Os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal besta
1. Os adventistas ensinam que os observadores do domingo têm o sinal
besta?
Por Leandro Quadros
Os adventistas do sétimo dia não ensinam que os crentes que guardam o domingo têm
o sinal da besta.
O livro “Questões Sobre Doutrina”, que apresenta a posição oficial dos adventistas a
respeito de suas doutrinas distintivas, assim se posiciona a respeito de nossa
compreensão sobre o “sinal da besta”:
“Os adventistas do sétimo dia creem que as profecias de Daniel 7 e Apocalipse 13,
relativas à besta, se referem particularmente ao papado [não aos irmãos católicos que
nada têm a ver com isso!], e que as atividades e o futuro poder perseguidor serão
postos em nítida evidência exatamente antes da volta do Senhor em glória.
Compreendemos que o sábado, então *no futuro+, se tornará uma prova mundial”
(“Questões Sobre Doutrina” *Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009+, p. 158)
Apesar de tamanha clareza, muitos críticos alegam que “os adventistas ensinam que os
observadores do domingo têm o sinal da besta”. O texto a seguir de Ellen White
deixará ainda mais escancarado a mentira dos tendenciosos que escrevem sem ir às
fontes primárias:
“Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em
assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos
em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem
sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a
sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade” (O Grande Conflito, p. 449)
E ela continua, na mesma página:
“Quanto, porém, a observância do domingo for imposta por lei *algo futuro], e o
mundo for esclarecido [ninguém será pego de surpresa nesse ponto] relativamente à
obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para
obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta
maneira o papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que
impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem”. (Confira
também o que ela escreveu no livro “Evangelismo”, p. 234, 235).
Perceba que Ellen White diz que as pessoas receberão a marca da besta “quando a
observância do domingo for imposta por lei” e “o mundo for esclarecido” sobre o
2. verdadeiro dia de guarda. Ela não afirma em hipótese alguma que os cristãos hoje têm
a marca da besta, mas sim que certos religiosos terão tal sinal depois que for dado o
decreto dominical (conferir Apocalipse 13), que obrigará a todos a fazerem do
domingo o dia de guarda no lugar do sábado da criação, memorial do Deus Criador e
sinal da autoridade dEle (Ex 20:8-11; Ap 14:6,7).
Seria incoerente Ellen White acusar a todos os cristãos atuais de “seguidores da besta”
sendo que ela mesma diz que eles estão “verdadeiros cristãos” e que estão “em todas
as igrejas”! Avalie isso à luz da evidência.
De maneira clara Ellen White – e os adventistas informados – ensinam que a
observância do domingo hoje ainda não é o sinal da besta.
GOSTO PESSOAL VERSUS HONESTIDADE INTELECTUAL
Que os críticos não gostem das mensagens de Ellen White é de se esperar. Porém, é
lamentável a maneira tendenciosa com que muitos deles distorcem os escritos dela
para colocarem em sua “caneta” aquilo que ela jamais escreveu.
Pelo menos por uma questão de cristianismo, honestidade acadêmica e salvação
eterna (Ap 22:15), deveriam apresentar todo o posicionamento dela sobre o assunto,
para que pessoas sinceras não desenvolvam um preconceito injustificável contra a
mensagem adventista que é puramente cristã.
Graças a Deus por pessoas como o apologista Dr. Walter Martin, que depois de
pesquisar pessoalmente sobre o adventismo, escreveu:
“É minha convicção que não se pode ser uma verdadeira Testemunha de Jeová,
Mórmon, cientista cristão, etc., e ser um cristão no sentido bíblico do termo; mas é
perfeitamente possível de ser um Adventista do Sétimo Dia e ser um verdadeiro
seguidor de Jesus Cristo a despeito de certos conceitos heterodoxos…” (Walter Ralston
Martin, “The Kingdom of the Cults” *Mineápolis, Minessota: Bethany House Publishers,
2003], p. 535)
Dr. Martin não chegou a essa conclusão por acaso. Ele leu o que a liderança da Igreja
escreveu sobre a marca da besta no livro “Questions on Doctrine”, publicado na língua
portuguesa (Questões Sobre Doutrina), na página 161 (versão em português):
“Temos a firme convicção de que milhões de cristãos piedosos de todas as crenças,
através de todos os séculos do passado, bem como aqueles que atualmente confiam
sinceramente no Salvador Jesus para se salvarem e que O seguem em conformidade
com a luz que receberam, inquestionavelmente estão salvos”.
Espero de coração que os críticos sinceros se arrependam de acusarem os adventistas
de “exclusivistas”, pois, oficialmente reconhecemos que muitos que guardaram (e
guardam) o domingo (na sua sinceridade de coração, conforme a luz que receberam)
serão salvos, sem necessariamente serem adventistas do sétimo dia. Claro: isso não é
desculpa para continuar pecando, transgredindo ao quarto mandamento, depois de
receber luz sobre o assunto (1Jo 2:4; Mt 7:21-23; Ap 14:12).
DICAS FINAIS
3. Caso tenha vindo a sua mente uma citação de Ellen White em que ela “afirma” que
“santificar o sábado implica em salvação eterna”, clique aqui para compreender o
texto em seu contexto. Vá direto à “fonte” e não perca o seu tempo em sites e livros
de críticos que são “mestres” em descontextualizar os escritos adventistas.
Em momento oportuno irei expor a você um breve estudo exegético e histórico sobre
Apocalipse 13. Enquanto procuro tempo para isso, você poderá:
a) Estudar o ótimo livro “Podría Ocurrir? Apocalipsis 13 a la luz de la historia y los
sucesos actuales”, de Marvin Moore.
Pode ser adquirido com a Asociación Casa Editora Sudamericana (ACES, na Argentina)
pelo site http://www.aces.com.ar (o valor está em Pesos, não em Reais)
b) Ler a Parte V do livro “Questões Sobre Doutrina” que responde “Perguntas Sobre o
Sábado, o Domingo e o Sinal da Besta” (p. 138-168), especialmente a resposta à
pergunta 18 (p. 157-159), que apresenta “O Conceito Histórico do Sinal da Besta”.
Você verá que a interpretação adventista de Apocalipse 13 (a respeito do papado na
profecia e não do sábado) é a mesma seguida pelo protestantismo no passado!
“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas
eram, de fato, assim.” (At 17:11)