O documento discute o envelhecimento da população portuguesa. A população idosa está crescendo rapidamente devido ao aumento da esperança de vida, enquanto a população jovem está diminuindo por causa da baixa taxa de natalidade. Isto cria desafios relacionados à prestação de cuidados de saúde para idosos e também oportunidades de emprego nesta área. Além disso, há uma preocupação crescente da sociedade em melhorar a qualidade de vida dos idosos.
3. O nosso país está a envelhecer
Com o aumento da qualidade de
vida e, especialmente os avanços da
medicina, a população idosa está
crescendo vertiginosamente. Com
isto, há uma carência cada vez maior
de profissionais habilitados e
especializados, o que torna o
mercado de trabalho, que já é carente
de bons profissionais, em um
mercado de trabalho extremamente
interessante nas próximas décadas.
4. População portuguesa está a envelhecer e vai
decrescer
Se em 1960 Portugal era um país jovem, do ponto de vista demográfico,
pela primeira vez o número de jovens foi superado pelo número de idosos
no ano 2000.
5. Deve-se: Ao contínuo
decréscimo da taxa de
natalidade, à redução da taxa
de mortalidade e ao aumento
da esperança média de vida
que resulta:
Da melhoria das condições
de vida;
Dos progressos da
medicina;
Da melhoria da assistência
médica.
Em Portugal, a esperança média de vida era, em 1960, de apenas 61 anos para os homens
e 67 anos para as mulheres, enquanto em 2005 atingia 81 anos para as mulheres e 75 para
os homens. Assim, a esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar, sendo
sempre superior nas mulheres, devido à sobremortalidade masculina.
6. A população idosa deverá
praticamente duplicar ao longo dos
próximos 40 anos, prevendo-se que
venha a pesar 32% do total da
população residente em Portugal em
2050, enquanto a população jovem
só deverá vir a representar cerca de
13%, de acordo com as estimativas
do INE.(
http://www.ine.pt/prodserv/destaque/2006/d061222-2/d061222-2.pdf
)
14. Gerontologia
do grego gérõn-ontos (velho) e logos (estudo).
Geriatria
do grego gérõn-ontos (velho) e yatreia (tratamento).
Ramo da medicina que aborda os aspectos clínicos,
preventivo, terapêutico e social do paciente idoso.
15. Gerontologia
A Gerontologia é uma especialidade que não está ligada
somente à área da saúde, pelo contrário, está aberta a todas
as áreas. Um arquiteto pode se especializar e com isso,
trabalhar, por exemplo, a questão da acessibilidade dos
idosos nos imóveis. Um advogado, um engenheiro, um
dentista, um pedagogo, um psicólogo, um cientista social...
todos esses profissionais podem direcionar seu trabalho para
as questões ligadas ao envelhecimento.
O profissional desta área está apto a contribuir para que
o envelhecimento seja um processo saudável, bem-sucedido,
assistido e cuidado. Inclusive orientando a família
e a sociedade sobre como lidar com o seu idoso, fazendo
intervenções e combatendo preconceitos.
16. Geriatria
É a especialidade médica que trata de doença de idoso
ou de doentes idosos, mas também se preocupa em
prolongar a vida com saúde.
Ao longo da vida a capacidade funcional vai reduzindo e
na terceira idade é importante manter a independência e
prevenir incapacidades, assim garantindo uma boa qualidade
de vida. O processo natural do envelhecimento associado as
doenças crônicas e a hábitos de vida inadequados são os
responsáveis pela limitação do idoso.
Nesta fase é importante focar sempre na prevenção, pois
até o idoso aparentemente saudável requer cuidados.
17. Objetivos da Geriatria
- manter a saúde em idades avançadas.
- manter a funcionalidade.
- prevenir doenças.
- detetar e tratar precocemente as
doenças.
- manter o máximo grau de independência
do idoso.
18. Prevenção de doenças nos
idosos
- corrigir os hábitos que agridem a saúde
(alimentação não balanceada, inatividade física,
obesidades, etc...)
- adequar o ambiente doméstico, diminuindo assim
o risco de acidentes como quedas e suas
consequências.
