O documento descreve o bullying e suas formas, incluindo o cyberbullying. [1] O bullying caracteriza-se por agressões repetidas entre pessoas da mesma idade em um mesmo espaço, geralmente praticado por aqueles que buscam popularidade através da dominação. [2] O cyberbullying é uma forma de assédio online que pode ser ainda mais cruel devido à exposição permanente da vítima e dificuldade de identificar os agressores. [3] Escolas precisam adotar medidas como revisar currículos e oferecer treinamento para lid
1. MATERIAL DE APOIO
Bullying
Bullying é uma palavra da língua inglesa que significa ‘intimidação’ ou ‘amedrontamento’. Não
existe uma palavra equivalente em português e, por conta disso, alguns sugerem a utilização dos
termos: violência moral ou maltrato entre pares.
A primeira coisa que caracteriza o bullying é que se trata de um fenômeno de grupo em que a
agressão acontece entre iguais, ou seja, pessoas que tem mais ou menos a mesma idade e que
convivem em um mesmo espaço. Essas situações ocorrem, também, de maneira repetitiva.
Os autores, geralmente, são aquelas pessoas que tiveram uma socialização muito rígida e que não
aceitam a diferença. Andam em grupos e adotam uma postura intolerante e agressiva
demonstrando, no dia a dia da escola, uma atitude preconceituosa e discriminatória. É uma pessoa
que busca ser popular por meio da manipulação e de dominação.
O bullying e o cyberbullying no contexto escolar
Nas escolas, cada vez mais, o bullying é visto como um assunto muito sério, que traz efeitos
adversos para a saúde e o bem-estar de alunos, tornando os ambientes educacionais mais
inseguros. A intenção do bullying é provocar dor ou medo; é sistemático e repetido ao longo do
tempo, e envolve um desequilíbrio de poder.
O bullying pode tomar várias formas, como rir de alguém, provocar, usar apelidos pejorativos,
manipulação psicológica, violência física ou exclusão social. Um agressor pode operar sozinho ou
com um grupo de colegas.
O cyberbullying, por sua vez, é uma forma de assédio que ocorre por e-mail, celular, mensagens
de texto, blogs, Facebook, Twitter, dentre outros. Alguns estudiosos afirmam que o cyberbullying é
ainda mais cruel que o bullying tradicional, pois:
-
no espaço virtual, os xingamentos e as provocações atormentam a pessoa permanentemente.
Antes, o constrangimento ficava restrito ao contexto da escola. Agora chega em sua própria
casa e nos outros lugares em que se acessa a internet;
-
crianças, adolescentes e jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de
mensagens via celular. Muitas vezes eles e elas se expõem mais do que devem;
-
a internet permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o/a agressor/a pois ele/a
cria perfis falsos nos sites de relacionamento e e-mails. Fica mais complicado denunciar e quem
sofre o bullying se sente ainda mais impotente.
Alunas e alunos que sofrem bullying ou cyberbullying têm maior propensão a sofrer de depressão,
solidão, ansiedade, se afastar das outras pessoas ou, ainda, temer seus colegas. Muitas alunos/as
que vivenciam este tipo de violência, faltam às aulas ou fingem estar doentes para não ter que
admitir a perda de livros, equipamentos ou dever de casa.
A escola e o bullying
2. De forma geral, a questão do bullying não costuma ser abordada na formação docente e no
currículo escolar. Contudo, existem algumas medidas que precisam ser tomadas, como por
exemplo:
1. Revisar os materiais e as mensagens das principais disciplinas que fazem parte da formação de
professores e do currículo escolar, removendo quaisquer elementos que reforcem o preconceito
e os estereótipos.
2. Preparar o currículo a partir de uma abordagem baseada nos Direitos Humanos, inclusive dos
homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais.
3. Fornecer formação inicial e continuada no próprio espaço da escola sobre as competências
necessárias para lidar com o bullying e o cyberbullying.
4. Coletar evidências sobre intervenções efetivas, incluindo intervenções para a escola como um
todo e intervenções específicas, dirigidas tanto às vítimas quanto aos autores desse tipo de
violência.
5. Identificar possíveis parceiros que possam apoiar a implementação de intervenções (incluindo
projetos piloto nas escolas), como organizações governamentais e da sociedade civil.
