Slides utilizados para apresentação do trabalho: Atividades em Alta Montanha na Disciplina de Nutrição em Atividade Física do Centro Universitário Univates, Lajeado-RS.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
Atividades em Alta Montanha | Nutrição em Atividade Física
1. CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
Curso de Nutrição
ATIVIDADES EM ALTA MONTANHA
Deize Zanchett | Fernanda Allebrandt | Julio Dessoy | Jeani Ferreira | Professora: Carla Haas Piovesan
2. ATIVIDADES EM ALTA MONTANHA
Nestas zonas elevadas das montanhas, a permanência dos seres humanos está sujeita
a fortes restrições e perigos.
Condições Meteorológicas
Elevada Distância a Povoações
Intensa Radiação Solar
Animais Selvagens
Avalanches / Frio
4000m
2500m
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010.
3. ATIVIDADES EM ALTA MONTANHA
No momento em que se decide tentar a subida a altitudes extremas, são
acrescentados alguns pontos à carga estressante diária, pois a escalada
impõe um acréscimo de estresse físico. Qualquer desgaste excessivo se
refletirá no desempenho cotidiano e alguns sintomas poderão ser
observados como:
Falta de Apetite
Perda de Peso
Depressão
Angustia
Irritabilidade
Hipertensão
Dores Crônicas
Concentração
Alterações Digestivas
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
4. ACLIMATAÇÃO
O processo pelo qual um ser vivo gradualmente se ajusta a condições
ambientais adversas, conseguindo sustentar seu desempenho e aumentar
suas chances de sobrevivência, como a hipóxia de altitude, que ocorre
quando há carência de oxigênio nos tecidos orgânicos, é conhecido como
aclimatação.
Ajustes Fisiológicos Rápidos
Impulso Para
Hiperventilação
Fluxo
Sangüíneo
(repouso)
Atenção
Os atletas devem iniciar um
treinamento intenso imediatamente
durante a aclimatação.
2300m
MCARDLE, William; KATCH, Frank; KATCH,Victor L. Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Editora Guanabara Koogan, 6ª ed, Rio de Janeiro 2008
5. RESPIRAÇÃO
O objetivo da respiração pulmonar é levar oxigênio do ar ao sangue e
extrair deste dióxido de carbono. Essa troca é feita nas paredes de milhares
de pequenos alvéolos existentes nos pulmões.
3000
m
Pressão de O2
Não é Suficiente para
fornecer um suprimento normal
5400
m
Pressão de O2
cai pela metade
Não é Suficiente para
manter os processos mentais.
Quando se estiver atuando em grande altitude, pode-se perder a capacidade de
julgamento necessária à sobrevivência!
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
6. SISTEMA CARDIOVASCULAR
Na chegada em uma grande altitude, o débito cardíaco aumenta
substancialmente devido a um incremento na freqüência cardíaca. Sob o
efeito da hipóxia, o volume sistólico para uma mesma taxa de esforço
diminui, porém praticamente não há alterações significativas na pressão
arterial sistólica.
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
7. SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Encontram-se diversas variações nas funções neuropsicológicas em
altitudes extremas, como alterações na:
Visão
Audiçã
o
Coordenação
Neuromuscular
Memóri
a
Velocidade das
Reações
A qualidade do “desempenho” de muitos montanhistas, nos picos
mais elevados do planeta, mostra que tarefas de precisão podem ser
realizadas em altitudes extremas, porém sempre exigirão mais
tempo e mais gasto energético, sobretudo por requererem maior
esforço de concentração
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
8. ALTERAÇÕES METABÓLICAS
Desidratação
Massa
Muscular
Perda de
Peso
TMB
Aumentada
O ar é frio e seco, ocorre a evaporação de uma quantidade
considerável de água corporal à medida que o ar é aquecido e
umedecido nas vias respiratórias.
A exposição prolongada a uma grande altitude reduz a
massa corporal magra, ocorrendo a atrofia de 20% das fibras
musculares .
