SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 30
Downloaden Sie, um offline zu lesen
TERCEIRA GERAÇÃO DO
ROMANTISMO
CONDOREIRISMOCONDOREIRISMO
Profª Ms. Daniele Onodera
Os poetas condoreiros foram
influenciados diretamente
pela poesia social de Vitor Hugo
Um de seus símbolos mais frequentes é a
imagem do condor dos Andes, pássaro
que representa a liberdade da América.
O Condoreirismo foi um movimento
caracterizado por:
• uma poesia retórica, repleta de
hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses
• temas sociais e políticos, ( abolição da
escravatura e a apologia da república)
Antônio Frederico de Castro Alves
(Bahia 1847-1871)
Patrono da Cadeira nº 7 da Academia
Brasileira de Letras
POEMA “MOCIDADE E MORTE”
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh'alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n'amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma...
Nos seus beijos de fogo há tanta vida...Nos seus beijos de fogo há tanta vida...
- Árabe errante, vou dormir à tarde
A sombra fresca da palmeira erguida.
Mas uma voz responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.
[...] Eu sinto em mim o borbulhar do gênio,
Vejo além um futuro radiante:
Avante! - brada-me o talento n'alma
E o eco ao longe me repete - avante! -
O futuro... o futuro... no seu seio...
Entre louros e bênçãos dorme a glória!Entre louros e bênçãos dorme a glória!
Após - um nome do universo n’alma,
Um nome escrito no Panteon da história.
E a mesma voz repete funerária:
Teu Panteon - a pedra mortuária!
Morrer - é ver extinto dentre as névoas
O fanal, que nos guia na tormenta:
Condenado - escutar dobres de sino,
- Voz da morte, que a morte lhe lamenta -- Voz da morte, que a morte lhe lamenta -
Ai! morrer - é trocar astros por círios,
Leito macio por esquife imundo,
Trocar os beijos da mulher - no visco
Da larva errante no sepulcro fundo,
E eu sei que vou morrer... dentro em meu
peito
Um mal terrível me devora a vida:
[...]
Resta-me agora por futuro - a terra,
Por glória - nada, por amor - a campa.Por glória - nada, por amor - a campa.
Adeus... arrasta-me uma voz sombria,
Já me foge a razão na noite fria! ...
Duas vertentes se distinguem na
poesia de Castro Alves:
- a lírico-amorosa- a lírico-amorosa
- a social e humanitária
Um de seus símbolos mais frequentes é a
imagem do condor dos Andes, pássaro
que representa a liberdade da América.
POESIA SOCIAL
Retórica Oratória
INFLUÊNCIA DAS IDEIAS
REVOLUCIONÁRIAS E
LIBERAIS DO SÉC. XIX
Anunciador da Abolição e da República
“POETA DOS ESCRAVOS”
TEATRO : “Gonzaga”
Visão do escravo como realidade
presente.
CASTRO ALVES
Drama mais amplo e abstrato:
o do próprio destino humano
presa dos desajustamentos da história.
O negro, escravizado, misturado à vida
cotidiana em posição de inferioridade,
não se podia elevar a objeto estético.
O Condoreirismo foi um movimento
caracterizado por:
• uma poesia retórica, repleta de
hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses
• temas sociais e políticos, ( abolição da
escravatura e a apologia da república)
OUTROS AUTORES
consciência literária como problema
social - o abolicionismo era visto
apenas como sentimento humanitário
CASTRO ALVES
o negro como herói, como ser
integralmente humano.
POEMA MAIS FAMOSO
O Navio Negreiro – Tragédia no Mar (1868).
REAÇÃO
Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico
de escravos, de 4 de setembro de 1850.
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetasNegras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
Castro Alves se empenha na
denúncia da miséria a que
eram submetidos os africanos
na cruel travessia oceânica.
Em média, menos da metadeEm média, menos da metade
dos escravos embarcados nos
navios negreiros completavam
a viagem com vida.
Interior do navio negreiro
E o que são na verdade estes meus
cantos?...
Como as espumas, que nascem do
mar e do céu, da vaga e do vento,
eles são filhos da musa— este
sopro do alto: do coração - estesopro do alto: do coração - este
pélago (mar profundo) da alma.
E como as espumas são, às vezes, a
flora sombria da tempestade, eles
por vezes rebentaram ao estalar
fatídico do látego (chicote) da
desgraça
E como também o aljofre (gotas de
água) dourado das espumas reflete
as opalas, rutilantes do arco-íris,
eles por acaso refletiram o prisma
fantástico da ventura ou do
entusiasmo— estes signosentusiasmo— estes signos
brilhantes da aliança de Deus com
a juventude!
Mas, como as espumas flutuantes
levam, boiando nas solidões
marinhas, a lágrima saudosa do
marujo... possam eles, ó meus
amigos!—efêmeros filhos de
minh'ahna — levar uma lembrança
de mim às vossas plagas (país/de mim às vossas plagas (país/
região) !
CASTRO ALVES IN: Prefácio de Espumas Flutuantes
O Condoreirismo e a Poesia Social de Castro Alves