Assim, para desenvolver estratégias de intervenção e prevenção ao bullying na escola é necessário
que toda a comunidade escolar – direção, docentes, funcionários que trabalham na escola,
familiares - esteja consciente da existência do fenômeno e, sobretudo, das consequências que ele
pode causar na vida das crianças, adolescentes e jovens.
Uma vez identificado o bullying, cabe à escola se posicionar radicalmente contra esse tipo de
violência convocando os educadores, funcionários, alunos, pais e mães para uma boa conversa.
Aos professores caberia promover ações positivas de respeito e valorização das diferenças e do
respeito à igualdade e à dignidade humana.
Caberia, ainda, à Direção da escola e à Diretoria Regional de Ensino estabelecer parcerias com os
serviços de assistência médica, social, psicológica e jurídica para o atendimento tanto de quem
sofreu a violência quanto de seus agressores, alertando-os, inclusive, sobre as consequências
legais que o bullying pode causar.
Vale reforçar que, medidas pontuais não costumam ser eficazes. É preciso ter em mente que a
escola não é apenas um local de ensino formal. É, também, um local de formação em cidadania e
de conhecimento dos direitos e deveres humanos.
Sugestões de trabalho com o tema Bullying
Atividade 1 – Diferentes tipos de violência
Objetivo
Materiais
Tempo
Ciclo
Conhecer e
reconhecer os
Um diagrama e a folha com os
tipos de violência para cada
Duas
A partir do
6º ano do
3. diferentes tipos de
violência.
participante; caneta ou lápis.
horas
ensino
fundamental.
Passo a passo
-
Distribua o diagrama e a lista dos tipos de violência para cada participante (abaixo).
-
Explique que, em cada linha, existe um tipo de violência especificado na lista tipos de
violência*.
-
Solicite que preencham os quadradinhos de acordo com o número de letras e com a palavra
correspondente à definição.
-
Quando não souberem, peça que prestem atenção nos números que existem abaixo dos
quadradinhos e que preencham todos os que tiverem com o mesmo número de uma letra que
já está impressa. Por exemplo, se o número da letra L é 12, que escrevam a letra L em todos
os lugares em que aparece esse número.
-
Dê cerca de 20 minutos para que todos preencham o quadro e corrija o exercício. Explique cada
uma das formas de violência que apareceram no diagrama, e peça que, lembrando do gráfico
que fizeram, quais são as violências que apareceram: física, psicológica, sexual, moral,
baseada em gênero, bullying, cyberbullying, institucional ou patrimonial.
-
Abra para o debate para as dúvidas e comentários.
______________________________________________________
Tipos de violência
1. ação ou omissão destinada a controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra
pessoa por meio da ameaça, humilhação, exclusão ou qualquer outra conduta que prejudique a
autoestima ou o desenvolvimento de uma pessoa.
2. ação destinada a caluniar, difamar ou injuriar a honra ou a reputação de uma pessoa.
3. ação ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa.
4. tipo de violência motivada por desigualdades – orientação sexual diferente da heterossexual, de
gênero, étnico-raciais, econômicas etc. –
existentes em uma sociedade. Essas violências
aparecem em diferentes instituições como a escola, o serviço de saúde etc..
5. ato que implica em destruir ou esconder objetos ou documentos pessoais de outras pessoas..
6.
qualquer ato sexual não desejado ou a tentativa de obtê-lo por meio de ameaça ou chantagem.
Aparece por meio de piadas; comentários grosseiros sobre o corpo de outra pessoa; tocar
certas partes do corpo de uma pessoa sem pedir autorização; recusa de usar o preservativo
para prevenir uma infecção sexualmente transmissível ou
HIV/Aids ou, ainda, se recusa a
utilizar o preservativo ou outro método contraceptivo para evitar uma gravidez. .
7. tipo de violência que acontece pelo fato de uma pessoa ser homem ou mulher. Por exemplo:
xingamentos no trânsito do tipo ‘ vá pilotar o tanque dona Maria’ ou pressionar um homem
para transar quando não quer dizendo que se ele não topar é porque ele é gay.
8. um fenômeno de grupo em que a agressão acontece entre iguais, ou seja, pessoas que tem
*
Respostas: 1- psicológica; 2- moral; 3- física; 4- institucional; 5- patrimonial; 6- sexual; 7- baseada em gênero;
8- bullying; 9- cyberbullying.
4. mais ou menos a mesma idade e que convivem em um mesmo espaço.
