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Cultura significa cultivar, e vem do latim
colere. Genericamente a cultura é todo
aquele complexo que inclui o conheci-
mento, a arte, as crenças, a lei, a moral,
os costumes e todos os hábitos e apti-
dões adquiridos pelo homem não somen-
te em família, como também por fazer
parte de uma sociedade como membro
dela que é.
Já a cultura brasileira é uma síntese da
influência dos vários povos e etnias que
formaram o povo brasileiro. Não existe
uma cultura brasileira perfeitamente ho-
mogênea, e sim um mosaico de diferen-
tes vertentes culturais que formam, jun-
tas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais de três séculos de colonização
portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente
essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo bra-
sileiro ser um mosaico étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, qua-
se todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguís-
tica e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil,
especialmente em comparação com os países do Velho Mundo.
C U L T U R A B R A S I L E I R A
O Q U E É R A Ç A ?
Raça é um conceito para ca-
tegorizar diferentes popula-
ções de uma mesma espécie
biológica desde suas carac-
terísticas físicas; é
comum falar-se das
raças de cães ou de
outros animais.
Raça humana é nor-
malmente uma classi-
ficação de ordem soci-
al, onde a cor da pele
e origem social ga-
nham sentidos, valo-
res e significados dis-
tintos.
As diferenças mais comuns referem-se
à cor de pele, tipo de cabelo, confor-
mação facial e cranial, ancestralidade
e, em algumas culturas, genética.
Algumas vezes utiliza-se o
termo raça para identificar
um grupo cultural ou étnico-
lingüístico, sem quaisquer
relações com um padrão
biológico, e nesses casos
pode-se utilizar termos como
população, etnia, ou mesmo
cultura.
O termo "raça" ainda é acei-
to normalmente para desig-
nar as variedades de animais domésti-
cos e animais de criação como o gado.
1 1 D E J U N H O 2 0 1 3
V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1
B R A S I L C U L T
B E M V I N D O S !
• Nosso objetivo é
voltado para a
disseminação da
cultura em suas
múltiplas formas,
através da elabora-
ção, edição e divul-
gação de conheci-
mentos voltados
para a reflexão,
para a crítica e
para o debate dos
principais temas
que percorrem as
sociedades do
mundo atual.
N E S T A E D I Ç Ã O :
♦ Cultura e sua definição
♦ Raça
♦ Etnia
♦ Miscigenação
♦ Sincretismo
♦ Nação
♦ Identidade cultural
♦ Sinopse: A Onda
Etnia é utilizada para denominar um determinado grupo
que possui afinidades de idioma e cultura, independente do
país em que elas estejam. Existem diversos conflitos de
etnias, por exemplo, na África, onde as existem várias etni-
as.
Também utilizada também de forma pejorativa, para signifi-
car preconceito contra um determinado grupo racial, ou
para mostrar pessoas excluídas, que são minoria. Etnia é
exatamente a sua tradução, é um grupo de indivíduos que
possuem fatores culturais, como religião, língua, roupas,
iguais, e não apenas a cor da pele, por exemplo.
A composição étnica da sociedade brasileira é resultado de
uma confluência de pessoas de várias origens étnicas dife-
rentes, dos povos indígenas originais, até a chegada dos
colonizadores portugueses,4 escravos negros africanos4 e
de recentes ondas imigratórias de europeus,4 árabes e
japoneses, além de outros povos asiáticos e de países sul -
americanos. O Brasil pode ser apontado como um exemplo
de que o conceito de "raça" é uma construção social,7 e
que o que é entendido como "raça" em uma sociedade não
é o mesmo que é entendido como tal em outra.
Nação, do latim natio, de natus (nascido), é a reunião de pessoas,
geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e ten-
do os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elemen-
tos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas
e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e
consciência nacional.
E T N I A E S U A C O M P O S I Ç Ã O
N A Ç Ã O
M I S C I G E N A Ç Ã O E S I N C R E T I S M O
Miscigenação é o cruzamento de raças humanas diferentes. Desse processo, também chamado mestiçagem ou calde-
amento, pode-se dizer que caracteriza a evolução do homem. Mestiço é o indivíduo nascido de pais de raças diferen-
tes, ou seja, apresentam constituições genéticas diferentes. Os resultados mais comuns no Brasil são: caboclo ou ma-
meluco (branco + índio), mulato (branco + negro) e cafuzo (índio + negro), embora isso seja uma simplificação bastante
grosseira, pois a herança de fatores raciais pode variar muito, principalmente quando se compara irmãos e frutos de
um mesmo casal multiétnico.
