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Curso de Introdução aos
 princípios junguianos
  Noções de Psicopatologia
• A Psicopatologia do Desenvolvimento é uma
  disciplina relativamente recente, teve início
  em 1974, surgiu o primeiro Manual da autoria
  de T. Achenbach, mais recentemente, Cichetti
  e Cohen (1995a, b) editam dois volumes, um
  deles centrado na teoria e nos métodos e um
  segun-do dedicado ao estudo do risco,
  perturbações e adaptação.
• Esta área foca a sua atenção nas origens e
  curso (fases e sequelas) dos padrões
  inadaptados de comportamento, alguns dos
  quais se enquadram em perturbações
  psiquiátricas tradicionais. Basicamente é feita
  a comparação entre as trajetórias adaptadas e
  inadaptadas. A este nível é importante
  sublinhar o reconhecimento da dinâmica
  entre o desenvolvimento normal e anormal,
  adaptado e inadaptado dos processos
  ontogênicos.
• O conhecimento do desenvolvimento
  normativo é, obviamente, crítico para a
  compreensão do desenvolvimento atípico,
  mas, também, examinar o desenvolvimento
  desviante é necessário para o avanço do
  conhecimento do funcionamento adaptativo.
  Nomeadamente, no que concerne ao
  conhecimento dos processos adaptativos
  biológicos, psicológicos e sociais, este é, de
  fato, muito importante para a compreensão,
  prevenção e tratamento da psicopatologia.
• Zigler e Glick (1986, p. xi) afirmam: “os indivíduos
  movem-se entre formas patológicas e não patológicas
  de funcionamento e, mesmo no seio da patologia, os
  pacientes apresentam mecanismos adaptativos”. Já
  Sroufe considera que a psicopatologia deve ser
  concebida numa perspectiva organizacional e que deve
  ser percepcionada como um desvio do
  desenvolvimento normal o que obriga a que se
  identifiquem e se interpretem os significados dos
  padrões de funcionamento, tendo em atenção o
  contexto em que se inserem.
• Como exemplo, pode-se citar um caso descrito por
  Cichetti e Cohen em que “pode ser adaptativa a
  inibição afetiva numa criança cujos pais a maltratam,
  mas tal pode resultar em vitimização pelos pares”
  (1995c), p. 8).
• Nos casos em que a patologia representa uma
  distorção, perturbação ou exagero da condição do
  funcionamento normal, o estudo do fenômeno
  patológico pode, levar à compreensão dos processos
  normais. Isto é, por vezes a patologia é melhor
  compreendida quando analisada à luz da normalidade
  (adaptado), outras, pelo contrário, é normalidade que
  e melhor explicada quando em comparação com a
  patologia.
• 1 Texto de Apoio expressamente elaborado para os
  alunos da Universidade do Algarve (UAlg), Escola
  Superior de Saúde de Faro (ESSaF), do Curso de
  Terapêutica da Fala, 1º Ciclo, 2º Ano, 2º Semestre, ano
  lectivo de 2004- 2005 (Maio, 2005).
Psicopatologia
• Psicopatologia é uma disciplina inter-científica
  fundamental no estudo dos estados
  psíquicos patológicos É considerada, a nível teórico
  e clínico o coração da psiquiatria. É um campo de
  saber, um conjunto de discursos com variados
  objetos, métodos, questões. Por um lado
  encontram-se em suas bases as disciplinas
  biológicas, as neurociências, por outro, se faz ainda
  com inúmeros saberes oriundos da psicologia,
  antropologia, sociologia, filosofia, linguistica e
  história.
• É campo de atuação principalmente de
  psiquiatras e de psicólogos clínicos. De acordo
  com o pesquisador Ceccarelli, "a palavra "Psico-
  pato-logia" é composta de três palavras gregas:
  "psychê", que produziu "psique", "psiquismo",
  "psíquico", "alma"; "pathos", que resultou em
  "paixão", "excesso", "passagem", "passividade",
  "sofrimento", "assujeitamento", "patológico" e
  "logos", que resultou em "lógica", "discurso",
  "narrativa", "conhecimento". Psico-pato-logia
  seria, então, um discurso, um saber, (logos) sobre
  a paixão, (pathos) da mente, da alma (psiquê). Ou
  seja, um discurso representativo a respeito do
  pathos psíquico; um discurso sobre o sofrimento
  psíquico; sobre o padecer psíquico."
• A psicopatologia enquanto estudo das
  anormalidades da vida mental é às vezes
  referida como psicopatologia geral, psicologia
  anormal, psicologia da anormalidade e
  psicologia do patológico. É uma visão das
  patologias mentais fundamentada na
  fenomenologia (no sentido de psicologia das
  manifestações da consciência), em oposição a
  uma abordagem estritamente médica de tais
  patologias, buscando não reduzir o sujeito a
  conceitos patológicos, enquadrando-o em
  padrões baseados em pressupostos e
  preconceitos.