Pode ocorrer uma perda de peso corporal de até 3% em 8 dias em uma elevação de 4.300 metros ou de até 15% após um
período de 3 meses em uma altitude de 5.300 a 8 mil metros.
A taxa metabólica basal aumenta com a chegada à altitude,
afetando ainda mais a tendência a perder peso.
MCARDLE, William; KATCH, Frank; KATCH,Victor L. Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Editora Guanabara Koogan, 6ª ed, Rio de Janeiro 2008
9. INGESTÃO ENERGÉTICA
Um dos maiores componentes do metabolismo energético que faz
aumentar os requerimentos de energia na altitude é o aumento da
T.M.B.
Este aumento pode estar relacionado com o estresse da altitude e com a
inadequada ingestão de energia.
TMB
+ Apetite =
Dificuldade
em atingir as
necessidades
Necessidades diárias podem variar entre 3800 e
6000 kcal/dia.
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
10. CARBOIDRATOS
O carboidrato é o nutriente mais importante, junto com a água, para a
nutrição do atleta praticante de esporte em alta montanha. O maior
aporte de carboidratos durante a ascensão à altitude parece minimizar os
sintomas de desconforto e reduzir a hipóxia.
Oxigenaç 60
ão
min
Arterial
60
+ Carboidrato
É fundamental manter o consumo de CHO durante o exercício, o que
pode ser feito ingerindo uma bebida com 6% a 8% de CHO/ml e, na
fase de recuperação , por meio do consumo de suplementos como bebidas
energéticas (20% de CHO/ml), géis de carboidrato e barras energéticas.
BUSS, Caroline; OLIVEIRA, Álvaro Reischak de. Nutrição para os participantes de exercício em grandes altitudes. Revista de Nutrição, vol 19. Campinas jan/fev 2006.
11. PROTEÍNAS
Sabe-se pouco sobre o metabolismo dos aminoácidos nas grandes
altitudes. Durante os primeiros dias em altitudes elevadas,
A hipóxia pode influenciar no metabolismo dos aminoácidos,
resultando em redução de 50% na síntese protéica. A hipóxia hipobárica
aguda ocorre grande perda de aminoácidos do músculo. Em condições
de hipóxia crônica, essa mudança levaria a hipotrofia muscular.
O déficit energético por si só resulta em aumento no uso das proteínas
como combustível metabólico, acarretando balanço protéico negativo.
1,2 a
1,8g
BUSS, Caroline; OLIVEIRA, Álvaro Reischak de. Nutrição para os participantes de exercício em grandes altitudes. Revista de Nutrição, vol 19. Campinas jan/fev 2006.
12. GORDURAS
Embora alimentos ricos em gorduras sejam densos em energia e
reduzam o aspecto peso/caloria do alimento carregado nas escaladas,
as gorduras requerem mais oxigênio para o metabolismo que os
carboidratos, fazendo que haja desperdício na taxa disponível de
oxigênio já limitado do alpinista.
Em altitudes entre 2.740 e 4.570m não observaram alteração no
metabolismo. Porém, em elevações que excedem os 6.300m a absorção de
gorduras parece ser reduzida.
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
13. HIDRATAÇÃO
O risco de desidratação pode, teoricamente, ser maior na altitude, devido
à baixa umidade do ar, à diurese aumentada nas primeiras horas de
exposição e ao aumento da ventilação pulmonar.
A desidratação é devida também à redução da ingestão de água, por
dificuldade em adquirir líquidos e pela perda da sensação de sede.
3a5
l /Dia
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010
14. MICRONUTRIENTES
A suplementação de vitaminas com função antioxidante poderia ser
desejável em grandes altitudes devido ao estresse oxidativo aumentado.
Quando há maior desgaste energético, como na atividade física
prolongada, durante mais de 60 minutos, torna-se necessário repor os
níveis de sais minerais, de modo a garantir o equilíbrio eletrolítico e
de energia.
