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GONÇALVES DIAS – I-JUCA-
PIRAMA
ALFREDO BOSI / PAULO FRANCHETTI
GonçalvesDias
 Maranhão – 1823 / Maranhão – 1864
 Filho de comerciante português e cafusa.
 Estudou Leis em Coimbra.
 Influenciado por Herculano e Garret.
 Retornou ao Brasil em 1845.
 Obteve proteção do grupo de Magalhães e do
Imperador.
 Professor de Latim e História do Brasil no Colégio
Pedro II.
 Alcançou prestígio como poeta.
 Por preconceito, teve recusado pela família da noiva
um pedido de casamento.
 Morreu em um naufrágio.
GonçalvesDias
 Segundo Bosi, primeiro poeta autêntico do Romantismo
brasileiro.
 Muito acima de Magalhães e predecessores.
 Escreveu mormente sobre amor, natureza, pátria,
Deus.
 Mais celebrado pelo indianismo.
 Mito do bom selvagem. Índio idealizado.
 Imagem de índio casava-se com glória do colonizador.
 Apagamento do índio histórico presente em benefício do
índio exótico e extinto.
 Lugar de identidade antropológica indígena esvaziado
para inserção do ideário romântico.
Poética
 Ritmos ágeis.
 Linguagem precisa.
 Versos breves, fortemente cadenciados.
 Alternância de sons duros e vibrantes.
 Vigor da narrativa: entrada in media res.
 Força das aberturas com apresentação do objeto.
 Virtuosismo rítmico. Poemas como “A tempestade”.
 Modelos portugueses mais fortes que franceses.
 Lírica mais literária do Romantismo.
 Reconhecido por diferentes correntes e poetas.
I-Juca-Pirama
 Dez seções.
 I – a taba se prepara para o ritual antropofágico com o
prisioneiro
 Modo descritivo inicial. Aproximação do mais amplo
para o mais focado. Etapas do ritual.
 Verso mais extenso. Ritmo datílico, lembra tambores.
 II – voz do eu lírico dirige-se ao guerreiro prisioneiro,
encorajando-o e revelando preocupações.
 Ritmo do verso se altera. Velocidade de leitura diminui
pela alternância de métricas. Peroração.
I-Juca-Pirama
 III – na sequência do ritual, o chefe da tribo insta o
prisioneiro a contar sua história.
 Verso decassílabo, com caráter solene, associado à voz
do chefe da tribo. Retomada da descrição do ritual.
 IV – guerreiro identifica-se como tupi, conta sua
história, diz que tem um pai dependente velho e cego,
solicita chorando que possa ajudá-lo até sua morte,
para depois retornar e cumprir seu sacrifício.
 Versos mais curtos, mais intimistas, cadências
entrecortadas. Força afirmativa e emocional.
I-Juca-Pirama
 V – chefe da tribo libera o tupi. Ele crê que é pelo
acordo, mas a razão é o choro, visto como covardia. Ele
vai acudir o pai.
 Retorno do decassílabo em tom solene. Corte de
diálogos entre os versos.
 VI – filho encontra o pai. Tateando-o, o velho percebe
que ele está condenado. Julga que foi libertado por
cortesia, e leva o filho de volta para devolvê-lo ao
ritual.
 Narração do encontro de pai e filho. Ainda decassílabo.
I-Juca-Pirama
 VII – chefe da tribo conta ao pai que o filho chorou
diante da morte.
 Diálogo do velho tupi com chefe timbira. Verso
heptassílabo, considerado apto para a fala (cancioneiro
e poesia popular).
 VIII – pai lança maldição ao filho pela quebra da
dignidade da tribo.
 Velho tupi descobre a verdade e revolta é moldada em
anapestos, desde a Antiguidade considerado
imprecativo. Eneassílabo romântico. Cada verso é uma
sentença rítmica fechada, como um jorro de energia.
I-Juca-Pirama
 IX – filho se redime ao atacar os Timbiras. Chefe
reconhece a valentia e aceita sacrificá-lo. Pai fica feliz e
consolado.
 Verso é o decassílabo solene, nesse caso indicando
aspecto heroico.
 X – a história do índio tupi é contada por testemunha
timbira, como sendo valorosa.
 Ritmo é o mesmo da abertura do poema, como um
reencontro da normalidade das tradições.

