01. Debora Miceli - Treinamento e Desenvolvimento: Introdução e História
1. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
Versão 1 - 2017 Direitos Reservados – Debora Miceli
Introdução ao Treinamento & Desenvolvimento
Matéria: Treinamento & Desenvolvimento
Debora Miceli
Versão: 1.0 – Agosto/2017
2. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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‘Treinamento’ na Pré-História
Desde os tempos pré-históricos, os
trabalhos dos adultos foram
ensinados às crianças para prepará-
los para a idade adulta. Ao longo dos
séculos, as sociedades mudaram,
tornaram-se mais complexas.
Os tipos de trabalho a serem
realizados, as habilidades necessárias
e as ferramentas usadas para fazer o
trabalho também mudaram. (Sleight,
1993)
Imagem: Brasil Escola
Imagem: Brasil Escola
3. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Breve História do Treinamento
SéculoXVIII
Nos primórdios do
“sistema de fábrica”
as competências
eram elementos
chaves da eficácia
empresarial, por isso
a capacitação
empresarial se
tornou relevante.
Apartirde1880
O crescimento do
trabalho
especializado fez
com que o
treinamento
começasse a ser
sistematizado. Isso
contribuiu para a
diminuição de erros
e ampliação da
capacidade para
realização de tarefas.
1900
Em meados de 1886,
cidades industriais
nos EUA e Europa
passam a possuir
escolas
governamentais para
dar suporte a
formação dos
profissionais. O
College of
Engineering nos EUA
é um exemplo.
1930
A partir de 1930, o
treinamento deixa
de ser uma atividade
administrativa e se
torna parte da
estratégia
empresarial. As
ciências
comportamentais
passam a ser
referenciadas.
Anos70
Com o aumento da
competitividade e
rápida evolução
tecnológica, o
treinamento passa a
ser fundamental
para permitir que o
negócio acompanhe
essas mudanças.
4. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Relação Homem-Trabalho na Administração Científica
“O modelo industrial de trabalho, tal como desenhado pelo paradigma da administração científica, instituiu
uma relação entre o ser humano e o trabalho que dificultou a utilização de seu potencial de atividade
laboriosa na realização de sua condição ontológica.” (BOOG, 1994, p. 19)
Imagem: Wikipédia
5. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Desenvolvimento na Administração Científica
A capacitação dos indivíduos é um elemento fundamental na cadeia de produção, é o meio que garante a
competência requerida para a perfeita realização das tarefas.
Neste momento, era esperado o know-how dos colaboradores que é a capacidade de realizar a tarefa de
acordo com o padrão, resultado e tempo definido pelo planejamento. (BOOG, 1994, p. 22)
Imagem: Wikipédia
6. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Administração & Psicologia
O trabalhador foi assumido como um ser fragmentado em habilidades e traços de personalidade.
A habilidade era entendida como algo objetivo dentro do indivíduo que ocorria
independentemente de ser descoberto por alguém e que poderia ser mensurado.
Os traços de personalidade eram as características comportamentais do indivíduo.
Foi criado o perfil que era o conjunto de requisitos exigidos de um indivíduo para a realização do
trabalho.
A necessidade de treinamento era mensurada por meio da análise entre o perfil e a desafasagem do
que o indivíduo indicava.
7. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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O Treinamento... Do taylorismo ao comportamentalismo...
O treinamento primeiramente foi visto como atividade regulatória contribuía
para o controle do desempenho a partir da modelagem do perfil e era
considerado um evento isolado.
Na Teoria dos Sistemas, o treinamento passa a ser dividido também em
desenvolvimento; este, como um processo de ampliação da capacidade e
potencialidade do indivíduo. O treinamento então se configura como uma
pré-condição do desenvolvimento.
Na fábrica taylorista o ser humano foi assumido como um conjunto de
atributos articulados de modo complexo a serem manipulados em função de
valores oriundos de sua relação com as tarefas ou a ele designadas ou seu
nível hierárquico de poder.