• Karl Jaspers, o responsável por tornar a
  psicopatologia uma ciência autônoma e
  independente da psiquatria, afirmava que o
  objetivo desta é "sentir, apreender e refletir
  sobre o que realmente acontece na alma do
  homem". No entanto, a psicopatologia é a
  própria razão de existir da psiquiatria, sua
  disciplina fundamental, básica, nuclear.
• Para Jaspers, a psicopatologia tem por objetivo
  estudar descritivamente os fenômenos psíquicos
  anormais, exatamente como se apresentam à
  experiência imediata, buscando aquilo que
  constitui a experiência vivida pelo enfermo.
• A psicopatologia se estabelece através da
  observação e sistematização de fenômenos do
  psiquismo humano e presta a sua indispensável
  colaboração aos profissionais que trabalham com
  saúde mental, em especial os psiquiatra, os
  psicólogos, os médicos de família e os
  neurologistas clínicos.
• Autores como Karl Jaspers (1883 - 1969)
  ("Psicopatologia geral", 1913) e Eugéne Minkowiski,
  (1885 - 1972) ("Tratado de psicopatologia",1966) devem
  nos inspirar ainda a que estabeleçamos uma ponte
  possível entre a psicopatologia descritiva e a
  fenomenológica. Diferentemente de outras
  especialidades médicas, em que os sinais e sintomas
  são ícones ou índices, a psiquiatria trabalha também
  com símbolos. Posto isso, o pensamento, a
  sensibilidade e a intuição ainda são, e sempre serão, o
  instrumento propedêutico principal do psiquiatra, pois
  que, sem a homogeneidade conceitual do que seja cada
  fato psíquico não há, e não haverá, homogeneidade na
  abordagem clínico-terapêutica do mesmo.
• Essa é a nossa tarefa: mergulhar nos
  fenômenos que transitam entre duas
  consciências, a nossa, a do psiquiatra/pessoa
  e a do outro, a do paciente/pessoa. Deixar que
  os fenômenos se fragmentem, que suas partes
  confluam ou se esparjam, num movimento
  próprio e intrínseco a eles. Cabe-nos a leitura
  da configuração final desse jogo estrutural,
  sem maiores pressupostos ou
  intencionalidade, e com procedimentos
  posteriores de verificação. Essa é a tarefa da
  Fenomenologia.
Grupos ou categorias
• As manifestações psicopatológicas podem ser classificadas de diversas
  maneiras, por etiologia a exemplo das orgânicas e psicológicas por tipo
  de alteração a exemplo da neurose e psicose que considera a relação
  com a consciência, perda de contato com a realidade na concepção
  psicanalítica desta, etc.
• A categoria de classificação possui fins estatísticos ou seja de tabulação
  de prontuários em serviços de saúde, atestados, declarações de óbito.
  Entre as mais conhecidas estão a CID: Classificação Internacional das
  Doenças e de Problemas relacionados à Saúde que está na 10ª revisão e
  se inciou em 1893 e o DSM referente ao Manual Diagnóstico e
  Estatístico de Transtornos Mentais, uma publicação da American
  Psychiatric Association, Washington D.C., sendo a sua 4ª edição
  conhecida pela designação “DSM IV”. A CID-10 é a classificação usada
  no Brasil nos serviços de saúde para referenciar todos os quadros de
  enfermidades e doenças, inclusive os transtornos mentais.
• O capítulo V da CID corresponde aos Transtornos Mentais e
  Comportamentais e inclui as seguintes categorias de
  classificação - que por sua vez são subdividios em sub-
  categorias:
• F00-F09 - Transtornos mentais orgânicos, inclusive os
  sintomáticos. ver F00-F03 Demência
• F10-F19 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao
  uso de substâncias psicoativas.
• F20-F29 - Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes.
• F30-F48 – Transtorno do humor (afetivos).
• F40-F48 - Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com
  o estresse e transtornos somatoformes. ver: F40-F41 Ansiedade
• F50-F59 - Síndromes comportamentais associadas com
  distúrbios fisiológicos e a fatores físicos. ver: F50.0 Anorexia,
  F50.2 Bulimia
• F60-F69 – Transtornos de personalidade e do
  comportamento do adulto. ver: F60.2 Personalidade
  dissocial
• F70-F79 – Retardo Mental. ver também: Oligofrenias
• F80-F89 - Transtornos do desenvolvimento psicológico ver:
  F84.2 Síndrome de Rett
• F90-F98 - Transtornos do comportamento e transtornos
  emocionais que aparecem habitualmente na infância e
  adolescência. ver: F90 Transtorno do Déficite de Atenção
  com Hiperatividade
• Observe-se que várias categorias de classificação podem
  ser desenvolvidas a partir dos critérios fornecidos por
  distintas teorias como por exemplo a fenomenologia que
  propõem a descrição a partir das manifestações
  observáveis ou a psicanálise que lida com modelos de
  relação do ego com os mecanismos inconscientes do desejo
  e a realidade.