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Goncalves Dias e I Juca Pirama

  • 1. GONÇALVES DIAS – I-JUCA- PIRAMA ALFREDO BOSI / PAULO FRANCHETTI
  • 2. GonçalvesDias  Maranhão – 1823 / Maranhão – 1864  Filho de comerciante português e cafusa.  Estudou Leis em Coimbra.  Influenciado por Herculano e Garret.  Retornou ao Brasil em 1845.  Obteve proteção do grupo de Magalhães e do Imperador.  Professor de Latim e História do Brasil no Colégio Pedro II.  Alcançou prestígio como poeta.  Por preconceito, teve recusado pela família da noiva um pedido de casamento.  Morreu em um naufrágio.
  • 3. GonçalvesDias  Segundo Bosi, primeiro poeta autêntico do Romantismo brasileiro.  Muito acima de Magalhães e predecessores.  Escreveu mormente sobre amor, natureza, pátria, Deus.  Mais celebrado pelo indianismo.  Mito do bom selvagem. Índio idealizado.  Imagem de índio casava-se com glória do colonizador.  Apagamento do índio histórico presente em benefício do índio exótico e extinto.  Lugar de identidade antropológica indígena esvaziado para inserção do ideário romântico.
  • 4. Poética  Ritmos ágeis.  Linguagem precisa.  Versos breves, fortemente cadenciados.  Alternância de sons duros e vibrantes.  Vigor da narrativa: entrada in media res.  Força das aberturas com apresentação do objeto.  Virtuosismo rítmico. Poemas como “A tempestade”.  Modelos portugueses mais fortes que franceses.  Lírica mais literária do Romantismo.  Reconhecido por diferentes correntes e poetas.
  • 5. I-Juca-Pirama  Dez seções.  I – a taba se prepara para o ritual antropofágico com o prisioneiro  Modo descritivo inicial. Aproximação do mais amplo para o mais focado. Etapas do ritual.  Verso mais extenso. Ritmo datílico, lembra tambores.  II – voz do eu lírico dirige-se ao guerreiro prisioneiro, encorajando-o e revelando preocupações.  Ritmo do verso se altera. Velocidade de leitura diminui pela alternância de métricas. Peroração.
  • 6. I-Juca-Pirama  III – na sequência do ritual, o chefe da tribo insta o prisioneiro a contar sua história.  Verso decassílabo, com caráter solene, associado à voz do chefe da tribo. Retomada da descrição do ritual.  IV – guerreiro identifica-se como tupi, conta sua história, diz que tem um pai dependente velho e cego, solicita chorando que possa ajudá-lo até sua morte, para depois retornar e cumprir seu sacrifício.  Versos mais curtos, mais intimistas, cadências entrecortadas. Força afirmativa e emocional.
  • 7. I-Juca-Pirama  V – chefe da tribo libera o tupi. Ele crê que é pelo acordo, mas a razão é o choro, visto como covardia. Ele vai acudir o pai.  Retorno do decassílabo em tom solene. Corte de diálogos entre os versos.  VI – filho encontra o pai. Tateando-o, o velho percebe que ele está condenado. Julga que foi libertado por cortesia, e leva o filho de volta para devolvê-lo ao ritual.  Narração do encontro de pai e filho. Ainda decassílabo.
  • 8. I-Juca-Pirama  VII – chefe da tribo conta ao pai que o filho chorou diante da morte.  Diálogo do velho tupi com chefe timbira. Verso heptassílabo, considerado apto para a fala (cancioneiro e poesia popular).  VIII – pai lança maldição ao filho pela quebra da dignidade da tribo.  Velho tupi descobre a verdade e revolta é moldada em anapestos, desde a Antiguidade considerado imprecativo. Eneassílabo romântico. Cada verso é uma sentença rítmica fechada, como um jorro de energia.
  • 9. I-Juca-Pirama  IX – filho se redime ao atacar os Timbiras. Chefe reconhece a valentia e aceita sacrificá-lo. Pai fica feliz e consolado.  Verso é o decassílabo solene, nesse caso indicando aspecto heroico.  X – a história do índio tupi é contada por testemunha timbira, como sendo valorosa.  Ritmo é o mesmo da abertura do poema, como um reencontro da normalidade das tradições.