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FACULDADE DO AMAPÁ – FAMAP
           CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL




           ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER




  GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA
PRODUTIVA DO COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO
    CENÁRIO DA MÚSICA INDEPENDENTE DO AMAPÁ




                      Macapá-AP
                        2009
ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER




  GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA
PRODUTIVA DO COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO
    CENÁRIO DA MÚSICA INDEPENDENTE DO AMAPÁ


                         Trabalho de Conclusão do Curso,
                         apresentado para obtenção do grau de
                         bacharel no Curso de Administração Geral
                         da Faculdade do Amapá, FAMAP.

                         Orientadora: Professora Maria    Cristina
                         Sabóia Leão.
                         Coorientadora:    Professora     mestre
                         Waldenise Guedes




                      Macapá-AP
                        2009
ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER




GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DO
 COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO CENÁRIO DA MÚSICA
                  INDEPENDENTE DO AMAPÁ



                               Trabalho de Conclusão do Curso,
                               apresentado para obtenção do grau de
                               bacharel no Curso de Administração Geral
                               da Faculdade do Amapá, FAMAP.




                Macapá, 09 de dezembro de 2009




                    BANCA EXAMINADORA




     _________________________________________________
          Profª. Maria Cristina Sabóia Leão – Orientadora


    ___________________________________________________
          Profª. Mestre Waldenise Guedes - Coorientadora

    ___________________________________________________
            Prof. Esp. José Lima – Professor convidado
Dedico este trabalho em memória de minha madrinha de
coração, tia Ádila, que estaria compartilhando comigo de
grande felicidade pela concretização deste projeto.
AGRADECIMENTOS


          Em primeiro lugar agradeço a Deus por estar presente de forma tão positiva
na minha vida.
          Aos meus pais, Rute e Júnior, que dão total apoio na minha caminhada em
busca de conhecimento.
          Aos meus avós, Antonieta e Francinato, por serem compreensivos comigo
pelos finais de semana que tive que abdicar junto a eles para a concretização deste
trabalho.
          Ao meu tio, Erifrank, que também soube entender a minha falta de
disponibilidade para lhe fazer companhia.
          À minha irmã, Adilana, que me pressionava para ser mais organizada com
relação a este projeto (e na minha vida em geral!) – qualidade que admiro nela.
          À minha irmã Adriana que mesmo reclamando também compreendeu a minha
ausência nas reuniões com a família para a realização deste projeto.
          Ao meu sobrinho, Adan Lucas, que com seu sorriso e abraço carinhoso me
deram ânimo para continuar.
          Aos colegas de curso pelo companheirismo nesta etapa que estamos
passando em comum.
          À professora Marialva Ramalho que acompanhou a primeira etapa deste
trabalho, por sua dedicação e contribuição para construção deste.
          À orientadora, norteadora e iluminadora professora Cristina Leão e pela
colaboração da professora coorientadora Waldenise Guedes.
          À minha grande amiga Jenifer, parceira para todas as horas, que me colocou
em contato com a galera do Palafita (valeu Jj!).
          À Heluana Quintas e Otto Ramos que me receberam com atenção no Coletivo
Palafita e colaboraram para realização deste projeto.
          A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste
artigo.
Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás
passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e
semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas
isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te
perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu
podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o!

                                            Friedrich Nietzsche
GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA
    INSTITUIÇÃO COLETIVO PALAFITA E SUAS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO NO
                CENÁRIO DE MÚSICA INDEPENDENTE NO AMAPÁ.




                                                         Antoniele Laine de Moura Xavier1




RESUMO


Este artigo trata-se de um estudo de caso sobre a Gestão Cultural da instituição
Coletivo Palafita com o objetivo de entender como se desenvolve sua estratégia de
gestão no cenário de música independente no Amapá. Com a metodologia utilizada,
através da pesquisa descritiva e análise de dados de cunho qualitativo, pode-se
perceber a relevância da organização desenvolver e planejar suas ações de maneira
estratégica através de uma rede de contatos integrada com auxílio da internet.



PALAVRAS-CHAVE: Gestão Cultural. Identidade coletiva. Sociedade em rede.




1
  Bacharelanda do Curso de Administração Geral pela Faculdade do Amapá – FAMAP e concluinte
do curso de licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP; e-mail:
niele.laine@hotmail.com.
RÉSUMÉ

Cet article présente une étude de cas sur la gestion culturel de la institution Coletivo
Palafita, afin de comprendre comment il développe sa stratégie de gestion de la
scène musicale indépendante de l'Amapá. Grâce à la méthodologie utilisée par la
recherche descriptive et d'analyse de données avec qualitative, on peut voir la
pertinence de l'organisation à développer et planifier leurs actions de manière
stratégique par le biais d'un réseau intégré de contacts avec l'aide de l'internet.


MOTS CLÉS: Gestion culturelle. Identité collective. Réseau de la société.
SUMÁRIO
I INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 09


II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 10
2.1 O ESTADO E O TERCEIRO SETOR .................................................................. 10
2.2 SOCIEDADE EM REDE E IDENTIDADE COLETIVA ......................................... 13
2.2.1 Dimensão simbólica da cultura e identidade cultural ................................. 14
2.2.2 A cibercultura e seus reflexos na cultura do lugar ..................................... 15
2.3 GESTÃO CULTURAL E ORGANIZAÇÕES CULTURAIS ................................... 15


III METODOLOGIA ................................................................................................... 16
3.1 COLETIVO PALAFITA: UM ESTUDO DE CASO ................................................ 17
3.1.1 Pesquisa bibliográfica ................................................................................... 18
3.1.2 Pesquisa qualitativa ....................................................................................... 18
3.1.3 Pesquisa descritiva ........................................................................................ 18
3.1.4 Instrumento de coleta de dados.................................................................... 19


IV ANÁLISE DE DADOS .......................................................................................... 19


V CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 22


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24
9



I INTRODUÇÃO


      O Amapá é geograficamente isolado do restante do país. A logística para o
escoamento de sua produção acontece somente via fluvial ou aérea. Por conta disto,
a integração com outros Estados – no referente à produção cultural local – encontra
dificuldades, mas isso não significa que ela não aconteça.
      Uma política pública cultural eficiente proporciona o desenvolvimento de
gestões culturais que dialoguem com a sociedade civil investindo em suas
necessidades e mantendo o seu patrimônio cultural (material e imaterial).
      Em contrapartida é necessário que a sociedade civil se                organize
institucionalmente para participar de forma democrática das decisões referentes ao
Plano de Cultura de seu Estado para assim receber os benefícios dessa gestão que
estarão de acordo com suas necessidades e para desenvolver-se de forma
autônoma.
      Em Macapá, um exemplo deste tipo de movimento social é a instituição
Coletivo Palafita que visa promover através de uma network (rede de contatos) as
bandas locais que possuem trabalho autoral independente pelo denominado Circuito
Fora do Eixo que é uma rede de trabalhos que nasceu em 2005, concebida por
produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul.
      Considerando este cenário (o Circuito Fora do Eixo é uma rede de contatos
de trabalhos autorais independentes – sobre ele será discorrido no decorrer do
trabalho). O foco da investigação desta pesquisa será o desenvolvimento da cadeia
produtiva da associação buscando analisar qual o reflexo da sua gestão no cenário
da música independente do Amapá.
      Para tanto, este estudo de caso, através da pesquisa descritiva, qualitativa,
bibliográfica e de campo, descreverá o funcionamento da cadeia produtiva do
coletivo, identificará as estratégias utilizadas pela sua gestão, quais os avanços,
problemas e desafios em sua cadeia produtiva e analisará a problemática: como se
desenvolve a cadeia produtiva da instituição Coletivo Palafita, referente às suas
estratégias de gestão cultural no cenário de música independente no Amapá?
      As atividades de sua gestão abrem portas para diversos nichos no mercado
cultural, aumentando a cadeia produtiva do setor. Entender suas estratégias de
gestão é relevante para se ter parâmetros para análises dos impactos econômico-
10



sociais neste mercado e dar suporte para possíveis projeções deste setor ainda em
desenvolvimento no Estado do Amapá.