9. são mensagens difamatórias ou ameaçadoras circulam por e-mails, sites, blogs, celulares, sites
de relacionamento como o Orkut,o Facebook ou o Twitter
Diagrama
1
G
16
19
09
03
2
15
12
07
15
I
09
03
01
R
13
15
18
01
3
12
I
06
09
19
4
09
03
T
09
5
14
19
U
20
P
01
09
20
21
03
09
15
14
01
12
R
16
01
20
6
18
09
13
15
14
09
01
12
X
19
7
05
23
21
01
S
02
01
19
12
E
05
01
04
8
01
N
05
13
26
09
07
05
14
14
07
L
02
21
12
12
14
9
07
Y
03
09
02
05
18
02
21
12
12
26
__________________________________________________________
05
18
15
5. Atividade 1 - Sadako e os Tsurus1
Objetivo
Refletir sobre a paz e a
Duração
± 1h30
generosidade.
Materiais
Folhas de papel quadradas
e barbantes.
Passo a passo
-
Convide um grupo de crianças para escutar uma história chamada Sadako e os Tsurus
enquanto constroem um pássaro.
-
Explique que, lá no Japão, as crianças costumam fazer animaizinhos de papel usando uma
técnica chamada origami, ou dobradura em português. Um desses animais é um pássaro
chamado Tsuru que, no Brasil, tem o nome de grou. Segundo a tradição oriental, quem faz
1000 tsurus terá um desejo atendido. O mundo inteiro ficou sabendo dessa tradição a partir da
história de uma menina chamada Sadako Sassaki2.
-
Distribua pedaços de papel quadrados para todos e construa o tsuru em conjunto com as
crianças para elas entenderem o passo a passo
-
Peça que dobrem o papel ao meio e que dobrem novamente o papel ao meio levando uma
ponta sobre a outra
-
Inicie a história: Sadako Sasaki nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade
quando os americanos lançaram uma bomba atômica sobre a cidade. Como ela, a mãe e o
irmão viviam longe do lugar em que a bomba foi jogada, pareciam estar bem. Só que quando
fugiram da cidade eles foram encharcados pela chuva negra radioativa que caiu sobre
Hiroshima ao longo daquele dia.
-
Peça que as crianças dobrem apenas uma das pontas até a metade do triângulo fazendo um
vinco. Em seguida, peça que, agora, elas dobrem a aba sobre si mesma gerando um losango de
modo que a ponta que estava à esquerda aponte agora para baixo. Explique que é preciso fazer
o mesmo do outro lado
1
A construção do tsuru pode ser difícil para as crianças. Pode-se utilizar uma dobradura de pássaro mais simples.
Uma apresentação em power point com essa história está disponível em: http://www.slideshare.net/criscorre/sadakosasaki-2710975
2
6. -
Continue a contar a história:
Retomando suas vidas após o término da guerra, Sadako e sua família viviam normalmente.
Ela era uma garota aparentemente saudável até completar doze anos de idade. Em janeiro de
1955, durante uma aula de educação física, Sadako, que adorava corridas, sentiu-se mal, com
tonturas. Alguns dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela caísse no chão,
sem sentidos. Socorrida e levada a um hospital, depois de alguns dias surgiram marcas escuras
em seu corpo e o diagnóstico foi de leucemia, uma doença que já estava matando outras
crianças expostas à bomba. Na época a leucemia era até chamada de "doença da bomba
atômica".
-
Peça que, agora, façam um vinco na dobradura e que depois peguem a ponta da aba de cima e
desdobre-a para cima puxando as laterais para dentro de modo a formar um novo losango.
Faça o mesmo do outro lado
-
Continue a história:
Um dia, a melhor amiga de Sazako, Chizuko Hamamoto foi visitá-la no hospital. Chizuko fez
uma dobradura de tsuru e presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
-
Explique que elas devem dobrar cada uma das laterais conforme o esquema abaixo, fechando a
dobradura e unindo as duas partes. Depois, peça que elas façam o mesmo do outro lado de
modo que as faces que se veem agora sejam aquelas que estavam dobradas antes.
7. -
Quando todas as crianças fizerem corretamente as três dobraduras, reinicie a história
contando:
Sadako decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a doença avançava
rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada, prosseguia dobrando lentamente os pássaros.
Em dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e mais do que
desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz para toda a humanidade, para que
nenhuma criança mais sofresse pelas guerras. Ela disse sobre os tsurus: "Eu escreverei PAZ
em suas asas e você voará o mundo inteiro".
