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•As 7 maravilhas da natureza
•UNESCO - lista de patrimônio no Brasil
•IPHAN – bens materiais e imateriais no MA
 O processo da eleição das Sete Maravilhas da Natureza começou em 2007,
com a inscrição de 440 atrações de 200 países na disputa.
 Em 2009, um “júri de experts” , composto por sete pessoas, entre elas um
ex-diretor da UNESCO e o próprio presidente da fundação 7 New
Wonders, escolheu as 28 finalistas.
 Recorreu-se, então, ao voto popular para decidir quais seriam as Sete
Maravilhas da Natureza: milhões de pessoas participaram da eleição,
votando via internet, mensagens de celular e ligações telefônicas.
 No dia 11 de novembro de 2011, foram divulgados os vencedores
provisórios. De lá para cá, a organização confirmou oficialmente as Sete
Maravilhas Naturais.
 São elas: as Cataratas do Iguaçu; a Amazônia (América do Sul); Baía de
Ha Long (Vietnã); Ilha de Jeju (Coreia do Sul); Ilha de Komodo
(Indonésia); Rio Subterrâneo de Puerto Princesa (Filipinas); e Table
Mountain, na África do Sul.
(HA LONG - onde o dragão entra no mar)
Montanha da Mesa
 Depois de uma campanha global que durou quatro anos, as maravilhas mundiais da natureza
se uniram para desenvolver em conjunto iniciativas de divulgação e promoção turística.
 A marca Visite as Sete Maravilhas ou Visit7Wonders, será utilizada como marketing e
como plataforma online da campanha de turismo, sob licença da fundação suíça
New7Wonders, a organização responsável por todas as campanhas das Sete Maravilhas do
Mundo.
 A campanha Visit7Wonders, incluirá a promoção, de todas as sete maravilhas; promoção
conjunta nas principais feiras de turismo; desenvolvimento de pacotes de turismo
Visit7Wonders; uma plataforma de promoção entre operadoras, hotéis, companhias aéreas e
outros setores ligados ao turismo e viagens; iniciativas conjuntas de turismo sustentável; e
articulação de iniciativas educacionais e de sensibilização sobre o patrimônio natural.
 Segundo o diretor da Fundação New7Wonders, Jean-Paul, afirmou que a intenção é somar
todo o sucesso alcançado com a eleição para criar “uma única marca para a indústria do
turismo”.
 Pesquisa independente mostrou que as Novas Maravilhas trouxeram como resultado, em
valorização do turismo e resultados positivos de marketing, com taxas de crescimento na
visitação superiores a 20 %.
 A UNESCO desenvolve atividades para a proteção e conservação do
patrimônio natural e cultural brasileiro, incluindo-se aí os sítios declarados
pela UNESCO “Patrimônio da Humanidade”. São elas:
 A Cidade Histórica de Ouro Preto/MG (1980)
 O Centro Histórico de Olinda/PE (1982)
 As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das
Missões/RS (1983)
 O Centro Histórico de Salvador/BA (1985)
 O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do
Campo/MG(1985)
 O Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu/PR (1986)
 O Plano Piloto de Brasília/DF (1987)
 O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PI (1991)
 O Centro Histórico de São Luiz do Maranhão/MA (1997)
 Centro Histórico da Cidade de Diamantina / MG (1999)
 Mata Atlântica - Reservas do Sudeste SP/PR (1999)
 Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica BA/ES (1999)
 Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central (2000)
 Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal - MS/MT (2000)
 Centro Histórico da Cidade de Goiás -GO (2001)
 Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das
Emas - GO (2001)
 Ihas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das
Rocas - RN(2001)
 Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, SE (2010)
 Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar (2012)
 Ouro Preto, antiga capital das Minas Gerais, tem sua origem na descoberta e
exploração do ouro. Fundada em 1698, a história da cidade está ligada à
Inconfidência Mineira, movimento pró-Independência do Brasil.
 O centro histórico de Olinda conserva o traçado urbano e a paisagem da vila
fundada em 1535, por Duarte Coelho Pereira, quando os portugueses
iniciaram a ocupação do Brasil.
 Os remanescentes do antigo povo de São Miguel Arcanjo localizam-se no
município de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, em antiga
região espanhola, a Província Jesuítica do Paraguay.
 Fundada por Thomé de Souza em 1549, Salvador situa-se entre o mar e as
colinas da Baía de Todos os Santos. Sua organização assemelha-se às
cidades do Porto e Lisboa, com forte caráter defensivo, próprio ao século
XVII. Ao nível do mar, a Cidade Baixa forma uma estreita faixa entre o
litoral e uma escarpa, delimitando a Cidade Alta.
 O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, obra-prima de
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, iniciada em 1757.
 Naquelas paragens habitadas pelos povos Guarani, os primeiros homens
brancos que contemplaram as Cataratas do Iguaçu - água grande, em
Guarani, foram os expedicionários comandados por Cabeza de Vaca,
conquistador espanhol e governador da Colônia do Prata, que as chamou de
Saltos de Santa Maria.
 Brasília concretizou o pensamento urbanístico internacional dos anos 50 e
traduziu os princípios da Carta de Atenas de 1933, lançada por famosos
arquitetos modernistas. Já em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva
propôs a criação de uma nova capital no interior do país, designando a
Comissão Cruls para definir sua localização.
 O Parque Nacional Serra da Capivara, no Município de São
Raimundo Nonato, sudeste do Piauí, foi criado em 1979. Seu
objetivo é preservar vestígios arqueológicos do que seria a mais
remota ocupação humana da América do Sul, há cerca de 50 mil
anos.
 São Luís, centro histórico inscrito na Lista do Patrimônio Mundial, tombado
pelo governo federal em 1955, teve seu início como um pequeno povoado
luso-espanhol, em 1531, passando para o domínio francês em 1612 e sendo
retomado pelos colonizadores portugueses três anos depois.
 Permaneceu assim por volta de três décadas, quando, sob o comando de
Maurício de Nassau, foi colonizada pelos holandeses de 1641 a 1644.
 Ao fim do séc. XVII, animados pela descoberta do ouro, bandeirantes e
aventureiros embrenhavam-se cada vez mais pelo interior do Brasil. Nos
primeiros anos do século XVIII, uma bandeira partiu da região de Serro Frio
seguindo o curso do Rio Jequitinhonha. Ao encontrar grande quantidade do
minério, estabeleceu-se às margens do córrego do Tijuco, fundando arraial
do mesmo nome, mais tarde a cidade de Diamantina.
 Porém, não foi a mineração de ouro e sim a descoberta de diamantes que
marcou a história de Diamantina e fez com que esta se diferenciasse das
outras cidades mineradoras.
 Depois de 500 anos de ocupação pelo colonizador, apenas uma área de 7%
da Mata Atlântica ainda permanece de pé. A maioria desses remanescentes
florestais ocorre de modo descontínuo, sendo que a grande exceção de mata
continuada constitui as reservas que vão da Serra da Juréia, em São Paulo,
até à Ilha do Mel, no Paraná.
 A área denominada Costa do Descobrimento - Reserva da Mata Atlântica foi
declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO devido ao seu excepcional
valor do ponto de vista da ciência e da preservação de ecossistema de
interesse universal.
 O Parque Nacional do Jaú, Sítio do Patrimônio Natural Mundial da
UNESCO, situa-se no Estado do Amazonas, a 220 km de Manaus. É o
maior parque nacional do Brasil e o maior parque do mundo em floresta
tropical úmida e intacta. O nome Jaú, oriundo do Tupi (ya ú), denomina um
dos maiores peixes brasileiros e também o rio que banha o Parque.
 O Pantanal Sul - Matogrossense é a mais extensa área úmida contínua do
planeta, compreendendo aproximadamente 200 mil quilômetros quadrados
de superfície. É uma imensa planície de áreas alagáveis, sendo todo ela
parte da bacia do rio Paraguai. Na vazante do Mar Xaraés, imenso mar
interior, a área concentra alimentos naturais que irão sustentar toda sua flora
e fauna. É o período em que verdejam extensas e vigorosas pastagens.
 A Cidade de Goiás teve origem no Arraial de Santana, às margens do
rio Vermelho, onde o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o
Anhangüera, localizou grandes jazidas de ouro.
 O Parque Nacional das Emas e o Parque Nacional da Chapada dos
Veadeiros, localizados no Estado de Goiás, abrigam fauna e flora
típicas do Cerrado brasileiro
 O arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, é formado pelo
topo das montanhas de uma cordilheira vulcânica e tem sua base a cerca de
4 mil metros de profundidade. Ocupa área de aproximadamente 26
quilômetros quadrados, com 21 ilhas, rochedos e ilhotas.
 Localizado em São Cristóvão (SE), o conjunto arquitetônico da Praça São
Francisco é são remanescentes das edificações coloniais relacionadas à Ordem
Franciscana da Igreja Católica.
 O sítio abrange um convento com uma composição dinâmica própria, em função
da monumentalidade do adro e do cruzeiro e da ruptura com a ideia de equilíbrio
e simetria, remetendo claramente às disposições da Lei IX das Ordenações
Filipinas.
