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PALATNIK, Abraham (1928). Nascido em Natal (RN). Indo muito novo para Israel, fez sua
aprendizagem em Tel Aviv, freqüentando os estúdios do pintor Aron Avni e do escultor
Sternhus e se tornando aluno de estética de Shor. Retornando em 1948 ao Brasil fixou-se no
Rio de Janeiro, onde deu continuidade a seus estudos teóricos com Mário Pedrosa.

Começou sua carreira como pintor não-figurativista, utilizando ainda pincéis e suportes
tradicionais. Mas já em 1949 deu início a pesquisas no campo da luz e do movimento. Dotado
de raro engenho mecânico, construiu aparelhos cinecromáticos e passou a aplicar à criação
estética os recursos da tecnologia. Exibindo um desses aparelhos na I Bienal de São Paulo, em
1951, mereceu do júri menção especial, porquanto seu envio, mesmo não se enquadrando em
nenhum dos meios expressivos tradicionais, impressionou vivamente os jurados. De 1953 a
1955 Palatnik integrou o Grupo Frente, tomando parte em suas exposições. Simultaneamente,
dedicava-se à criação de processos de controle visual e automático de utilização industrial,
patenteava máquinas e inventava em 1962 um jogo de percepção intitulado Quadrado Perfeito.

Internacionalmente reconhecido como um dos pioneiros mundiais da arte cinética, Palatnik
(que participou de várias Bienais de São Paulo e realizou individuais dentro e fora do Brasil)
pinta, se se pode assim dizer, diretamente com a luz, uma luz projetada que, combinando-se a
outras luzes, gera imagens que se multiplicam no screen, um pouco à maneira de um
caleidoscópio, só que subordinada às intenções do artista. Como escreveu a seu respeito o
crítico Mário Pedrosa, em 1951:

- A cor, enfim, se liberta dos restos de sua existência, dependente do objeto, de seu
materialismo local, químico. Torna-se agora pura, direta, oriunda de fontes luminosas artificiais.
Uma cor pigmentária fixada na tela é um acidente que pode sempre ser removido. A que
provém de fontes luminosas, entretanto, projeção de luzes coloridas, é ao mesmo tempo
concreta e imponderável. Com efeito, uma ou mais fontes de luz cromática podem ser
projetadas simultaneamente em vários lugares. O novo aparelho de Palatnik é uma caixa de
quatro paredes: em cada parede uma abertura. Cada lâmpada pode projetar um foco luminoso
em vários lugares ao mesmo tempo. O novo aparelho não dá apenas um só movimento -
horizontal - como o primeiro: mas outro movimento contrastado por uma segunda direção
vertical, que age como uma espécie de contraponto. Abrem-se com isso possibilidades sem
limite às cores cinéticas. O amarelo, por exemplo, não precisa mais do cádmio para
desabrochar, pois uma projeção de luz que atravessa as lentes pode gerar a mescla cinética do
verde e do carmesim e nos dar uma percepção do amarelo. A luz transforma-se em meio de
expressão plástica graças às suas próprias qualidades, como a fluidez, a irradiação, o
dinamismo, a descontinuidade, a infiltração, o expansionismo envolvente, arrefecimento, etc.
Ela cria, além disso, formas negativas e volumes espectrais.

                        Aparelho cinecromático (objeto cinético), 1958;
                  1,10 X 0,70 X 0,20, Museu de Arte Contemporânea da USP.

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