-
Continue a construção do tsuru explicando que é preciso dobrar cada uma das laterais
conforme o esquema abaixo. Peça que fechem a dobradura unindo as duas partes e Faça o
mesmo do outro lado de modo que as faces que se veem agora sejam aquelas que estavam
dobradas antes; dobre as pontas de baixo para cima e em uma delas inverta a ponta para
dentro de modo a criar a cabeça do tsuru.
-
Contando que: Na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako montou seu último tsuru e
faleceu. Ela fez 644 tsurus. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e
estes dobraram os tsurus que faltavam para que fossem enterrados com ela.
-
Puxe as pontas para fora e infle por baixo de modo a armar o corpo do pássaro.
-
Termine a história contando que os colegas de Sadako ficaram muito tristes e decidiram iniciar
uma campanha para construir um monumento em memória à Sadako e à todas as crianças
mortas e feridas pela guerra. Com doações de alunos de cerca de 3100 escolas japonesas e de
mais nove países, em 1958, foi erguido em Hiroshima o MONUMENTO DAS CRIANÇAS À
PAZ, também conhecido como Torre dos Tsurus, no Parque da Paz.
-
Peça que as crianças abram as asas do tsuru.
8. -
Quando todos os tsurus ficarem prontos, proponha que eles sejam amarrado com um
barbante, formando uma corrente de tsurus a ser pendurados em algum lugar da escola.
Ideias principais
Educação em Direitos Humanos é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e
estilos de vida que se baseiam, entre outros, no respeito à vida, ao ser humano e à sua dignidade;
no combate à violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; e na adesão aos
princípios da liberdade, justiça, solidariedade e tolerância, buscando a compreensão entre os
povos, entre as comunidades e entre as pessoas. Para guiar essas ações, a Organização das
Nações Unidas elaborou um manifesto , em que constam seis pontos: respeitar a vida; rejeitar a
violência; ser generoso; ouvir para compreender; preservar o planeta; redescobrir a solidariedade.
9. Atividade 3 - Bullying: o que é isso?
Objetivo
Duração
Materiais e recursos
Compreender o que é o
1h30 minutos
Revistas, jornais, cartolina, cola,
bullying e discutir como é
canetões, papel craft
possível lidar com essa
situação na escola.
Passo a passo
-
Previamente, selecione materiais impressos - revistas, jornais, textos simples, gravuras - que
possam ser utilizados na atividade para facilitar a compreensão sobre o que é o bullying.
-
Antes de iniciar a atividade, também coloque cartazes em toda a escola com a seguinte
palavra: BULLYING????.
-
Reúna as pessoas da comunidade que peça que se dividam em dois ou três grupos, de acordo
com o número de participantes.
-
Pergunte se viram os cartazes colados na escola com a palavra bullying.
-
Distribua os materiais e peça que cada grupo elabore um conceito que explique o que é
bullying.
-
Em seguida, peça que elaborem uma colagem que facilite a compreensão do que vem a ser o
bullying.
-
Quando terminarem as colagens, peça que cada grupo apresente sua construção.
-
Ao fim das apresentações, abra para o debate a partir das seguintes questões:
1. Vocês já presenciaram alguma situação de bullying na escola? Qual?
2. O que é possível fazer para acabar com esta situação na escola?
-
Encerre a atividade explicando de onde vem o conceito de bullying.
Ideias principais3
O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Como verbo,
quer dizer ameaçar, amedrontar, tiranizar, oprimir, intimidar, maltratar. O primeiro a relacionar a
palavra ao fenômeno foi o professor Dan Olweus, da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as
tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido
algum tipo de ameaça ou humilhação.
Ainda não existe termo equivalente em português, mas alguns psicólogos e estudiosos do assunto
o denominam "violência moral", "vitimização" ou "maus tratos entre pares", uma vez que se trata
de um fenômeno de grupo em que a agressão acontece entre iguais como, por exemplo, alunos de
uma escola.
3
REVISTA NOVA ESCOLA. Bullying, um problema que merece tradução. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/bullying-problema-merece-traducao-475045.shtml. Acesso em 22 de
novembro de 2012.
10. Atividade 5 - Concurso de paródias
Objetivo
Duração
Materiais e recursos
Desenvolver paródias que favoreçam a
1 hora
Espaço para as pessoas se
compreensão do que é bullying.
reunirem
Passo a passo
-
Convide pessoas de todas as idades para participarem de uma atividade sobre relacionamento
humano.