- estimular a prática de atividades físicas aeróbicas
para aumento de resistência, força e flexibilidade.
- equilibrar o estado emocional, ampliando a rede
de apoio e suporte ao idoso.
19. Geriatria
Melhorar a qualidade de vida dos idosos, e não
apenas acrescentar anos a vida.
29. Cada existência
humana é única, cada
homem envelhece de
uma maneira
particular.
Uns
saudáveis, outros
não. Não há velhice e
sim velhices. O
envelhecimento deve
ser considerado um
processo tipicamente
individual, existencial
e subjetivo, cujas
conseqüências
ocorrem de forma
diversa em cada
sujeito..”
30. "A Velhice é aquele período da vida no qual um número cada vez
maior de coisas acontece pela última vez e um número cada vez
menor acontece pela primeira vez"
A velhice é um processo inelutável caracterizado por um conjunto complexo
de factores fisiológicos, psicológicos e sociais específicos de cada indivíduo.
Assim, certos idosos estão mais envelhecidos, outros parecem mais jovens e
há ainda os que sentem não ter qualquer utilidade. Na realidade, o
envelhecimento é um fenómeno perfeitamente natural.
31. Aspectos biológicos e psicológicos no
envelhecer
1 - Conceito de Envelhecimento (não reúne consenso – Dias, 2005)
Para Tomaz, Melo, Pinheiro e Costa (2002) a velhice é:
“O processo normal de envelhecimento do ser humano
implica uma série de alterações de ordem fisiológica,
biológica, psicológica e social. Essas transformações vão-se
acumulando durante toda a trajectória de vida, de tal
forma que o indivíduo na Terceira Idade apresenta
especificidades e características que o distinguem das
pessoas de outros escalões etários”
32. 1.1. Conceito Biológico de Envelhecimento
De acordo com Teixeira (1999) a perspectiva biológica do
envelhecimento reúne o seu ponto consensual na chamada
teoria do declínio.
Segundo esta teoria, o envelhecimento é caracterizado por
uma lentidão que abrange diferentes domínios do
comportamento. Na origem desta lentidão está o declínio de
um conjunto de funções orgânicas (como por exemplo a
diminuição da capacidade de regeneração das células e
consequente envelhecimento dos tecidos).
Estas alterações estão ligadas a factores determinantes como
a idade, o sexo, a capacidade cognitiva e física de cada
indivíduo (Berg, 1980; Bowles e Poon, 1981, entre outros
cited in Teixeira, 1999). Ou seja, o processo de deterioração
das capacidades e aptidões manifesta-se de forma
diferenciada de indivíduo para indivíduo.
33. Barreto (2005):
envelhecimento primário é um processo pessoal,
natural, gradual que se caracteriza por uma diminuição
das “aptidões e capacidades, tanto físicas como
mentais”, o qual se encontra relacionado com o código
genético de cada um. (Barreto, 2005 p.291)
envelhecimento secundário é um processo
“patológico”, as alterações físicas e/ou mentais ocorrem
de forma imprevisível e as causas são diversas
(determinadas doenças ou lesões, fortemente
relacionadas com alterações ambientais), sendo as suas
manifestações vivenciadas de forma distinta pelo ser
humano. (Barreto, 2005 p.291)
34. Modificações Externas
bochechas se enrugam;
aparecem manchas escuras na pele, perda da
tonicidade tornando-se flácida;
podem surgir verrugas;
o nariz alarga-se;
os olhos ficam mais húmidos;
aumento da quantidade de pelos nas orelhas e nariz;
ombros ficam mais arredondados;
as veias destacam-se sob a pele dos membros;
encurvamento postural devido a modificações na coluna
vertebral;
diminuição da estatura pelo desgaste das vértebras.
(Zimerman, 2000)
35. Modificações Internas
ossos endurecem;
órgãos internos atrofiam, reduzindo o seu
funcionamento;
cérebro perde neurónios e atrofia-se, tornando-se
menos eficiente;
metabolismo fica mais lento;
digestão é mais difícil;
insónia aumenta, assim como a fadiga;
visão de perto piora;
audição piora;
endurecimento das artérias e seu entupimento
provocam arteriosclerose;
olfacto e paladar diminuem.
