1. A FERIDA MORTAL
UM DOS FATOS MAIS PROEMINENTES a respeito do tempo
denominado na profecia de o tempo do fim, é que ele tem como paralelo
outro período, denominado o tempo quando a besta semelhante ao
leopardo sofre os resultados de uma ferida mortal.
A natureza e a importância do mesmo no que respeita à obra do
evangelho, merece nosso estudo cuidadoso, porque até agora o assunto
não foi bem compreendido.
Moffat verte a passagem como segue: "Uma das cabeças parecia
como se tivesse sido ferida e morta". Desde que as sete cabeças sucedem
uma a outra, e nós já aprendemos que a quinta do grupo é aqui
mencionada, esta cabeça era da besta então existente; portanto, quando
ela recebeu a ferida mortal, era a própria besta que foi posta fora de ação.
Em outras palavras, a cabeça e a besta neste passo são sinônimas. Uma
besta sem cabeça não teria poder.
O grego literal desta passagem é muito expressivo, e parece mais
incisivo do que qualquer tradução poderá indicar. Significa que a criatura
parecia como "tendo sua garganta cortada para morte". A mesma frase é
usada no capítulo 5, verso 6 a respeito do Cordeiro: "como tendo sido
morto", estando portanto pronto para o sacrifício. Porém na passagem
em tela é acrescentado que a garganta foi cortada "para morte".
Deve ter sido com um propósito muito inteligente que a Inspiração
usa aqui a mesmíssima expressão a respeito da besta que anteriormente
fora usada a respeito de Cristo sob o símbolo de um cordeiro. E então o
texto sagrado registra o admirável recobramento da besta: "mas essa
ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou seguindo a besta"
(Apoc. 13:3), ou "seguiu-a em admiração", como Moffat verteu o texto.
Em Apocalipse 17:8 temos uma afirmação similar a respeito da
admiração do povo de todo o mundo diante do inesperado recobramento
da besta. Em ambos os textos os homens expressam sua surpresa numa
linguagem que implica que o acontecimento é semelhante a uma
2. A Ferida Mortal 2
ressurreição, provando, no dizer deles, que a besta restaurada deve ser
divina. O incidente como um todo é tratado como se fosse uma imitação
blasfema da morte e ressurreição de Cristo.
A ferida mortal e sua cura tornam claro que o sistema "anti-
cristianismo" representado pela besta semelhante ao leopardo, exerceria
seu poder despótico e perseguidor durante dois períodos distintos. O
primeiro seria longo - 1260 anos. O segundo será curto – "e quando
chegar, tem de durar pouco" (Apoc. 17:10). Estes dois períodos do
domínio da besta (perseguição) são separados por um período de inação,
chamado "cativeiro" em Apoc. 13:10 – o período da ferida mortal. Como
já foi afirmado, este período tem o seu paralelo no livro de Daniel, onde
ele é chamado "o tempo do fim". Ele é também em sentido especial um
tempo durante o qual a terra ajuda a mulher, engolindo o rio de
perseguição que o dragão tinha arrojado de sua boca (Apoc. 12:16), e
durante o qual a besta da perseguição "não é" (Apoc. 17:8).
O assunto importante deste período da ferida mortal, do tempo do
fim, é a liberdade religiosa, isto é, a ausência de perseguição. Quanto à
precisão da data, ela começou com o término dos 1260 anos em 1798,
que é também a data em que o papa foi feito prisioneiro pelas armas
francesas. Porém as causas da ferida mortal, e do atual período quando
ela ainda é impedida de sarar, jazem mais profundo do que apenas o fim
do domínio temporal do papa, porque várias vezes antes desta data um
papa foi derrotado e feito prisioneiro, porém em condições mundiais
diferentes das que prevalecem hoje.
Em linhas gerais, a perseguição terminou "um quarto de século
antes" de 1798 (GC 306), o que corresponde ao surgimento dos Estados
Unidos. E é-nos importante considerar os fatos que se sucederam para
que se estabelecesse a presente ordem de coisas que perdura por cerca de
dois séculos. É ponto pacífico que a causa da moderna paralisação da
perseguição é mais profunda do que a captura da então reinante cabeça
da Igreja Católica por ordem do Diretório francês, porquanto apenas
poucos anos depois Napoleão assinou uma concordata com um novo
3. A Ferida Mortal 3
papa. Após mais alguns altos e baixos em 1848 e 1870, o papa foi de
novo feito um rei nominal em 1929; todavia a ferida mortal ainda não
está curada. Se o fosse, como poderiam sermões adventistas serem
irradiados em italiano através da pátria do papado, e literatura adventista
ser vendida tão abertamente à sombra do Vaticano? Não, a ferida mortal
permanece incurada. O que aconteceu então?