-
Explique a todos que a atividade terá como tema o bullying e a importância de se prevenir esse
tipo de violência em todas as áreas do relacionamento humano.
-
Explique o que vem a ser bullying e que esse tipo de prática tem, infelizmente, permeado o
cotidiano escolar .
-
A seguir divida a turma em quatro grupos, e incentive cada grupo a escolher uma música e
criarem uma paródia4 falando da importância de se prevenir o bullying na escola e na
comunidade.
-
Finalize propondo um concurso de paródias e coreografias contra o Bullying na própria escola.
-
Concurso de paródias
-
Divida a turma em grupos, e incentive cada grupo escolher uma música e criarem uma parodia
contra o Bullying. Para finalizar a atividade, poderá ser criado um concurso de paródias e
coreografias contra o Bullying na própria turma ou na escola.
Ideias principais
O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares, sendo
sua incidência maior entre os estudantes, no espaço escolar.
É caracterizado pela intencionalidade e continuidade das ações agressivas contra a mesma
vítima, sem motivos evidentes, resultando danos e
sofrimentos e dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimização.
É uma forma de violência gratuita em que a vítima é exposta repetidamente a uma série de
abusos, por meio de constrangimentos, abusos, ameaças, intimidação, ridicularização,
calúnia, difamação, discriminação,
exclusão, dentre outras formas, com o intuito de humilhar, menosprezar,
inferiorizar, dominar. Pode ocorrer em diversos espaços da escola ou fora dela, como
também em ambientes virtuais, denominado bullying virtual ou cyberbullying, onde
os recursos da tecnologia de informação e comunicação são utilizados no assédio.
4
Paródia é quando se coloca uma letra diferente em uma música popular. A maioria das pessoas que fazem uma paródia,
colocam humor na letra e na coreografia apresentada.
11. Atividade 6 – Varal do bullying e outras violências
Objetivo
Duração
Materiais
Identificar as formas
1h30
Barbante para o varal, fita crepe,
violência que ocorrem na
minutos
quatro folhas de papel (tamanho A4 ou
escola e na comunidade.
equivalente) para cada participante,
prendedores de roupa.
Passo a passo
-
Previamente, coloque 4 varais no espaço em que irá ocorrer a atividade.
-
Convide um grupo de crianças como mais de 7 anos ou adolescentes para participar da
atividade que tratará do tema prevenção da violência na escola.
-
Explique que a proposta é falar sobre as situações de violência que ocorrem na escola.
-
Distribua 4 folhas de papel para cada participante e peça que escrevam na primeira folha quais
foram as violências que elas ou eles já viveram na escola. Peça que, ao terminarem, coloquem
essas violências em um dos varais.
-
Em seguida, peça que escrevam em outra folha, quais foram as violências que elas ou eles já
praticaram contra outras pessoas da escola. Quando terminarem, peça que coloquem essas
violências no segundo varal.
-
Na terceira folha, elas e eles devem escrever como se sentem quando são vítimas de algum
tipo de violência e, depois, colocar as folhas em um novo varal.
-
Finalmente, na quarta folha, peça que escrevam como se sentem quando são violentos com
alguém.
-
Quando todos os varais estiverem com as folhas, leia o que foi escrito e colocado em cada um
deles, computando as situações que mais apareceram.
-
Abra uma roda de conversa, a partir das seguintes questões:
1. Quais dessas violências podem ser chamadas de bullying?
2. Vocês já sofreram ou presenciaram uma situação de bullying?
3. Como uma pessoa se sente quando sofre bullying?
4. Como nos sentimos quando praticamos o bullying contra alguém?
5. O que precisamos fazer quando sofremos bullying na escola ou na comunidade em que
vivemos? Para quem podemos pedir ajuda?
6. O que podemos fazer para prevenir situações de bullying ou de outras violências na escola
e na comunidade?
Ideias principais5
6
O bullying envolve todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas – adotadas por uma ou
mais pessoas contra outra – que acontecem sem motivação evidente, causando dor e angústia.
5
CAMPOS, Herculano Ricardo. JORGE, Samia Dayana Cardoso . Violência na escola: uma reflexão sobre o bullying e a
prática educativa. Disponível em: http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/1636/1302
6
O que fazer para evitar o bullying? Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/crianca-eadolescente/comportamento/bullying-escola-como-evitar-610519.shtml
12. Quando executado na escola, resulta em comprometimento da aprendizagem e a vontade de
estudar e de se relacionar com outras pessoas. Diferente da violência física, o bullying é um tipo de
violência velada, ou seja, pode não deixar marcas nem indícios suficientes para ser caracterizado
com crime.