(Zimerman, 2000)
36. Alterações posturais
Esqueleto humano em vista lateral, mostrando as alterações posturais ao
longo da idade de 55 anos, 65 anos e 75 anos subsequentemente
37. Alterações Patológicas
Surgimento de cataratas;
Diminuição nas sensibilidades visuais, auditivas,
térmicas e dolorosas;
Diminuição na intensidade do reflexo;
Modificações do apetite sexual;
Diabetes;
Hipertensão arterial;
Arteriosclerose;
Bronquite;
Insuficiência renal aguda;
Deformações torácicas;
Reumatismo;
Aparecimento de cancro nos mais variados órgãos.
40. Atividades da Vida Diária
(AVD)
As atividades de vida diária (AVDs)
compreendem aquelas atividades que se
referem ao cuidado com o corpo das pessoas
(vestir-se, fazer higiene, alimentar-se), as
atividades instrumentais de vida diária
(AIVDs) são as relacionadas com atividades de
cuidado com a casa, familiares dependentes e
administração do ambiente (limpar a casa,
cuidar da roupa, da comida, usar equipamentos
domésticos, fazer compras, usar transporte
pessoal ou público, controlar a própria
medicação e finanças).
42. Úlcera de pressão
O que é?
A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão
de pele causada pela interrupção sanguínea em uma
determinada área, que se desenvolve devido a uma
pressão aumentada por um período prolongado.
Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara
ou escara de decúbito. O termo escara deve ser utilizado
quando se tem uma parte necrótica ou crosta preta na
lesão.
43. Úlcera de Pressão
Como se desenvolve?
A úlcera de pressão se desenvolve quando se tem
uma compressão do tecido mole entre uma
proeminência óssea e uma superfície dura por um
período prolongado. O local mais freqüente para o
seu desenvolvimento é na região sacra, calcâneo,
nádegas, trocânteres, cotovelos e tronco.
44.
45. Úlceras de Pressão
Classificação das úlceras:
- Grau I - eritema e pele íntegra
- Grau II - perde epiderme e derme
- Grau III - atinge subcutâneo
- Grau IV- atinge ossos e músculos
48. Como prevenir?
Manter alguns cuidados com a pele do
paciente é fundamental. A atuação
fundamental é no alívio da pressão da
pele, nas áreas de maior risco, ou onde
se tem ossos mais proeminentes.
Alguns cuidados são bem importantes,
e podem ser realizados desde os
primeiros momentos que o paciente
ficou acamado, seja em casa ou no
hospital.
49.
50.
51. IMOBILIDADE
Conseqüências:
Depressão
Confusão mental
Hipotensão e constipação intestinal
Incontinência e Infecção Urinária
Trombose Venosa e embolia pulmonar 20%
das mortes em acamados.
Pneumonia e broncoaspiração
Úlcera de pressão- escaras
Atrofia muscular- sarcopenia
52. O que fazer?
Manter colchão piramidal (caixa de ovo) sobre o colchão da cama do
paciente.
Mudar sempre o paciente acamado de posição.
Colocar travesseiros macios embaixo dos tornozelos para elevar os
calcanhares.
Colocar o paciente sentado em poltrona macia, ou revestida com
colchão piramidal, várias vezes ao dia.
Quando sentado mudar as pernas de posição, alternando as áreas
de apoio.
Manter alimentação rica em vitaminas e proteína.
Manter hidratação.
53. O que fazer?
Trocar fraldas a cada três horas, mantendo paciente limpo e
seco.
Hidratar a pele com óleos e/ou cremes a base de vegetais.
Utilizar sabonetes com pH neutro para realizar a limpeza da
região genital.
Estar atento para o aparecimento de candidíase e outras
infecções por fungos. Nesses casos, procurar o médico.
Aplicação de filme transparente e/ou cremes ou loções a base de
AGE nas áreas de risco aumentado para lesões
Realizar massagem suave na pele sadia, em áreas potenciais de
pressão, com loção umectante e suave.
54. O que fazer?
Atenção – áreas avermelhadas não devem ser
massageadas, para não aumentar a área já lesionada.