Não me compreendam mal. A ferida foi infligida pelos exércitos
franceses em 1798. "Nesta ocasião [1798] o papa foi aprisionado pelo
exército francês, e o poder papal recebeu a chaga mortal, cumprindo-se a
predição: 'Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá."' (GC 439). Este
é o significado primário ou local da profecia.
Não há aí nenhuma dúvida de que o evento descrito marca o início
da ferida mortal. Porém, o que estava acontecendo então, tem em
realidade sentido muito mais amplo do que a derrota e aprisionamento de
Pio VI. Como já foi afirmado, em mais de uma ocasião anterior, um papa
reinante foi derrotado e levado ao exílio. Mas por ocasião da passagem
do século 18 para o século 19, a causa católica foi submetida à
humilhação e repressão em todos os lugares. Um historiador menciona
que cada governo católico do mundo experimentou uma revolução.
Desde então, jamais lhe foi permitido exercer em grande escala o velho
poder de lidar com os "heréticos".
O que estava acontecendo então, e quais as causas da mudança no
pensamento intelectual e cultural em todo o mundo civilizado?
A besta do abismo não é uma nação; trata-se de uma ideologia de
extensão internacional. A própria Igreja Católica moderna, como o
Vaticano já evidenciou, não é limitada por qualquer fronteira nacional;
ela é uma ideologia que penetra no mundo inteiro. A obra de Deus é
mundial, e a oposição a ela tem a mesma extensão. Destarte, a mudança
que sobreveio ao mundo há um século e meio, foi uma mudança
fundamental de idéias. A França foi o agente concreto que iniciou tal
modificação; atrás dela estava a ideologia, e não o Diretório, que então
dominava em Paris. Este fato exige ênfase e uma explicação.
4. A Ferida Mortal 4
Os cinco homens que compunham o Diretório, o governo da França
de 1795 a 1799, eram em espírito apenas uma segunda edição dos
jacobinos do Terror Vermelho alguns anos antes. Eles eram visionários,
fanáticos utópicos, obcecado pelo que eles pensavam ser ciência e
progresso, hipnotizados por este pensamento de impor a Revolução e
seus ideais a todos os países europeus ao redor. Desde que não se
conformaram com a maneira clemente com que seu general, o jovem
Bonaparte estava lidando com o papa e a Igreja de Roma, enviaram a
Berthier à Itália com ordens específicas de ação. É por isto que o papa,
enfermo e idoso, foi seqüestrado com estudado desrespeito, e levado à
França como prisioneiro.
Uma das idéias básicas da Revolução, que esses líderes da França
estavam determinados a difundir pela força no resto do mundo, era a
completa separação entre igreja e Estado. Eles estavam constantemente
tagarelando a respeito de liberdade civil e religiosa, as mesmas idéias do
cordeiro que haviam sido incorporadas na Constituição Americana um
quarto de século antes.
Aqui necessitamos manter estrita nossa cronologia. Muitas pessoas,
de outra maneira bem informadas, parecem pensar que a Revolução
Francesa ateísta veio primeiro, e que a Revolução Americana veio após,
e copiou dos franceses seus postulados, sendo que o inverso aconteceu.
Lafayette, que posteriormente se tornou um líder na França, viera à
América como jovem, onde atuou como assistente de Washington.
Depois de retornar ao seu país natal, ele tentou pôr em prática as idéias e
métodos que haviam sido estabelecidos com tanto êxito no outro lado do
Atlântico. Berthier também havia estado na América quando jovem e
durante algum tempo serviu sob Washington. Porém a tirania e
hipocrisia religiosa haviam prevalecido tanto tempo na França, de modo
que, a Revolução uma vez iniciada, ela se alastrou, e milhares de
moderados como Lafayette não tinham condições de sustar a torrente
temível de destruição e ruína.
5. A Ferida Mortal 5
Nós precisamos lembrar que o que aconteceu na França foi
permitido por uma Providência misericordiosa como uma advertência,
um terrível exemplo, uma recapitulação preliminar numa escala pequena,
ao que o mundo todo rapidamente se achega no próximo futuro. "A
disseminação mundial dos mesmos ensinos que ocasionaram a
Revolução Francesa – tudo propende a envolver o mundo inteiro em uma
luta semelhante àquela que convulsionou a França." Ed., pág. 228.