Não obstante se caracterizar prioritariamente por formas não físicas de manifestação – como as
ameaças, os insultos, os apelidos cruéis e as gozações que
magoam profundamente, o bullying também se expressa ou resulta em formas físicas de agressão,
como empurrões, beliscões, cusparadas, etc. No interior das escolas, ele é observado, sobretudo,
nos momentos de maior socialização, como os recreios e a saída para casa, trazendo como
resultado a exclusão – na escola e da escola – de muitos estudantes.
A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), sugere as
seguintes atitudes para um ambiente saudável na escola:
-
conversar com os alunos e escutar atentamente reclamações ou sugestões;
-
estimular os estudantes a informar os casos;
-
reconhecer e valorizar as atitudes da garotada no combate ao problema;
-
criar com os estudantes regras de disciplina para a classe em coerência com o regimento
escolar;
-
estimular lideranças positivas entre os alunos, prevenindo futuros casos;
-
interferir diretamente nos grupos, o quanto antes, para quebrar a dinâmica do bullying.
13. Atividade 7 – Tapete
Objetivo
Duração
Materiais
Estimular o conhecimento
1h30
Folhas de papel de diferentes cores,
e o registro sobre
lápis de cor ou canetas de várias
aspectos da vida pessoal,
cores, cola, fita crepe, régua.
da comunidade e do
planeta.
Passo a passo
-
Peça aos participantes que fechem os olhos e que procurem se lembrar de suas histórias
pessoais e das histórias de suas famílias, pensando em suas origens, em sentimentos e
momentos marcantes, em sonhos etc. Enfim, em tudo aquilo que cada pessoa considere
representativo em sua vida.
-
Depois disso, peça escolham um pedaço de papel e que pintem símbolos ou imagens
relacionadas às suas lembranças. Explique que esse é um momento individual, que deve levar
o tempo necessário para que cada um se sinta à vontade ao expressar a sua história de vida.
-
Quando terminarem, peça que coloquem seus desenhos no chão formando um “tapete
redondo”.
-
Em seguida, peça que formem grupos de 4 ou 5 pessoas e explique que nesta segunda etapa,
os participantes deverão compartilhar o que sabem sobre a história da comunidade em que
vivem. Cada grupo poderá escolher algum fato, acontecimento e/ou característica da
comunidade para contar.
-
Quando terminarem a conversa, distribua novos pedaços de papel e peça que façam um novo
desenho com as ideias que discutiram em grupo. Para esse novo desenho, além dos materiais
disponíveis, poderão utilizar outros materiais como: terra, pedrinhas, folhas, flores etc.
-
Ao término desta etapa, proponha que os grupos coloquem suas produções entorno das
histórias individuais, formando uma mandala.
-
Distribua papeís azuis para os participantes e peça que, agora, escrevam mensagens voltadas
para a preservação do planeta. Explique que este planeta azul em que a espécie humana vive,
também existem muitas violências: muitos animais estão em fase de extinção, o ar cada dia
mais poluído, muitas indústrias despejam nos rios dejetos químicos etc.
-
Depois que as histórias estiverem organizadas, solicite que unam os pedaços de papel com
barbantes e fita crepe para não desmanchar a mandala.
-
Coloque a mandala na parede e abra para a discussão a partir das seguintes questões:
1. Como se sentiram participando dessa atividade?
2. Como poderíamos definir nossa comunidade?
3. Em nossa comunidade ocorrem situações de violência? Quais?
4. O que podemos fazer para que as pessoas de nossa comunidade sejam mais generosas e
solidárias umas com as outras?
14. 5. O que podemos fazer para tornar o planeta Terra mais saudável?
Ideias Principais
Para que mudanças aconteçam em nossa comunidade é necessário acreditar que cada pessoa é um
agente de transformação da própria vida e do mundo em que vive. Cada pessoa é parte integrante
de sua comunidade, por ela é influenciado, assim como também a influencia. Nossas atitudes
podem ser transformadoras para o meio que nos cerca. Como uma alavanca que impulsiona um
mecanismo, podemos gerar um poderoso movimento por meio de atitudes e hábitos voltados para
a preservação da vida, da comunidade e do planeta.