A partir de 1970, emergem mudanças radicais e o novo paradigma do RH
torna-se controlar resultados e não mais processos. O know-how passa a ser
substituído pelo know-why que visa a capacitação como um processo de
autorregulagem uma vez que os cargos não eram mais estáveis.
(BOOG, 1994, p. 23-27)
8. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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O Treinamento... Do taylorismo ao comportamentalismo...
No paradigma da Administração Científica, a sistematização do treinamento
divide com o planejamento das tarefas a função do controle do desempenho.
No caso do paradigma emergente, a ausência de tarefas previamente
programadas faz com que a capacitação assuma quase que sozinha a
responsabilidade da performance.
A capacitação profissional vai além de aquisição de informações, mudanças
de atitudes e desenvolvimento de habilidades, passa a incluir revisão de
significados e referenciais de ações, isto é, fomentar a autocrítica e
reelaborar a forma como vê o ambiente e a necessidade de trabalhar de
forma adequada.
Neste novo paradigma, em um ambiente cheio de desafios e constantes
mudanças, o indivíduo conta com a ajuda da equipe, de sua experiência e de
sua maturidade.
(BOOG, 1994, p. 23-27)
9. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Treinamento, Educação e Desenvolvimento
O treinamento ensina ao aluno como fazer uma tarefa
específica, como executar uma máquina ou fazer uma camisa.
A educação é instrução no conhecimento mais geral da
sociedade, como a história da sociedade ou o conhecimento
da matemática
O desenvolvimento é desenvolver condições para que o
conhecimento seja aplicado de forma autonôma.
10. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Linha do Tempo: Fatos Relevantes
1911: Frederick Taylor publica
livro chamado Gestão
Científica a fim de demonstrar
como se reduz o tempo não-
produtivo no trabalho.
1917: Charles R Allen cria o
“Show, Tell, Do and Check”
método de treinamento
responsável por aumentar a
produtividade dos
trabalhadores dos estaleiros.
1941: durante a 2ª Guerra
Mundial os EUA
desenvolveram o JIT (job
instruction training) para
facilitar a aprenizadagem “on-
the-job”
1950: após a 2ª Guerra, as
companhias precisaram
reduzir custos e acelerar o
desenvolvimento das pessoas,
fazendo uso das instruções de
trabalho.
1954: Donald Kirkpatrick
descreve os 4 Níveis de
Avaliação de Aprendiz-agem,
dando aos profis-sionais a
primeira ferra-menta de
avaliação dos programas de
treinamento
1956: Benjamin Bloom liderou
um comitê na publicação da
Taxonomia de Objetivos
Educacionais.
1956: O Sistema de Design
Instrucional nasceu a partir do
desejo de levar as várias peças
do processo instrucional a um
sistema efetivo.
1960: A primeira instrução
assistida por computador é
lançada na Universidade de
Illinois com o sistema PLATO.
11. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Linha do Tempo: Fatos Relevantes
1961: McDonald's fundou
a Hamburger University, a
primeira universidade
corporativa.
1970: O conceito de
design instrucional foi
primeiro articulado por
Robert Glaser.
1970: Malcolm Knowles
origina o termo
aprendizagem informal.
1983: Howard Gardner
apresenta a teoria das
inteligências múltiplas.
Treinamento baseado em
informática (computer
based-training) dos anos
1980 usa os métodos de
instrução individualizada.
1990: A aprendizagem
combinada (blended
learning) cresce à medida
que percebem que eos
digitais não atingem 100%
dos resultados
O termo elearning estreia,
mas cresce em
popularidade quando Jay
Cross começa a usá-lo em
2004.
1990: Lorin Anderson revisa o
modelo da Taxonomia de
Bloom.
12. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Linha do Tempo: Fatos Relevantes
2000: A aprendizagem móvel
entra no léxico de
treinamento no início do novo
século, mas a aprendizagem
móvel realmente não começa
a ganhar força.
2002: Nick Pelling substitui o
termo gamificação.
2008: Os MOOCs começam a
ver o uso na educação a
distância.