II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O ESTADO E O TERCEIRO SETOR

      Muito se discute sobre qual o papel do Estado no desenvolvimento social.
Debate este promovido pela sintomática “crise mundial de uma concepção de
Estado” (COELHO, 2000. p. 29), ou o chamado welfare state – governos com
serviços   padronizados,   burocráticos,   centralizados,   objetivando   “suprir   as
necessidades sociais da população” (idem).
      Como o Estado não supre estas necessidades efetivamente, a sociedade civil
passa a buscar alternativas extra-Estado para solucionar (ou amenizar) a
insuficiência das políticas públicas. Esta consciência refletiu na revisão das funções
dos atores sociais. Para Coelho (2000) a conta dos problemas sociais, passou
também a ser cobrada da iniciativa privada, bem como das organizações da
sociedade civil, e nesta ótica a discussão sobre o papel do terceiro setor passa a ser
novamente discutido.
      Sobre o terceiro setor, Coelho (2000) diz que as suas atividades visam
atender às necessidades coletivas ou até mesmo públicas e sublinha a diferença
entre coletivo e público. O primeiro se refere a um grupo específico, é mais restrito,
enquanto que o público diz respeito a questões mais amplas no conjunto da
sociedade.
      O termo terceiro setor foi utilizado primeiramente nos Estados Unidos, na
década de 1970 e adotado na década de 1980 pelos europeus e se configura como
“organizações privadas, sem fins lucrativos, e que visam à produção de um bem
coletivo” (COELHO, 2000, p. 58).
      A sua relação com o governo está baseada na troca. Essas organizações
oferecem determinado tipo de serviço e em contrapartida o governo pode conceder-
lhe recursos e isenções fiscais previstas legalmente.
      Importante relatar que o associativismo é uma prática que antecede o welfare
state. Na visão de Tocqueville (apud, COELHO, 2000, p. 34), seu papel não é
somente social e político. É uma forma de expressão dos valores nacionais, de
11



reexaminá-los, reformulá-los e aplicá-los, contribuindo assim, para a saúde cultural e
dinâmica da nação.
       Voltando à função do Estado, cabe a ele criar condições econômicas,
políticas e sociais que fomente iniciativas públicas e privadas a atuar de forma
sustentável às necessidades da sociedade. Nesta perspectiva, o Estado limitar-se-ia
a garantir os chamados direitos universais e de fiscalizar e direcionar o restante dos
serviços que a sociedade se responsabilize a fornecer.
       Vê-se então a importância da sociedade civil organizar-se, uma vez que o
Estado não supre todas as necessidades da população, mas pode oferecer
condições para que ela seja de certa forma auto-suficiente. É uma via de mão dupla.
Um alimenta o outro, pois sem a lacuna que o Estado deixa na assistência à
população, as organizações do terceiro setor não teriam razão para existir.
       Com base nestes aspectos, a instituição Coletivo Palafita ganhou corpo. Ela
iniciou suas atividades em 2006 e este ano de 2009 está se configurando como uma
associação visando prestar serviço à comunidade artística que trabalha de forma
independente no Amapá (seja na música, literatura, artes plásticas, artes cênicas,
audiovisuais e afins) divulgando estes trabalhos por outros circuitos independentes
que já estão mais consolidados pelo resto do país: o chamado “Circuito Fora do
Eixo” (lista dos adeptos disponível no site Circuito Fora do Eixo 2), do qual fazem
parte 38 coletivos distribuídos por todo país, como podemos visualizar na figura a
seguir:




2
 Disponível em:
<http://circuitoforadoeixo.blogspot.com/search/label/%23%20%20Dados%20sobre%20os%20coletivo
s>. Acesso em: 28 set. 2009.
12




    Imagem 1: Catálogo Circuito Fora do Eixo 2009.



          Visto a amplitude das produções que circulam no Circuito Fora do Eixo, este
artigo estará voltado somente à gestão da produção musical independe do Amapá e
sua circulação através da Instituição Coletivo Palafita, atualmente constituída por 17
bandas locais3.
          A estratégia utilizada pela instituição é a manutenção e ampliação de sua
network (rede de contatos) que acontece via internet, através de divulgação on-line
das produções locais (como por exemplo, Web Rádio Palafita e Palafita Web TV).
          Outro meio de fazer escoar a produção musical independente do Amapá é
promover a participação das bandas associadas ao coletivo em Festivais de Música
do circuito, para disseminar e estimular o consumo da produção amapaense e
proporcionar a troca de experiências e de materiais com outras bandas e coletivos,
fomentando cada vez mais este nicho de mercado.




3
    Disponível em: <http://coletivo-palafita.blogspot.com/>. Acesso em: 28 set. 2009.
13



2.2 SOCIEDADE EM REDE E IDENTIDADE COLETIVA


      A reestruturação do capitalismo somada à revolução da tecnologia da
informação, introduziram, segundo Castells (1999), a sociedade em rede. Esta, por
sua vez, caracteriza-se pela articulação das atividades econômicas de modo
estratégico e a globalização de suas atividades.
      Esta colocação nos aponta o cenário atual das relações sociais e econômicas
que se mostram cada vez mais globais. Um dos questionamentos que podemos
extrair a partir disto é: como esta globalização computadorizada afeta o modo de
construção das identidades coletivas?
         Primeiramente faz-se necessário delimitar o que é identidade coletiva.
  Podemos tomar como exemplo a forma como se constitui uma nação – que pode
  coincidir com o que se configura Estado ou extrapolá-lo. Ela se constrói através
  dos símbolos que um grupo reconhece e legitima como próprios e o que a difere
  dos outros (como a língua, por exemplo). É o que Castells define ser construção
  de significado no qual há uma “identificação simbólica, por parte de um ator
  social” (CASTELLS, 1999. p. 23).
         Dentro das identidades coletivas, Castells – que considera a identidade
  traspassada por relações de poder e socialmente construída – diz ser possível
  observar três tipos: Identidade legitimadora – ligada às instituições dominantes;
  identidade de resistência – gerada por atores sociais que estão em posição
  descriminada em relação à identidade legitimadora; identidade de projeto –
  produtora de sujeitos transformadores na sociedade que se vêem impulsionados
  a se auto-afirmarem devido à opressão que estão submetidos.
         Após estes apontamentos, a questão inicial sobre globalização e
  identidades coletivas, em uma primeira análise parecem excluírem-se, pois o
  mundo global, em rede, pressupõe a necessidade de uma homogeneidade na
  produção da indústria em geral, visando o mercado mundial.
         Segundo Ortiz (2000), a globalização é uma ampliação mais complexa da
  internacionalização, integrando atividades econômicas dispersas e se aplica a
  bens e serviços, seus modos de produção, distribuição e consumo, utilizando-se
  de uma estratégia voltada para um mercado mundial.
         Já as identidades coletivas se traduzem na legitimação dos símbolos
  culturais que os diferenciam dos outros. Voltando a questão inicial de como essas
14



    identidades estão se construindo no mundo global, Ortiz faz considerações
    dizendo ser um equivoco pensar em uma futura padronização cultural imposta
    pelo mercado global, proporcionada pelo capitalismo, consumo ciência e
    tecnologia.
           Neste sentido, Castells fala que estas identidades coletivas se utilizam
    deste cenário global de forma estratégica em prol da sustentabilidade de suas
    particularidades identitárias, desafiando assim a globalização computadorizada.
    Como os movimentos sociais, elas são “ações coletivas com um determinado
    propósito cujo resultado, tanto em caso de sucesso como de fracasso, transforma
    os valores e instituições da sociedade” (CASTELLS, 1999. p. 20).
           Visto o que foi colocado até então, percebe-se a dinâmica e a
    complexidade das relações sócio-econômicas culturais que se constroem em
    jogos de poder para a legitimação de um discurso. Pode-se então identificar a
    instituição Coletivo Palafita enquanto uma identidade de projeto, formada por
    atores sociais que utilizam a globalização estrategicamente para disseminar sua
    produção cultural.


2.2.1 Dimensão simbólica da cultura e identidade cultural


         Dimensiona-se a instituição foco deste estudo de caso como uma identidade
de projeto devido sua existência partir do pressuposto da pouca visibilidade e meios
de projeção que a produção cultural independente do Amapá ainda encontra para se
firmar no mercado.
         É uma forma de resistência (no caso da música independente) que buscou
alternativas para escoar sua produção fora da lógica mercantil concebida por
grandes gravadoras nacionais. Por isso o surgimento em 2005 do Circuito Fora do
Eixo4.
         Um ponto interessante de ser lembrado é a relação de poder que se
estabelece entre os indivíduos através dos símbolos produzidos culturalmente.
Bourdieu (2006, p. 11) diz que ao mesmo tempo em que a cultura pode unir, devido
à identificação de um grupo social com determinados símbolos em comum, ela pode
separar, pois quando o indivíduo distingue sua cultura de outra, sua tendência é a de

4
  Denominação bastante ilustrativa para identificar os adeptos desta outra forma de difusão de
trabalhos independentes. São os que estão Fora do padrão do mercado.
15



subjugar às demais ou a de compará-la como um tipo de subcultura em relação à
cultura dominante.
       Então, como as relações de comunicação são sempre relações de poder
dependente do “poder material ou simbólico acumulado pelos agentes (ou pelas
instituições) envolvidas nessa relação” (idem), pode-se dizer, neste contexto, que a
instituição Coletivo Palafita encontra-se nesta “briga” pela legitimação de sua
identidade.
       Isto não significa que o objetivo da instituição seja a de ditadora de novas
regras, pois como Castells argumenta: “quando novas instituições políticas são
criadas, ou recriadas, constituem trincheiras defensivas de identidade, e não
plataformas de lançamento de soberania política” (CASTELLS, 1999. p. 47).