 O monumento demonstra a fusão das influências das legislações e práticas
urbanísticas espanholas e portuguesas na formação de núcleos urbanos coloniais.
 O bem “Rio de Janeiro: Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar”
enquadra-se na tipologia de Paisagem Cultural e é integrado por 4 (quatro)
componentes localizados desde a Zona Sul do Rio de Janeiro ao ponto oeste de
Niterói, no Grande Rio, englobando o Maciço da Tijuca, caracterizado por
encostas íngremes, grandes afloramentos rochosos, como:
 o Corcovado
 o Pão de Açúcar
 o Morro do Pico
 Em grande parte cobertos por vegetação tropical, ora nativa ora proveniente de
reflorestamento ou agenciamento, como no Jardim Botânico e nos parques
públicos. Inclui ainda as áreas onde a paisagem da orla tem sido agenciada ao
longo dos séculos, seja para erigir fortificações para a defesa da cidade, como
na entrada da Baía de Guanabara com seus fortes históricos, seja para propiciar
instalações de lazer para os residentes, como o Passeio Público, o Parque do
Flamengo e a Praia de Copacabana.
 A Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216,
estabeleceu que o patrimônio cultural brasileiro é
composto de bens de natureza material e imaterial,
incluídos aí os modos de criar, fazer e viver dos grupos
formadores da sociedade brasileira.
 Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito
àquelas práticas e domínios da vida social que se
manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer;
celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas,
musicais ou lúdicas e nos lugares, tais como mercados,
feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas.
 É uma pintura corporal e arte gráfica Wajãpi - foi o primeiro bem
registrado no Livro de Registro das Formas de Expressão.
 Trata-se de um sistema de representação, de uma linguagem gráfica
dos índios Wajãpi do Amapá, que sintetiza seu modo particular de
conhecer, conceber e agir sobre o universo.
 É o saber que envolve a prática artesanal de fabricação de panelas de barro,
atividade econômica culturalmente enraizada na localidade de Goiabeiras,
bairro de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo.
 Produto da cerâmica de origem indígena, o processo de produção das panelas
de Goiabeiras conserva todas as características essenciais que a identificam
com a prática dos grupos nativos das Américas, antes da chegada de europeus
e africanos.
 O Samba de Roda baiano é uma expressão musical, coreográfica,
poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura
brasileira. Presente em todo o estado da Bahia, ele é especialmente
forte e mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que
se estende em torno da Baía de Todos os Santos.
 Seus primeiros registros, já com esse nome e com muitas das
características que ainda hoje o identificam, datam dos anos 1860.
 A Festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, é uma
celebração constituída de vários rituais de devoção religiosa e expressões
culturais, cujo clímax ocorre na procissão do Círio, no segundo domingo de
outubro.
 Para os paraenses, é o grande momento anual de demonstração de devoção e
solidariedade, de reiteração de laços familiares, assim como de
manifestação social e política.
 A Viola-de-Cocho é um instrumento musical singular quanto à forma e
sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal, com a
utilização de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do
Brasil. É parte de uma realidade eco-sócio-cultural construída
historicamente pelos sucessivos grupos sociais que vêm ocupando os
atuais estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em suas relações
de troca com o meio natural e com a sociedade envolvente.
 É a prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas
comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás,
amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.
 Dentre as comidas de baiana destaca-se o acarajé, bolinho de feijão fradinho
preparado de maneira artesanal, na qual o feijão é moído em um pilão de
pedra (pedra de acarajé), temperado e posteriormente frito no azeite de
dendê fervente. Sua receita tem origens no Golfo do Benim, na África
Ocidental, tendo sido trazida para o Brasil com a vinda de escravos dessa
região.
 O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de
tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias
urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas
de santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do
Divino, no 13 de maio da abolição da escravatura.
 É uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação
de identidades. Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos,
principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo
respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento
coreográfico da umbigada.
 A Cachoeira de Iauaretê (ou Cachoeira da Onça), corresponde a um lugar de
referência fundamental para os povos indígenas que habitam a região banhada pelos
rios Uaupés e Papuri, reunidos em dez comunidades, multiculturais na maioria,
compostas pelas etnias de filiação lingüística Tukano Oriental, Aruaque e Maku.
 Várias das pedras, lajes, ilhas e paranás da Cachoeira de Iauaretê simbolizam
episódios de guerras, perseguições, mortes e alianças descritos nos mitos de origem
e nas narrativas históricas destes povos. Para eles, a Cachoeira de Iauaretê é seu
Lugar Sagrado, onde está marcada a história de sua origem e fixação nessa região,
assim como a história do estabelecimento das relações de afinidade que vêm
permitindo, a convivência e o compartilhamento de padrões culturais entre os
diversos grupos que coabitam naquele território.
 A Feira de Caruaru, localizada na
cidade de Caruaru, estado de
Pernambuco, surgiu em uma fazenda
situada em um dos caminhos do
gado, entre o sertão e a zona
canavieira, onde pousavam
vaqueiros, tropeiros e mascates.
 No final do século XVIII, foi
construída nesse local a capela de
Nossa Senhora da Conceição,
ampliando a convergência social e
fortalecendo as relações de trocas
comerciais em torno do lugar. Assim,
a feira cresceu juntamente com a
cidade e foi um dos principais
motores do seu desenvolvimento
social e econômico.
 O Frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética,
densamente enraizada em Recife e Olinda, no Estado de
Pernambuco. Gênero musical urbano, o Frevo surge no final do
século 19, no carnaval, em um momento de transição e efervescência
social como uma forma de expressão das classes populares na
configuração dos espaços públicos e das relações sociais nessas
cidades.
 No começo do século XX, a partir de influências rítmicas, poéticas e musicais do
jongo, do samba de roda baiano, do maxixe e da marcha carnavalesca,
consolidaram-se três novas formas de samba:
 O partido alto, vinculado ao cotidiano e a uma criação coletiva baseada em
improvisos;
 O samba-enredo, de ritmo inventado nas rodas do bairro do Estácio de Sá e
apropriado pelas nascentes escolas de samba para animar os seus desfiles de
Carnaval;
 O samba de terreiro, vinculado à quadra da escola, ao quintal do subúrbio, à roda de
samba do botequim.
 Essas matrizes do samba no Rio de Janeiro distinguem-se de outros subgêneros de
samba criados posteriormente. Tem autoria individual, mas performance coletiva,
se funda em comunidades situadas em áreas populares da cidade do Rio de Janeiro.
 O improviso é outro aspecto importante e ainda se encontra bastante enraizado na
prática amadora ou comunitária, está vivo e presente nos quintais dos subúrbios, nas
rodas de samba e terreiros dos morros e bairros populares da cidade.
 O Tambor de Crioula é uma manifestação afro-brasileira que ocorre na maioria dos
municípios do Maranhão, envolvendo uma dança circular feminina, canto e
percussão de tambores.
 Participam as coreiras ou dançadeiras, conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e
pelo influxo das toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga
ou umbigada – gesto característico, entendido como saudação e convite.
 O Tambor de Crioula inclui-se entre as expressões do que se convencionou chamar
de samba, derivadas, originalmente, do batuque, assim como o jongo no Sudeste, o
samba de roda do Recôncavo Baiano, o coco no Nordeste e algumas modalidades do
samba carioca.
 Além de sua origem comum, constatam-se, entre essas expressões do samba, traços
convergentes na polirritmia dos tambores, no ritmo sincopado, nos principais
movimentos coreográficos e na umbigada.
 A produção artesanal do queijo de leite cru nas regiões serranas de Minas Gerais representa até
hoje uma alternativa bem sucedida de conservação e aproveitamento da produção leiteira
regional, em áreas cuja geografia limita o escoamento dessa produção.
 Seu modo artesanal de fazer queijo gera conhecimento tradicional e um traço marcante da
identidade cultural dessas regiões. Cada uma delas tem um modo próprio de fazer, expresso na
forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, no tempo de
maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor específicos.
 O modo próprio de fazer queijo de Minas sintetiza, no queijo do Serro, no queijo da Canastra,
no queijo do Salitre ou Alto Paranaíba, ou ainda Cerrado, um conjunto de experiências,
símbolos e significados que definem a identidade do mineiro, reconhecida por todos os
brasileiros. Por está enraizado na comunidade mineira, o Modo Artesanal de fazer Queijo de
Minas é considerado Patrimônio Cultural do Brasil.
 A capoeira é uma manifestação
cultural presente hoje em todo o
território brasileiro e em mais de
150 países, com variações regionais
e locais criadas a partir de suas
“modalidades” mais conhecidas: as
chamadas “capoeira angola” e
“capoeira regional”.
 O conhecimento produzido para a
instrução do processo permitiu
identificar os principais aspectos
que constituem a capoeira como
prática cultural desenvolvida no
Brasil: o saber transmitido pelos
mestres formados na tradição da
capoeira e como tal reconhecidos
por seus pares; e a roda onde a
capoeira reúne todos os seus
elementos e se realiza de modo
pleno.
 Capoeira - manifestação cultural presente hoje
em todo o território e em mais de 150 países.