Certamente é inconcebível que o maldoso deliberadamente planejou
ter intolerância e perseguição religiosa detida pelo que os seus fantoches
faziam. Mas o sábio e misericordioso Administrador do Universo
sobrepujou (ou deteve) neste caso, como em inúmeros outros, para fazer
aparecer acontecimentos de acordo com Sua vontade. A Assíria foi usada
como uma vara para o cumprimento do propósito de Deus. "Ela (Assíria)
porém, assim não pensa" (Isaías 10:7), para estas cruéis, cabeçudas
pessoas pensavam que estivessem justamente fazendo sua própria
vontade. Deus usou de maneira similar os revolucionários franceses na
captura do papa e em todos os outros eventos daquele tempo para
introduzir o século moderno de liberdade, simbolizada na profecia da
ferida mortal, a pancada mortal. Estas providências de Deus ainda
exercem efeito em manter esta ferida por ser curada.
Desde o início do trabalho de Lutero a questão da devida relação
entre o Estado e a Igreja tinha sido discutido. Mas embora Lutero mesmo
no princípio desejou conservar a igreja livre de qualquer aliança
comprometedora com o governo civil, nenhuma das igrejas da pós-
Reforma seguiu este princípio. Sem exceção todas elas continuaram
bebendo o vinho de Babilônia por todas aceitarem subsídios do Estado e
por manterem em vários graus de intimidade a mesma velha união com o
poder civil que fora mantido desde os dias de Constantino.
Mas os compreensíveis planos da Providência Divina estavam
fazendo provisão de um novo estilo de governo civil, uma que não fosse
opressivo de qualquer forma para a religião, não obstante não procuraria
com mãos contaminadas deter a área sagrada quando aparentemente em
6. A Ferida Mortal 6
perigo de colapso. Há muito tempo Deus experimentara o plano de uma
genuína teocracia, sob o direto governo de homens de Sua própria
escolha, um plano que durara vários séculos entre os israelitas. Foi um
fracasso completo – não da parte de Deus, mas do lado do povo. Este
plano foi descontinuado depois da solene advertência ter sido dada que
este governo divinamente apontado seria arruinado, arruinado, arruinado,
e então "já não será, até que venha aquele a quem pertence de direito; a
ele a darei" (Ezeq. 21:27).
Mas a Cabeça da igreja tinha ainda outro plano, parcialmente como
o resultado dos princípios da Reforma, mas principalmente uma
preparação providencial especial para o desenvolvimento de uma igreja
perfeita e completa para encontrá-Lo como uma noiva pura para Sua
segunda vinda. Ele planejava mostrar ao mundo e ao universal vidente
um exemplo de um governo civil que protegeria a liberdade da alma de
seus cidadãos, mas não mexeria com negócios religiosos de qualquer
maneira, ensinando seu povo a dar a César as coisas que são de César e a
Deus as coisas que são de Deus.
Estas duas liberdades, civil e religiosa, pareciam originar-se com
esta nova República do Ocidente. Falando humanamente, isto é
verdadeiro. Mas estes princípios são de origem celeste, não humana. E
do Ocidente eles se espalharam adiante até que essencialmente todos os
povos da terra professam sua aceitação. Estas idéias, sem contradição
possível, são a causa real da ferida mortal, e a causa contínua de ainda
não ter sarado.
Mas quais seriam os resultados naturais destas duas liberdades?
Desde o seu começo esta nova potência mundial tem sido bem
sucedida e próspera. Tão espetaculares têm sido suas consecuções que
grandes partes do mundo têm imitado seu exemplo nas duas idéias
básicas de processos democráticos e da liberdade de consciência. Assim
a ferida mortal tem-se estendido e evitou-se sua cura. Por quase dois
séculos a perseguição por causa da religião praticamente parou o mundo
civilizado, em grande parte por causa do exemplo e influência do que
7. A Ferida Mortal 7
nós podemos chamar o sonho da América Protestante. Falando
claramente, não é só o protestantismo, pois nem na Alemanha, nem na
Escandinávia, nem na Inglaterra este estilo de governo civil se
desenvolveu. Mas no Novo Mundo, com os preconceitos e hábitos
complexos de séculos deixados para trás, os dois princípios básicos da
liberdade civil e religiosa, característica do verdadeiro cristianismo,
podiam desenvolver-se e amadurecer. Por seus frutos gloriosos e
influência contagiosa estes têm por aproximadamente dois séculos
evitado que a ferida mortal sarasse.
