O documento discute como ensinar matemática de forma efetiva para os alunos, propondo várias abordagens como resolução de problemas, modelagem, etnomatemática, história da matemática, jogos matemáticos e ligando os conceitos à vida cotidiana dos estudantes.
1. IEEL-INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE LONDRINA- ENSINO
FUNDAMENTALMÉDIO E NORMAL
O DESAFIO DE ENSINAR
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA E COTIDIANO
KARINA DA SILVA AMARAL
MIRIAM
ZILDA
PROF:
LONDRINA,2012
2. 1.INTRODUÇÃO
Um grande desafio que a escola tem enfrentado é o ensino da matemática. Professores,
pais e alunos deparam durante todo o ano letivo com situações às vezes difíceis de
resolver. É geral o conceito de que a matemática é difícil e que somente os inteligentes
conseguem assimilá-la.
A matemática é uma linguagem expressa através de símbolos. Assim sendo, cabe
abordar aqui as dificuldades dos alunos que não conseguem compreender instruções e
enunciados matemáticos, bem como as operações aritméticas, pois é necessário que eles
superem as dificuldades de leitura e escrita antes de poderem resolver as questões que
lhes são propostas.
Alguns alunos têm problemas com aritmética e outros aspectos da matemática como a
linguagem escrita. Porém o nível de gravidade dos problemas varia como é o caso na
leitura e soletração. O fato é que a maioria dos alunos manifesta dificuldades em
aritmética e outras áreas da matemática na escola como: interpretação de problemas,
sinais das operações fundamentais e na tabuada, mas eles poderão ter, mesmo assim,
boa habilidade em matemática.
Cabe ao educador buscar maneiras de usar em sala de aula o conhecimento matemático
cotidiano de seus alunos; esse desafio, se aceito de fato, pode revolucionar e,
principalmente, tornar muito mais fascinante a aprendizagem da matemática.
Considerar as estratégias espontâneas dos alunos é valorizar e estimular a própria
capacidade de construir o conhecimento.
A educação matemática deve estar voltada para a necessidade que o aluno tem de
construir sua lógica operatória, e, conseqüentemente as estruturas mentais dos números
e das operações elementares. Assim sendo, é preciso envolver o aluno para que se sinta
encorajado a refletir sobre suas ações e sem medo aprender a pensar, explorar e
descobrir.
2. COMO ENSINAR MATEMÁTICA HOJE
3. Cada aluno tem seu jeito e tempo para aprender, hoje o professor precisa utilizar várias
formas de ensinar para garantir que todos os alunos aprendam.
Toledo & Toledo (1997:p.14/15) relata que: [...] Resolução de problemas. Essa
proposta, mais atual, visa à construção de conceitos matemáticos pelo aluno através de
situações que estimulam a sua curiosidade matemática. Através de suas experiências
com problemas de naturezas diferentes o aluno interpreta o fenômeno matemático e
procura explicá-lo dentro de sua concepção da matemática envolvida [...].
Nesse processo o aluno envolve-se com o “fazer” matemática no sentido de criar
hipóteses e conjecturas e investigá-las a partir da situação-problema proposta.
Modelagem. Tem sido utilizada como forma de quebrar a forte dicotomia existente
entre a matemática escolar formal e a sua utilidade na vida real. Os modelos
matemáticos são formas de estudar e formalizar fenômenos do dia-a-dia. Através da
modelagem matemática o aluno se torna mais consciente da utilidade da matemática
para resolver e analisar problemas do dia-a-dia.
Etnomatemática Tem como objetivo primordial valorizar a matemática dos diferentes
grupos culturais. Propõe-se uma maior valorização dos conceitos matemáticos informais
construídos pelos alunos através de suas experiências, fora do contexto da escola [...].
Essa proposta de trabalho requer uma preparação do professor no sentido de reconhecer
e identificar as construções conceituais desenvolvidas pelos alunos [...]
Historia da matemática. Tem servido como motivação para o desenvolvimento de
diversos conceitos matemáticos. Esta linha de trabalho parte do principio de que o
estudo da construção histórica do conhecimento matemático leva a uma maior
compreensão da evolução do conceito, enfatizando as dificuldades inerentes ao conceito
que está sendo trabalhado. Essas dificuldades históricas têm-se revelado as mesmas
muitas vezes apresentadas pelos alunos no processo de aprendizagem.