 A Roda de Capoeira é um elemento
estruturante desta manifestação, espaço e
tempo onde se expressam simultaneamente o
canto, o toque dos instrumentos, a dança, os
golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e
rituais de herança africana - notadamente
banto - recriados no Brasil.
 Profundamente ritualizada, a roda de capoeira
congrega cantigas e movimentos que
expressam uma visão de mundo, uma
hierarquia e um código de ética que são
compartilhados pelo grupo. Na roda de
capoeira se batizam os iniciantes, se formam e
se consagram os grandes mestres, se
transmitem e se reiteram práticas e valores
afro-brasileiros.
 O modo de fazer Renda Irlandesa se constitui de
saberes tradicionais que foram ressignificados
pelas rendeiras do interior sergipano, que
remontam à Europa do século XVII. Trata-se de
uma renda de agulha que tem como suporte o lacê,
cordão brilhoso que, preso a um debuxo ou risco de
desenho sinuoso, deixa espaços vazios a serem
preenchidos pelos pontos. Estes pontos são
bordados compondo a trama da renda com motivos
tradicionais e ícones da cultura brasileira, criados e
recriados pelas rendeiras.
 O “saber-fazer” é a qualidade mais característica da
produção da Renda Irlandesa, a qual é
compartilhada pelas rendeiras sob a liderança de
uma mestra reconhecida pelo grupo. As mestras
traçam o risco definidor da peça, que é apropriado
coletivamente.
 A cidade de Divina Pastora se tornou o principal
polo da Renda Irlandesa em razão de condições
históricas. Reinventando-a, as mulheres de Divina
Pastora fizeram dele seu meio de vida.
 O Ofício de Sineiro, tendo como referência as cidades de São João del-Rei,
Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará,
Serro e Tiradentes, em Minas Gerais, é uma prática tradicional, vinculada ao
ato de tocar os sinos das igrejas católicas para anunciar rituais e celebrações
religiosas, atos fúnebres e marcação das horas.
 A tradição do toque dos sinos, eminentemente masculina. Os sineiros são,
detentores e os responsáveis pela reiteração e transmissão da habilidade e do
conhecimento requeridos por essa forma de expressão e do seu repertório.
 O aprendizado requer observação, envolvimento e dedicação desde a infância,
quando os meninos começam a reproduzir os sons dos campanários em
panelas, postes, enxadas, picaretas e em tudo o mais que possa servir como
objeto de percussão. Adolescentes passam a freqüentar as torres das igrejas .
 Aos domingos, na cidade de São João del-Rei, há a chamada Via Sacra, quando
os aprendizes de sineiros percorrem as torres das principais igrejas da cidade
para aprender e, ocasionalmente, tocar os sinos.
 Os sineiros se autoclassificam como:
 antigos sineiros aqueles que tocam os sinos esporadicamente e são chamados
para esclarecer dúvidas;
 jovens sineiros - os que tocam os sinos no dia-a-dia;
 zeladores sineiros - os que devem dar condição aos jovens sineiros de executar
a sua tarefa e tocar os sinos quando estes não conseguem;
 mestres sineiros - os sineiros já falecidos que fazem parte da história da
localidade e são referências desse saber e do seu ofício.
 O Toque dos Sinos em Minas Gerais é uma forma de expressão sonora
produzida pela percussão dos sinos das igrejas católicas, para anunciar
rituais religiosos e celebrações, como festas de santos e padroeiros,
Semana Santa, Natal, casamentos, batizados, atos fúnebres e marcação das
horas, entre outras comunicações de interesse coletivo.
 Esta prática, especialmente em São João del-Rei, tem sido sustentada por
irmandades religiosas leigas, que se constituíram junto a essas cidades
durante o ciclo do ouro, e que se responsabilizam, pelos ofícios litúrgicos.
 Em São João del-Rei e em Ouro Preto, conservam diversos toques que
existiam em antigas vilas e cidades da América portuguesa, atestando a
continuidade histórica de suas expressões, a comunidade ainda hoje é
capazes de decodificar a linguagem dos sinos entendê-los.
 A expressão dos sinos em São João del-Rei, compõem um conjunto
complexo não só de badaladas, pancadas, repiques e dobres, todos
nomeados. Os repiques, geralmente, são executados com um conjunto
mínimo de três sinos que “conversam” entre si: o sino menor faz a
marcação, o médio “pergunta” e o grande “responde”.
 Uma forte influência da matriz cultural africana se faz presente na forma
como os sinos eram e são tocados.
 Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, no Estado de Goiás, é uma celebração de origem portuguesa,
disseminada no período colonial pelo território brasileiro, com variações em torno de uma estrutura básica e dos
símbolos principais do ritual - as folias, a coroação de um imperador, e o império.
 A esta estrutura básica, os agentes da Festa do Divino de Pirenópolis vêm incorporando outros ritos e
representações, como as encenações de mascarados e cavalhadas, responsáveis pela grande notoriedade da festa, que
se realiza nesta cidade a cada ano, desde 1819, durante cerca de 60 dias, com clímax no Domingo de Pentecostes,
cinqüenta dias após a Páscoa.
 Constituída por vários rituais religiosos e expressões culturais. Seus elementos essenciais, por ordem de ocorrência,
são: as Folias “da Roça” e “da Rua”, que “giram” pela zona rural e pela cidade, levando as bandeiras do Divino e
angariando donativos para a festa; a coroa, a figura do Imperador, as cerimônias e rituais do Império, com alvoradas,
cortejos, novena, jantares e outras refeições coletivas, missas cantadas, levantamento do mastro, queima de fogos,
distribuição de “verônicas”, sorteio e coroação do Imperador; as Cavalhadas, encenações de batalhas medievais
entre mouros e cristãos, em honra do Imperador e do Espírito Santo; os Mascarados com máscaras de papel pintado,
que circulam a pé e a cavalo pela cidade e pelo Campo das Cavalhadas; o Hino do Divino; o Coral de Nossa
Senhora do Rosário; a Banda de Música Phoenix e a Banda de Couro ou Zabumba, que marcam os diversos rituais e
cerimônias da celebração.
 O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro é entendido como um conjunto
estruturado, formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas, os
espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as
normas e os direitos.
 Esse bem cultural está ancorado no cultivo da mandioca brava (manihot esculenta)
e apresenta como base social os mais de 22 povos indígenas, representantes das
famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku, localizados ao longo do rio
Negro em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio
Negro e São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, até a fronteira do Brasil
com a Colômbia e com a Venezuela.
 O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro organiza um conjunto de saberes e
modos de fazer enraizados no cotidiano dos povos indígenas que habitam a região
noroeste do Amazonas, ao longo da calha do Rio Negro e das bacias hidrográficas
tributárias. Esse bem cultural acontece em um contexto multiétnico e
multilinguístico em que os grupos indígenas compartilham formas de transmissão e
circulação de saberes, de práticas, de serviços ambientais e de produtos.
 Considerado a principal cerimônia do calendário ritual dos Enawene Nawe, povo
indígena de língua Aruak, cujo território tradicional e Terra Indígena estão
localizados na região noroeste do estado de Mato Grosso. Com duração de sete
meses, este ritual define o princípio do calendário anual Enawene, quando se dá a
saída dos homens para a realização da maior pesca,coletiva de barragem. Ele se
estende até a seca, época marcada pelas interações com os temidos seres naturais
do patamar subterrâneo, os Yakairiti.
 Na perspectiva nativa, estes seres estão condenados a viver com uma fome
insaciável e precisam dos Enawene Nawe para satisfazer seu desejo voraz por sal
vegetal, peixe e outros alimentos derivados do milho e da mandioca. Assim, os
Enawene Nawe devem estabelecer uma relação de troca constante com esses
espíritos para manter a ordem social e cósmica, trocas estas que ocorrem por
meio de um complexo ciclo ritual que se distribui ao longo do ano.
 Para a realização deste ritual, o povo Enawene Nawe se divide entre os Harikare
e os Yaokwa, em conformidade com os clãs que organizam sua sociedade. Os
Harikare são os anfitriões, responsáveis pela organização do ritual e,
permanecem na aldeia junto às mulheres, devendo preparar o sal vegetal, cuidar
da lenha, acender o fogo e oferecer os alimentos, assim como limpar o pátio e os
caminhos. Já os Yaokwa são os pescadores, que partem em expedições para
acumular uma grande quantidade de peixe defumado e, assim, poder retornar
para a aldeia e oferecer a pesca aos Yakairiti.
 O ritual inicia-se em janeiro, com a colheita da mandioca e a coleta das matérias-
primas, casca de árvore e cipó, para a construção do Mata - corpo central das
armadilhas de pesca que deve ser acoplado às barragens a serem construídas nos
rios. Neste período, realizam-se as primeiras oferendas de alimentos, cantos e
danças aos Yakairiti.