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (19)

Navio Negreiro Castro Alves
Navio Negreiro   Castro AlvesNavio Negreiro   Castro Alves
Navio Negreiro Castro Alves
 
Navios Negreiros - Castro Alves
Navios Negreiros - Castro AlvesNavios Negreiros - Castro Alves
Navios Negreiros - Castro Alves
 
O 25 de Abril na Poesia Portuguesa
O 25 de Abril na Poesia PortuguesaO 25 de Abril na Poesia Portuguesa
O 25 de Abril na Poesia Portuguesa
 
2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo2ª Geração do Romantismo
2ª Geração do Romantismo
 
Panorama da literatura ii a partir do romantismo
Panorama da literatura ii   a partir do romantismoPanorama da literatura ii   a partir do romantismo
Panorama da literatura ii a partir do romantismo
 
O Romantismo
O RomantismoO Romantismo
O Romantismo
 
Romantismo 2a geracao
Romantismo 2a geracaoRomantismo 2a geracao
Romantismo 2a geracao
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
A poesia de castro alves
A poesia de castro alvesA poesia de castro alves
A poesia de castro alves
 
Noite na Taverna
Noite na TavernaNoite na Taverna
Noite na Taverna
 
Prosagtica
ProsagticaProsagtica
Prosagtica
 
Questões sobre navio negreiro
Questões sobre navio negreiroQuestões sobre navio negreiro
Questões sobre navio negreiro
 
Questões sobre canção do africano
Questões sobre canção do africanoQuestões sobre canção do africano
Questões sobre canção do africano
 
Antologia poética drummond
Antologia poética drummondAntologia poética drummond
Antologia poética drummond
 
Romantismo slide
Romantismo   slideRomantismo   slide
Romantismo slide
 
Romantismo no Brasil - Segunda geração
Romantismo no Brasil - Segunda geraçãoRomantismo no Brasil - Segunda geração
Romantismo no Brasil - Segunda geração
 
3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil
 
Noite na taverna
Noite na tavernaNoite na taverna
Noite na taverna
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 

Ähnlich wie O Condoreirismo e a Poesia Social de Castro Alves

CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptx
CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptxCASTRO ALVES (2) (1) (2).pptx
CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptxRildeniceSantos
 
Aula 11 gerações românticas no brasil
Aula 11   gerações românticas no brasilAula 11   gerações românticas no brasil
Aula 11 gerações românticas no brasilJonatas Carlos
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilJosi Motta
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptx
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptxslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptx
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptxGANHADODINHEIRO
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geraçãoLuciene Gomes
 
português%20trabalho.pptx
português%20trabalho.pptxportuguês%20trabalho.pptx
português%20trabalho.pptxDAYNARASANTOS3
 
ROMANTISMO
ROMANTISMOROMANTISMO
ROMANTISMODiego
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptMnicaOliveira567571
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptaldair55
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptEdilmaBrando1
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptWandersonBarros16
 
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoRichard Lincont
 
Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)FACETEG - UPE
 

Ähnlich wie O Condoreirismo e a Poesia Social de Castro Alves (20)