2.2.2 A cibercultura e seus reflexos na cultura do lugar


       O que se observa diante do exposto é que tanto o Circuito Fora do Eixo,
quanto a instituição Coletivo Palafita não se sustentariam sem o suporte que a
tecnologia globalizante oferece. A integração de coletivos do país inteiro seria difícil
se não fosse a internet.
       Esta nova forma de comunicação em rede é a chamada cibercultura.
Podemos resumi-la, conforme o artigo A Cibercultura e o Surgimento de Novas
Formas de Sociabilidade, de Guimarães Jr (1997), como abrangendo “os fenômenos
relacionados ao ciberespaço, ou seja, os fenômenos associados às formas de
comunicação mediadas por computadores”.
       A instituição Coletivo Palafita vê este fator como uma oportunidade de ganhar
espaço disseminando a produção cultural independente por intermédio da internet.


2.3 GESTÃO CULTURAL E ORGANIZAÇÕES CULTURAIS


       Sobre gestão cultural, no Brasil, um dos nomes de relevância é o de Romulo
Avelar, administrador, produtor e gestor cultural. Em O Avesso da cena: notas sobre
produção e gestão cultural (2008), ele faz um panorama técnico, administrativo,
financeiro e político da cena cultural brasileira.
       Nesta obra são citados dados da Pesquisa Mercado Brasileiro de música
2005, realizada pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) que
16



apontou a queda do modelo tradicional de distribuição e produção musical devido a
pirataria física, estagnação do consumo e crescente competição com outras mídias
e forma de lazer, assim como a facilidade de acesso a conteúdos fonográficos
através de pirataria on-line.
          Estes fatores refletiram, em 2005, segundo a pesquisa citada, em queda de
20% no número de CDs, DVDs e VHSs musicais vendidos. Um dado curioso
mostrado pela pesquisa é que no total de vendas destes tipos de produtos, 76% são
de artistas brasileiros. Um dos percentuais mais altos do mundo, com relação a
consumo de produto musical nacional.
          Com todas estas mudanças no mercado, abriu-se oportunidade de expansão
neste segmento no comércio eletrônico. As lojas virtuais de música não precisam
mais limitar seus catálogos aos grandes sucessos, visto que não existe custo de
estoque.
          Um dos resultados desta não-limitação é a possibilidade do consumidor ter
acesso a materiais “não-comerciais” – utiliza-se este termo considerando como
parâmetro de análise a lógica antiga de mercado (o que era considerado comercial
era o consagrado pela crítica, ou os grandes hits do momento).
          Segundo análise de Avelar, “o público exige cada vez mais opções, abraça a
diversidade, abrindo espaço para o surgimento de um grande mosaico de
minimercados e microestrelas” (AVELAR, 2008, p. 34).
          Em Macapá, das bandas associadas à instituição Palafita, tem-se como
exemplo de microestrelas as bandas Mini Box Lunar – com direito a matéria na
revista   Rolling Stone, edição de abril de 2009 –   e Godzilla – participante este ano do Festival Se
Rasgum, em Belém-PA ocorrido nos dias 13, 14 e 15 de novembro, um dos festivais
de renome no país, contando nesta edição com a participação de 33 bandas, entre
elas Pato Fu (MG) e Nação Zumbi (PE).


III METODOLOGIA


          A metodologia em uma pesquisa é necessária para se chegar a um
conhecimento considerado científico, sendo que sua organização, sistematização e
utilização de instrumentos para a coleta de dados variam dependendo dos seus
objetivos, conforme destaca Gil (2002, p. 162).
17



       Vale ressaltar aqui o que se entende por conhecimento científico que segundo
Lakatos & Marconi (1991, p. 18), constitui um conhecimento de contingências, que
em função de suas proposições ou hipóteses, pode ser verificado a fim de
comprovar sua veracidade ou não. Segue uma sistemática em função de um saber
ordenado, que a qualquer tempo pode estar sujeito a novas proposições que
exigirão o desenvolvimento de novas técnicas, pois o conhecimento nesta ótica não
é fechado e nem tampouco acabado.
       Considerando que esta pesquisa é de cunho científico, faz-se necessário a
delimitação e descrição dos métodos utilizados durante este trabalho, apresentados
nos tópicos a seguir.


3.1 COLETIVO PALAFITA: UM ESTUDO DE CASO


       O Coletivo Palafita é uma instituição sem fins lucrativos e está em atividade
desde 2006 com o propósito de reunir a produção cultural independente do Amapá,
principalmente o setor musical, fomentando, disseminando e trocando experiências
com outros Coletivos que trabalham de forma independente pelo país.
       Esta forma de organização política está se fortificando pelo país e por ser um
movimento relativamente recente – pois ganhou visibilidade a partir da articulação
do Circuito Fora do Eixo, em 2005 –, vê-se a relevância de entender as estratégias
de gestão da instituição Coletivo Palafita, através do estudo de caso como método
científico.
       Stake (apud GIL, 2002, p. 138) dimensiona o estudo de caso em três
modalidades: intrínseco, instrumental e coletivo. No estudo de caso intrínseco,
almeja-se conhecer profundamente o objeto de estudo sem o desenvolvimento de
uma teoria como resultado de pesquisa.
       No estudo de caso instrumental, o propósito da pesquisa é auxiliar o
desenvolvimento de determinado conhecimento ainda pouco explorado ou na
redefinição do problema de pesquisa.
       Delimita-se este artigo, considerando estas modalidades, como estudo de
caso coletivo, pois se pretende estudar as características de uma população
específica, podendo-se aprimorar os conhecimentos referentes ao universo a que o
objeto de pesquisa pertence.
18



3.1.1 Pesquisa bibliográfica


        A pesquisa bibliográfica para Oliveira (2000, p.34) procura analisar as
variadas formas causais que interferem nos fenômenos estudados, viabilizada
através de documentos, livros ou em centros de pesquisas, onde são encontradas
informações possíveis acerca do assunto pesquisado. Em função do estudo, o
pesquisador organiza uma boa quantidade de informações, com possibilidades de
fundamentar sua pesquisa.
      Este tipo de pesquisa será utilizada para sustentar a fundamentação teórica
do projeto. Esta parte da pesquisa efetiva-se através da consulta em livros assim
como utiliza referências de documentos em meio eletrônico (pois a instituição
Coletivo Palafita publica periodicamente suas atividades em blog na internet).


3.1.2 Pesquisa qualitativa


      Segundo Gil, para um estudo de caso, o método                    de análise é
predominantemente qualitativo. Esta pesquisa possui cunho qualitativo, pois a
investigação focará especificamente a gestão cultural do Coletivo Palafita, pois ele
“é o ambiente natural como fonte direta de dados” (GODOY, 1995, p. 22).


3.1.3 Pesquisa descritiva
      Sobre a referida abordagem, os fatos segundo Andrade (2003, p. 124), são
observados,   registrados,   analisados,   classificados   e   interpretados,   sem   a
interferência do pesquisador. O que sugere que os fenômenos do mundo material
não sejam modificados e sim estudados e analisados pelo pesquisador, que não
pode manipular as situações observadas.
      Esta pesquisa propõe descrever como ocorre o desenvolvimento da cadeia
produtiva do Coletivo Palafita através da observação e coleta de dados somados à
pesquisa bibliográfica para se ter parâmetros de análise de quais as estratégias de
gestão utilizadas pela instituição no referente à música independente no Amapá.
19



3.1.4 Instrumento de coleta de dados


      Segundo Gil (2002, p. 114), os instrumentos de coleta de dados mais usuais
são o questionário, a entrevista e o formulário. Eles são utilizados como técnica de
interrogação para se obter dados referentes ao problema a ser investigado e
analisado pela pesquisa.
      Em um estudo de caso “podem ser obtidos [dados] mediante análise de
documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação participante e análise
de artefatos físicos” (GIL, 2002, p. 141)
      Para esta pesquisa, optou-se por depoimentos pessoais, pois estes se
mostraram adequados para a coleta de dados realizada juntamente com a pesquisa
de campo em reuniões junto à instituição Coletivo Palafita, assim como análise de
documentos (atas de reuniões e calendários anuais da instituição).