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Curso de introdução aos princípios junguianos

  • 1. Curso de Introdução aos princípios junguianos Noções de Psicopatologia
  • 2. • A Psicopatologia do Desenvolvimento é uma disciplina relativamente recente, teve início em 1974, surgiu o primeiro Manual da autoria de T. Achenbach, mais recentemente, Cichetti e Cohen (1995a, b) editam dois volumes, um deles centrado na teoria e nos métodos e um segun-do dedicado ao estudo do risco, perturbações e adaptação.
  • 3. • Esta área foca a sua atenção nas origens e curso (fases e sequelas) dos padrões inadaptados de comportamento, alguns dos quais se enquadram em perturbações psiquiátricas tradicionais. Basicamente é feita a comparação entre as trajetórias adaptadas e inadaptadas. A este nível é importante sublinhar o reconhecimento da dinâmica entre o desenvolvimento normal e anormal, adaptado e inadaptado dos processos ontogênicos.
  • 4. • O conhecimento do desenvolvimento normativo é, obviamente, crítico para a compreensão do desenvolvimento atípico, mas, também, examinar o desenvolvimento desviante é necessário para o avanço do conhecimento do funcionamento adaptativo. Nomeadamente, no que concerne ao conhecimento dos processos adaptativos biológicos, psicológicos e sociais, este é, de fato, muito importante para a compreensão, prevenção e tratamento da psicopatologia.
  • 5. • Zigler e Glick (1986, p. xi) afirmam: “os indivíduos movem-se entre formas patológicas e não patológicas de funcionamento e, mesmo no seio da patologia, os pacientes apresentam mecanismos adaptativos”. Já Sroufe considera que a psicopatologia deve ser concebida numa perspectiva organizacional e que deve ser percepcionada como um desvio do desenvolvimento normal o que obriga a que se identifiquem e se interpretem os significados dos padrões de funcionamento, tendo em atenção o contexto em que se inserem. • Como exemplo, pode-se citar um caso descrito por Cichetti e Cohen em que “pode ser adaptativa a inibição afetiva numa criança cujos pais a maltratam, mas tal pode resultar em vitimização pelos pares” (1995c), p. 8).
  • 6. • Nos casos em que a patologia representa uma distorção, perturbação ou exagero da condição do funcionamento normal, o estudo do fenômeno patológico pode, levar à compreensão dos processos normais. Isto é, por vezes a patologia é melhor compreendida quando analisada à luz da normalidade (adaptado), outras, pelo contrário, é normalidade que e melhor explicada quando em comparação com a patologia. • 1 Texto de Apoio expressamente elaborado para os alunos da Universidade do Algarve (UAlg), Escola Superior de Saúde de Faro (ESSaF), do Curso de Terapêutica da Fala, 1º Ciclo, 2º Ano, 2º Semestre, ano lectivo de 2004- 2005 (Maio, 2005).
  • 7. Psicopatologia • Psicopatologia é uma disciplina inter-científica fundamental no estudo dos estados psíquicos patológicos É considerada, a nível teórico e clínico o coração da psiquiatria. É um campo de saber, um conjunto de discursos com variados objetos, métodos, questões. Por um lado encontram-se em suas bases as disciplinas biológicas, as neurociências, por outro, se faz ainda com inúmeros saberes oriundos da psicologia, antropologia, sociologia, filosofia, linguistica e história.
  • 8. • É campo de atuação principalmente de psiquiatras e de psicólogos clínicos. De acordo com o pesquisador Ceccarelli, "a palavra "Psico- pato-logia" é composta de três palavras gregas: "psychê", que produziu "psique", "psiquismo", "psíquico", "alma"; "pathos", que resultou em "paixão", "excesso", "passagem", "passividade", "sofrimento", "assujeitamento", "patológico" e "logos", que resultou em "lógica", "discurso", "narrativa", "conhecimento". Psico-pato-logia seria, então, um discurso, um saber, (logos) sobre a paixão, (pathos) da mente, da alma (psiquê). Ou seja, um discurso representativo a respeito do pathos psíquico; um discurso sobre o sofrimento psíquico; sobre o padecer psíquico."
