abordagem estratégica Organização reflexiva Abordagem superficial Reprodução Entwistle, Biggs… M. Helena Pedrosa de Jesus 85
  • 86. Abordagem Profunda… …implica a compreensão das ideias pelo próprio, procurando significados através de actividades assim tipificadas: relacionar ideias novas com conhecimentos e experiências prévias; procurar padrões e princípios subjacentes; verificar evidências e relacionando-as com as conclusões; examinar e argumentando cuidadosamente e de forma crítica; tornar-se activamente interessado no conteúdo do curso/tarefa. M. Helena Pedrosa de Jesus 86
  • 87. Abordagem Superficial… …o objectivo será, sobretudo, satisfazer os requisitos e exigências do curso e/ou disciplina, predominando a reprodução, como é exemplificada a seguir: estudar, mas sem reflectir sobre os objectivos nem sobre as estratégias; considerar o curso/disciplina como ‘porções’ de conhecimento sem relação entre si; memorizar factos e realizando procedimentos de forma rotineira; encontrar dificuldades para dar sentido às ideias novas apresentadas; sentir-se inseguro e pouco motivado com o trabalho. M. Helena Pedrosa de Jesus 87
  • 88. Abordagem Estratégica… …a intenção terá em vista conseguir a classificação mais elevada possível, através de uma organização reflexiva: colocando um esforço consistente no estudo; encontrando as condições e materiais adequados para o estudo; gerindo o tempo e o esforço de uma forma eficaz; estando atento às exigências e critérios de avaliação; ajustando o trabalho às preferências dos professores. M. Helena Pedrosa de Jesus 88
  • 89. Deve, porém, notar-se que não existe consenso quanto ao facto de se considerar a abordagem estratégica como uma categoria distinta das outras duas. Por um lado, Entwistle (1997) defende que esta só poderá evidenciar-se em situações de avaliação da aprendizagem. Por outro lado, há quem considere que os sujeitos designados por “aprendentes estratégicos” têm competências para desenvolver ora abordagens profundas ora superficiais, de acordo com uma compreensão exacta do que lhes é exigido para obter classificações elevadas na avaliação do seu trabalho. M. Helena Pedrosa de Jesus 89
  • 90. Poderá concluir-se que a abordagem profunda tem um significado particular quando se pretende estudar o papel da observação reflexiva na aprendizagem significativa. Ao usarem- se palavras ou frases tais como ‘relacionar ideias’, ‘procura de padrões’, ‘verificar’ e ‘examinar cuidadosa e criticamente’, estas implicam, necessariamente, a análise ou seja, o envolvimento da actividade reflexiva no processo de aprendizagem. Ao contrário da abordagem profunda, uma das características que define a aprendizagem superficial é o facto de esta não envolver reflexão. M. Helena Pedrosa de Jesus 90
  • 91. Na aprendizagem superficial, poderá haver alguma acomodação na estrutura cognitiva, mas da parte do aprendente não há um objectivo claro de compreender, para que possa vir a mudar o seu ponto de vista, se necessário, como resultado da aquisição de novo conhecimento. Fica-se com a sensação de que a nova aprendizagem não estabelece ligações. Por exemplo, Harvey e Knight (1996) descreveram metaforicamente este tipo de aprendizagem como sendo aquela que é “introduzida em arquivos separados, com uma ligação muito difícil entre os conjuntos afins de conceitos e significados”. M. Helena Pedrosa de Jesus 91
  • 92. 4 – Observação e análise no processo de ensino e na prática reflexiva M. Helena Pedrosa de Jesus 92
  • 93. O questionamento e as ‘Abordagens de Ensino’ O professor enquanto modelo… Aprendizagem do aluno Questionamento do aluno Questionamento do professor Abordagem de Ensino do professor (Concepções e Práticas) «The kinds of questions that teachers ask and the way teachers ask these questions can […] influence the type of cognitive process that students engage […] » (Chin, Helena Pedrosa de Jesus M. 2007) 93
  • 94. Modos/Abordagens/Estilos de Ensino Existem vários estudos sobre ‘modos’ ‘abordagens’ ou ‘estilos de ensino’ (Kane, Sandretto & Heath, 2002) Grande diversidade de terminologia (Pajares, 1992) Estabelecem relação entre dimensão teórica e dimensão prática M. Helena Pedrosa de Jesus 94