Atletas que treinam na altitude devem avaliar os níveis de ferro
sérico, bem como os níveis de ferritina, hemoglobina e hematócrito. A
exposição à altitude causa aumento na resposta eritropoiética à
medida que o sistema de distribuição de oxigênio do sangue tenta
suportar a síntese elevada de hemoglobina na altitude.
BUSS, Caroline; OLIVEIRA, Álvaro Reischak de. Nutrição para os participantes de exercício em grandes altitudes. Revista de Nutrição, vol 19. Campinas jan/fev 2006.
15. ESTUDO DE CASO
!
Dados Antropométricos
Atleta: V.I.S.
Data Nascimento: 30/06/81
Idade: 30 anos
Peso: 69kg
Estatura: 176cm
IMC: 22,26 kg/m² Classificação: Eutrofia/ OMS
Estimativas Energéticas
EER = 662 – 9,53 x 30 + 1,9 [15,91 x 69 + 539,6 x 1,76]
EER = 662 – 285,90 + 1,9 [1097,79 + 949,69]
EER = 376,10 + 1,9 x 2.047,48
!
EER = 4.266,31 Kcal/dia
!
16. ESTUDO DE CASO
Atividade
Atleta pratica há 10 anos atividade de escaladas. No momento ele
e mais 25 atletas irão escalar o Pico do Aconcágua.
Local da Prática
Cordilheira dos Andes, aproximadamente 8000 km de extensão. É a
maior cadeia de montanhas do mundo. Sua altitude média gira
em torno de 4000 m e seu ponto culminante é o pico do Aconcágua
com 6962 m de altitude (22 841 pés).
!
17. ESTUDO DE CASO
Valores Previstos
Macronutriente
CHO
PTN
LIP
%
60
15
25
Kcal
2520
630
1050
g
630
157
116
g/kg/
peso
9,13
2,28
1,69
=
4200
Kcal/dia
Valores Encontrados
Macronutriente
4175
Kcal/dia
=
CHO
PTN
LIP
%
61
13
26
Kcal
2541
532
101,69
g
635
113
122
g/kg/
peso
9,21
1,93
1,77
18. SUGESTÃO DE CARDÁPIO
Café da Manhã
Pão
Maionese
Presunto
Queijo
Patê
Malto
dextria
Leite
Maçã
Desidratada
Sanduíche / Shake / Maçãs desidratadas
Lanche da Manhã I
CHO em Gel
Lanche da Manhã II
Repositor
Biscoito
Tipo Wafer Hidroeletrolítico
Barra Cereais
CHO em Gel/ Barra Cereais
Wafer/ Repositor
Hidroeletrolítico
19. SUGESTÃO DE CARDÁPIO
Macarrão
Instantâneo
Almoço
Sardinha
Molho Branco
Seleta Legumes
Suco de Uva
Macarrão com Sardinha e Molho Branco / Seleta de
Legumes / Suco de Uva
Lanche I
CHO em Gel
Goiabada
Lanche II
Polenguinho
Muffin
CHO em Gel/ Goiabada /
Polenguinho
Repositor
Hidroeletrolítico
Muffin /
Repositor Hidroeletrolítico
20. SUGESTÃO DE CARDÁPIO
Sopa Instantânea
Jantar
Pão Frances
Carne de Soja
Sopa de Carne / Pão Frances / Carne de Soja
Ceia
Leite
Maltodextria
Leite com Maltodextrina
21. ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
A comida deve ser leve. Comida pesada somente fará com que o
escalador gaste mais calorias montanha acima.
Faça com que a base das refeições, principalmente quando
envolve pernoite, seja os carboidratos.
A comida deve ser saborosa, este é o principal aspecto que
devemos levar em conta na hora de escolher a comida para
escalar em altitudes.
A comida deve ser rapidamente cozida. Comidas que exigem
tempos maiores para serem cozidas, significam mais
combustível, que por sua vez significa mais calorias para ser
carregado montanha acima (Exemplo: Cozinhar feijão).