Sincretismo esta palavra é de origem grega e significa fusão de doutrinas de diversas origens, tanto nas esferas das
crenças religiosas quanto nas filosóficas. Neste contexto o sincretismo ganha a definição de influências exercidas por
uma religião na prática de outra religião ou a fusão de concepções religiosas diferentes. Então, sincretismo é agir como
os cretenses agiam, unir coisas dispares, apesar das diferenças, a favor do que é semelhante (cretenses eram, antes
das diferenças, cretenses).
Página 2B R A S I L C U L T
Democracia Racial é um termo usado por alguns para descrever
as relações raciais no Brasil. O termo denota a crença de que o
Brasil escapou do racismo e da discriminação racial vista em ou-
tros países, mais especificamente, como nos Estados Unidos.
Pesquisadores notam que a maioria dos brasileiros não se veem
pelas lentes da discriminação racial, e não prejudicam ou promo-
vem pessoas baseadas na raça. Graças a isso, enquanto a mobi-
lidade social dos brasileiros pode ser reduzida por vários fatores,
como sexo e classe social, a discriminação racial seria considera-
da irrelevante.
A Democracia Racial, no entanto, é desmitificada por sociólogos e
antropólogos que estudam casos de preconceito racial e por da-
dos de violência motivada por diferenças raciais. O preconceito
está intrínseco à sociedade e ainda que a maioria afirme não ser
preconceituoso, afirma que conhece alguém que o é. Portanto a
democracia racial é uma meta que ainda está longe de ser atingida e um mito da sociedade brasileira que tenta criar
uma imagem positiva que não coincide com a realidade.
A expressão ‘cultura de massa’, posteriormente trocada por ‘indústria cultural’, é aquela criada com um objetivo específi-
co, atingir a massa popular, maioria no interior de uma população, transcendendo, assim, toda e qualquer distinção de
natureza social, étnica, etária, sexual ou psíquica. Todo esse conteúdo é disseminado por meio dos veículos de comuni-
cação de massa.
O conceito de sociedade de consumo é um dos conceitos usados para caracterizar a época contemporânea, que é
a era das massas. Os Estados Unidos da América foram o primeiro país em que se verificou a sociedade de consu-
mo, já após a Primeira Grande Guerra (numa euforia que foi fortemente abalada pela Grande Depressão), mas
sobretudo após a Segunda Guerra Mundial.Enquanto durante um século de Revolução Industrial o consumo e o
tipo de vida não haviam modificado profundamente as sociedades em vias de industrialização, desde o fim do
século XIX ao fim do século XX, e não obstante as crises e as guerras, o consumo sofreu uma grande mudança.
A D E M O C R A C I A R A C I A L
I N D Ú S T R I A C U L T U R A L D E M A S S S A E S O C I E D A D E D E C O N S U M O
I D E N T I D A D E C U L T U R A L E N A C I O N A L
Quando falamos em “identidade” ou identidades” devemos sempre estar bastante atentos (as), pois trata-se de um tema
que envolve comportamentos, sentimentos, o modo de ser, de viver e de amar de cada um, e tudo isso é “carregado” de
uma história de vida, ocorrida dentro de um determinado contexto social, com laços familiares e afetivos específicos, reche-
ada de crenças e valores peculiares.
A identidade de um indivíduo é única, “identidade designa algo como uma compreensão de quem somos, nossas caracte-
rísticas definitórias fundamentais como seres humanos.” TAYLOR, Charles. “A política do reconhecimento”. In. Argumentos
filosóficos. São Paulo: Loyola, 2000, p. 241.
Identidade cultural é o sentimento de identidade de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que ele é influ-
enciado pela sua pertença a um grupo ou cultura e Identidade nacional é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimen-
tos, os quais fazem um indivíduo sentir-se parte integrante e uma sociedade ou nação
Página 3V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1
O filme alemão ''A Onda'' mostra como um experimento de classe
constituiu uma verdadeira ditadura fascista e discute o quão longe o
regime de Hitler realmente está dos nossos dias.
Eu começo com os jovens. Nós os mais velhos estamos desgas-
tados, mas meus jovens magníficos! Existem melhores que es-
ses em qualquer lugar do mundo? Olhe para todos esses ho-
mens e garotos! Que material! Juntos, nós podemos fazer um
novo mundo! Adolf Hitler, 1933
O filme ''A Onda'' toca então em uma questão mais simples, ainda
que igualmente assustadora: a de que o fascismo talvez esteja mais
próximo de nós do que pensamos, e de que ela possa ressurgir a
qualquer momento. A esse respeito, podemos regressar a Albert Ca-
mus. Em 1947, o autor publicou um de seus maiores romances A
Peste, cuja advertência aproxima a obra do filme alemão. Na trama, a
pequena cidade de Oran, na Argélia, é tomada por uma epidemia de
peste bubônica depois de ser invadida por ratos.