"Puritanismo", dizia James Russel Lowell, "acreditou-se prenhe
com a semente da liberdade religiosa, mas pôs sem o saber o ovo da
democracia." As duas idéias quando unidas provaram-se as mais
dinâmicas em alcance espetacular que jamais moldavam a história
natural de qualquer povo. Lowell continua dizendo que quando, em
adição, a educação tornou-se universal e em certo sentido compulsória, o
sonho Americano tornou-se uma realidade.
Este sonho Americano pode parecer abstrato e intangível, mas sua
influência mundial foi e ainda é profunda. Nada é mais real e invencível
do que uma idéia profeticamente predita cujo tempo chegou.
À primeira vista parece inconsistente dizer que a besta do abismo,
na pessoa do Diretório Francês, deu a ferida mortal em 1798, mas isto é
o espírito bondoso e tolerante do mundo intelectual moderno que agora
evita uma volta à luta religiosa e à perseguição do passado que ainda
impede esta ferida de se curar.
Na realidade não há nada estranho ou inconsistente nisto, pois o
sábio e todo-poderoso Administrador do Universo está continuamente
fazendo a ira do homem louvá-Lo e detendo o restante. (Salmo 76:10). À
besta do abismo se permitiu produzir o fim da perseguição religiosa, mas
quando esse poder animal parecia sair do controle, o pequeno oficial a
cavalo, com o seu chicote restaurou mais ou menos o status quo anterior.
Vários altos e baixos desde então ocorreram. Embora uma grande
proporção da população do mundo está agora na segurança deste mesmo
8. A Ferida Mortal 8
poder satânico, e embora suas doutrinas e práticas infiltraram a vida
social e intelectual do Ocidente, porém, a liberdade civil e eclesiástica
ainda perdura na prática atual e assim perdurará até que a última
mensagem de advertência e salvação de Deus tenha ido a todo o povo em
todo o mundo.
O fato de que um quarto de século antes de 1798 "a perseguição
tinha cessado quase inteiramente (GC 306) é uma boa prova que a
primeira causa da ferida mortal era alguma coisa precedente e
vastamente mais importante do que a Revolução Francesa. É bem
possível que o grande levante social e religioso no fim do século dezoito
era propriamente apenas um produto secundário de algo maior e mais
importante do que o que ocorreu na Itália e na França em 1798. O
cativeiro do papa serviu admiravelmente para focalizar a atenção do
mundo do que então estava acontecendo, mas era apenas um símbolo
daquela paralisia do poder da besta satânica que então estava ocorrendo e
que tem continuado sempre.
Aquela "verdadeira Luz, que ilumina todo o homem que vem ao
mundo" muitas vezes sofre tanta aberração cromática por causa da má
educação e perversidade dos seres humanos que ela às vezes mostra
formas e cores estranhas. A idéia essencial da Reforma Protestante era a
prestação de contas pessoal do indivíduo a Deus e seu inalienável direito
da 1iberdade da alma de toda a forma de domínio religioso. George
Washington e seus compatriotas, com seu ambiente e crescimento
cristão, conseguiram separar a Igreja e o Estado e ao estabelecerem estas
liberdades de maneira ordenada e digna. O populacho de Paris, com seu
ambiente essencialmente pagão, procurou imitar o que então justamente
ocorrera do outro lado do Atlântico, mas não sabia como, e fizeram um
triste angu de seu trabalho. O mundo em geral tinha sonhos loucos a
respeito da inata vontade e perfectibilidade da natureza humana e da
inevitabilidade de progresso, sonhos que em nossos dias tem-se
expandido na teoria da evolução e a assim chamada compreensão
científica do mundo. Mas o resultado de tudo isto tem sido o
9. A Ferida Mortal 9
cumprimento da profecia que estamos estudando aqui, a execução da
ferida mortal a todas as formas de perseguição religiosa uma ferida
mortal que somente agora, após quase dois séculos mostra sinais visíveis
de cura.