IV ANÁLISE DE DADOS


      Os dados aqui apresentados visam atender ao caráter descritivo da pesquisa
realizada na instituição foco deste estudo de caso. Tem-se, desta forma,
depoimento, observações e dados de meios eletrônicos na tentativa de se ter um
panorama da gestão da instituição Coletivo Palafita no tocante a música
independente amapaense por ela administrada.
      A instituição Coletivo Palafita localiza-se em Macapá, na Avenida Mendonça
Junior, N° 628, Centro. Caracteriza-se como uma entidade sem fins lucrativos. Desta
forma faz parte do chamado terceiro setor da economia. Este tipo de instituição
“combina a flexibilidade e a eficiência do mercado com a equidade e a
previsibilidade da burocracia pública” (COELHO, 2000, p. 58) visando a “produção
de um bem coletivo” (idem).       O propósito da instituição é aglutinar e distribuir
trabalhos artísticos amapaenses que produzem na cena cultural independente.
      Para tanto, utiliza-se de uma administração organizada em cinco eixos de
trabalho: música, jornalismo, cultura, audiovisual e arte.
      A equipe de música é responsável por articular as bandas integrantes do
Coletivo; a equipe de jornalismo é responsável pelas publicações de resenhas e
divulgação de eventos promovidos pela instituição; o eixo cultura articula as
programações culturais; a equipe de audiovisual produz o material da internet que
20



circula na Web Rádio Palafita e Palafita Web TV e a equipe de arte é responsável
por todo design do material gráfico e de arte que circulam para a divulgação das
atividades promovidas pela instituição.
       Uma das primeiras articulações importantes direcionada pela instituição
ocorreu em 2007 com a coordenação do festival Grito Rock-AP. Este é o maior
evento de música independente feito em rede no país. Na edição de 2007 contou
com a participação de 34 cidades espalhadas por todo Brasil, incluindo o Distrito
Federal e Bueno Aires, na Argentina.
       As principais dificuldades encontradas pelo Coletivo Palafita em sua Gestão é
com relação a sua consolidação e visibilidade no circuito independente. Aos poucos,
o Coletivo vem ganhando prestígio no Circuito. No Circuito Fora do Eixo, o Coletivo
Palafita (que iniciou suas atividades em 2006) está atualmente como gestor do Eixo
Norte, com a responsabilidade de manter integrado todos os coletivos dessa região
com os coletivos das demais regiões.
       Apesar de toda dificuldade para iniciar um trabalho consistente, começam a
aparecer os reflexos de suas atividades, como por exemplo, o Festival Quebramar
de música independente ocorrido nos dias 05 e 06 de dezembro de 2008, aberto ao
público, no espaço da Universidade Federal do Amapá. No artigo de Flávio Júnior
intitulado A nova era dos festivais para a revista Bravo! do mês de maio de 2009, o
festival foi considerado um dos cinco mais promissores do país.
       O evento trouxe 29 nomes em destaque e revelações da cena nacional
independente, entre os quais Filomedusa, Macaco Bong, Destroyed Empire,
Profética e Jolly Joker juntamente com nomes locais que também estão se
destacando, como Mini Box Lunar, Turbo, Stereovitrola, entre outras.
       O Festival, nos dois dias de edição, ofereceu uma intensa agenda de
atividades. Houve mesa redonda com a temática: O poder público e privado e o
fomento da cultura; Workshop's: Jornalismo Cultural e os novos meios de
comunicação, Web Rádio, Como turbinar a sua banda, Fotografia, Coordenação de
palco, Gravação Digital em Protools e Jornalismo Cultural e ainda houve um espaço
de galeria de arte, com trabalhos fotográficos, desenhos, instalações e pinturas de
artistas locais.
        Este ano o Quebramar completou sua segunda edição, ocorrido na Praça da
Fortaleza São José de Macapá, nos dias 06 e 07 de novembro, com a mesma
proposta do Festival anterior: promover atividades que contribuam para cena local
21



de quem trabalha de forma independente. Além do compartilhamento de
experiências com bandas de outros Estados que atuam da mesma forma.
      Ao promover este tipo de evento, o Coletivo Palafita pensa como uma
instituição que se preocupa em dar continuidade aos trabalhos de divulgação da
produção musical amapaense independente, fortalecendo as parcerias com poder
público e privado para se ter condições de trabalhar de forma articulada e
estratégica, ao invés de ser uma produtora de eventos esporádicos de caráter
imediatista – o que segundo Avelar (2008) é o que acontece na maioria das ações
desenvolvidas nos Estados brasileiros na área cultural. É o que Teixeira Coelho
define como “política de eventos” (apud AVELAR, 2008, p. 98).
      Dos artistas e bandas integrantes do Coletivo Palafita é exigido que tenham
cadastro na Web através do MySpace. Esta é uma ferramenta de divulgação
utilizada pelo Coletivo para promover os trabalhos autorais produzidos. A lista de
endereços das bandas está sempre disponível no blog do Palafita e sempre que
uma banda é citada em alguma resenha eletrônica, o link de sua página no
MySpace é divulgado, caso o público tenha curiosidade de saber mais sobre a
banda referida.
      Nota-se a importância da internet como meio estratégico para as ações,
articulações e comunicação da instituição. Avelar (2008) ratifica este pensamento e
diz que a internet é uma ferramenta muito útil para a divulgação de projetos culturais
por seu tipo de abordagem direta com o público, poder de personalização e
interação elevado e custo inferior aos demais meios de comunicação tradicionais –
sem esquecer que este meio também necessita dos mesmos direcionamentos
vislumbrados pelo marketing, como por exemplo, a definição do público-alvo e sua
localização.
      Bandas locais que circulam no Circuito Fora do Eixo, como por exemplo, a
Mini Box Lunar está conseguindo projetar sua carreira fora do Estado, tanto que foi
convidada a gravar uma música para a trilha sonora do filme Augustas (de Francisco
Cesar Filho, mesmo diretor de Cidade dos Homens).
      Uma das coordenadoras do Coletivo Palafita, Heluana Quintas, responsável
pela área musical, fala sobre o trabalho realizado até então no blog Papel de Seda:


                     Estes projetos já comunicam expectativas excitantes. Não obstante às
                     indicações a prêmios (a banda SPS12 foi indicada a Banda Revelação, e o
                     Coletivo Palafita indicado a Categoria Organizações no Portal Dynamite),
22



                        convites para a participação em eventos e matérias em veículos
                        especializados (a banda Mini Box Lunar é matéria da Rolling Stone edição
                        do mês de abril, assinada por Alex Antunes e participa com uma música na
                        trilha do filme Augustas, do mesmo diretor de Cidade dos Homens; a
                        Revista SenhorF escreveu várias vezes sobre a banda Stereovitrola,
                        condecorando-a como sexto melhor EP em 2006; e a banda Marttyrium que
                        participa de várias coletâneas pelo país como Thekingdon of Metal Land,
                        Extreme Union, e Gólgota Records, sendo matéria em revista especializada
                        como:         Extreme       Brutal      Death)       (Disponível     em:
                        <http://novopapeldeseda.blogspot.com/2009/05/festival-quebramar-na-
                        revista-bravo-de.html>. Acesso em: 22 maio. 2009).


      Estes dados apontam um futuro promissor para o cenário da música
amapaense que antes se via presa a uma lógica de mercado comandada por
gravadoras (Dapieve explana sobre no artigo Qual o futuro da música? na revista
Bravo! de março de 2009).
      Assim, percebem-se mudanças na forma de difusão da música amapaense e
através deste estudo de caso pode-se compreender a gestão do Coletivo Palafita e
sua estratégia na gestão no cenário de música independente amapaense baseada
em manutenção e ampliação de sua network.


V CONSIDERAÇÕES FINAIS


      Discutir Gestão Cultural em um país de proporções continentais é uma tarefa
difícil se não for considerado os fatores históricos das políticas públicas e a taxa
elevada de concentração de renda do Brasil.
      Esta área foi se profissionalizando e percebendo, devido à necessidade, que
o setor cultural merecia um tratamento mais adequado, sem amadorismo e pensado
de forma estratégica.
      Hoje, apesar das dificuldades ainda existentes, o setor já conta com
profissionais com know-how e visão empreendedora que contribuem com seus
serviços para a gestão da cultura de maneira efetiva.
      O Amapá, por ser um Estado isolado geograficamente, não está à parte deste
cenário e utiliza de ferramentas como a internet para manter-se integrado com
outros pontos culturais espalhados pelo país.
      É desta forma que se articula a instituição Coletivo Palafita. Através de uma
rede de contatos integrada, divulga a produção de música independente
amapaense. Os meios eletrônicos globalizados ao invés de disseminar uma
23



homogeneidade cultural, são utilizados como forma de resistência de uma
identidade coletiva.
      Assim, considera-se a arte como instrumento de transformação social. Para
tanto, planejamento e organização são essenciais para que as ações sejam
articuladas de maneira estratégica e não pontual.
24



REFERÊNCIAS

AVELAR, Rômulo. O avesso da cena: notas sobre produção e gestão cultural. 1. ed.
Belo Horizonte: DUO Editorial, 2008.

BOURDIEU, Pierre. O poder do simbólico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2006.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

Catálogo Circuito Fora do Eixo 2009. Disponível em:
<http://maps.google.com.br/maps?sourceid=navclient&ie=UTF-8&hl=pt-
BR&rlz=1T4GGLL_pt-
BRBR338BR338&q=cat%c3%a1logo+Circuito+Fora+do+Eixo+2009>. Acesso em:
24 jun. de 2009.

Circuito Fora do Eixo. Disponível em:
<http://circuitoforadoeixo.blogspot.com/search/label/%23%20%20Dados%20sobre%
20os%20coletivos>. Acesso em: 28 set. 2009.

Coletivo Palafita. Disponível em: <http://coletivo-palafita.blogspot.com/>. Acesso em:
28 set. 2009.

DAPIEVE, Arthur. Qual o futuro da música?. Bravo!. São Paulo, ano 11, n. 139, p 28-
33, mar. 2009.