 A pescaria é organizada com a divisão da aldeia em nove grupos rituais de acordo com os clãs e com o conjunto de
espíritos Yakairiti a que estão vinculados. Os pescadores, tendo removido os adornos que os identificam como humanos
e se dividido em grupos, partem então para acampar às margens de rios de médio porte: rio Joaquim Rios (Tinuliwina e
Muxikiawina), tributário do rio Camararé; rio Arimena e rio Preto (Olowina e Adowina), tributários do rio Juruena e rio
Nambikwara (Huyakawina), tributário do rio Doze de Outubro. O momento exato da partida é indicado,
principalmente, pela floração da gramínea ohã (Gymnopogo foliosu) e pela fase lunar Tonaytiri.
 Estes sinais indicam o movimento migratório dos peixes das áreas alagáveis para as calhas dos rios, após a piracema.
Chegando aos acampamentos, os pescadores dão início à construção da barragem de pesca, que deve seguir um
procedimento rigoroso para evitar seu rompimento pela força da água. A pesca de barragem se baseia no mito de
Dokoi, morto pelos peixes, cujo pai, Dataware, para vingar a morte do filho, arremessava paus nas águas dos rios, e
esses se transformavam em barragens que passaram a funcionar como armadilha na captura dos peixes.
 A construção das barragens pelos Enawene Nawe os torna cúmplices dessa vingança. Em cada barragem, um ancião
emissor de sopros e palavras poderosas, tendo o sal vegetal em mãos, volta-se para um dos pescadores, que representa
os seres Yakairiti, oferece o sal como troca pelos peixes que os Yaokwa pretendem pescar com as armadilhas, e espera
que esses seres conduzam os peixes até elas.
 O sal, então, é consumido, indicando que foi selada a parceria entre humanos e seres sobrenaturais. Com o estoque de
peixes obtido, os pescadores se preparam para o retorno. No pátio da aldeia, eles representam os agressivos Yakairiti,
enquanto os anfitriões representam os próprios Enawene Nawe, que os recepcionam aos pulos e gritos.
 Quando tudo parece se acalmar, as trocas iniciam-se: os pescadores entregam os peixes e recebem o sal vegetal e as
bebidas de mandioca e de milho. Isto significa que a ira dos Yakairiti foi aplacada e que eles foram domesticados. Os
anfitriões, em seguida, repõem nos pescadores os adornos retirados, humanizando-os. Os peixes e os alimentos vegetais
então produzidos e acumulados irão abastecer os banquetes festivos que ocorrerão diariamente ao longo de mais alguns
meses, em noites iluminadas por fogueiras e acompanhadas por cantos com flautas e danças.
 É celebração tradicional que ocorre há mais de 260 anos e reúne diversos rituais
religiosos, profanos e outras manifestações culturais da região do Seridó norte-rio-
grandense. Ocorre anualmente da quinta-feira anterior ao dia 26 de julho, dia de
Sant'Ana, até o domingo subsequente.
 A Festa inclui também um "ciclo preparatório" que se inicia, geralmente, no mês de
abril. O ciclo recebeu alterações ao longo dos séculos e atualmente, os principais
eventos que ocorrem nos dias festivos são:
 o "ciclo de preparação da Festa de Sant'Ana" que inclui as Peregrinações Rurais e
Urbanas e seus rituais de missa e procissão, assim como o Encontro das Imagens e a
Peregrinação a Sant'Ana "Caravana Ilton Pacheco";
 abertura oficial da Festa marcada por caminhada solene, quando o estandarte de
Sant'Ana é hasteado em mastro localizado em frente à Catedral;
 as programações sócio-culturais promovidas tanto pela paróquia quanto pelo governo
e população em geral, entre os quais se incluem: Jantar e a Feirinha de Sant'Ana,
Arrastão da Juventude, Marcha dos Idosos, Baile dos Coroas, a Festa da Juventude,
eventos na Ilha de Sant'Ana, Festa do Re-encontro, Festas dos Ex-alunos;
 as novenas, bênçãos, missas, demais ritos litúrgicos e expressões culturais a eles
relacionadas, como o Ofício de Sant'Ana e o Hino de Sant'Ana; a Cavalgada e o Leilão
de Sant'Ana, expressão de devoção dos vaqueiros e de rememoração;
 a Carreata de Sant'Ana, momento em que os motoristas, caminhoneiros, motoqueiros,
ciclistas e pedestres seguem em cortejo para receber benção e acompanhar a novena
em sua homenagem;
 a Missa Solene na qual ocorre também o fim da ornamentação do andor;
 o momento do "beija" que ocorre antes e depois da Procissão Solene;
 a Procissão de encerramento da Festa de Sant'Ana quando o andor circula pela cidade.
Além das celebrações, os dias da Festa incorporam muitas outras manifestações
culturais que contribuem para a construção das identidades e para a expressão deste
complexo cultural.
 O Bumba-meu-boi é uma festa tradicional em que a figura do boi é o elemento central, porém reúne diversas
outras manifestações culturais e assim se configura como um vasto “complexo cultural”.
 Muitas vezes definido como um folguedo popular, o Bumba-meu-boi extrapola o aspecto lúdico da brincadeira
para fazer sentido como uma grande celebração em cujo centro gravitacional encontram-se o boi, o seu ciclo vital
e o universo místico-religioso.
 Profundamente enraizado no cristianismo e, em especial, no catolicismo popular, o Bumba-meu-boi envolve a
devoção aos santos juninos São João, São Pedro e São Marçal, que mobilizam promessas e marcam algumas
datas comemorativas. Contudo, os cultos religiosos afrobrasileiros do Maranhão, como o Tambor de Mina e o
Terecô, também estão presentes nessa celebração, uma vez que ocorre o sincretismo entre os santos juninos e os
orixás, voduns e encantados que requisitam um boi como obrigação espiritual.
 O Bumba-meu-boi é vivenciado pelos brincantes ao longo de todo o ano. As apresentações dos Bois ocorrem em
todo o estado do Maranhão e concentram-se durante os festejos juninos. Seu ciclo festivo e de apresentações
pode ser apreendido em quatro etapas: os ensaios, o batismo do boi, as apresentações e a morte.
 O Bumba-meu-boi do Maranhão comporta diversos estilos de brincar - chamados de sotaques - sem que,
contudo, se tornem manifestações distintas. Dividem-se os sotaques em cinco:
 Esses estilos não são os únicos e existem ainda muitas variações, assim como Bois alternativos.
 Alguns aspectos intrinsecamente relacionados à celebração são o boi, a festa, os rituais, a devoção aos santos
associados à manifestação, as músicas, as danças, as performances dramáticas, os personagens, os artesanatos e
demais ofícios, os instrumentos, os diversos estilos (sotaques) de brincar o Bumba-meu-boi e o caráter lúdico.
 O Bumba-meu-boi é uma manifestação com grande capacidade de mobilização social, que reforça laços de
solidariedade entre os brincantes e, consequentemente, contribui na (re)construção identitária.
 Os Saberes e Práticas Associados ao modo de fazer Bonecas Karajá são uma referência
cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais
importante fonte de renda das famílias.
 Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica, denominadas na língua nativa de
ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala masculina), é uma atividade exclusiva das
mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de
geração em geração.
 O processo de confecção envolve o uso de três matérias-primas básicas:
 ARGILA ou o barro – suù, que é a matéria-prima principal;
 CINZA – que funciona como antiplástico;
 ÁGUA utilizada para umedecer a mistura proveniente do barro e da cinza.
 Pode-se dizer que o modo de fazer ritxòkò consiste, basicamente, nas seguintes etapas :
1)extração do barro; 2) preparação do barro; 3) modelagem das figuras; 4) queima; 5) pintura.
 A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura
corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais. Indicativos
de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços complementam a
representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá” homem ou mulher,
solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para distinguir
convencionalmente essas categorias.
 As Ritxòkò - Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá - são uma referência
cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais
importante fonte de renda das famílias. Atualmente, a confecção dessas figuras de
cerâmica, denominadas na língua nativa de ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala
masculina), é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer
considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração.
 As bonecas Karajá condensam e expressam importantes aspectos da identidade do grupo,
além de simbolizar diferentes planos da sua sóciocosmologia. Mais do que objetos
meramente lúdicos, as ritxòkòs são consideradas representações culturais que comportam
significados sociais profundos, por meio dos quais se reproduz o ordenamento sócio-
cultural e familiar dos Karajá. Com motivos rituais, mitológicos, da vida cotidiana e da
fauna, as bonecas Karajá são importantes instrumentos de socialização das crianças que,
brincando, se vêem nesses objetos e aprendem a ser Karajá.
 A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura
corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais.
Indicativos de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços
complementam a representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá”
homem ou mulher, solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para
distinguir convencionalmente essas categorias.
 O processo (criativo) de produção das ritxòkò ocorre por meio de um jogo de elaboração
e variação de formas e conteúdos determinado por uma série de fatores, como a
experiência, a habilidade técnica e a preferência estética da ceramista pela combinação
dos motivos temáticos e dos diversos padrões de grafismo aplicados, a função do objeto,
o acesso às matérias-primas e a disponibilidade de recursos financeiros para a compra de
materiais, a exigência do mercado interno e/ou externo às aldeias, entre outros.