A trama apresenta ao leitor uma analogia muito clara entre a invasão
nazista da frança, e a subsequente disputa entre a Resistência e os
colaboracionistas, opondo os que combatem a doença àqueles que
lucram com ela. Mesmo sustentando um tom mais bélico do que polí-
tico, em sua conclusão o narrador da obra menciona a comemoração
geral após a notícia de que a epidemia cessara, ecoando aquela feita
pela população de Paris quando da Libertação.
Em meio à felicidade de seus concidadãos, o protagonista da estória,
o médico Rieux, manteve-se em uma posição pessimista, pois sabia
que, tal qual o fascismo, “o bacilo da peste não morre nem desapare-
ce nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e nas
roupas, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria
talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa
cidade feliz”.
F I L M E : A O N D A
O P O P U L A R E O E R U D I T O
Fala-se em cultura popular e cultura erudita como se houvesse um rio
que separasse claramente as duas margens. Este rio não existe, mas a
divisão tem alguma utilidade operacional.
A cultura popular seria aquela que é produto de um saber não institucio-
nalizado, que não se aprende em colégios ou academias; exemplo disso
é o crochê, ou a culinária tradicional, ou ainda a literatura de cordel. A
cultura erudita, por outro lado, pressupõe uma elaboração maior e por
isso uma institucionalização do saber. Isto é: o domínio da cultura erudita
passa não pela tradição familiar, mas por academias, bibliotecas, conser-
vatórios musicais, etc, que selecionam o material e impõem regras rígi-
das e complexas elaborações. Bach, na música, e Ingres, na pintura, são
exemplos disso. Evidentemente, os conceitos popular e erudito escon-
dem também uma valoração. Por muitos anos, a cultura popular foi consi-
derada inferior à erudita; e erudito mesmo era aquilo que era europeu, de
preferência francês, inglês ou alemão. Os brasileiros eram os primos po-
bres, que tinham que beber naquelas fontes para se curar de seu incurá-
vel atraso. Esse pensamento foi se transformando ao longo dos anos,
graças às contribuições de autores que, dominando o saber erudito, reco-
nheciam o valor imenso da cultura popular (Gilberto Freire, Mário de An-
drade e Guimarães Rosa são alguns desses autores).

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Boletim eletronico brasil cult

  • 1. Cultura significa cultivar, e vem do latim colere. Genericamente a cultura é todo aquele complexo que inclui o conheci- mento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e apti- dões adquiridos pelo homem não somen- te em família, como também por fazer parte de uma sociedade como membro dela que é. Já a cultura brasileira é uma síntese da influência dos vários povos e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira perfeitamente ho- mogênea, e sim um mosaico de diferen- tes vertentes culturais que formam, jun- tas, a cultura do Brasil. Naturalmente, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: apesar do povo bra- sileiro ser um mosaico étnico, todos falam a mesma língua (o português) e, qua- se todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguís- tica e religiosa é um fato raro para um país de grande tamanho como o Brasil, especialmente em comparação com os países do Velho Mundo. C U L T U R A B R A S I L E I R A O Q U E É R A Ç A ? Raça é um conceito para ca- tegorizar diferentes popula- ções de uma mesma espécie biológica desde suas carac- terísticas físicas; é comum falar-se das raças de cães ou de outros animais. Raça humana é nor- malmente uma classi- ficação de ordem soci- al, onde a cor da pele e origem social ga- nham sentidos, valo- res e significados dis- tintos. As diferenças mais comuns referem-se à cor de pele, tipo de cabelo, confor- mação facial e cranial, ancestralidade e, em algumas culturas, genética. Algumas vezes utiliza-se o termo raça para identificar um grupo cultural ou étnico- lingüístico, sem quaisquer relações com um padrão biológico, e nesses casos pode-se utilizar termos como população, etnia, ou mesmo cultura. O termo "raça" ainda é acei- to normalmente para desig- nar as variedades de animais domésti- cos e animais de criação como o gado. 1 1 D E J U N H O 2 0 1 3 V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1 B R A S I L C U L T B E M V I N D O S ! • Nosso objetivo é voltado para a disseminação da cultura em suas múltiplas formas, através da elabora- ção, edição e divul- gação de conheci- mentos voltados para a reflexão, para a crítica e para o debate dos principais temas que percorrem as sociedades do mundo atual. N E S T A E D I Ç Ã O : ♦ Cultura e sua definição ♦ Raça ♦ Etnia ♦ Miscigenação ♦ Sincretismo ♦ Nação ♦ Identidade cultural ♦ Sinopse: A Onda