FLÁVIO JÚNIOR, José. A nova era dos festivais. Bravo!. São Paulo, ano 11, n. 141,
p 42-45, maio. 2009.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa. Revista de Administração de
Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, p. 20-29, maio/jun.1995.

GUIMARÃES JR, Mário José Lopes. A Cibercultura e o Surgimento de Novas
Formas de Sociabilidade. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~guima/ciber.html>.
Acesso em: 30 set. 2009.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 1991.

OLIVEIRA, Silvio Luis de . Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa,
TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 2000.

ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 2000.

Papel de Seda. Disponível em:
<http://novopapeldeseda.blogspot.com/2009/05/festival-quebramar-na-revista-bravo-
de.html>. Acesso em: 22 maio. 2009.

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Gestão Cultural Coletivo Palafita

  • 1. FACULDADE DO AMAPÁ – FAMAP CURSO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DO COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO CENÁRIO DA MÚSICA INDEPENDENTE DO AMAPÁ Macapá-AP 2009
  • 2. ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DO COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO CENÁRIO DA MÚSICA INDEPENDENTE DO AMAPÁ Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado para obtenção do grau de bacharel no Curso de Administração Geral da Faculdade do Amapá, FAMAP. Orientadora: Professora Maria Cristina Sabóia Leão. Coorientadora: Professora mestre Waldenise Guedes Macapá-AP 2009
  • 3. ANTONIELE LAINE DE MOURA XAVIER GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DO COLETIVO PALAFITA E SEUS REFLEXOS NO CENÁRIO DA MÚSICA INDEPENDENTE DO AMAPÁ Trabalho de Conclusão do Curso, apresentado para obtenção do grau de bacharel no Curso de Administração Geral da Faculdade do Amapá, FAMAP. Macapá, 09 de dezembro de 2009 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________ Profª. Maria Cristina Sabóia Leão – Orientadora ___________________________________________________ Profª. Mestre Waldenise Guedes - Coorientadora ___________________________________________________ Prof. Esp. José Lima – Professor convidado
  • 4. Dedico este trabalho em memória de minha madrinha de coração, tia Ádila, que estaria compartilhando comigo de grande felicidade pela concretização deste projeto.
  • 5. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por estar presente de forma tão positiva na minha vida. Aos meus pais, Rute e Júnior, que dão total apoio na minha caminhada em busca de conhecimento. Aos meus avós, Antonieta e Francinato, por serem compreensivos comigo pelos finais de semana que tive que abdicar junto a eles para a concretização deste trabalho. Ao meu tio, Erifrank, que também soube entender a minha falta de disponibilidade para lhe fazer companhia. À minha irmã, Adilana, que me pressionava para ser mais organizada com relação a este projeto (e na minha vida em geral!) – qualidade que admiro nela. À minha irmã Adriana que mesmo reclamando também compreendeu a minha ausência nas reuniões com a família para a realização deste projeto. Ao meu sobrinho, Adan Lucas, que com seu sorriso e abraço carinhoso me deram ânimo para continuar. Aos colegas de curso pelo companheirismo nesta etapa que estamos passando em comum. À professora Marialva Ramalho que acompanhou a primeira etapa deste trabalho, por sua dedicação e contribuição para construção deste. À orientadora, norteadora e iluminadora professora Cristina Leão e pela colaboração da professora coorientadora Waldenise Guedes. À minha grande amiga Jenifer, parceira para todas as horas, que me colocou em contato com a galera do Palafita (valeu Jj!). À Heluana Quintas e Otto Ramos que me receberam com atenção no Coletivo Palafita e colaboraram para realização deste projeto. A todos que direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste artigo.
  • 6. Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio da vida. Ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio, mas isso te custaria a tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias. Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Aonde leva? Não perguntes, siga-o! Friedrich Nietzsche
  • 7. GESTÃO CULTURAL: DESENVOLVIMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DA INSTITUIÇÃO COLETIVO PALAFITA E SUAS ESTRATÉGIAS DE GESTÃO NO CENÁRIO DE MÚSICA INDEPENDENTE NO AMAPÁ. Antoniele Laine de Moura Xavier1 RESUMO Este artigo trata-se de um estudo de caso sobre a Gestão Cultural da instituição Coletivo Palafita com o objetivo de entender como se desenvolve sua estratégia de gestão no cenário de música independente no Amapá. Com a metodologia utilizada, através da pesquisa descritiva e análise de dados de cunho qualitativo, pode-se perceber a relevância da organização desenvolver e planejar suas ações de maneira estratégica através de uma rede de contatos integrada com auxílio da internet. PALAVRAS-CHAVE: Gestão Cultural. Identidade coletiva. Sociedade em rede. 1 Bacharelanda do Curso de Administração Geral pela Faculdade do Amapá – FAMAP e concluinte do curso de licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Amapá – UNIFAP; e-mail: niele.laine@hotmail.com.
  • 8. RÉSUMÉ Cet article présente une étude de cas sur la gestion culturel de la institution Coletivo Palafita, afin de comprendre comment il développe sa stratégie de gestion de la scène musicale indépendante de l'Amapá. Grâce à la méthodologie utilisée par la recherche descriptive et d'analyse de données avec qualitative, on peut voir la pertinence de l'organisation à développer et planifier leurs actions de manière stratégique par le biais d'un réseau intégré de contacts avec l'aide de l'internet. MOTS CLÉS: Gestion culturelle. Identité collective. Réseau de la société.
  • 9. SUMÁRIO I INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 09 II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 10 2.1 O ESTADO E O TERCEIRO SETOR .................................................................. 10 2.2 SOCIEDADE EM REDE E IDENTIDADE COLETIVA ......................................... 13 2.2.1 Dimensão simbólica da cultura e identidade cultural ................................. 14 2.2.2 A cibercultura e seus reflexos na cultura do lugar ..................................... 15 2.3 GESTÃO CULTURAL E ORGANIZAÇÕES CULTURAIS ................................... 15 III METODOLOGIA ................................................................................................... 16 3.1 COLETIVO PALAFITA: UM ESTUDO DE CASO ................................................ 17 3.1.1 Pesquisa bibliográfica ................................................................................... 18 3.1.2 Pesquisa qualitativa ....................................................................................... 18 3.1.3 Pesquisa descritiva ........................................................................................ 18 3.1.4 Instrumento de coleta de dados.................................................................... 19 IV ANÁLISE DE DADOS .......................................................................................... 19 V CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 22 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 24
  • 10. 9 I INTRODUÇÃO O Amapá é geograficamente isolado do restante do país. A logística para o escoamento de sua produção acontece somente via fluvial ou aérea. Por conta disto, a integração com outros Estados – no referente à produção cultural local – encontra dificuldades, mas isso não significa que ela não aconteça. Uma política pública cultural eficiente proporciona o desenvolvimento de gestões culturais que dialoguem com a sociedade civil investindo em suas necessidades e mantendo o seu patrimônio cultural (material e imaterial). Em contrapartida é necessário que a sociedade civil se organize institucionalmente para participar de forma democrática das decisões referentes ao Plano de Cultura de seu Estado para assim receber os benefícios dessa gestão que estarão de acordo com suas necessidades e para desenvolver-se de forma autônoma. Em Macapá, um exemplo deste tipo de movimento social é a instituição Coletivo Palafita que visa promover através de uma network (rede de contatos) as bandas locais que possuem trabalho autoral independente pelo denominado Circuito Fora do Eixo que é uma rede de trabalhos que nasceu em 2005, concebida por produtores culturais das regiões centro-oeste, norte e sul. Considerando este cenário (o Circuito Fora do Eixo é uma rede de contatos de trabalhos autorais independentes – sobre ele será discorrido no decorrer do trabalho). O foco da investigação desta pesquisa será o desenvolvimento da cadeia produtiva da associação buscando analisar qual o reflexo da sua gestão no cenário da música independente do Amapá. Para tanto, este estudo de caso, através da pesquisa descritiva, qualitativa, bibliográfica e de campo, descreverá o funcionamento da cadeia produtiva do coletivo, identificará as estratégias utilizadas pela sua gestão, quais os avanços, problemas e desafios em sua cadeia produtiva e analisará a problemática: como se desenvolve a cadeia produtiva da instituição Coletivo Palafita, referente às suas estratégias de gestão cultural no cenário de música independente no Amapá? As atividades de sua gestão abrem portas para diversos nichos no mercado cultural, aumentando a cadeia produtiva do setor. Entender suas estratégias de gestão é relevante para se ter parâmetros para análises dos impactos econômico-