15. Sessão pipoca
Bullying: Provocações sem Limites – Direção Josetxo San Mateo (2010)
Sinopse: Jordi é um adolescente que perdeu recentemente seu pai e que, junto à sua mãe, decide
mudar de cidade para começar uma nova vida. Em princípio tudo parece bem, mas o destino
reservado para ele será uma terrível surpresa já que quando Jordi passar pelo portão da nova
escola cruzará sem saber a tenebrosa fronteira de um novo inferno.
Mary e Max, Uma Amizade Diferente – Direção Adam Elliot (2009)
Sinopse: Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina
gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um
homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com Síndrome de Asperger no caos de Nova York.
Alcançando 20 anos e dois continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e
baixos da vida. Mary e Max é uma viagem que explora a amizade, o autismo, o alcoolismo, a
obesidade, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=uJvA6VxmCj8
Como Estrelas na Terra, Toda Criança é Especial – Direção Aamir Khan, Amole Gupte (2007)
Sinopse: conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida.
Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano)
e corre o risco de repetir de novo. Este filme fala sobre o modo como a arte e a educação são
importantes ferramentas de estímulo ao desenvolvimento de uma pessoa quando aplicadas
intencionalmente para a sua felicidade, independente do problema ou desvio que tiver.
Ponte para Terabítia - Direção Gabor Csupo (2007)
Sinopse: Jess Aarons sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo
o verão ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas seus planos são ameaçados por
Leslie Burke, que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Logo Jess e Leslie
tornam-se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde
apenas é possível chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de
suas casas. Lá eles lutam contra Dark Master e suas criaturas, além de conspirar contra as
brincadeiras de mau gosto que são feitas na escola.
Meninas Malvadas – Direção Mark Waters (2003)
Sinopse: Cady Heron (Lindsay Lohan) é uma garota que cresceu na África e sempre estudou em
casa, nunca tendo ido a uma escola. Após retornar aos Estados Unidos com seus pais, ela se
16. prepara para iniciar sua vida de estudante, se matriculando em uma escola pública. Logo Cady
percebe como a língua venenosa de suas novas colegas pode prejudicar sua vida.
Elefante – Direção Gus Van Sant. (2003)
Sinopse: o filme narra o ataque que dois estudantes fizeram a uma escola secundária do Oregon,
matando dezenas de alunos, com um arsenal de armas automáticas. A questão do bullying é
tratada como um detalhe pequeno, mas está lá. Concentra-se no ato final, de vingança fria e
desapaixonada. O título refere-se à facilidade de ignorar um ‘elefante’ simbólico na sala, apesar do
seu tamanho, mas que está sempre prestes a se mover.
Grande Garoto – Direção Paul Weitz, Chris Weitz (2001)
Sinopse: Will Freeman é um homem na faixa dos trinta anos metido a galã que inventa ter um
filho apenas para poder ir às reuniões de pais solteiros, onde tem a oportunidade de conhecer
mães também solteiras. Will sempre segue a mesma tática: vive com elas um rápido romance e
quando elas começam a falar em compromisso ele acaba o namoro. Até que, em um de seus
relacionamentos, Will conhece o jovem Marcus, um garoto de 12 anos que é completamente o seu
oposto e tem muitos problemas em casa e na escola. Com o tempo Will e Marcus se envolvem
cada vez mais, aprendendo que um pode ensinar muito ao outro.
Bully – Direção Larry Clark (2001)
Sinopse: Bobby Kent vive amedrontando os garotos de sua escola. Cansados de sua atitude, eles
se juntam e decidem lhe dar uma lição, atraindo-o até um pântano e espancando-o até sua morte.
Entre os garotos estão também alguns amigos de Bobby, que aproveitam a oportunidade para
tomar seu lugar. O assassinato provoca reações distintas na comunidade em que vivem, que vão
do choque pela brutalidade do ocorrido até mesmo a sensação de que Bobby recebeu o que
merecia.
Sempre Amigos – Direção Peter Chelsom (1998)
Sinopse: Maxwell Kane é um garoto de 14 anos que tem dificuldades de aprendizado e vive com
seus avós desde que testemunhou o assassinato de sua mãe, morta pelo marido. Quando Kevin
Dillon, um garoto que sofre de uma doença que o impede de se locomover, se muda para a
vizinhança eles logo se tornam grandes amigos. Juntos vivem grandes aventuras, enfrentando o
preconceito das pessoas à sua volta.