Em Apocalipse 13:3 a mesma sentença que menciona a ferida
mortal continua dizendo: "Mas essa ferida mortal foi curada; e toda a
terra se maravilhou, seguindo a besta." Da seqüência próxima das duas
declarações muitos tiraram a conclusão errada que a cura segue quase
imediatamente depois do ferimento ter sido feito. Mas a ferida mortal foi
alguma coisa vastamente mais importante do que o intervalo de um ano
ou dois entre a morte do papa exilado e a eleição de seu sucessor. A
ferida significa muito mais do que a interrupção temporária de algumas
das funções da Igreja Católica. Voltando aos símbolos dados no capítulo
17, não foi a mulher que recebeu a ferida, mas a besta. Obviamente a
ferida significa o tirar do animal o poder para dominar o mundo e lidar
com "hereges". Esta ferida mortal não sarará até que o velho poder de
perseguição seja restaurado.
Como se explica que tantas pessoas apontam à presente
popularidade e prosperidade da Igreja Católica como prova que a ferida
mortal já sarou? Por que eles não vêm que confundem os símbolos de
mulher e besta, e creditando à ainda defunta besta com a saúde e
prosperidade da igreja, que nenhuma vez foi mencionada na profecia até
seu final, inglório fim pelo fogo em Apocalipse 18?
O mais chegado a algo como uma ameaça contra a prosperidade da
igreja é encontrado em Apocalipse 18:7, onde a grande Babilônia se
jacta de ser rainha e não viúva, plenamente deduzindo que sua rival, a
"besta", voltou à vida outra vez, recuperou da ferida mortal. Mas sendo
viúva por um tempo e imensamente diferente de estar morta de uma
ferida mortal.
Uma grande parte da mensagem do presente estudo é para
esclarecer esta confusão a fim de habilitar os adventistas a apresentarem
uma mensagem clara e convincente ao mundo nos dias por vir.
10. A Ferida Mortal 10
Não pode haver disputa a respeito do crescimento e prosperidade da
igreja de Roma. As três nações tradicionalmente protestantes – a
Alemanha, a Inglaterra e a América – estão visivelmente viajando de
carroça. Em todo o lado há sinais de respeito vivo pelo nome e as
maneiras de Roma. Tudo isto indica um clima de um mundo mutável
mais favorável à cura da ferida mortal de quase dois séculos atrás, mas
em si mesmas estas atitudes variantes estão bem afastadas da cura
profetizada. Não antes de Roma novamente ter o poder de fazer a sua
vontade e doutrinas eficientes pela execução legislativa cooperante e
decretos judiciais a ferida estaria curada. Mas tal dia se aproxima
rapidamente.
Talvez mesmo aqui um mal-entendido deve ser esclarecido. A
ferida é mencionada no capítulo 13 num símbolo onde a Igreja e o
Estado não são distinguidos, os dois sendo combinados sob o mesmo
símbolo da besta leopardo; mas no capítulo 17, onde uma clara distinção
é feita entre a mulher embriagada e a besta em que ela está montada, a
mulher não é mencionada como ferida ou fora de ação. A besta só está
afetada e está completamente paralisada – não "o é". (verso 8). No
capítulo 18, significando um tempo posterior, a mulher se congratula por
não ser mais uma viúva; mas é claro que nenhuma parte da profecia
jamais representa a Igreja Católica como tendo sido ferida ou mesmo
atingida. Seu amante é o que sofre a ferida, e ele está completamente
fora de ação.
Esta é exatamente a situação. A mulher está viva, obviamente com
saúde e forte; mas a besta que ela antes guiava como queria, agora se
recusa a obedecer suas ordens. Não obstante a profecia conta plenamente
que uma mudança está vindo; a ferida mortal vai sarar. A besta "está
para emergir do abismo". (Apoc. 17:8). Em toda a parte vemos sinais
evidentes de um tal ressurgimento da intolerância animal dos séculos
passados.
De fato, uma mudança completa na opinião pública do mundo será
necessária a fim de produzir uma condição tal. Justamente como esta
11. A Ferida Mortal 11
mudança se há de operar unicamente o futuro revelará, mas o
Administrador do Universo tem Seus próprios meios de produzir o
cumprimento de Sua Palavra. A restauração do poder de lidar com a
"heresia" está claramente predito em várias das profecias; e à vista destas
predições nós temos fé para crer na Palavra de Deus em lugar de
qualquer opinião humana ou adivinhação.
Quando esta restauração do poder de lidar com "hereges" se der,
quando a ferida mortal realmente estiver curada, o tempo profético do
fim estará perto de terminar; e o clímax dos séculos seguirá.