  • 2. Etnia é utilizada para denominar um determinado grupo que possui afinidades de idioma e cultura, independente do país em que elas estejam. Existem diversos conflitos de etnias, por exemplo, na África, onde as existem várias etni- as. Também utilizada também de forma pejorativa, para signifi- car preconceito contra um determinado grupo racial, ou para mostrar pessoas excluídas, que são minoria. Etnia é exatamente a sua tradução, é um grupo de indivíduos que possuem fatores culturais, como religião, língua, roupas, iguais, e não apenas a cor da pele, por exemplo. A composição étnica da sociedade brasileira é resultado de uma confluência de pessoas de várias origens étnicas dife- rentes, dos povos indígenas originais, até a chegada dos colonizadores portugueses,4 escravos negros africanos4 e de recentes ondas imigratórias de europeus,4 árabes e japoneses, além de outros povos asiáticos e de países sul - americanos. O Brasil pode ser apontado como um exemplo de que o conceito de "raça" é uma construção social,7 e que o que é entendido como "raça" em uma sociedade não é o mesmo que é entendido como tal em outra. Nação, do latim natio, de natus (nascido), é a reunião de pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e ten- do os mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elemen- tos componentes trazem consigo as mesmas características étnicas e se mantêm unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional. E T N I A E S U A C O M P O S I Ç Ã O N A Ç Ã O M I S C I G E N A Ç Ã O E S I N C R E T I S M O Miscigenação é o cruzamento de raças humanas diferentes. Desse processo, também chamado mestiçagem ou calde- amento, pode-se dizer que caracteriza a evolução do homem. Mestiço é o indivíduo nascido de pais de raças diferen- tes, ou seja, apresentam constituições genéticas diferentes. Os resultados mais comuns no Brasil são: caboclo ou ma- meluco (branco + índio), mulato (branco + negro) e cafuzo (índio + negro), embora isso seja uma simplificação bastante grosseira, pois a herança de fatores raciais pode variar muito, principalmente quando se compara irmãos e frutos de um mesmo casal multiétnico. Sincretismo esta palavra é de origem grega e significa fusão de doutrinas de diversas origens, tanto nas esferas das crenças religiosas quanto nas filosóficas. Neste contexto o sincretismo ganha a definição de influências exercidas por uma religião na prática de outra religião ou a fusão de concepções religiosas diferentes. Então, sincretismo é agir como os cretenses agiam, unir coisas dispares, apesar das diferenças, a favor do que é semelhante (cretenses eram, antes das diferenças, cretenses). Página 2B R A S I L C U L T
  • 3. Democracia Racial é um termo usado por alguns para descrever as relações raciais no Brasil. O termo denota a crença de que o Brasil escapou do racismo e da discriminação racial vista em ou- tros países, mais especificamente, como nos Estados Unidos. Pesquisadores notam que a maioria dos brasileiros não se veem pelas lentes da discriminação racial, e não prejudicam ou promo- vem pessoas baseadas na raça. Graças a isso, enquanto a mobi- lidade social dos brasileiros pode ser reduzida por vários fatores, como sexo e classe social, a discriminação racial seria considera- da irrelevante. A Democracia Racial, no entanto, é desmitificada por sociólogos e antropólogos que estudam casos de preconceito racial e por da- dos de violência motivada por diferenças raciais. O preconceito está intrínseco à sociedade e ainda que a maioria afirme não ser preconceituoso, afirma que conhece alguém que o é. Portanto a democracia racial é uma meta que ainda está longe de ser atingida e um mito da sociedade brasileira que tenta criar uma imagem positiva que não coincide com a realidade. A expressão ‘cultura de massa’, posteriormente trocada por ‘indústria cultural’, é aquela criada com um objetivo específi- co, atingir a massa popular, maioria no interior de uma população, transcendendo, assim, toda e qualquer distinção de natureza social, étnica, etária, sexual ou psíquica. Todo esse conteúdo é disseminado por meio dos veículos de comuni- cação de massa. O conceito de sociedade de consumo é um dos conceitos usados para caracterizar a época contemporânea, que é a era das massas. Os Estados Unidos da América foram o primeiro país em que se verificou a sociedade de consu- mo, já após a Primeira Grande Guerra (numa euforia que foi fortemente abalada pela Grande Depressão), mas sobretudo após a Segunda Guerra Mundial.Enquanto durante um século de