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  • 1. •As 7 maravilhas da natureza •UNESCO - lista de patrimônio no Brasil •IPHAN – bens materiais e imateriais no MA
  • 2.  O processo da eleição das Sete Maravilhas da Natureza começou em 2007, com a inscrição de 440 atrações de 200 países na disputa.  Em 2009, um “júri de experts” , composto por sete pessoas, entre elas um ex-diretor da UNESCO e o próprio presidente da fundação 7 New Wonders, escolheu as 28 finalistas.  Recorreu-se, então, ao voto popular para decidir quais seriam as Sete Maravilhas da Natureza: milhões de pessoas participaram da eleição, votando via internet, mensagens de celular e ligações telefônicas.  No dia 11 de novembro de 2011, foram divulgados os vencedores provisórios. De lá para cá, a organização confirmou oficialmente as Sete Maravilhas Naturais.  São elas: as Cataratas do Iguaçu; a Amazônia (América do Sul); Baía de Ha Long (Vietnã); Ilha de Jeju (Coreia do Sul); Ilha de Komodo (Indonésia); Rio Subterrâneo de Puerto Princesa (Filipinas); e Table Mountain, na África do Sul.
  • 3. (HA LONG - onde o dragão entra no mar)
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 8.  Depois de uma campanha global que durou quatro anos, as maravilhas mundiais da natureza se uniram para desenvolver em conjunto iniciativas de divulgação e promoção turística.  A marca Visite as Sete Maravilhas ou Visit7Wonders, será utilizada como marketing e como plataforma online da campanha de turismo, sob licença da fundação suíça New7Wonders, a organização responsável por todas as campanhas das Sete Maravilhas do Mundo.  A campanha Visit7Wonders, incluirá a promoção, de todas as sete maravilhas; promoção conjunta nas principais feiras de turismo; desenvolvimento de pacotes de turismo Visit7Wonders; uma plataforma de promoção entre operadoras, hotéis, companhias aéreas e outros setores ligados ao turismo e viagens; iniciativas conjuntas de turismo sustentável; e articulação de iniciativas educacionais e de sensibilização sobre o patrimônio natural.  Segundo o diretor da Fundação New7Wonders, Jean-Paul, afirmou que a intenção é somar todo o sucesso alcançado com a eleição para criar “uma única marca para a indústria do turismo”.  Pesquisa independente mostrou que as Novas Maravilhas trouxeram como resultado, em valorização do turismo e resultados positivos de marketing, com taxas de crescimento na visitação superiores a 20 %.
  • 9.
  • 10.  A UNESCO desenvolve atividades para a proteção e conservação do patrimônio natural e cultural brasileiro, incluindo-se aí os sítios declarados pela UNESCO “Patrimônio da Humanidade”. São elas:  A Cidade Histórica de Ouro Preto/MG (1980)  O Centro Histórico de Olinda/PE (1982)  As Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões/RS (1983)  O Centro Histórico de Salvador/BA (1985)  O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo/MG(1985)  O Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu/PR (1986)  O Plano Piloto de Brasília/DF (1987)
  • 11.  O Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato/PI (1991)  O Centro Histórico de São Luiz do Maranhão/MA (1997)  Centro Histórico da Cidade de Diamantina / MG (1999)  Mata Atlântica - Reservas do Sudeste SP/PR (1999)  Costa do Descobrimento - Reservas da Mata Atlântica BA/ES (1999)  Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central (2000)  Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal - MS/MT (2000)  Centro Histórico da Cidade de Goiás -GO (2001)  Áreas protegidas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas - GO (2001)  Ihas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas - RN(2001)  Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, SE (2010)  Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar (2012)
  • 12.  Ouro Preto, antiga capital das Minas Gerais, tem sua origem na descoberta e exploração do ouro. Fundada em 1698, a história da cidade está ligada à Inconfidência Mineira, movimento pró-Independência do Brasil.
  • 13.  O centro histórico de Olinda conserva o traçado urbano e a paisagem da vila fundada em 1535, por Duarte Coelho Pereira, quando os portugueses iniciaram a ocupação do Brasil.
  • 14.  Os remanescentes do antigo povo de São Miguel Arcanjo localizam-se no município de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, em antiga região espanhola, a Província Jesuítica do Paraguay.
  • 15.  Fundada por Thomé de Souza em 1549, Salvador situa-se entre o mar e as colinas da Baía de Todos os Santos. Sua organização assemelha-se às cidades do Porto e Lisboa, com forte caráter defensivo, próprio ao século XVII. Ao nível do mar, a Cidade Baixa forma uma estreita faixa entre o litoral e uma escarpa, delimitando a Cidade Alta.
  • 16.  O Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, obra-prima de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, iniciada em 1757.
  • 17.  Naquelas paragens habitadas pelos povos Guarani, os primeiros homens brancos que contemplaram as Cataratas do Iguaçu - água grande, em Guarani, foram os expedicionários comandados por Cabeza de Vaca, conquistador espanhol e governador da Colônia do Prata, que as chamou de Saltos de Santa Maria.
  • 18.  Brasília concretizou o pensamento urbanístico internacional dos anos 50 e traduziu os princípios da Carta de Atenas de 1933, lançada por famosos arquitetos modernistas. Já em 1823, José Bonifácio de Andrada e Silva propôs a criação de uma nova capital no interior do país, designando a Comissão Cruls para definir sua localização.
  • 19.  O Parque Nacional Serra da Capivara, no Município de São Raimundo Nonato, sudeste do Piauí, foi criado em 1979. Seu objetivo é preservar vestígios arqueológicos do que seria a mais remota ocupação humana da América do Sul, há cerca de 50 mil anos.
  • 20.  São Luís, centro histórico inscrito na Lista do Patrimônio Mundial, tombado pelo governo federal em 1955, teve seu início como um pequeno povoado luso-espanhol, em 1531, passando para o domínio francês em 1612 e sendo retomado pelos colonizadores portugueses três anos depois.  Permaneceu assim por volta de três décadas, quando, sob o comando de Maurício de Nassau, foi colonizada pelos holandeses de 1641 a 1644.
  • 21.  Ao fim do séc. XVII, animados pela descoberta do ouro, bandeirantes e aventureiros embrenhavam-se cada vez mais pelo interior do Brasil. Nos primeiros anos do século XVIII, uma bandeira partiu da região de Serro Frio seguindo o curso do Rio Jequitinhonha. Ao encontrar grande quantidade do minério, estabeleceu-se às margens do córrego do Tijuco, fundando arraial do mesmo nome, mais tarde a cidade de Diamantina.  Porém, não foi a mineração de ouro e sim a descoberta de diamantes que marcou a história de Diamantina e fez com que esta se diferenciasse das outras cidades mineradoras.
  • 22.  Depois de 500 anos de ocupação pelo colonizador, apenas uma área de 7% da Mata Atlântica ainda permanece de pé. A maioria desses remanescentes florestais ocorre de modo descontínuo, sendo que a grande exceção de mata continuada constitui as reservas que vão da Serra da Juréia, em São Paulo, até à Ilha do Mel, no Paraná.
  • 23.  A área denominada Costa do Descobrimento - Reserva da Mata Atlântica foi declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO devido ao seu excepcional valor do ponto de vista da ciência e da preservação de ecossistema de interesse universal.
  • 24.  O Parque Nacional do Jaú, Sítio do Patrimônio Natural Mundial da UNESCO, situa-se no Estado do Amazonas, a 220 km de Manaus. É o maior parque nacional do Brasil e o maior parque do mundo em floresta tropical úmida e intacta. O nome Jaú, oriundo do Tupi (ya ú), denomina um dos maiores peixes brasileiros e também o rio que banha o Parque.
  • 25.  O Pantanal Sul - Matogrossense é a mais extensa área úmida contínua do planeta, compreendendo aproximadamente 200 mil quilômetros quadrados de superfície. É uma imensa planície de áreas alagáveis, sendo todo ela parte da bacia do rio Paraguai. Na vazante do Mar Xaraés, imenso mar interior, a área concentra alimentos naturais que irão sustentar toda sua flora e fauna. É o período em que verdejam extensas e vigorosas pastagens.
  • 26.  A Cidade de Goiás teve origem no Arraial de Santana, às margens do rio Vermelho, onde o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera, localizou grandes jazidas de ouro.
  • 27.  O Parque Nacional das Emas e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, localizados no Estado de Goiás, abrigam fauna e flora típicas do Cerrado brasileiro
  • 28.  O arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco, é formado pelo topo das montanhas de uma cordilheira vulcânica e tem sua base a cerca de 4 mil metros de profundidade. Ocupa área de aproximadamente 26 quilômetros quadrados, com 21 ilhas, rochedos e ilhotas.
  • 29.  Localizado em São Cristóvão (SE), o conjunto arquitetônico da Praça São Francisco é são remanescentes das edificações coloniais relacionadas à Ordem Franciscana da Igreja Católica.  O sítio abrange um convento com uma composição dinâmica própria, em função da monumentalidade do adro e do cruzeiro e da ruptura com a ideia de equilíbrio e simetria, remetendo claramente às disposições da Lei IX das Ordenações Filipinas.  O monumento demonstra a fusão das influências das legislações e práticas urbanísticas espanholas e portuguesas na formação de núcleos urbanos coloniais.