WWW.ALTAMONTANHA.COM
22. ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
A comida deve tolerar o cozimento a temperaturas baixas, pois a
água diminui seu ponto de ebulição em aproximadamente 3ºC a
cada 1000 metros que subimos.Com o frio e altitude, a água
raramente passará dos 80ºC.
Durante o processo de aclimatação, é normal sentir náuseas e
falta de apetite. Escolha tipos de comida que lhe apeteçam.
Cozinhar em montanhas não é nada agradável.
Geralmente, após uma jornada inteira de escaladas, horas e
horas submetidos a temperaturas extremamente baixas, não é
nada agradável sair para coletar neve para cozinhar. É uma
das tarefas mais exaustivas de todas.
WWW.ALTAMONTANHA.COM
23. ALIMENTOS LIOFILIZADOS
Processo de Liofilização
+
+
Alimento
Congelamento
-30°C
=
Sublimação
Alimento
Liofilizado
Prós e Contras
+
+
•Durabilidade
•Não Necessita Refrigeração
•Propriedades Originais
•Baixo Peso / Volume
•Custo Elevado
•Baixa disponibilidade
+
R
2,00
$: 3
(Preç
édio)
om
www.liofods.com.br
25. ENTREVISTA
Primeiro estabelecemos dois locais, o acampamento base
(CB a cerca de 4500-5000m) abastecido no início da
expedição por um grupo grande de carregadores e animais
de carga e os outros acampamentos superiores (C1, C2, etc)
estabelecidos e carregados pelos próprios alpinistas.
No CB e durante as primeiras duas semanas
temos uma alimentação tal como a de casa.
Também a esta altitude temos água em
estado líquido .
Passadas duas semanas, os alimentos
frescos terminam e a alimentação passa a
ser: massas, arroz, farinha e alguma batata
ou outros alimentos em lata.
www.joaogarcia.com
João Garcia
Montanhista
44 anos
69 Kg 1,80m
Portugal
26. ENTREVISTA
Temos sempre que derreter neve e gelo para fabricar os
líquidos e esta é uma tarefa que ocupa bastante tempo . Cerca
de meia hora por litro, uns 3h para fazer os 6L que necessito
por dia e que ingiro sob a forma de sopas instantâneas, café
ou para encher os cantis com aditivos isotónicos .
Pela manhã, como bolachas com compota e com muito
chá , durante o dia de escalada como barras
energéticas e bebida do cantil com mistura de sais e
bebida isotónica com aminoácidos, a tarde é chegado a
outro acampamento. Se puder, como uma lata de atum
e pão seco com mais chá preto (diurético), a noite como
uma sopa bastante líquida e chocolate,
Normalmente perco 1kg de peso por semana
a partir da 3ª semana de expedição e quando
regresso a casa tenho uns 3 kg a menos.
www.joaogarcia.com
27. REFERÊNCIAS
!
!
BIESEK, Simone; ALVES, Letícia Azen; GUERRA, Isabela. Estratégia de Nutrição e
Suplementação no Esporte. 2 ed. Ed Manole. São Paulo, 2010.
!
BUSS, Caroline; OLIVEIRA, Álvaro Reischak de. Nutrição para os participantes de exercício em
grandes altitudes. Revista de Nutrição, vol 19. Campinas jan/fev 2006.
!
MARSKI, Davi. Reposição hídrica e energética em atividades de longa duração – Incluindo
escalada de alta montanha. Publicado em abril de 2010. Disponível em http://
www.blog.marski.org/?p=1443. Acesado em 24 mar 2012.
!
MCARDLE, William; KATCH, Frank; KATCH, Victor L. Fisiologia do Exercício: energia,
nutrição e desempenho humano. Editora Guanabara Koogan, 6ª ed, Rio de Janeiro 2008.
!
POWERS, Scott K; HOWLEY, Edward T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao
condicionamento e ao desempenho. Ed Manole, São Paulo, 2000.
!
!