  • 11. 10 sociais neste mercado e dar suporte para possíveis projeções deste setor ainda em desenvolvimento no Estado do Amapá. II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O ESTADO E O TERCEIRO SETOR Muito se discute sobre qual o papel do Estado no desenvolvimento social. Debate este promovido pela sintomática “crise mundial de uma concepção de Estado” (COELHO, 2000. p. 29), ou o chamado welfare state – governos com serviços padronizados, burocráticos, centralizados, objetivando “suprir as necessidades sociais da população” (idem). Como o Estado não supre estas necessidades efetivamente, a sociedade civil passa a buscar alternativas extra-Estado para solucionar (ou amenizar) a insuficiência das políticas públicas. Esta consciência refletiu na revisão das funções dos atores sociais. Para Coelho (2000) a conta dos problemas sociais, passou também a ser cobrada da iniciativa privada, bem como das organizações da sociedade civil, e nesta ótica a discussão sobre o papel do terceiro setor passa a ser novamente discutido. Sobre o terceiro setor, Coelho (2000) diz que as suas atividades visam atender às necessidades coletivas ou até mesmo públicas e sublinha a diferença entre coletivo e público. O primeiro se refere a um grupo específico, é mais restrito, enquanto que o público diz respeito a questões mais amplas no conjunto da sociedade. O termo terceiro setor foi utilizado primeiramente nos Estados Unidos, na década de 1970 e adotado na década de 1980 pelos europeus e se configura como “organizações privadas, sem fins lucrativos, e que visam à produção de um bem coletivo” (COELHO, 2000, p. 58). A sua relação com o governo está baseada na troca. Essas organizações oferecem determinado tipo de serviço e em contrapartida o governo pode conceder- lhe recursos e isenções fiscais previstas legalmente. Importante relatar que o associativismo é uma prática que antecede o welfare state. Na visão de Tocqueville (apud, COELHO, 2000, p. 34), seu papel não é somente social e político. É uma forma de expressão dos valores nacionais, de
  • 12. 11 reexaminá-los, reformulá-los e aplicá-los, contribuindo assim, para a saúde cultural e dinâmica da nação. Voltando à função do Estado, cabe a ele criar condições econômicas, políticas e sociais que fomente iniciativas públicas e privadas a atuar de forma sustentável às necessidades da sociedade. Nesta perspectiva, o Estado limitar-se-ia a garantir os chamados direitos universais e de fiscalizar e direcionar o restante dos serviços que a sociedade se responsabilize a fornecer. Vê-se então a importância da sociedade civil organizar-se, uma vez que o Estado não supre todas as necessidades da população, mas pode oferecer condições para que ela seja de certa forma auto-suficiente. É uma via de mão dupla. Um alimenta o outro, pois sem a lacuna que o Estado deixa na assistência à população, as organizações do terceiro setor não teriam razão para existir. Com base nestes aspectos, a instituição Coletivo Palafita ganhou corpo. Ela iniciou suas atividades em 2006 e este ano de 2009 está se configurando como uma associação visando prestar serviço à comunidade artística que trabalha de forma independente no Amapá (seja na música, literatura, artes plásticas, artes cênicas, audiovisuais e afins) divulgando estes trabalhos por outros circuitos independentes que já estão mais consolidados pelo resto do país: o chamado “Circuito Fora do Eixo” (lista dos adeptos disponível no site Circuito Fora do Eixo 2), do qual fazem parte 38 coletivos distribuídos por todo país, como podemos visualizar na figura a seguir: 2 Disponível em: <http://circuitoforadoeixo.blogspot.com/search/label/%23%20%20Dados%20sobre%20os%20coletivo s>. Acesso em: 28 set. 2009.
  • 13. 12 Imagem 1: Catálogo Circuito Fora do Eixo 2009. Visto a amplitude das produções que circulam no Circuito Fora do Eixo, este artigo estará voltado somente à gestão da produção musical independe do Amapá e sua circulação através da Instituição Coletivo Palafita, atualmente constituída por 17 bandas locais3. A estratégia utilizada pela instituição é a manutenção e ampliação de sua network (rede de contatos) que acontece via internet, através de divulgação on-line das produções locais (como por exemplo, Web Rádio Palafita e Palafita Web TV). Outro meio de fazer escoar a produção musical independente do Amapá é promover a participação das bandas associadas ao coletivo em Festivais de Música do circuito, para disseminar e estimular o consumo da produção amapaense e proporcionar a troca de experiências e de materiais com outras bandas e coletivos, fomentando cada vez mais este nicho de mercado. 3 Disponível em: <http://coletivo-palafita.blogspot.com/>. Acesso em: 28 set. 2009.
  • 14. 13 2.2 SOCIEDADE EM REDE E IDENTIDADE COLETIVA A reestruturação do capitalismo somada à revolução da tecnologia da informação, introduziram, segundo Castells (1999), a sociedade em rede. Esta, por sua vez, caracteriza-se pela articulação das atividades econômicas de modo estratégico e a globalização de suas atividades. Esta colocação nos aponta o cenário atual das relações sociais e econômicas que se mostram cada vez mais globais. Um dos questionamentos que podemos extrair a partir disto é: como esta globalização computadorizada afeta o modo de construção das identidades coletivas? Primeiramente faz-se necessário delimitar o que é identidade coletiva. Podemos tomar como exemplo a forma como se constitui uma nação – que pode coincidir com o que se configura Estado ou extrapolá-lo. Ela se constrói através dos símbolos que um grupo reconhece e legitima como próprios e o que a difere dos outros (como a língua, por exemplo). É o que Castells define ser construção de significado no qual há uma “identificação simbólica, por parte de um ator social” (CASTELLS, 1999. p. 23). Dentro das identidades coletivas, Castells – que considera a identidade traspassada por relações de poder e socialmente construída – diz ser possível observar três tipos: Identidade legitimadora – ligada às instituições dominantes; identidade de resistência – gerada por atores sociais que estão em posição descriminada em relação à identidade legitimadora; identidade de projeto – produtora de sujeitos transformadores na sociedade que se vêem impulsionados a se auto-afirmarem devido à opressão que estão submetidos. Após estes apontamentos, a questão inicial sobre globalização e identidades coletivas, em uma primeira análise parecem excluírem-se, pois o mundo global, em rede, pressupõe a necessidade de uma homogeneidade na produção da indústria em geral, visando o mercado mundial. Segundo Ortiz (2000), a globalização é uma ampliação mais complexa da internacionalização, integrando atividades econômicas dispersas e se aplica a bens e serviços, seus modos de produção, distribuição e consumo, utilizando-se de uma estratégia voltada para um mercado mundial. Já as identidades coletivas se traduzem na legitimação dos símbolos culturais que os diferenciam dos outros. Voltando a questão inicial de como essas
  • 15. 14 identidades estão se construindo no mundo global, Ortiz faz considerações dizendo ser um equivoco pensar em uma futura padronização cultural imposta pelo mercado global, proporcionada pelo capitalismo, consumo ciência e tecnologia. Neste sentido, Castells fala que estas identidades coletivas se utilizam deste cenário global de forma estratégica em prol da sustentabilidade de suas particularidades identitárias, desafiando assim a globalização computadorizada. Como os movimentos sociais, elas são “ações coletivas com um determinado propósito cujo resultado, tanto em caso de sucesso como de fracasso, transforma os valores e instituições da sociedade” (CASTELLS, 1999. p. 20). Visto o que foi colocado até então, percebe-se a dinâmica e a complexidade das relações sócio-econômicas culturais que se constroem em jogos de poder para a legitimação de um discurso. Pode-se então identificar a instituição Coletivo Palafita enquanto uma identidade de projeto, formada por atores sociais que utilizam a globalização estrategicamente para disseminar sua produção cultural. 2.2.1 Dimensão simbólica da cultura e identidade cultural Dimensiona-se a instituição foco deste estudo de caso como uma identidade de projeto devido sua existência partir do pressuposto da pouca visibilidade e meios de projeção que a produção cultural independente do Amapá ainda encontra para se firmar no mercado. É uma forma de resistência (no caso da música independente) que buscou alternativas para escoar sua produção fora da lógica mercantil concebida por grandes gravadoras nacionais. Por isso o surgimento em 2005 do Circuito Fora do Eixo4. Um ponto interessante de ser lembrado é a relação de poder que se estabelece entre os indivíduos através dos símbolos produzidos culturalmente. Bourdieu (2006, p. 11) diz que ao mesmo tempo em que a cultura pode unir, devido à identificação de um grupo social com determinados símbolos em comum, ela pode separar, pois quando o indivíduo distingue sua cultura de outra, sua tendência é a de 4 Denominação bastante ilustrativa para identificar os adeptos desta outra forma de difusão de trabalhos independentes. São os que estão Fora do padrão do mercado.