Romantismo
Romantismo Romantismo
Romantismo
 
Romantismo.ppt
Romantismo.pptRomantismo.ppt
Romantismo.ppt
 
Romantismo.ppt
Romantismo.pptRomantismo.ppt
Romantismo.ppt
 
Simulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 okSimulado lit-prise 3 ok
Simulado lit-prise 3 ok
 
CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptx
CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptxCASTRO ALVES (2) (1) (2).pptx
CASTRO ALVES (2) (1) (2).pptx
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Aula 11 gerações românticas no brasil
Aula 11   gerações românticas no brasilAula 11   gerações românticas no brasil
Aula 11 gerações românticas no brasil
 
Romantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasilRomantismo - poesia - brasil
Romantismo - poesia - brasil
 
Espumas flutuantes
Espumas flutuantesEspumas flutuantes
Espumas flutuantes
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptx
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptxslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptx
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptx
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
português%20trabalho.pptx
português%20trabalho.pptxportuguês%20trabalho.pptx
português%20trabalho.pptx
 
ROMANTISMO
ROMANTISMOROMANTISMO
ROMANTISMO
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
 
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.pptslides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
slides-aula-Romantismo-no-Brasil-poesia.ppt
 
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- UltrarromantismoSlide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
Slide segunda gerção do Romantismo- Ultrarromantismo
 
Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)Simbolismo brasil(1)
Simbolismo brasil(1)
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 

Mehr von Daniele dos Santos Souza Onodera (20)

Auto da Barca do Inferno
Auto da Barca do InfernoAuto da Barca do Inferno
Auto da Barca do Inferno
 
Biquimafi quizz
Biquimafi quizzBiquimafi quizz
Biquimafi quizz
 
Paralelismos
ParalelismosParalelismos
Paralelismos
 
Vidas Secas
Vidas SecasVidas Secas
Vidas Secas
 
Vanguardas
VanguardasVanguardas
Vanguardas
 
Simbolismo/Decadentismo
Simbolismo/DecadentismoSimbolismo/Decadentismo
Simbolismo/Decadentismo
 
Realismo
Realismo Realismo
Realismo
 
Realismo Machado de Assis
Realismo   Machado de AssisRealismo   Machado de Assis
Realismo Machado de Assis
 
Questão coimbrã
Questão coimbrãQuestão coimbrã
Questão coimbrã
 
Os Lusíadas
Os LusíadasOs Lusíadas
Os Lusíadas
 
O primo Basílio
O primo BasílioO primo Basílio
O primo Basílio
 
O Guarani
O GuaraniO Guarani
O Guarani
 
O cortiço - Naturalismo
O cortiço - NaturalismoO cortiço - Naturalismo
O cortiço - Naturalismo
 
Murilo Mendes
Murilo MendesMurilo Mendes
Murilo Mendes
 
Modernismo
Modernismo Modernismo
Modernismo
 
Marília de Dirceu
Marília de DirceuMarília de Dirceu
Marília de Dirceu
 
Manuel Barbosa du Bocage
Manuel Barbosa du BocageManuel Barbosa du Bocage
Manuel Barbosa du Bocage
 
Manuel Bandeira
Manuel BandeiraManuel Bandeira
Manuel Bandeira
 
Macunaíma
MacunaímaMacunaíma
Macunaíma
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 