2008: O sucesso dos sites
pessoais de redes sociais
chama a atenção dos
departamentos de
treinamento, e o conceito de
aprendizagem social assume
novas dimensões.
2012: Popularização do Big
Data e Crowdlearning
2014: Início dos
Microlearnings
2015: Internet of Things (IoT)
– conexão entre dispositivos
2016: Popularização da
Realidade Virtual
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Donald Kirkpatrick
Donald Kirkpatrick, professor emérito da Universidade de Wisconsin e ex-presidente da Sociedade
Americana de Treinamento e Desenvolvimento (ASTD), publicou pela primeira vez seu Modelo de Avaliação
de Treinamento de Quatro Nível em 1959, no Jornal de Treinamento e Desenvolvimento dos EUA.
O modelo foi então atualizado em 1975, e novamente em 1994, quando publicou seu trabalho mais
conhecido, "Avaliando Programas de Treinamento".
Os quatro níveis são:
1. Reação.
2. Aprendizado
3. Comportamento.
4. Resultados
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Benjamin Bloom
Em 1948, Benjamim Bloom liderou um comitê na publicação da Taxonomia de Objetivos Educacionais, que
ajudou os treinadores a combinar melhor a informação com os métodos de instrução.
Avalia
ção
Síntese
Análise
Aplicação
Compreensão
Conhecimento
Fonte: The University of Georgia
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Tendências...
Autoaprendizagem
dirigida
Cursos completos,
interligados e não-
sequenciados
Escolha do que me
interessa mais
Aprendizado seletivo
Análise da base
educacional
Social Learning
Crowdlearning
Conteúdo gerado por
usuários (user
generated content)
Fóruns, Wikis
Chats, Blogs
Canais de Vídeos
Perfil de colaboradores
Comunidades
Mensagens instantâneas
Microlearning / Rapid
Learning
Leituras rápidas
Vídeos curtos
Áudios curtos
Palavras para
memorização
Flashcards
Quizzes
Conhecimento Aplicado
Aprendi e me ajudou, eu
volto!
Perdi meu tempo, não
me chama de novo..
Experiência imersiva
Personalização massiva
Wearables – óculos,
tênis e etc
Big-data – inteligência
artificial
Chatbots – chats com
dados
Internet of Things (IoT) –
conexão entre
dispositivos
Realidade Aumentada/
Realidade Virtual (AR &
VR)
16. Matéria – Treinamento e Desenvolvimento
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Bibliografia
• ARMSTRONG, Patricia. Bloom's Taxonomy. 2017. Vanderbilt University · The Center for Teaching. Disponível em:
<https://cft.vanderbilt.edu/guides-sub-pages/blooms-taxonomy/>. Acesso em: 05 ago. 2017.
• BOOG, Gustavo. Manual de Treinamento e Desenvolvimento ABTD - 2ª Ed. 1994. São Paulo: MAKRON Books, 1994.
• CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos. 7ª Ed. São Paulo: Manole, 2009.
• CINFOGRAPHICS, E-learning. The History of Training and Development Infographic. 2016. Disponível em:
<http://elearninginfographics.com/history-training-development-infographic/>. Acesso em: 05 ago. 2017.
• FOREHAND, Mary. Bloom's Taxonomy. 2017. The University of Georgia. Disponível em:
<http://epltt.coe.uga.edu/index.php?title=Bloom's_Taxonomy#Revised_Bloom.27s_Taxonomy_.28RBT.29>. Acesso
em: 05 ago. 2017
• PARTNERS, Kirkpatrick. The Kirkpatrick Model. 2017. Disponível em: <http://www.kirkpatrickpartners.com/Our-
Philosophy/The-Kirkpatrick-Model>. Acesso em: 05 ago. 2017.
• SLEIGHT, Deborah Alpert. A Developmental History of Training in the United States and Europe. 1993. Disponível
em: <https://msu.edu/~sleightd/trainhst.html>. Acesso em: 05 ago. 2017.