  • 16. 15 subjugar às demais ou a de compará-la como um tipo de subcultura em relação à cultura dominante. Então, como as relações de comunicação são sempre relações de poder dependente do “poder material ou simbólico acumulado pelos agentes (ou pelas instituições) envolvidas nessa relação” (idem), pode-se dizer, neste contexto, que a instituição Coletivo Palafita encontra-se nesta “briga” pela legitimação de sua identidade. Isto não significa que o objetivo da instituição seja a de ditadora de novas regras, pois como Castells argumenta: “quando novas instituições políticas são criadas, ou recriadas, constituem trincheiras defensivas de identidade, e não plataformas de lançamento de soberania política” (CASTELLS, 1999. p. 47). 2.2.2 A cibercultura e seus reflexos na cultura do lugar O que se observa diante do exposto é que tanto o Circuito Fora do Eixo, quanto a instituição Coletivo Palafita não se sustentariam sem o suporte que a tecnologia globalizante oferece. A integração de coletivos do país inteiro seria difícil se não fosse a internet. Esta nova forma de comunicação em rede é a chamada cibercultura. Podemos resumi-la, conforme o artigo A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade, de Guimarães Jr (1997), como abrangendo “os fenômenos relacionados ao ciberespaço, ou seja, os fenômenos associados às formas de comunicação mediadas por computadores”. A instituição Coletivo Palafita vê este fator como uma oportunidade de ganhar espaço disseminando a produção cultural independente por intermédio da internet. 2.3 GESTÃO CULTURAL E ORGANIZAÇÕES CULTURAIS Sobre gestão cultural, no Brasil, um dos nomes de relevância é o de Romulo Avelar, administrador, produtor e gestor cultural. Em O Avesso da cena: notas sobre produção e gestão cultural (2008), ele faz um panorama técnico, administrativo, financeiro e político da cena cultural brasileira. Nesta obra são citados dados da Pesquisa Mercado Brasileiro de música 2005, realizada pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) que
  • 17. 16 apontou a queda do modelo tradicional de distribuição e produção musical devido a pirataria física, estagnação do consumo e crescente competição com outras mídias e forma de lazer, assim como a facilidade de acesso a conteúdos fonográficos através de pirataria on-line. Estes fatores refletiram, em 2005, segundo a pesquisa citada, em queda de 20% no número de CDs, DVDs e VHSs musicais vendidos. Um dado curioso mostrado pela pesquisa é que no total de vendas destes tipos de produtos, 76% são de artistas brasileiros. Um dos percentuais mais altos do mundo, com relação a consumo de produto musical nacional. Com todas estas mudanças no mercado, abriu-se oportunidade de expansão neste segmento no comércio eletrônico. As lojas virtuais de música não precisam mais limitar seus catálogos aos grandes sucessos, visto que não existe custo de estoque. Um dos resultados desta não-limitação é a possibilidade do consumidor ter acesso a materiais “não-comerciais” – utiliza-se este termo considerando como parâmetro de análise a lógica antiga de mercado (o que era considerado comercial era o consagrado pela crítica, ou os grandes hits do momento). Segundo análise de Avelar, “o público exige cada vez mais opções, abraça a diversidade, abrindo espaço para o surgimento de um grande mosaico de minimercados e microestrelas” (AVELAR, 2008, p. 34). Em Macapá, das bandas associadas à instituição Palafita, tem-se como exemplo de microestrelas as bandas Mini Box Lunar – com direito a matéria na revista Rolling Stone, edição de abril de 2009 – e Godzilla – participante este ano do Festival Se Rasgum, em Belém-PA ocorrido nos dias 13, 14 e 15 de novembro, um dos festivais de renome no país, contando nesta edição com a participação de 33 bandas, entre elas Pato Fu (MG) e Nação Zumbi (PE). III METODOLOGIA A metodologia em uma pesquisa é necessária para se chegar a um conhecimento considerado científico, sendo que sua organização, sistematização e utilização de instrumentos para a coleta de dados variam dependendo dos seus objetivos, conforme destaca Gil (2002, p. 162).
  • 18. 17 Vale ressaltar aqui o que se entende por conhecimento científico que segundo Lakatos & Marconi (1991, p. 18), constitui um conhecimento de contingências, que em função de suas proposições ou hipóteses, pode ser verificado a fim de comprovar sua veracidade ou não. Segue uma sistemática em função de um saber ordenado, que a qualquer tempo pode estar sujeito a novas proposições que exigirão o desenvolvimento de novas técnicas, pois o conhecimento nesta ótica não é fechado e nem tampouco acabado. Considerando que esta pesquisa é de cunho científico, faz-se necessário a delimitação e descrição dos métodos utilizados durante este trabalho, apresentados nos tópicos a seguir. 3.1 COLETIVO PALAFITA: UM ESTUDO DE CASO O Coletivo Palafita é uma instituição sem fins lucrativos e está em atividade desde 2006 com o propósito de reunir a produção cultural independente do Amapá, principalmente o setor musical, fomentando, disseminando e trocando experiências com outros Coletivos que trabalham de forma independente pelo país. Esta forma de organização política está se fortificando pelo país e por ser um movimento relativamente recente – pois ganhou visibilidade a partir da articulação do Circuito Fora do Eixo, em 2005 –, vê-se a relevância de entender as estratégias de gestão da instituição Coletivo Palafita, através do estudo de caso como método científico. Stake (apud GIL, 2002, p. 138) dimensiona o estudo de caso em três modalidades: intrínseco, instrumental e coletivo. No estudo de caso intrínseco, almeja-se conhecer profundamente o objeto de estudo sem o desenvolvimento de uma teoria como resultado de pesquisa. No estudo de caso instrumental, o propósito da pesquisa é auxiliar o desenvolvimento de determinado conhecimento ainda pouco explorado ou na redefinição do problema de pesquisa. Delimita-se este artigo, considerando estas modalidades, como estudo de caso coletivo, pois se pretende estudar as características de uma população específica, podendo-se aprimorar os conhecimentos referentes ao universo a que o objeto de pesquisa pertence.
  • 19. 18 3.1.1 Pesquisa bibliográfica A pesquisa bibliográfica para Oliveira (2000, p.34) procura analisar as variadas formas causais que interferem nos fenômenos estudados, viabilizada através de documentos, livros ou em centros de pesquisas, onde são encontradas informações possíveis acerca do assunto pesquisado. Em função do estudo, o pesquisador organiza uma boa quantidade de informações, com possibilidades de fundamentar sua pesquisa. Este tipo de pesquisa será utilizada para sustentar a fundamentação teórica do projeto. Esta parte da pesquisa efetiva-se através da consulta em livros assim como utiliza referências de documentos em meio eletrônico (pois a instituição Coletivo Palafita publica periodicamente suas atividades em blog na internet). 3.1.2 Pesquisa qualitativa Segundo Gil, para um estudo de caso, o método de análise é predominantemente qualitativo. Esta pesquisa possui cunho qualitativo, pois a investigação focará especificamente a gestão cultural do Coletivo Palafita, pois ele “é o ambiente natural como fonte direta de dados” (GODOY, 1995, p. 22). 3.1.3 Pesquisa descritiva Sobre a referida abordagem, os fatos segundo Andrade (2003, p. 124), são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem a interferência do pesquisador. O que sugere que os fenômenos do mundo material não sejam modificados e sim estudados e analisados pelo pesquisador, que não pode manipular as situações observadas. Esta pesquisa propõe descrever como ocorre o desenvolvimento da cadeia produtiva do Coletivo Palafita através da observação e coleta de dados somados à pesquisa bibliográfica para se ter parâmetros de análise de quais as estratégias de gestão utilizadas pela instituição no referente à música independente no Amapá.
  • 20. 19 3.1.4 Instrumento de coleta de dados Segundo Gil (2002, p. 114), os instrumentos de coleta de dados mais usuais são o questionário, a entrevista e o formulário. Eles são utilizados como técnica de interrogação para se obter dados referentes ao problema a ser investigado e analisado pela pesquisa. Em um estudo de caso “podem ser obtidos [dados] mediante análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação participante e análise de artefatos físicos” (GIL, 2002, p. 141) Para esta pesquisa, optou-se por depoimentos pessoais, pois estes se mostraram adequados para a coleta de dados realizada juntamente com a pesquisa de campo em reuniões junto à instituição Coletivo Palafita, assim como análise de documentos (atas de reuniões e calendários anuais da instituição). IV ANÁLISE DE DADOS Os dados aqui apresentados visam atender ao caráter descritivo da pesquisa realizada na instituição foco deste estudo de caso. Tem-se, desta forma, depoimento, observações e dados de meios eletrônicos na tentativa de se ter um panorama da gestão da instituição Coletivo Palafita no tocante a música independente amapaense por ela administrada. A instituição Coletivo Palafita localiza-se em Macapá, na Avenida Mendonça Junior, N° 628, Centro. Caracteriza-se como uma entidade sem fins lucrativos. Desta forma faz parte do chamado terceiro setor da economia. Este tipo de instituição “combina a flexibilidade e a eficiência do mercado com a equidade e a previsibilidade da burocracia pública” (COELHO, 2000, p. 58) visando a “produção de um bem coletivo” (idem). O propósito da instituição é aglutinar e distribuir trabalhos artísticos amapaenses que produzem na cena cultural independente. Para tanto, utiliza-se de uma administração organizada em cinco eixos de trabalho: música, jornalismo, cultura, audiovisual e arte. A equipe de música é responsável por articular as bandas integrantes do Coletivo; a equipe de jornalismo é responsável pelas publicações de resenhas e divulgação de eventos promovidos pela instituição; o eixo cultura articula as programações culturais; a equipe de audiovisual produz o material da internet que
