Viagem ao centro da terra interpretação - sujeito - classificação do sujeit...
Interpretação de texto vidas secas
1. Valor: 4,0 Obteve:
I N S T R U Ç Õ E S :
Não é permitido rasura, borrões ou uso de corretivo nesta avaliação.
Utilize somente caneta azul ou preta. A redação a lápis será anulada.
Use a língua portuguesa padrão e escreva com letra legível.
As questões pessoais devem ser respondidas com cautela; o seu ponto de vista deve ser bem argumentado.
Nesta unidade, aprendemos que Luiz Gonzaga, além de um importante
“representante do Nordeste”, é também um grande educador ambiental, pois
incorporou em suas letras uma postura política de defesa às questões ambientais,
entre elas: os recursos hídricos, a poluição, o desmatamento e a seca.
Muito conhecida é a seca que castiga o nordestino, fazendo com que esse povo
deixe sua região em busca de condições de sobrevivência. Por isso, o sertanejo
nordestino é considerado forte. Aqui, ser forte, não significa apenas resistir,
representa também a sabedoria de escolher a hora certa para se retirar em um
momento de perigo. O momento de retirada dessas pessoas inspira a arte brasileira.
Entre elas, a canção de Luiz Gonzaga, ''Asa Branca'' e a literatura de Graciliano
Ramos, no livro ''Vidas Secas''. Este livro conta a trajetória de uma família de
retirantes que, liderada pelo pai Fabiano, tenta fugir da seca.
A música já conhecemos. Passemos à leitura de um fragmento inicial de “Vidas
Secas”.
Mudança
Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas
manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro,
estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco,
mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a
viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam
uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através
dos galhos da caatinga rala.
ATIVIDADE AVALIATIVA
Av. Antonio Bacelar, nº201 – Centro
Amélia Rodrigues-BA Tel: (75) 3242-1565 Email: ei.cm@hotmail.com
Diretora: Ir. Maria Auxiliadora Araujo de Oliveira
Nome: Nº
Data:
Unidade: II
Professor (a): Disciplina: Redação
Série/Turma: 6ª
2. Arrastaram-se para lá devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o
baú de folha na cabeça. Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia
presa no cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia
iam atrás.
(...)
– Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.
Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou
acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e
esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado,
praguejando baixo.
A caatinga estendia-se de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram
ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.
– Anda, excomungado.
O pirralho não se mexeu, e Fabiano desejou matá-lo.
Pelo espírito atribulado do sertanejo passou a ideia de abandonar o filho naquele escampado.
Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os arredores.
Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons
guturais que estavam perto. Fabiano meteu a faca na bainha, guardou-a no cinturão, acocorou-se,
pegou no pulso do menino, que se encolhia, os joelhos encostados ao estômago, frio como
defunto. Aí a cólera desapareceu e Fabiano teve pena. Impossível abandonar o anjinho aos bichos
do mato. Entregou a espingarda a Sinhá Vitória, pôs o filho no cangote, levantou-se, agarrou os
bracinhos que lhe caíram sobre o peito, moles, finos como cambitos. Sinhá Vitória aprovou esse
arranjo, lançou de novo a interjeição gutural, designou os juazeiros invisíveis. E a viagem
prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num silêncio grande. (...)
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Editora Record, 1998.
1. Todos sabem que narrar é contar um fato ou uma sucessão de fatos para construir uma
história. O foco narrativo desta narrativa
(A) está em 1ª pessoa, pois o narrador é observador.
(B) está em 3ª pessoa, pois trata-se de narrador-observador.
(C) está em 1ª pessoa, ou seja, apresenta narrador-personagem.
(D) está em 3ª pessoa, isto é, o narrador é personagem.
(E) É misto, pois em alguns momentos aparece narrador-observador e, em outros, narrador-
personagem.
3. 2. O narrador procura usar variantes regionais para apresentar a história social, a cultura, a
formação escolar e a precariedade do grupo a que pertence a família de Fabiano. Essas palavras
podem ser compreendidas a partir do contexto textual. É muito fácil... Vamos ao desafio!
(A) “Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio
seco, a viagem progredira bem três léguas.”
(B) “Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo.”
(C) “O vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos.”
(D) “– Anda, excomungado.”
(E) “Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa no
cinturão”.
( ) A casca do fruto da cueira que, depois de vazia e seca, é usada como vasilha.
( ) maldito.
( ) prestes a morrer.
( ) na maioria das vezes
( ) protestar por ter sido contrariado
( ) amaldiçoar.
3. Este fragmento é a introdução do Livro “Vidas Secas”. É na introdução que se apresentam os
personagens. A imagem que melhor representa a descrição dos personagens é:
A B
C D
4. 4. A família de Fabiano sofrendo com a seca é obrigada a se retirar, em busca de condições
melhores. Que fatores provocados pela seca levam a esse êxodo?
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5. Na oração, “(...) o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos”,
percebemos que só o menino resistia a continuar caminhando. Levante hipóteses: que motivos
poderiam ter levado o menino a essa resistência?
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6. Por causa da resistência do menino, Fabiano age com irritação. Que fatos o levam a se irritar
com o filho? Comprove sua resposta com elementos do texto.
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7. Fabiano chega a considerar a hipótese de abandonar o filho à própria sorte, mas desistiu de levar à frente
essa idéia. Leia os trechos e identifique os que comprovam a razão de sua desistência, marcando C para
CERTO e E para ERRADO.
( ) “Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos”. (linha 2)
( ) “[...] o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos”. (linha 14)
( ) “Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse [...]”. (linha 15)
( )“Pensou nos urubus, nas ossadas, coçou a barba ruiva e suja, irresoluto, examinou os ar-
redores. “ (linha 23)
( ) “Sinhá Vitória estirou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons
guturais que estavam perto”. (linha 24)
E
5. 8. Um número considerável de brasileiros são forçados a deixar sua terra natal, em busca de uma
vida melhor. Nesse caso, o que você considera viável para evitar o êxodo?
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9. Analise a letra de Asa Branca, de Luiz Gonzaga, e compare com o fragmento de “Vidas Secas”, de
Graciliano Ramos, observando as semelhanças e diferenças entre essas duas obras.
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10.PARTE II: PRODUÇÃO TEXTUAL (2,00) Diante do contexto, você acha que a hipótese de
abandonar o filho à própria sorte revela que Fabiano era um pai desamoroso? Ou seria um ato de
desespero? Se ele tivesse deixado o menino no caminho seria uma atitude justificável? O ato de
resgatar seu filho é simplesmente por pena ou é um resgate da sua própria dignidade como ser
humano? É possível enxergar o lado forte de Fabiano, que representa o sertanejo, em que
ação(ões)? Produza um texto argumentativo, dando o seu ponto sobre essas questões.
OBSERVAÇÕES
1. Observe bem a proposta das perguntas.
2. Siga o roteiro da proposta a fim de desenvolver o seu texto com clareza e objetividade.
3. Escreva com compromisso, observando a ortografia, a acentuação e a pontuação
4. Escreva sua redação com caneta azul ou preta
5. Obedeça ao limite de linhas (15 a 20 linhas).
6. Seja criativo e não copie passagens do texto.
7. Será atribuída pontuação ZERO à redação que:
tiver fuga total do tema proposto;
estiver escrita a lápis, ainda que parcialmente;