Revolução Industrial o consumo e o tipo de vida não haviam modificado profundamente as sociedades em vias de industrialização, desde o fim do século XIX ao fim do século XX, e não obstante as crises e as guerras, o consumo sofreu uma grande mudança. A D E M O C R A C I A R A C I A L I N D Ú S T R I A C U L T U R A L D E M A S S S A E S O C I E D A D E D E C O N S U M O I D E N T I D A D E C U L T U R A L E N A C I O N A L Quando falamos em “identidade” ou identidades” devemos sempre estar bastante atentos (as), pois trata-se de um tema que envolve comportamentos, sentimentos, o modo de ser, de viver e de amar de cada um, e tudo isso é “carregado” de uma história de vida, ocorrida dentro de um determinado contexto social, com laços familiares e afetivos específicos, reche- ada de crenças e valores peculiares. A identidade de um indivíduo é única, “identidade designa algo como uma compreensão de quem somos, nossas caracte- rísticas definitórias fundamentais como seres humanos.” TAYLOR, Charles. “A política do reconhecimento”. In. Argumentos filosóficos. São Paulo: Loyola, 2000, p. 241. Identidade cultural é o sentimento de identidade de um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que ele é influ- enciado pela sua pertença a um grupo ou cultura e Identidade nacional é o conceito que sintetiza um conjunto de sentimen- tos, os quais fazem um indivíduo sentir-se parte integrante e uma sociedade ou nação Página 3V O L U M E 1 , E D I Ç Ã O 1
  • 4. O filme alemão ''A Onda'' mostra como um experimento de classe constituiu uma verdadeira ditadura fascista e discute o quão longe o regime de Hitler realmente está dos nossos dias. Eu começo com os jovens. Nós os mais velhos estamos desgas- tados, mas meus jovens magníficos! Existem melhores que es- ses em qualquer lugar do mundo? Olhe para todos esses ho- mens e garotos! Que material! Juntos, nós podemos fazer um novo mundo! Adolf Hitler, 1933 O filme ''A Onda'' toca então em uma questão mais simples, ainda que igualmente assustadora: a de que o fascismo talvez esteja mais próximo de nós do que pensamos, e de que ela possa ressurgir a qualquer momento. A esse respeito, podemos regressar a Albert Ca- mus. Em 1947, o autor publicou um de seus maiores romances A Peste, cuja advertência aproxima a obra do filme alemão. Na trama, a pequena cidade de Oran, na Argélia, é tomada por uma epidemia de peste bubônica depois de ser invadida por ratos. A trama apresenta ao leitor uma analogia muito clara entre a invasão nazista da frança, e a subsequente disputa entre a Resistência e os colaboracionistas, opondo os que combatem a doença àqueles que lucram com ela. Mesmo sustentando um tom mais bélico do que polí- tico, em sua conclusão o narrador da obra menciona a comemoração geral após a notícia de que a epidemia cessara, ecoando aquela feita pela população de Paris quando da Libertação. Em meio à felicidade de seus concidadãos, o protagonista da estória, o médico Rieux, manteve-se em uma posição pessimista, pois sabia que, tal qual o fascismo, “o bacilo da peste não morre nem desapare- ce nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e nas roupas, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz”. F I L M E : A O N D A O P O P U L A R E O E R U D I T O Fala-se em cultura popular e cultura erudita como se houvesse um rio que separasse claramente as duas margens. Este rio não existe, mas a divisão tem alguma utilidade operacional. A cultura popular seria aquela que é produto de um saber não institucio- nalizado, que não se aprende em colégios ou academias; exemplo disso é o crochê, ou a culinária tradicional, ou ainda a literatura de cordel. A cultura erudita, por outro lado, pressupõe uma elaboração maior e por isso uma institucionalização do saber. Isto é: o domínio da cultura erudita passa não pela tradição familiar, mas por academias, bibliotecas, conser- vatórios musicais, etc, que selecionam o material e impõem regras rígi- das e complexas elaborações. Bach, na música, e Ingres, na pintura, são exemplos disso. Evidentemente, os conceitos popular e erudito escon- dem também uma valoração. Por muitos anos, a cultura popular foi consi- derada inferior à erudita; e erudito mesmo era aquilo que era europeu, de preferência francês, inglês ou alemão. Os brasileiros eram os primos po- bres, que tinham que beber naquelas fontes para se curar de seu incurá- vel atraso. Esse pensamento foi se transformando ao longo dos anos, graças às contribuições de autores que, dominando o saber erudito, reco- nheciam o valor imenso da cultura popular (Gilberto Freire, Mário de An- drade e Guimarães Rosa são alguns desses autores).