  • 30.  O bem “Rio de Janeiro: Paisagens Cariocas entre a Montanha e o Mar” enquadra-se na tipologia de Paisagem Cultural e é integrado por 4 (quatro) componentes localizados desde a Zona Sul do Rio de Janeiro ao ponto oeste de Niterói, no Grande Rio, englobando o Maciço da Tijuca, caracterizado por encostas íngremes, grandes afloramentos rochosos, como:  o Corcovado  o Pão de Açúcar  o Morro do Pico  Em grande parte cobertos por vegetação tropical, ora nativa ora proveniente de reflorestamento ou agenciamento, como no Jardim Botânico e nos parques públicos. Inclui ainda as áreas onde a paisagem da orla tem sido agenciada ao longo dos séculos, seja para erigir fortificações para a defesa da cidade, como na entrada da Baía de Guanabara com seus fortes históricos, seja para propiciar instalações de lazer para os residentes, como o Passeio Público, o Parque do Flamengo e a Praia de Copacabana.
  • 31.
  • 32.
  • 33.  A Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, estabeleceu que o patrimônio cultural brasileiro é composto de bens de natureza material e imaterial, incluídos aí os modos de criar, fazer e viver dos grupos formadores da sociedade brasileira.  Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas e nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas.
  • 34.  É uma pintura corporal e arte gráfica Wajãpi - foi o primeiro bem registrado no Livro de Registro das Formas de Expressão.  Trata-se de um sistema de representação, de uma linguagem gráfica dos índios Wajãpi do Amapá, que sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo.
  • 35.  É o saber que envolve a prática artesanal de fabricação de panelas de barro, atividade econômica culturalmente enraizada na localidade de Goiabeiras, bairro de Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo.  Produto da cerâmica de origem indígena, o processo de produção das panelas de Goiabeiras conserva todas as características essenciais que a identificam com a prática dos grupos nativos das Américas, antes da chegada de europeus e africanos.
  • 36.  O Samba de Roda baiano é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. Presente em todo o estado da Bahia, ele é especialmente forte e mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos.  Seus primeiros registros, já com esse nome e com muitas das características que ainda hoje o identificam, datam dos anos 1860.
  • 37.  A Festa do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém do Pará, é uma celebração constituída de vários rituais de devoção religiosa e expressões culturais, cujo clímax ocorre na procissão do Círio, no segundo domingo de outubro.  Para os paraenses, é o grande momento anual de demonstração de devoção e solidariedade, de reiteração de laços familiares, assim como de manifestação social e política.
  • 38.  A Viola-de-Cocho é um instrumento musical singular quanto à forma e sonoridade, produzido exclusivamente de forma artesanal, com a utilização de matérias-primas existentes na Região Centro-Oeste do Brasil. É parte de uma realidade eco-sócio-cultural construída historicamente pelos sucessivos grupos sociais que vêm ocupando os atuais estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em suas relações de troca com o meio natural e com a sociedade envolvente.
  • 39.  É a prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, feitas com azeite de dendê e ligadas ao culto dos orixás, amplamente disseminadas na cidade de Salvador, Bahia.  Dentre as comidas de baiana destaca-se o acarajé, bolinho de feijão fradinho preparado de maneira artesanal, na qual o feijão é moído em um pilão de pedra (pedra de acarajé), temperado e posteriormente frito no azeite de dendê fervente. Sua receita tem origens no Golfo do Benim, na África Ocidental, tendo sido trazida para o Brasil com a vinda de escravos dessa região.
  • 40.  O jongo é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e práticas de magia. É praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Acontece nas festas de santos católicos e divindades afro-brasileiras, nas festas juninas, nas festas do Divino, no 13 de maio da abolição da escravatura.  É uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades. Tem suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, principalmente os de língua bantu. São sugestivos dessas origens o profundo respeito aos ancestrais, a valorização dos enigmas cantados e o elemento coreográfico da umbigada.
  • 41.  A Cachoeira de Iauaretê (ou Cachoeira da Onça), corresponde a um lugar de referência fundamental para os povos indígenas que habitam a região banhada pelos rios Uaupés e Papuri, reunidos em dez comunidades, multiculturais na maioria, compostas pelas etnias de filiação lingüística Tukano Oriental, Aruaque e Maku.  Várias das pedras, lajes, ilhas e paranás da Cachoeira de Iauaretê simbolizam episódios de guerras, perseguições, mortes e alianças descritos nos mitos de origem e nas narrativas históricas destes povos. Para eles, a Cachoeira de Iauaretê é seu Lugar Sagrado, onde está marcada a história de sua origem e fixação nessa região, assim como a história do estabelecimento das relações de afinidade que vêm permitindo, a convivência e o compartilhamento de padrões culturais entre os diversos grupos que coabitam naquele território.
  • 42.  A Feira de Caruaru, localizada na cidade de Caruaru, estado de Pernambuco, surgiu em uma fazenda situada em um dos caminhos do gado, entre o sertão e a zona canavieira, onde pousavam vaqueiros, tropeiros e mascates.  No final do século XVIII, foi construída nesse local a capela de Nossa Senhora da Conceição, ampliando a convergência social e fortalecendo as relações de trocas comerciais em torno do lugar. Assim, a feira cresceu juntamente com a cidade e foi um dos principais motores do seu desenvolvimento social e econômico.
  • 43.  O Frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, densamente enraizada em Recife e Olinda, no Estado de Pernambuco. Gênero musical urbano, o Frevo surge no final do século 19, no carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de expressão das classes populares na configuração dos espaços públicos e das relações sociais nessas cidades.
  • 44.  No começo do século XX, a partir de influências rítmicas, poéticas e musicais do jongo, do samba de roda baiano, do maxixe e da marcha carnavalesca, consolidaram-se três novas formas de samba:  O partido alto, vinculado ao cotidiano e a uma criação coletiva baseada em improvisos;  O samba-enredo, de ritmo inventado nas rodas do bairro do Estácio de Sá e apropriado pelas nascentes escolas de samba para animar os seus desfiles de Carnaval;  O samba de terreiro, vinculado à quadra da escola, ao quintal do subúrbio, à roda de samba do botequim.  Essas matrizes do samba no Rio de Janeiro distinguem-se de outros subgêneros de samba criados posteriormente. Tem autoria individual, mas performance coletiva, se funda em comunidades situadas em áreas populares da cidade do Rio de Janeiro.  O improviso é outro aspecto importante e ainda se encontra bastante enraizado na prática amadora ou comunitária, está vivo e presente nos quintais dos subúrbios, nas rodas de samba e terreiros dos morros e bairros populares da cidade.
  • 45.
  • 46.  O Tambor de Crioula é uma manifestação afro-brasileira que ocorre na maioria dos municípios do Maranhão, envolvendo uma dança circular feminina, canto e percussão de tambores.  Participam as coreiras ou dançadeiras, conduzidas pelo ritmo intenso dos tambores e pelo influxo das toadas evocadas por tocadores e cantadores, culminando na punga ou umbigada – gesto característico, entendido como saudação e convite.  O Tambor de Crioula inclui-se entre as expressões do que se convencionou chamar de samba, derivadas, originalmente, do batuque, assim como o jongo no Sudeste, o samba de roda do Recôncavo Baiano, o coco no Nordeste e algumas modalidades do samba carioca.  Além de sua origem comum, constatam-se, entre essas expressões do samba, traços convergentes na polirritmia dos tambores, no ritmo sincopado, nos principais movimentos coreográficos e na umbigada.
  • 47.  A produção artesanal do queijo de leite cru nas regiões serranas de Minas Gerais representa até hoje uma alternativa bem sucedida de conservação e aproveitamento da produção leiteira regional, em áreas cuja geografia limita o escoamento dessa produção.  Seu modo artesanal de fazer queijo gera conhecimento tradicional e um traço marcante da identidade cultural dessas regiões. Cada uma delas tem um modo próprio de fazer, expresso na forma de manipulação do leite, dos coalhos e das massas, na prensagem, no tempo de maturação (cura), conferindo a cada queijo aparência e sabor específicos.  O modo próprio de fazer queijo de Minas sintetiza, no queijo do Serro, no queijo da Canastra, no queijo do Salitre ou Alto Paranaíba, ou ainda Cerrado, um conjunto de experiências, símbolos e significados que definem a identidade do mineiro, reconhecida por todos os brasileiros. Por está enraizado na comunidade mineira, o Modo Artesanal de fazer Queijo de Minas é considerado Patrimônio Cultural do Brasil.
  • 48.  A capoeira é uma manifestação cultural presente hoje em todo o território brasileiro e em mais de 150 países, com variações regionais e locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”.  O conhecimento produzido para a instrução do processo permitiu identificar os principais aspectos que constituem a capoeira como prática cultural desenvolvida no Brasil: o saber transmitido pelos mestres formados na tradição da capoeira e como tal reconhecidos por seus pares; e a roda onde a capoeira reúne todos os seus elementos e se realiza de modo pleno.
