3. Resumo
A maioria dos seres vivos possuem a capacidade de produzir descendentes, permitindo a
perpetuação da espécie e a transmissão de vida desde o seu aparecimento até aos dias de
hoje.
Nos seres vivos existem dois tipos de reprodução: a reprodução sexuada e a reprodução
assexuada.
A reprodução assexuada pode ocorrer por diversos processos como a bipartição, a
gemulação, a esporulação, a partenogénese, a fragmentação e a multiplicação vegetativa.
O objetivo desta experiência foi observar o aspeto dos exósporos e dos endósporos de
forma a consolidar os conhecimentos sobre a processo de esporulação da reprodução
assexuada. Para isso procedeu-se à extração de bolores do limão, pão e queijo e à sua
observação ao microscópio.
4. Introdução
A reprodução assexuada é um processo bastante simples em que não ocorre recombinação
genética, isto é, reordenamento dos genes devido ao facto de não existir união de células
sexuais.
A reprodução assexuada é um processo característico dos organismos unicelulares, embora
muitos organismos multicelulares também se reproduzam de forma assexuada.
A mitose é o fenómeno que possibilita este tipo de reprodução em que uma célula-mãe
origina células-filhas com a mesma informação genética entre si e igual à do progenitor clones- e portanto possuem as mesmas características estruturais e funcionais.
A reprodução assexuada é um processo bastante eficiente, uma vez que não envolve
cruzamento entre organismos e portanto não existe a necessidade de encontrar um parceiro
nem não há gasto de energia na produção de gâmetas e na fecundação. Desta forma, a
energia pode ser utilizada na produção de descendência, permitindo um rápido aumento da
população, quando o ambiente é favorável.
No entanto, como os descendentes são clones do progenitor e entre si, não há variação
genética a menos que ocorram mutações. A baixa variabilidade genética de uma população
pode ser um entrave à sua adaptação a novas condições ambientais, podendo mesmo levar
à sua extinção.
A esporulação é um processo reprodutivo assexuado característico dos fungos (bolores),
algas e fetos. Neste processo, o organismo desenvolve, células reprodutivas especializadas,
os esporos, através de um processo mitótico.
Cada indivíduo é capaz de originar milhões de esporos, que são dispersos pela corrente de
ar e de água.
A esporulação pode ocorrer em dois locais diferentes:
o na extremidade de hifas especializadas dando origem a exósporos ou;
o no interior de estruturas especializadas, os esporângios, formando-se os
endósporos.
Os esporos são estruturas muito resistentes a condições adversas, devido ao facto de
possuírem paredes celulares resistentes.
Em condições favoráveis, os esporos, uma vez libertados, germinam e formam novos
organismos.
O processo de formação de esporos pode ser:
o Endogenético, no caso do fungo Rhizopus nigricans;
o Exogenético, no caso do fungo Penicillium.
5. Na produção de esporos, pelo processo endogenético, cada esporo desenvolve uma
membrana de células própria, não havendo aproveitamento da membrana da célula mãe.
Os esporos que se formam no interior dos esporângios denominam-se endósporos.
No caso do processo exogenético, a célula mãe liberta os esporos por estrangulamento, em
que a membrana que envolve os esporos forma-se comaproveitamento da membrana do
esporângio. Os esporos que se formam no exterior do esporângio têm o nome de
exósporos.
Para observar estas estruturas fundamentais na esporulação recorremos à observação
microscópica de bolores- espécies de funfos filamentosos que se desenvolvem na matéria
orgânica e que possuem a capacidade de a decompor. Foi utilizado o bolor do pão, do
limão e do queijo.
As células dos fungos são revestidas externamente por paredes celulares de quitina e um
corpo vegetativo chamado talo ou soma que é composto porhifas - finos filamentos
unicelulares chamados hifas.
Estas hifas geralmente formam uma rede microscópica junto ao substrato (fonte de
alimento), chamada micélio, por onde o alimento é absorvido. Normalmente, a parte mais
importante de um fungo são os esporângios (as estruturas reprodutivas que produzem os
esporos). Os micélios dos fungos são tipicamente haplóides.
O bolor do limão e do queijo é um fungo do género Penicillium.Morfologicamente é um
fungo filamentoso. Tende a ter pequenas hifas – conidióforos curtos – corpos frutíferos
envolvidos na produção assexuada de esporos -, septados, ramificando-se na parte terminal.
Os esporos de têm uma superfície hidrofóbica. A divisão é exógena e ocorre em estruturas
designadas por condióforos.
Os esporos designam-se por exósporos.
O bolor do pão é um fungo do género Rhizopus.Morfologicamente é um fungo nãoseptado, com micélios cotonosos e que forma esporangióforos nos nódulos onde se
encontram os rizóides. Os seus esporângios são, usualmente, muito grandes e negros. A
base do esporângio, ou apófise, tem a forma de taça. Este bolor produz agrupamentos de
hastes semelhantes a raízes, denominados rizóides, assim como estolones ou "estolhos",
capazes de enraizar num lugar propício à formação de um novo organismo. Neste fungo, a
divisão é endógena e ocorre em estruturas especializadas designadas por esporangióforos,
nomeadamente em esporângios.Quando os esporângios amadurecem, rompem-se,
libertando centenasde esporos, que transportados pelo vento, quando as condições do
meio são favoráveis, germinam, originando uma hifa, que cresce e se ramifica, produzindo
um novo micélio.
Os esporos são designados por endósporos e esprangiósporos.
6. Material
o Lamelas;
o Lâminas;
o Agulha de dissecação;
o MOC;
o Esguicho (água);
o Bolor de pão, laranja, limão e queijo
Métodos
1- Colocar o material orgânico em sacos plásticos, num local húmido e quente, de
forma a crial bolor;
2- Retirar com a ajuda das agulhas de dissecação, uma pequena porção domicélio
formado pela laranja.
3- Colocar a porção retirada sobre uma gota de água entre a lâmina e lamela.
4- Observar a preparação ao microscópio óptico complexo em várias ampliações.
7. Resultados
O bolor do queijo permitiu-nos a observação das hifas e dos exósporos responsáveis pela
reprodução do fungo.
Fig. 1 Exósporos de Penicillium do queijo
Exósporo
s
Fig. 2 Exósporos de Penicillium do queijo
Hifa
Já o bolor do limão apenas possibilitou a visualização de esporos.
Fig. 3 Esporos de Penicillium do limão
Esporos
8. Discussão
O objetivo da experiência não foi totalmente conseguido uma vez que a observação do
bolor do pão não permitiu a identificação dos esporângios, estruturas característicos do
fungo Rhizopus. Desta forma, a esporulação endogenética não foi observada.
O fungo do género Penicillium presente no bolor do limão e do queijo