Manter a limpeza das roupas de cama, bem como mantê-las
seca e bem esticadas.
NÃO utilizar lâmpada de calor sobre a pele, pois estimulam
o ressecamento da mesma.
55.
56. 1.2 - Conceito Psicológico de Envelhecimento
O processo de envelhecimento envolve alterações ao nível dos
processos mentais, da personalidade, das motivações, das
aptidões sociais e aos contextos biográficos do sujeito
(Oliveira, 2005).
Quer isto dizer que o envelhecimento, do ponto de vista psicológico,
vai depender de factores de ordem genética, patológica (doenças
e/ou lesões), de potencialidades individuais (processamento de
informação, memoria, desempenho cognitivo, entre outras), com
interferência do meio ambiente e do contexto sociocultural . Segundo
esta perspectiva, é necessário perceber a importância das formas de
compensação, que cada um de nós utiliza/prepara para fazer face
às perdas associadas ao envelhecimento, pois estas vão influenciar
significativamente a qualidade de vida e o bem-estar psicológico do
idoso. (Sequeira, 2007)
57. Aspectos Psicológicos
Dificuldade de se adaptar a novos papéis;
Falta de motivação e dificuldade de planear o futuro;
Necessidade de trabalhar perdas orgânicas, afectivas e
sociais;
Dificuldade de se adaptar às mudanças rápidas;
Baixa auto-estima e auto-conceito;
Sinais de patologia.
(Zimerman, 2000)
58. 1.2.1. Envelhecimento e o Contexto Social
O fenómeno do envelhecimento da população é um
processo complexo e mutável, claramente determinado
por uma determinada época e sociedade (Dias, 2005).
As dificuldades que o idoso enfrenta e a forma como
envelhece, com maior ou menor valorização, deve-se em
muito ao estatuto que determinada sociedade lhe
confere.
Se em tempos mas longínquos o velho era considerado
como um arquivo de saberes e experiencias cuja
transmissão era imprescindível para a sobrevivência da
comunidade, hoje, passamos a questionar o sentido, os
custos deste aumento da longevidade (Barreto, 2005).
59. O envelhecimento social está de um modo geral associado a
alterações no status do indivíduo. Existe uma transição da
categoria de activo à de reformado (65 anos), esta desocupação
de papéis sociais é percepcionada como uma perda de utilidade
e poder social. Com a ausência de um horário laboral, o
indivíduo tem que se adequar a novos papéis o que nem
sempre é um processo fácil (Sousa, Figueiredo e Cerqueira, 2004).
É com esta mudança que alguns projectos de vida ficam
comprometidos. Existem idosos que apresentam dificuldades
neste processo de adaptação e que iniciam um ciclo de perdas
diversas que vão desde a condição económica ao poder de
decisão, à perda de parentes e amigos, da independência e da
autonomia; de contactos sociais, da auto-estima, à perda da
sua identidade (Zimerman, 2000).
60. Família Sociedade
Acolhe
Relega actividades
secundárias
Não se adapta e
afasta-se
Vê o idoso como
um peso
A cultura, a politica, a
situação económica
tornam o idoso num
problema
Por não produzir
perde valor
Considera
importante mas
não incluí
Não valoriza, despreza
e rejeita
Não considera a
sua contribuição
Não valoriza a
sabedoria do
idoso
Influencia negativa na
qualidade de vida do idoso
Institucionalização
61. Síntese:
Nem todos percepcionamos e vivemos a velhice como a
sequência de vários acontecimentos perturbadores inevitáveis.
Esta nova etapa da vida do indivíduo deve ser vivida com
condições físicas e económicas e com uma vida social activa
(Barreto, 2005).
Se estas alterações, por um lado, representam o afastamento
do circuito de produção, por outro, proporcionam o direito a um
repouso remunerado (Tomaz, Melo, Pinheiro e Costa, 2002).
A velhice é um processo natural, indiscutível e inevitável.
Independentemente das perspectivas explicativas, nesta fase
ocorrem mudanças biológicas, fisiológicas, psicossociais,
económicas e políticas de forma diferenciada de indivíduo para
indivíduo. Contudo, o bem-estar do idoso é influenciado por
múltiplos factores internos e externos, que vão contribuir para uma
melhor ou pior adaptação a estas transformações (Barreto, 2005).