  • 49.  Capoeira - manifestação cultural presente hoje em todo o território e em mais de 150 países.  A Roda de Capoeira é um elemento estruturante desta manifestação, espaço e tempo onde se expressam simultaneamente o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana - notadamente banto - recriados no Brasil.  Profundamente ritualizada, a roda de capoeira congrega cantigas e movimentos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética que são compartilhados pelo grupo. Na roda de capoeira se batizam os iniciantes, se formam e se consagram os grandes mestres, se transmitem e se reiteram práticas e valores afro-brasileiros.
  • 50.  O modo de fazer Renda Irlandesa se constitui de saberes tradicionais que foram ressignificados pelas rendeiras do interior sergipano, que remontam à Europa do século XVII. Trata-se de uma renda de agulha que tem como suporte o lacê, cordão brilhoso que, preso a um debuxo ou risco de desenho sinuoso, deixa espaços vazios a serem preenchidos pelos pontos. Estes pontos são bordados compondo a trama da renda com motivos tradicionais e ícones da cultura brasileira, criados e recriados pelas rendeiras.  O “saber-fazer” é a qualidade mais característica da produção da Renda Irlandesa, a qual é compartilhada pelas rendeiras sob a liderança de uma mestra reconhecida pelo grupo. As mestras traçam o risco definidor da peça, que é apropriado coletivamente.  A cidade de Divina Pastora se tornou o principal polo da Renda Irlandesa em razão de condições históricas. Reinventando-a, as mulheres de Divina Pastora fizeram dele seu meio de vida.
  • 51.  O Ofício de Sineiro, tendo como referência as cidades de São João del-Rei, Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, Congonhas do Campo, Diamantina, Sabará, Serro e Tiradentes, em Minas Gerais, é uma prática tradicional, vinculada ao ato de tocar os sinos das igrejas católicas para anunciar rituais e celebrações religiosas, atos fúnebres e marcação das horas.  A tradição do toque dos sinos, eminentemente masculina. Os sineiros são, detentores e os responsáveis pela reiteração e transmissão da habilidade e do conhecimento requeridos por essa forma de expressão e do seu repertório.  O aprendizado requer observação, envolvimento e dedicação desde a infância, quando os meninos começam a reproduzir os sons dos campanários em panelas, postes, enxadas, picaretas e em tudo o mais que possa servir como objeto de percussão. Adolescentes passam a freqüentar as torres das igrejas .  Aos domingos, na cidade de São João del-Rei, há a chamada Via Sacra, quando os aprendizes de sineiros percorrem as torres das principais igrejas da cidade para aprender e, ocasionalmente, tocar os sinos.  Os sineiros se autoclassificam como:  antigos sineiros aqueles que tocam os sinos esporadicamente e são chamados para esclarecer dúvidas;  jovens sineiros - os que tocam os sinos no dia-a-dia;  zeladores sineiros - os que devem dar condição aos jovens sineiros de executar a sua tarefa e tocar os sinos quando estes não conseguem;  mestres sineiros - os sineiros já falecidos que fazem parte da história da localidade e são referências desse saber e do seu ofício.
  • 52.  O Toque dos Sinos em Minas Gerais é uma forma de expressão sonora produzida pela percussão dos sinos das igrejas católicas, para anunciar rituais religiosos e celebrações, como festas de santos e padroeiros, Semana Santa, Natal, casamentos, batizados, atos fúnebres e marcação das horas, entre outras comunicações de interesse coletivo.  Esta prática, especialmente em São João del-Rei, tem sido sustentada por irmandades religiosas leigas, que se constituíram junto a essas cidades durante o ciclo do ouro, e que se responsabilizam, pelos ofícios litúrgicos.  Em São João del-Rei e em Ouro Preto, conservam diversos toques que existiam em antigas vilas e cidades da América portuguesa, atestando a continuidade histórica de suas expressões, a comunidade ainda hoje é capazes de decodificar a linguagem dos sinos entendê-los.  A expressão dos sinos em São João del-Rei, compõem um conjunto complexo não só de badaladas, pancadas, repiques e dobres, todos nomeados. Os repiques, geralmente, são executados com um conjunto mínimo de três sinos que “conversam” entre si: o sino menor faz a marcação, o médio “pergunta” e o grande “responde”.  Uma forte influência da matriz cultural africana se faz presente na forma como os sinos eram e são tocados.
  • 53.  Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, no Estado de Goiás, é uma celebração de origem portuguesa, disseminada no período colonial pelo território brasileiro, com variações em torno de uma estrutura básica e dos símbolos principais do ritual - as folias, a coroação de um imperador, e o império.  A esta estrutura básica, os agentes da Festa do Divino de Pirenópolis vêm incorporando outros ritos e representações, como as encenações de mascarados e cavalhadas, responsáveis pela grande notoriedade da festa, que se realiza nesta cidade a cada ano, desde 1819, durante cerca de 60 dias, com clímax no Domingo de Pentecostes, cinqüenta dias após a Páscoa.  Constituída por vários rituais religiosos e expressões culturais. Seus elementos essenciais, por ordem de ocorrência, são: as Folias “da Roça” e “da Rua”, que “giram” pela zona rural e pela cidade, levando as bandeiras do Divino e angariando donativos para a festa; a coroa, a figura do Imperador, as cerimônias e rituais do Império, com alvoradas, cortejos, novena, jantares e outras refeições coletivas, missas cantadas, levantamento do mastro, queima de fogos, distribuição de “verônicas”, sorteio e coroação do Imperador; as Cavalhadas, encenações de batalhas medievais entre mouros e cristãos, em honra do Imperador e do Espírito Santo; os Mascarados com máscaras de papel pintado, que circulam a pé e a cavalo pela cidade e pelo Campo das Cavalhadas; o Hino do Divino; o Coral de Nossa Senhora do Rosário; a Banda de Música Phoenix e a Banda de Couro ou Zabumba, que marcam os diversos rituais e cerimônias da celebração.
  • 54.  O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro é entendido como um conjunto estruturado, formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos.  Esse bem cultural está ancorado no cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) e apresenta como base social os mais de 22 povos indígenas, representantes das famílias linguísticas Tukano Oriental, Aruak e Maku, localizados ao longo do rio Negro em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, até a fronteira do Brasil com a Colômbia e com a Venezuela.  O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro organiza um conjunto de saberes e modos de fazer enraizados no cotidiano dos povos indígenas que habitam a região noroeste do Amazonas, ao longo da calha do Rio Negro e das bacias hidrográficas tributárias. Esse bem cultural acontece em um contexto multiétnico e multilinguístico em que os grupos indígenas compartilham formas de transmissão e circulação de saberes, de práticas, de serviços ambientais e de produtos.
  • 55.  Considerado a principal cerimônia do calendário ritual dos Enawene Nawe, povo indígena de língua Aruak, cujo território tradicional e Terra Indígena estão localizados na região noroeste do estado de Mato Grosso. Com duração de sete meses, este ritual define o princípio do calendário anual Enawene, quando se dá a saída dos homens para a realização da maior pesca,coletiva de barragem. Ele se estende até a seca, época marcada pelas interações com os temidos seres naturais do patamar subterrâneo, os Yakairiti.  Na perspectiva nativa, estes seres estão condenados a viver com uma fome insaciável e precisam dos Enawene Nawe para satisfazer seu desejo voraz por sal vegetal, peixe e outros alimentos derivados do milho e da mandioca. Assim, os Enawene Nawe devem estabelecer uma relação de troca constante com esses espíritos para manter a ordem social e cósmica, trocas estas que ocorrem por meio de um complexo ciclo ritual que se distribui ao longo do ano.  Para a realização deste ritual, o povo Enawene Nawe se divide entre os Harikare e os Yaokwa, em conformidade com os clãs que organizam sua sociedade. Os Harikare são os anfitriões, responsáveis pela organização do ritual e, permanecem na aldeia junto às mulheres, devendo preparar o sal vegetal, cuidar da lenha, acender o fogo e oferecer os alimentos, assim como limpar o pátio e os caminhos. Já os Yaokwa são os pescadores, que partem em expedições para acumular uma grande quantidade de peixe defumado e, assim, poder retornar para a aldeia e oferecer a pesca aos Yakairiti.  O ritual inicia-se em janeiro, com a colheita da mandioca e a coleta das matérias- primas, casca de árvore e cipó, para a construção do Mata - corpo central das armadilhas de pesca que deve ser acoplado às barragens a serem construídas nos rios. Neste período, realizam-se as primeiras oferendas de alimentos, cantos e danças aos Yakairiti.