  • 9. • A psicopatologia enquanto estudo das anormalidades da vida mental é às vezes referida como psicopatologia geral, psicologia anormal, psicologia da anormalidade e psicologia do patológico. É uma visão das patologias mentais fundamentada na fenomenologia (no sentido de psicologia das manifestações da consciência), em oposição a uma abordagem estritamente médica de tais patologias, buscando não reduzir o sujeito a conceitos patológicos, enquadrando-o em padrões baseados em pressupostos e preconceitos.
  • 10. • Karl Jaspers, o responsável por tornar a psicopatologia uma ciência autônoma e independente da psiquatria, afirmava que o objetivo desta é "sentir, apreender e refletir sobre o que realmente acontece na alma do homem". No entanto, a psicopatologia é a própria razão de existir da psiquiatria, sua disciplina fundamental, básica, nuclear.
  • 11. • Para Jaspers, a psicopatologia tem por objetivo estudar descritivamente os fenômenos psíquicos anormais, exatamente como se apresentam à experiência imediata, buscando aquilo que constitui a experiência vivida pelo enfermo. • A psicopatologia se estabelece através da observação e sistematização de fenômenos do psiquismo humano e presta a sua indispensável colaboração aos profissionais que trabalham com saúde mental, em especial os psiquiatra, os psicólogos, os médicos de família e os neurologistas clínicos.
  • 12. • Autores como Karl Jaspers (1883 - 1969) ("Psicopatologia geral", 1913) e Eugéne Minkowiski, (1885 - 1972) ("Tratado de psicopatologia",1966) devem nos inspirar ainda a que estabeleçamos uma ponte possível entre a psicopatologia descritiva e a fenomenológica. Diferentemente de outras especialidades médicas, em que os sinais e sintomas são ícones ou índices, a psiquiatria trabalha também com símbolos. Posto isso, o pensamento, a sensibilidade e a intuição ainda são, e sempre serão, o instrumento propedêutico principal do psiquiatra, pois que, sem a homogeneidade conceitual do que seja cada fato psíquico não há, e não haverá, homogeneidade na abordagem clínico-terapêutica do mesmo.
  • 13. • Essa é a nossa tarefa: mergulhar nos fenômenos que transitam entre duas consciências, a nossa, a do psiquiatra/pessoa e a do outro, a do paciente/pessoa. Deixar que os fenômenos se fragmentem, que suas partes confluam ou se esparjam, num movimento próprio e intrínseco a eles. Cabe-nos a leitura da configuração final desse jogo estrutural, sem maiores pressupostos ou intencionalidade, e com procedimentos posteriores de verificação. Essa é a tarefa da Fenomenologia.
  • 14. Grupos ou categorias • As manifestações psicopatológicas podem ser classificadas de diversas maneiras, por etiologia a exemplo das orgânicas e psicológicas por tipo de alteração a exemplo da neurose e psicose que considera a relação com a consciência, perda de contato com a realidade na concepção psicanalítica desta, etc. • A categoria de classificação possui fins estatísticos ou seja de tabulação de prontuários em serviços de saúde, atestados, declarações de óbito. Entre as mais conhecidas estão a CID: Classificação Internacional das Doenças e de Problemas relacionados à Saúde que está na 10ª revisão e se inciou em 1893 e o DSM referente ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, uma publicação da American Psychiatric Association, Washington D.C., sendo a sua 4ª edição conhecida pela designação “DSM IV”. A CID-10 é a classificação usada no Brasil nos serviços de saúde para referenciar todos os quadros de enfermidades e doenças, inclusive os transtornos mentais.
  • 15. • O capítulo V da CID corresponde aos Transtornos Mentais e Comportamentais e inclui as seguintes categorias de classificação - que por sua vez são subdividios em sub- categorias: • F00-F09 - Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos. ver F00-F03 Demência • F10-F19 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substâncias psicoativas. • F20-F29 - Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes. • F30-F48 – Transtorno do humor (afetivos). • F40-F48 - Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somatoformes. ver: F40-F41 Ansiedade • F50-F59 - Síndromes comportamentais associadas com distúrbios fisiológicos e a fatores físicos. ver: F50.0 Anorexia, F50.2 Bulimia
  • 16. • F60-F69 – Transtornos de personalidade e do comportamento do adulto. ver: F60.2 Personalidade dissocial • F70-F79 – Retardo Mental. ver também: Oligofrenias • F80-F89 - Transtornos do desenvolvimento psicológico ver: F84.2 Síndrome de Rett • F90-F98 - Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que aparecem habitualmente na infância e adolescência. ver: F90 Transtorno do Déficite de Atenção com Hiperatividade • Observe-se que várias categorias de classificação podem ser desenvolvidas a partir dos critérios fornecidos por distintas teorias como por exemplo a fenomenologia que propõem a descrição a partir das manifestações observáveis ou a psicanálise que lida com modelos de relação do ego com os mecanismos inconscientes do desejo e a realidade.