62. Síntese:
Nem todos percepcionamos e vivemos a velhice como a
sequência de vários acontecimentos perturbadores inevitáveis.
Esta nova etapa da vida do indivíduo deve ser vivida com
condições físicas e económicas e com uma vida social activa
(Barreto, 2005).
Se estas alterações, por um lado, representam o afastamento
do circuito de produção, por outro, proporcionam o direito a um
repouso remunerado (Tomaz, Melo, Pinheiro e Costa, 2002).
A velhice é um processo natural, indiscutível e inevitável.
Independentemente das perspectivas explicativas, nesta fase
ocorrem mudanças biológicas, fisiológicas, psicossociais,
económicas e políticas de forma diferenciada de indivíduo para
indivíduo. Contudo, o bem-estar do idoso é influenciado por
múltiplos factores internos e externos, que vão contribuir para uma
melhor ou pior adaptação a estas transformações (Barreto, 2005).
63. Emoções e Velhice
Segundo Lelord e Christophe (2002, p.19)
“a emoção é uma reacção súbita de todo o
nosso organismo, com componentes
fisiológicas, cognitivas e comportamentais”
que permite ao sujeito se libertar das suas
tensões.
64. Emoções de Fundo
São detectadas através de pormenores como a velocidade dos
movimentos ou até a contracção dos músculos faciais, pois
comporta interferências de incitadores internos. Estas podem
ser relatadas como o entusiasmo, tensão, calma, bem-estar
e mal-estar
Emoções Primárias
São universais e estão associadas a estados físicos. Podem ser
relatadas como a alegria, tristeza, felicidade, medo, cólera,
surpresa, raiva e repugnância.
Emoções Sociais
Emergem devido à relação socio-cultural e podem manifestar-se
como a simpatia, compaixão, embaraço, vergonha, culpa,
orgulho, inveja, ciúme, admiração e desprezo. (Damásio, 2003)
65. Incontinência emocional: caracterizada em
produzir intensas reacções afectivas e uma
incapacidade para controlá-las,
Labilidade afectiva: que nada mais é do que a
mudança rápida de emoções. As paixões
reprimidas ao longo da vida, não encontram na
velhice energia e produzem tristeza com suas
frustrações, angústias e rancores.
67. Características do envelhecimento emocional
- Redução da tolerância a estímulos;
- Vulnerabilidade à ansiedade e depressão;
- Acentuação de traços obsessivos;
- Sintomas hipocondríacos, depreciativos ou de
passividade;
- Conservadorismo de carácter e de ideias (rigidez
mental)
68. - Atitude hostil diante do novo;
- Diminuição da vontade, das aspirações, da
iniciativa;
- Estreitamento da afectividade.
É frequente que os idosos associem à idade
avançada a melancolia e a tristeza devido a
perdas afectivas, económicas, sociais e
doenças crónicas.
69. Motivação
“É a força propulsora (desejo) por trás de
todas as acções de um organismo.
Motivação é o processo responsável
pela intensidade, direcção, e
persistência dos esforços de uma
pessoa para o alcance de uma
determinada meta.” (Dicionário de Psicologia, 1987)
70. MOTIVAÇÃO
Alguma coisa que faz uma pessoa agir;
Processo de estimular uma pessoa agir;
Processos que instigam um comportamento;
Processos que fornecem direcção e propósito ao
comportamento;
Processos que permitem a persistência do
comportamento;
Processos que conduzem às escolhas ou preferências
de um determinado comportamento. (ASSIS;NAHAS, 1999:34)
71. Em Nóbrega et al., o envelhecimento é um
processo que gradativamente conduz o sujeito à
inatividade física, que por sua vez leva ao
descondicionamento e à potencialização da
fragilidade músculo-esquelética. Com o acúmulo
dessas variáveis, ocorre a perda do estilo de vida
independente, ocasionando diminuição da
motivação e auto-estima, havendo possibilidade
de atingir um grau de ansiedade e depressão,
que neste caso aceleraria a inatividade física e o
envelhecimento.
