O vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Ao perceber um possível erro no pagamento, Fabiano se revolta com a situação de exploração. O patrão expulsa Fabiano da fazenda após a discussão. A passagem mostra a convivência entre a linguagem formal e regionalismos e coloquialismos.
2. 01. No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se
com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena: Não se conformou: devia haver
engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e
Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era
dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar
carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro
fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou.
Bem, bem. Não era preciso barulho não.
Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de
regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence a variedade do padrão
formal da linguagem o seguinte trecho:
A) “Não se conformou: devia haver engano” (ℓ.1).
B )“e Fabiano perdeu os estribos” (ℓ.3).
C)“Passar a vida inteira assim no toco” (ℓ.4).
D)“entregando o que era dele de mão beijada!” (ℓ.4-5).
E) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” (ℓ.11).
3. Linguagem
Linguagem é o sistema através do
qual o homem comunica suas ideias e
sentimentos, seja através da fala,
da escrita ou de outros signos
convencionais.
7. Língua
É o tipo de linguagem verbal, ou
seja, constituída por palavras,
que é utilizada por uma
determinada comunidade.
8. •Precisamos estar atentos aos
conceitos de “certo” e “errado” no
que se refere à língua.
•O preconceito linguístico inibe os
processos comunicativos.
11. Variações diafásicas
Representam as variações que se estabelecem em
função do contexto comunicativo, ou seja, a
ocasião é que determina a maneira como nos
dirigimos ao nosso interlocutor, se deve ser
formal ou informal.
12. NORMA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL
•A Norma ou Língua Culta é um tipo de variação
linguística que se caracteriza por seguir as
normas estabelecidas de acordo com a
gramática normativa. Ela é falada e escrita em
situações que exigem formalidade.
•A Língua Coloquial é a variação linguística
utilizada em situações informais. É a língua do
cotidiano.
13.
14. Variações diatópicas
São as variações ocorridas em razão das
diferenças regionais, como, por exemplo, a
palavra “abóbora”, que pode adquirir acepções
semânticas (relacionadas ao significado) em
algumas regiões que se divergem umas das outras,
como é o caso de “jerimum”, por exemplo.
15. Variações diastráticas
São aquelas variações que ocorrem em virtude da
convivência entre os grupos sociais. Como exemplo
podemos citar a linguagem dos advogados, dos
surfistas, da classe médica, entre outras.