  • 21. 20 circula na Web Rádio Palafita e Palafita Web TV e a equipe de arte é responsável por todo design do material gráfico e de arte que circulam para a divulgação das atividades promovidas pela instituição. Uma das primeiras articulações importantes direcionada pela instituição ocorreu em 2007 com a coordenação do festival Grito Rock-AP. Este é o maior evento de música independente feito em rede no país. Na edição de 2007 contou com a participação de 34 cidades espalhadas por todo Brasil, incluindo o Distrito Federal e Bueno Aires, na Argentina. As principais dificuldades encontradas pelo Coletivo Palafita em sua Gestão é com relação a sua consolidação e visibilidade no circuito independente. Aos poucos, o Coletivo vem ganhando prestígio no Circuito. No Circuito Fora do Eixo, o Coletivo Palafita (que iniciou suas atividades em 2006) está atualmente como gestor do Eixo Norte, com a responsabilidade de manter integrado todos os coletivos dessa região com os coletivos das demais regiões. Apesar de toda dificuldade para iniciar um trabalho consistente, começam a aparecer os reflexos de suas atividades, como por exemplo, o Festival Quebramar de música independente ocorrido nos dias 05 e 06 de dezembro de 2008, aberto ao público, no espaço da Universidade Federal do Amapá. No artigo de Flávio Júnior intitulado A nova era dos festivais para a revista Bravo! do mês de maio de 2009, o festival foi considerado um dos cinco mais promissores do país. O evento trouxe 29 nomes em destaque e revelações da cena nacional independente, entre os quais Filomedusa, Macaco Bong, Destroyed Empire, Profética e Jolly Joker juntamente com nomes locais que também estão se destacando, como Mini Box Lunar, Turbo, Stereovitrola, entre outras. O Festival, nos dois dias de edição, ofereceu uma intensa agenda de atividades. Houve mesa redonda com a temática: O poder público e privado e o fomento da cultura; Workshop's: Jornalismo Cultural e os novos meios de comunicação, Web Rádio, Como turbinar a sua banda, Fotografia, Coordenação de palco, Gravação Digital em Protools e Jornalismo Cultural e ainda houve um espaço de galeria de arte, com trabalhos fotográficos, desenhos, instalações e pinturas de artistas locais. Este ano o Quebramar completou sua segunda edição, ocorrido na Praça da Fortaleza São José de Macapá, nos dias 06 e 07 de novembro, com a mesma proposta do Festival anterior: promover atividades que contribuam para cena local
  • 22. 21 de quem trabalha de forma independente. Além do compartilhamento de experiências com bandas de outros Estados que atuam da mesma forma. Ao promover este tipo de evento, o Coletivo Palafita pensa como uma instituição que se preocupa em dar continuidade aos trabalhos de divulgação da produção musical amapaense independente, fortalecendo as parcerias com poder público e privado para se ter condições de trabalhar de forma articulada e estratégica, ao invés de ser uma produtora de eventos esporádicos de caráter imediatista – o que segundo Avelar (2008) é o que acontece na maioria das ações desenvolvidas nos Estados brasileiros na área cultural. É o que Teixeira Coelho define como “política de eventos” (apud AVELAR, 2008, p. 98). Dos artistas e bandas integrantes do Coletivo Palafita é exigido que tenham cadastro na Web através do MySpace. Esta é uma ferramenta de divulgação utilizada pelo Coletivo para promover os trabalhos autorais produzidos. A lista de endereços das bandas está sempre disponível no blog do Palafita e sempre que uma banda é citada em alguma resenha eletrônica, o link de sua página no MySpace é divulgado, caso o público tenha curiosidade de saber mais sobre a banda referida. Nota-se a importância da internet como meio estratégico para as ações, articulações e comunicação da instituição. Avelar (2008) ratifica este pensamento e diz que a internet é uma ferramenta muito útil para a divulgação de projetos culturais por seu tipo de abordagem direta com o público, poder de personalização e interação elevado e custo inferior aos demais meios de comunicação tradicionais – sem esquecer que este meio também necessita dos mesmos direcionamentos vislumbrados pelo marketing, como por exemplo, a definição do público-alvo e sua localização. Bandas locais que circulam no Circuito Fora do Eixo, como por exemplo, a Mini Box Lunar está conseguindo projetar sua carreira fora do Estado, tanto que foi convidada a gravar uma música para a trilha sonora do filme Augustas (de Francisco Cesar Filho, mesmo diretor de Cidade dos Homens). Uma das coordenadoras do Coletivo Palafita, Heluana Quintas, responsável pela área musical, fala sobre o trabalho realizado até então no blog Papel de Seda: Estes projetos já comunicam expectativas excitantes. Não obstante às indicações a prêmios (a banda SPS12 foi indicada a Banda Revelação, e o Coletivo Palafita indicado a Categoria Organizações no Portal Dynamite),
  • 23. 22 convites para a participação em eventos e matérias em veículos especializados (a banda Mini Box Lunar é matéria da Rolling Stone edição do mês de abril, assinada por Alex Antunes e participa com uma música na trilha do filme Augustas, do mesmo diretor de Cidade dos Homens; a Revista SenhorF escreveu várias vezes sobre a banda Stereovitrola, condecorando-a como sexto melhor EP em 2006; e a banda Marttyrium que participa de várias coletâneas pelo país como Thekingdon of Metal Land, Extreme Union, e Gólgota Records, sendo matéria em revista especializada como: Extreme Brutal Death) (Disponível em: <http://novopapeldeseda.blogspot.com/2009/05/festival-quebramar-na- revista-bravo-de.html>. Acesso em: 22 maio. 2009). Estes dados apontam um futuro promissor para o cenário da música amapaense que antes se via presa a uma lógica de mercado comandada por gravadoras (Dapieve explana sobre no artigo Qual o futuro da música? na revista Bravo! de março de 2009). Assim, percebem-se mudanças na forma de difusão da música amapaense e através deste estudo de caso pode-se compreender a gestão do Coletivo Palafita e sua estratégia na gestão no cenário de música independente amapaense baseada em manutenção e ampliação de sua network. V CONSIDERAÇÕES FINAIS Discutir Gestão Cultural em um país de proporções continentais é uma tarefa difícil se não for considerado os fatores históricos das políticas públicas e a taxa elevada de concentração de renda do Brasil. Esta área foi se profissionalizando e percebendo, devido à necessidade, que o setor cultural merecia um tratamento mais adequado, sem amadorismo e pensado de forma estratégica. Hoje, apesar das dificuldades ainda existentes, o setor já conta com profissionais com know-how e visão empreendedora que contribuem com seus serviços para a gestão da cultura de maneira efetiva. O Amapá, por ser um Estado isolado geograficamente, não está à parte deste cenário e utiliza de ferramentas como a internet para manter-se integrado com outros pontos culturais espalhados pelo país. É desta forma que se articula a instituição Coletivo Palafita. Através de uma rede de contatos integrada, divulga a produção de música independente amapaense. Os meios eletrônicos globalizados ao invés de disseminar uma
  • 24. 23 homogeneidade cultural, são utilizados como forma de resistência de uma identidade coletiva. Assim, considera-se a arte como instrumento de transformação social. Para tanto, planejamento e organização são essenciais para que as ações sejam articuladas de maneira estratégica e não pontual.
  • 25. 24 REFERÊNCIAS AVELAR, Rômulo. O avesso da cena: notas sobre produção e gestão cultural. 1. ed. Belo Horizonte: DUO Editorial, 2008. BOURDIEU, Pierre. O poder do simbólico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. 5. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. Catálogo Circuito Fora do Eixo 2009. Disponível em: <http://maps.google.com.br/maps?sourceid=navclient&ie=UTF-8&hl=pt- BR&rlz=1T4GGLL_pt- BRBR338BR338&q=cat%c3%a1logo+Circuito+Fora+do+Eixo+2009>. Acesso em: 24 jun. de 2009. Circuito Fora do Eixo. Disponível em: <http://circuitoforadoeixo.blogspot.com/search/label/%23%20%20Dados%20sobre% 20os%20coletivos>. Acesso em: 28 set. 2009. Coletivo Palafita. Disponível em: <http://coletivo-palafita.blogspot.com/>. Acesso em: 28 set. 2009. DAPIEVE, Arthur. Qual o futuro da música?. Bravo!. São Paulo, ano 11, n. 139, p 28- 33, mar. 2009. FLÁVIO JÚNIOR, José. A nova era dos festivais. Bravo!. São Paulo, ano 11, n. 141, p 42-45, maio. 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, p. 20-29, maio/jun.1995. GUIMARÃES JR, Mário José Lopes. A Cibercultura e o Surgimento de Novas Formas de Sociabilidade. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~guima/ciber.html>. Acesso em: 30 set. 2009. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. OLIVEIRA, Silvio Luis de . Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 2000. ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 1. ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. Papel de Seda. Disponível em: <http://novopapeldeseda.blogspot.com/2009/05/festival-quebramar-na-revista-bravo- de.html>. Acesso em: 22 maio. 2009.