72.
73. Envelhecimento bem
sucedido:
Satisfação de vida;
Felicidade;
Concretização de
objectivos;
Boa qualidade de vida
Ou :
Depressão;
Ansiedade;
Isolamento Social
74. Freire (2000), apresenta um modelo teórico com
seis dimensões do funcionamento positivo para
explicar o bem-estar:
1)Auto-aceitação: implica em uma atitude positiva
do indivíduo em relação a si próprio e a seu
passado; implica reconhecer e aceitar diversos
aspectos de si mesmo, características boas e más.
2)Relações positivas com os outros: envolve ter
uma relação de qualidade com os outros, ou seja,
uma relação satisfatória e verdadeira; preocupar-se
com o bem estar alheio; ser capaz de relações
empáticas, afectuosas .
75. 3) Autonomia: significa ser autodeterminado e
independente; ter habilidade para resistir às pressões
sociais para pensar e agir de determinada maneira;
avaliar-se com base em seus próprios padrões.
4) Domínio sobre o ambiente: aproveitar as
oportunidades que surgem à sua volta; ser hábil para
escolher ou criar contextos apropriados às suas
necessidades e valores.
5) Propósito na vida: implica ter metas na vida e um
sentido de direcção; o indivíduo percebe que há sentido
em sua vida presente e passada; possui crenças que
dão propósitos à vida; acredita que a vida tem um
propósito e é significativa.
76. 6) Crescimento pessoal: o indivíduo tem um senso
de crescimento contínuo e de desenvolvimento
como pessoa; está aberto a novas experiências; tem
um senso de realização de seu potencial, e suas
mudanças reflectem autoconhecimento e eficácia.
O bem-estar psicológico, segundo Diener e Suh
(1997), reflectirá em uma avaliação que o idoso faz
de sua vida que foi influenciada por valores
pessoais, padrões sociais e aspectos históricos que
possuem componentes cognitivos (saúde, relações
sociais e espiritualidade) e afectivos (afectos
positivos, felicidade e alegria, e afectos negativos,
tristeza, infelicidade).
77. Rowe e Kahn sugerem três acções que influenciam
e melhoram a qualidade de vida:
“como fazer o melhor dos últimos anos!”
1. Evitar as doenças e as incapacidades
(alimentação, não fumar)
2. Manter activas as funções físicas e cognitivas
(exercício físico, ler, fazer palavras cruzadas)
3. Estar envolvido com a vida e viver (relacionar-se
com os outros, contribuir com algo de
valor).
78. Envelhecimento mal sucedido
Depressão
Muitos autores consideram as depressões na velhice como
atípicas, podem ser caracterizadas pela falta de episódios
de tristeza, claramente distintos, mostrando-se o doente
apático, com queixas subjectivas de comprometimento
cognitivo, ansiedade proeminente, somatização e excesso
de preocupação com o corpo.
SIMÕES (1996) afirma que, no idoso, os sintomas iniciais do
quadro depressivo são relativamente inespecíficos, tais
como a debilidade, perturbações de sono, tristeza e
ansiedade, desinteresse por hábitos e/ou prazeres
habituais. Os sintomas mais específicos são os que
decorrem da depressão do humor, bem como a lentidão
psicomotora.
79. SINTOMAS
Humor depressivo e/ou uma diminuição clara do interesse
ou prazer em quase todas as actividades durante a maior
parte do dia;
Perda (sem dieta) ou ganho de peso, diminuição ou
aumento de apetite, insónia ou hipersónia, agitação ou
lentidão psicomotora, fadiga ou perda de energia;
Sentimento de desvalorização ou culpa excessiva ou
inapropriada;
Menor capacidade de pensamento ou concentração,
ou indecisão;
Pensamentos recorrentes sobre a morte, ideação
suicida recorrente, tentativa de suicídio ou a existência
de um plano específico para cometer suicídio;
80. Ansiedade
Sintomas Psíquicos: nervosismo, irritabilidade e
agressividade.
Sintomas Físicos: tremor de extremidade, dificuldade
para se expressar e descontrolo motor.