  • 56.  A pescaria é organizada com a divisão da aldeia em nove grupos rituais de acordo com os clãs e com o conjunto de espíritos Yakairiti a que estão vinculados. Os pescadores, tendo removido os adornos que os identificam como humanos e se dividido em grupos, partem então para acampar às margens de rios de médio porte: rio Joaquim Rios (Tinuliwina e Muxikiawina), tributário do rio Camararé; rio Arimena e rio Preto (Olowina e Adowina), tributários do rio Juruena e rio Nambikwara (Huyakawina), tributário do rio Doze de Outubro. O momento exato da partida é indicado, principalmente, pela floração da gramínea ohã (Gymnopogo foliosu) e pela fase lunar Tonaytiri.  Estes sinais indicam o movimento migratório dos peixes das áreas alagáveis para as calhas dos rios, após a piracema. Chegando aos acampamentos, os pescadores dão início à construção da barragem de pesca, que deve seguir um procedimento rigoroso para evitar seu rompimento pela força da água. A pesca de barragem se baseia no mito de Dokoi, morto pelos peixes, cujo pai, Dataware, para vingar a morte do filho, arremessava paus nas águas dos rios, e esses se transformavam em barragens que passaram a funcionar como armadilha na captura dos peixes.  A construção das barragens pelos Enawene Nawe os torna cúmplices dessa vingança. Em cada barragem, um ancião emissor de sopros e palavras poderosas, tendo o sal vegetal em mãos, volta-se para um dos pescadores, que representa os seres Yakairiti, oferece o sal como troca pelos peixes que os Yaokwa pretendem pescar com as armadilhas, e espera que esses seres conduzam os peixes até elas.  O sal, então, é consumido, indicando que foi selada a parceria entre humanos e seres sobrenaturais. Com o estoque de peixes obtido, os pescadores se preparam para o retorno. No pátio da aldeia, eles representam os agressivos Yakairiti, enquanto os anfitriões representam os próprios Enawene Nawe, que os recepcionam aos pulos e gritos.  Quando tudo parece se acalmar, as trocas iniciam-se: os pescadores entregam os peixes e recebem o sal vegetal e as bebidas de mandioca e de milho. Isto significa que a ira dos Yakairiti foi aplacada e que eles foram domesticados. Os anfitriões, em seguida, repõem nos pescadores os adornos retirados, humanizando-os. Os peixes e os alimentos vegetais então produzidos e acumulados irão abastecer os banquetes festivos que ocorrerão diariamente ao longo de mais alguns meses, em noites iluminadas por fogueiras e acompanhadas por cantos com flautas e danças.
  • 57.  É celebração tradicional que ocorre há mais de 260 anos e reúne diversos rituais religiosos, profanos e outras manifestações culturais da região do Seridó norte-rio- grandense. Ocorre anualmente da quinta-feira anterior ao dia 26 de julho, dia de Sant'Ana, até o domingo subsequente.  A Festa inclui também um "ciclo preparatório" que se inicia, geralmente, no mês de abril. O ciclo recebeu alterações ao longo dos séculos e atualmente, os principais eventos que ocorrem nos dias festivos são:  o "ciclo de preparação da Festa de Sant'Ana" que inclui as Peregrinações Rurais e Urbanas e seus rituais de missa e procissão, assim como o Encontro das Imagens e a Peregrinação a Sant'Ana "Caravana Ilton Pacheco";  abertura oficial da Festa marcada por caminhada solene, quando o estandarte de Sant'Ana é hasteado em mastro localizado em frente à Catedral;  as programações sócio-culturais promovidas tanto pela paróquia quanto pelo governo e população em geral, entre os quais se incluem: Jantar e a Feirinha de Sant'Ana, Arrastão da Juventude, Marcha dos Idosos, Baile dos Coroas, a Festa da Juventude, eventos na Ilha de Sant'Ana, Festa do Re-encontro, Festas dos Ex-alunos;  as novenas, bênçãos, missas, demais ritos litúrgicos e expressões culturais a eles relacionadas, como o Ofício de Sant'Ana e o Hino de Sant'Ana; a Cavalgada e o Leilão de Sant'Ana, expressão de devoção dos vaqueiros e de rememoração;  a Carreata de Sant'Ana, momento em que os motoristas, caminhoneiros, motoqueiros, ciclistas e pedestres seguem em cortejo para receber benção e acompanhar a novena em sua homenagem;  a Missa Solene na qual ocorre também o fim da ornamentação do andor;  o momento do "beija" que ocorre antes e depois da Procissão Solene;  a Procissão de encerramento da Festa de Sant'Ana quando o andor circula pela cidade. Além das celebrações, os dias da Festa incorporam muitas outras manifestações culturais que contribuem para a construção das identidades e para a expressão deste complexo cultural.
  • 58.  O Bumba-meu-boi é uma festa tradicional em que a figura do boi é o elemento central, porém reúne diversas outras manifestações culturais e assim se configura como um vasto “complexo cultural”.  Muitas vezes definido como um folguedo popular, o Bumba-meu-boi extrapola o aspecto lúdico da brincadeira para fazer sentido como uma grande celebração em cujo centro gravitacional encontram-se o boi, o seu ciclo vital e o universo místico-religioso.  Profundamente enraizado no cristianismo e, em especial, no catolicismo popular, o Bumba-meu-boi envolve a devoção aos santos juninos São João, São Pedro e São Marçal, que mobilizam promessas e marcam algumas datas comemorativas. Contudo, os cultos religiosos afrobrasileiros do Maranhão, como o Tambor de Mina e o Terecô, também estão presentes nessa celebração, uma vez que ocorre o sincretismo entre os santos juninos e os orixás, voduns e encantados que requisitam um boi como obrigação espiritual.  O Bumba-meu-boi é vivenciado pelos brincantes ao longo de todo o ano. As apresentações dos Bois ocorrem em todo o estado do Maranhão e concentram-se durante os festejos juninos. Seu ciclo festivo e de apresentações pode ser apreendido em quatro etapas: os ensaios, o batismo do boi, as apresentações e a morte.  O Bumba-meu-boi do Maranhão comporta diversos estilos de brincar - chamados de sotaques - sem que, contudo, se tornem manifestações distintas. Dividem-se os sotaques em cinco:  Esses estilos não são os únicos e existem ainda muitas variações, assim como Bois alternativos.  Alguns aspectos intrinsecamente relacionados à celebração são o boi, a festa, os rituais, a devoção aos santos associados à manifestação, as músicas, as danças, as performances dramáticas, os personagens, os artesanatos e demais ofícios, os instrumentos, os diversos estilos (sotaques) de brincar o Bumba-meu-boi e o caráter lúdico.  O Bumba-meu-boi é uma manifestação com grande capacidade de mobilização social, que reforça laços de solidariedade entre os brincantes e, consequentemente, contribui na (re)construção identitária.
  • 59.
  • 60.  Os Saberes e Práticas Associados ao modo de fazer Bonecas Karajá são uma referência cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais importante fonte de renda das famílias.  Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica, denominadas na língua nativa de ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala masculina), é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração.  O processo de confecção envolve o uso de três matérias-primas básicas:  ARGILA ou o barro – suù, que é a matéria-prima principal;  CINZA – que funciona como antiplástico;  ÁGUA utilizada para umedecer a mistura proveniente do barro e da cinza.  Pode-se dizer que o modo de fazer ritxòkò consiste, basicamente, nas seguintes etapas : 1)extração do barro; 2) preparação do barro; 3) modelagem das figuras; 4) queima; 5) pintura.  A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais. Indicativos de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços complementam a representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá” homem ou mulher, solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para distinguir convencionalmente essas categorias.
  • 61.  As Ritxòkò - Expressão Artística e Cosmológica do Povo Karajá - são uma referência cultural significativa para o povo Karajá e representam, muitas vezes, a única ou a mais importante fonte de renda das famílias. Atualmente, a confecção dessas figuras de cerâmica, denominadas na língua nativa de ritxòkò (na ala feminina) e/ou ritxòò (na ala masculina), é uma atividade exclusiva das mulheres e envolve técnicas e modos de fazer considerados tradicionais e transmitidos de geração em geração.  As bonecas Karajá condensam e expressam importantes aspectos da identidade do grupo, além de simbolizar diferentes planos da sua sóciocosmologia. Mais do que objetos meramente lúdicos, as ritxòkòs são consideradas representações culturais que comportam significados sociais profundos, por meio dos quais se reproduz o ordenamento sócio- cultural e familiar dos Karajá. Com motivos rituais, mitológicos, da vida cotidiana e da fauna, as bonecas Karajá são importantes instrumentos de socialização das crianças que, brincando, se vêem nesses objetos e aprendem a ser Karajá.  A pintura e a decoração das cerâmicas estão associadas, respectivamente, à pintura corporal dos Karajá e às peças de vestuário e adorno consideradas tradicionais. Indicativos de categorias de gênero, idade e estatuto social, a pintura e os adereços complementam a representação figurativa das bonecas, que identificam então “o Karajá” homem ou mulher, solteiro ou casado, com todos os atributos que “a cultura” cria para distinguir convencionalmente essas categorias.  O processo (criativo) de produção das ritxòkò ocorre por meio de um jogo de elaboração e variação de formas e conteúdos determinado por uma série de fatores, como a experiência, a habilidade técnica e a preferência estética da ceramista pela combinação dos motivos temáticos e dos diversos padrões de grafismo aplicados, a função do objeto, o acesso às matérias-primas e a disponibilidade de recursos financeiros para a compra de materiais, a exigência do mercado interno e/ou externo às aldeias, entre outros.