  • 95. “Abordagens de Ensino” (Trigwell, Prosser and Taylor, 1994) Entrevistas semi-estruturadas a 24 docentes universitários (observação indirecta) Identificação de 5 abordagens de ensino Ensino por Transmissão de Ensino por Mudança Informação focada no … Conceptual focada no Professor (TIFP) Aluno (MCFA) Ensino: Transmitir informação para Ensino: Desenvolver/Modificar o que os alunos adquiram conceitos quadro conceptual dos alunos Aprendizagem: Adquirir informação Aprendizagem: Desenvolver para ‘cumprir’ requisitos externos significado pessoal Questões: O professor limita-se a Questões: As questões dos alunos responder às questões sem alterar o são um elemento importante da aula. M. Helena Pedrosa de Jesus 95 plano de aula
  • 96. “Abordagens de Ensino” (cont.) “Approaches to Teaching Inventory – ATI” (Trigwell, Prosser & Ginns, 2005) - 22 afirmações que descrevem diversas estratégias de ensino e respectivas intenções - Escala de Likert (1 – nunca/raramente; 5 – sempre, quase sempre) - Resultado final baseado na média das respostas numéricas para cada ‘pólo’ de abordagem de ensino preferencial (TIFP vs MCFA). - Exemplo: Este professor tem uma abordagem de Ensino preferencial do tipo TIFP M. Helena Pedrosa de Jesus 96
  • 97. Outros estudos Gow & Kember (1993) ; Kember & Kwan (2000) - Entrevistas a 39 docentes universitários (Hong Kong) - Identificação de duas concepções de ensino: Transmitir Conhecimento vs Facilitar Aprendizagem Samuelocwiz & Bain (2001) - Entrevista a 13 docentes universitários (Austrália) a fim de investigar ‘formas de compreender o ensino” - Observação ‘preliminares’ indicam concepções ‘ideais’ de ensino e ‘concepções reais’ de ensino M. Helena Pedrosa de Jesus 97
  • 98. Conclusões: Estudos na área das ‘abordagens de ensino’ são fundamentais para a promoção do “Scholarship of Teaching” (Saber Académico) «Understanding one’s teaching style can serve as a foundation for the improvement of instruction and serves not only learners but also the educators» (Heimlich, J.E. & Norland, E., 2002) Cruzar métodos de observação indirecta (entrevistas, questionários. …) com observação directa (observação de aulas) «A great deal can be learned about teaching by examining the coherence of teacher’s ‘theories-in-action’ and exploring the factors that encourage pr discourage agreement» (Pajares, 1992) M. Helena Pedrosa de Jesus 98
  • 99. Bibliografia Chin C., (2007), “Teacher Questioning in Science Classrooms: approaches that stimulate productive thinking”, Journal of Research in Science Education, Vol. (44), pp. 815-843 Gow L., Kember D. (1993). Conceptions of teaching and their relationship to students learning. British Journal of Educational Psychology, Vol. (63), pp.20-33. Kane R., Sandretto S., Heath C. (2002), “Telling half the story: a critical review of research on teaching beliefs and practice of university academics”, Review of Educational research, Vol. (72), pp. 177-228. Kember D, Kwan K. (2000) Lecturers’ approaches to teaching and their relationship to conceptions of good teaching. Instructional Science, Vol. (28), pp. 469-490. Pajares M.F. ( 1992) Teachers’ beliefs and educational research. Cleaning up a messy construct. Review of Educational Research, Vol. (62), pp. 307-332. Prosser M., Trigwell K., Taylor P. (1994), “A Phenomenographic study of academics’ conception of science learning and teaching’, Learning and Instruction, Vol. (4), pp. 217- 231. Prosser M., Trigwell K. (1999). Understanding Learning and Teaching: The experience in higher education, SRHE and Open University Press: Buckingham. Samuelowicz K, Bain J.D. (2001) Conceptions of teaching held by academic teachers. Higher Education, 41, pp. 299 – 325. TrigwellK., Prosser M. & Ginns P. (2005), “Phenomenographic pedagogy and a revised Approaches to Teaching Inventory”, Higher Education Research and Development, Vol. M. Helena Pedrosa de Jesus 99 (24), pp. 349-360.