Sistema Cardiovascular: taquicardia, arritmia
cardíaca, suor na mãos, dor no peito, hipertensão e
tontura.
81. Ansiedade (cont)
Sistema Respiratório: falta de ar, tontura,
tosses, engasgo, gaguez e soluço.
Sistema Génito-urinário: aumento da
frequência e quantidade de urina e problemas
sexuais.
82. Personalidade: Tipologias
Personalidade:
“Este termo exprime a totalidade de um ser, tal como
aparece aos outros e a si próprio, na sua unidade,
na sua singularidade e na sua continuidade. Cada
um possui uma personalidade, que resulta, ao
mesmo tempo, do seu temperamento, da sua
constituição e das múltiplas marcas deixadas pela
sua história individual.” (Dicionário de Psicologia, 1987)
Kaplan et al. definem a personalidade como a
totalidade de traços emocionais e
comportamentais que caracterizam o indivíduo
nas situações de vida do dia-a-dia, sob condições
normais, sendo relativamente estável e previsível.
83. GRUPO TIPO CARACTERÍSTICAS
Adaptaram-se ao
envelhecimento
Construtivo Bem integrado, respeitado, estável, que
desfruta daquilo que a vida lhe proporciona
Dependente É passivo, satisfeito, enfim pode descansar
Defensivo Activo, rígido, disciplinado, dedica-se a
muitas actividades
Não se
adaptaram ao
envelhecimento
Colérico Culpa o mundo e as pessoas pelos seus
insucessos pessoais, pouca ambição quanto
ao futuro, vida social instável e padrões
económicos precários, luta contra
manifestações
do envelhecimento
Pessimista Sem história de vida, não gosta de si, é
deprimido, isolado e geralmente exagera sua
falta de capacitação física e psicológica,
fazendo-se de vítima, a morte como a sua
libertação desta existência insatisfatória
84. A personalidade sofre modificações ao longo do
processo de envelhecimento?
Estudos de Havighurst, Neugarten & Tobin (1968): primeiros
dados sobre a personalidade nos idosos. Estes autores
descobriram 4 grandes tipos de personalidade presentes em
indivíduos entre os 50 e os 90 anos.
Integrado: pessoas apresentando um bom funcionamento
psicológico geral, com uma “vida cheia”, interesses variados,
com as suas competências cognitivas intactas e retirando
um elevado nível de satisfação dos papéis desempenhados;
Defensivo-combativo: pessoas orientadas para a
realização, lutadoras e controladas, experimentando níveis
de satisfação entre o moderado e o elevado;
85. Passivo-dependente: dependendo do tipo de funcionamento
ao longo da vida, assim estas pessoas apresentam na velhice
uma orientação passiva ou dependente, mostrando graus de
satisfação muito variados;
Desintegrado: pessoas com lacunas no funcionamento
psicológico, pouca actividade, controlo pobre de emoções e
deterioração dos processos cognitivos, com baixa satisfação de
vida.
Para estes autores, as pessoas diferem muito na forma como
vivem os últimos anos das suas vidas, acabando a sua
personalidade por ser influenciada e modelada por factores em
linha com aquilo que sempre foram as reacções e os
comportamentos ao longo da vida.
86. Jung (1933)
Segundo Jung, a personalidade organiza-se em
redor de 2 orientações fundamentais:
extroversão/introversão
Extroversão: atitude para com o mundo
exterior
Introversão: atitude para com o mundo
interior e para com as experiências mentais
subjectivas
Estas duas orientações equilibram-se para permitir
que o indivíduo integre as limitações do ambiente e
os desejos e fantasmas do seu inconsciente.
87. De acordo com tendências que determinam a
evolução do indivíduo no decorrer da vida adulta:
Extroversão-introversão: produzir-se-ia
uma inversão por altura do meio da vida,
que conduziria o indivíduo a um novo
equilíbrio.