Esse estudo está muito relacionado com o trabalho em etnomatemática, pois mais e
mais são revelados estágios de desenvolvimento matemático em diferentes grupos
culturais que se assemelham aos estágios de desenvolvimento histórico de diferentes
conceitos [...].
4. O uso de computadores. Acredita-se que metodologia de trabalho dessa natureza tem o
poder de dar ao aluno a autoconfiança na sua capacidade de criar e fazer matemática.
Com essa abordagem a matemática deixa de ser um corpo de conhecimentos prontos e
simplesmente transmitidos aos alunos e passa a ser algo em que o aluno faz parte
integrante do processo de construção de seus conceitos.
Jogos matemáticos. Com uma tendência no nosso ensino à supervalorização do
pensamento algoritmo, tem-se deixado de lado o pensamento lógico-matemático além
do pensamento espacial. A proposta desse grupo é de desenvolver esses dois tipos de
raciocínio na criança por meio de jogos de estratégias, trabalhando, também, a
estimativa e o cálculo mental. Acredita-se que no processo de desenvolvimento de
estratégias de jogo o aluno envolve-se com o levantamento de hipóteses e conjecturas,
aspecto fundamental do pensamento científico, inclusive matemático. [...]
O mais interessante de todas essas propostas é o fato de que elas se complementam. É
difícil, num trabalho escolar, desenvolver a matemática de forma rica para todos os
alunos se enfatizarmos apenas uma linha metodológica.
3.O MÉTODO DE ENSINO
Alguns professores consideram que, sendo a matemática uma ciência hipotético-
dedutivas, deve ser apresentada dessa maneira desde as séries iniciais. Assim, exigem
das crianças um nível de abstração e formalização que está acima de sua capacidade,
pois os quadros lógicos de seu pensamento não estão desenvolvidos o suficiente. A
saída encontrada pelos alunos é memorizar alguns procedimentos que lhes permitem
chegar aos resultados exigidos pelo professor.
Para outros professores, as regras de dedução, que caracterizam o raciocínio matemático
do adulto, são construídas aos poucos, à medida que a criança interage com seu meio,
com as pessoas que a cercam. Esses professores preferem adotar um método mais
intuitivo, indutivo, em que são respeitados os conhecimentos já construídos pelo aluno,
ao mesmo tempo em que lhes são dadas oportunidades de realizar experiências,
descobrir propriedades, estabelecer relações entre elas, construir hipóteses e testá-las,
chegando a determinado conceito. Em geral, os alunos desses professores são os que
vêem a matemática com mais tranqüilidade e segurança.
5. 4. MATEMÁTICA X COTIDIANO
Uma pergunta muito comum entre os alunos é: pra que eu preciso aprender isso?
Embora um dos objetivos explícitos do ensino da matemática seja preparar o estudante
para lidar com atividades práticas que envolvam aspectos quantitativos da realidade,
isso acaba não acontecendo. Então, exceto por alguns problemas de compras,
pagamento e troco, a questão continuaria válida, porque grande parte do conteúdo, na
maioria das vezes, continua sendo tratada de modo totalmente desligado do que ocorre
no dia-a-dia da escola e da vida dos alunos.
Mais que lista de exercícios e problemas-tipo, que a criança resolve “só para treinar”,
seria importante que os professores e alunos estivessem voltados para os aspectos
matemáticos das situaçoes cotidianas, estabelecendo vínculos necessários entre a teoria
estudada e cada uma dessas situaçoes.
E o cotidiano está repleto de situações matemáticas. Por exemplo: sempre que
precisamos tomar uma decisão importante, pesamos todos os fatores envolvidos e
procuramos meio de organizá-los da melhor forma, estudando as várias possibilidades;
nesse momento, estamos utilizando o raciocínio combinatório. As pessoas que
cozinham utilizam seus próprios algoritmos, e para aumentar ou diminuir o tamanho da
receita empregam o raciocínio proporcional; o mesmo fazem os viajantes ao calcular
que velocidade média deverá imprimir o carro para chegar ao seu destino em um
determinado tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JOSÈ, Elisabete Assunção e COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem.
Editora Ática. São Paulo. 1997.
CARRAHER, Terezinha, CARRAHER, David e SCHLIEMANN, Ana Lúcia. Na vida
de, na escola zero. Editora Cortez. São Paulo. 1997.
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de
aprendizagem. 2ª ed. Editora Vozes: Petrópolis,1994.
TOLEDO, Marília & TOLEDO Mauro. Didática de matemática como
dois e dois: a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997.