Kürzlich hochgeladen

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 

O Condoreirismo e a Poesia Social de Castro Alves

  • 2. Os poetas condoreiros foram influenciados diretamente pela poesia social de Vitor Hugo
  • 3. Um de seus símbolos mais frequentes é a imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América.
  • 4. O Condoreirismo foi um movimento caracterizado por: • uma poesia retórica, repleta de hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses • temas sociais e políticos, ( abolição da escravatura e a apologia da república)
  • 5. Antônio Frederico de Castro Alves (Bahia 1847-1871) Patrono da Cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras
  • 7. Oh! eu quero viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh'alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n'amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida...Nos seus beijos de fogo há tanta vida... - Árabe errante, vou dormir à tarde A sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria.
  • 8. [...] Eu sinto em mim o borbulhar do gênio, Vejo além um futuro radiante: Avante! - brada-me o talento n'alma E o eco ao longe me repete - avante! - O futuro... o futuro... no seu seio... Entre louros e bênçãos dorme a glória!Entre louros e bênçãos dorme a glória! Após - um nome do universo n’alma, Um nome escrito no Panteon da história.
  • 9. E a mesma voz repete funerária: Teu Panteon - a pedra mortuária! Morrer - é ver extinto dentre as névoas O fanal, que nos guia na tormenta: Condenado - escutar dobres de sino, - Voz da morte, que a morte lhe lamenta -- Voz da morte, que a morte lhe lamenta - Ai! morrer - é trocar astros por círios, Leito macio por esquife imundo, Trocar os beijos da mulher - no visco Da larva errante no sepulcro fundo,
  • 10. E eu sei que vou morrer... dentro em meu peito Um mal terrível me devora a vida: [...] Resta-me agora por futuro - a terra, Por glória - nada, por amor - a campa.Por glória - nada, por amor - a campa. Adeus... arrasta-me uma voz sombria, Já me foge a razão na noite fria! ...
  • 11. Duas vertentes se distinguem na poesia de Castro Alves: - a lírico-amorosa- a lírico-amorosa - a social e humanitária
  • 12. Um de seus símbolos mais frequentes é a imagem do condor dos Andes, pássaro que representa a liberdade da América.
  • 13.
  • 14. POESIA SOCIAL Retórica Oratória INFLUÊNCIA DAS IDEIAS REVOLUCIONÁRIAS E LIBERAIS DO SÉC. XIX Anunciador da Abolição e da República “POETA DOS ESCRAVOS” TEATRO : “Gonzaga”
  • 15. Visão do escravo como realidade presente. CASTRO ALVES Drama mais amplo e abstrato: o do próprio destino humano presa dos desajustamentos da história.
  • 16. O negro, escravizado, misturado à vida cotidiana em posição de inferioridade, não se podia elevar a objeto estético.
  • 17.
  • 18.
  • 19. O Condoreirismo foi um movimento caracterizado por: • uma poesia retórica, repleta de hipérboles e antíteseshipérboles e antíteses • temas sociais e políticos, ( abolição da escravatura e a apologia da república)
  • 20. OUTROS AUTORES consciência literária como problema social - o abolicionismo era visto apenas como sentimento humanitário CASTRO ALVES o negro como herói, como ser integralmente humano.
  • 21. POEMA MAIS FAMOSO O Navio Negreiro – Tragédia no Mar (1868). REAÇÃO Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos, de 4 de setembro de 1850.
  • 22. Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetasNegras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
  • 23. E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
  • 24. Castro Alves se empenha na denúncia da miséria a que eram submetidos os africanos na cruel travessia oceânica. Em média, menos da metadeEm média, menos da metade dos escravos embarcados nos navios negreiros completavam a viagem com vida.
  • 25. Interior do navio negreiro
  • 26. E o que são na verdade estes meus cantos?... Como as espumas, que nascem do mar e do céu, da vaga e do vento, eles são filhos da musa— este sopro do alto: do coração - estesopro do alto: do coração - este pélago (mar profundo) da alma.
  • 27. E como as espumas são, às vezes, a flora sombria da tempestade, eles por vezes rebentaram ao estalar fatídico do látego (chicote) da desgraça
  • 28. E como também o aljofre (gotas de água) dourado das espumas reflete as opalas, rutilantes do arco-íris, eles por acaso refletiram o prisma fantástico da ventura ou do entusiasmo— estes signosentusiasmo— estes signos brilhantes da aliança de Deus com a juventude!
  • 29. Mas, como as espumas flutuantes levam, boiando nas solidões marinhas, a lágrima saudosa do marujo... possam eles, ó meus amigos!—efêmeros filhos de minh'ahna — levar uma lembrança de mim às vossas plagas (país/de mim às vossas plagas (país/ região) ! CASTRO ALVES IN: Prefácio de Espumas Flutuantes