Na juventude: haveria a predominância
da extroversão (traduzida pela necessidade
de afirmação do eu e de realização pessoal e
profissional
Na 2ª metade da vida: haveria um forte
aumento da introversão; a pessoa volta-se
para a análise dos seus sentimentos
pessoais, para o balanço da vida e para a
tomada de consciência do seu encontro
88. As primeiras pesquisas mostraram que a personalidade se
tornava mais rígida com o envelhecimento e que se
desenvolvia muito pouco na velhice. Estudos posteriores,
surgidos a partir da década de 70, sugeriram que ocorreria
uma estabilidade dos traços de personalidade ao longo da
vida adulta e da velhice. Desta forma, a personalidade não
se tornaria mais rígida, mas permaneceria da mesma forma
que sempre fora desde a vida adulta.
Segundo Hétu (1988), a personalidade construída pelo
indivíduo durante a infância e juventude é o melhor factor
de predição da adaptação à velhice. Ela representa o eu, a
personalidade, ou o ego que, ao longo de toda a sua vida,
será o integrador dos seus comportamentos.
89. As características de personalidade podem tanto
contribuir para a manutenção da saúde e o bem-estar
subjectivo na velhice quanto influenciar o
desencadeamento de sintomas depressivos em
idosos.
Os idosos com características de personalidade
mais voltadas para si próprias, menos
interactivas e pouco dominantes, apresentaram
menos sintomas de depressão em relação
àquelas que são mais voltadas e interessadas no
outro, mais deferentes, organizadas, persistentes
e interactivas
90. Tarefas Evolutivas da Velhice
Tarefas de desenvolvimento – são aquelas que a pessoa
deve cumprir para garantir o seu desenvolvimento e
consequente ajustamento psicológico e social.
São tarefas com as quais as pessoas satisfazem as suas
necessidades pessoais e garantem o desenvolvimento
e manutenção de padrões sociais e culturais. Desta
forma dão sustentação ao progresso social e cultural e
em consequência ao bem-estar do indivíduo.
- Prioridades / Investimento pessoal
- Expectativas quanto ao futuro/ realizações e metas
91. Tarefas Evolutivas da Velhice (cont.)
As tarefas não são estanques em
cada etapa, embora algumas
sejam preferencialmente típicas
de uma determinada fase. Em
cada fase todas se relacionam
entre si e o prejuízo numa das
tarefas pode comprometer o
desenvolvimento futuro dessa
tarefa ou de outras.
92. Velhice e as Tarefas do Desenvolvimento
Psicológico
As tarefas são básicas em cada sequência do ciclo
de vida;
Há uma expectativa social de que as pessoas em
cada sequência cumpram com êxito as suas
tarefas;
Na última parte do ciclo também a pessoa idosa tem
tarefas de desenvolvimento a cumprir, de modo a
ser feliz e a ter qualidade na sua vida.
93. Recorrendo à teoria de Erikson (1950)
Encontram-se dois conceitos:
a) geratividade como tarefa evolutiva de adultos;
b) integridade do ego como tarefa evolutiva específica de
idosos.
Geratividade significa contribuir para gerações futuras por
meio da produção não só de aspectos materiais, mas
também do cuidado e da manutenção de outros seres.
Integridade do ego é a adaptação a triunfos e desilusões
inerentes à condição de criador de outros seres
humanos e gerador de produtos e ideias. É ter, em
suma, dignidade, sabedoria, aceitação do modo de
vida, senso de completude e unidade.
94. CICLO VITAL
Assim, como o indivíduo, a família
passa por estágios de
desenvolvimento, conduzindo ao
crescimento e à transição para um
novo nível necessário e importante
no ciclo vital:
Formação do Casal
Família com filhos Pequenos;
Família com Filhos na Escola;
Família com Filhos Adolescentes
Família com Filhos Adultos
95. IInnffâânncciiaa
TTaarreeffaa BBáássiiccaa:
Dominar a leitura e a escrita
Servirá de instrumento para a sua independência, para uma
comunicação mais ampla e efectiva, que posteriormente facilitarão as
escolhas de formação e profissionalização, entre outras
possibilidades.
AAddoolleessccêênncciiaa
TTaarreeffaa BBáássiiccaa:
Formação Pessoal, Emancipação
Relacionam-se com a fase anterior e prolongam-se para o período
subsequente.
Permite à autonomia e independência
96. AAdduullttoo
TTaarreeffaa BBáássiiccaa:
Responsabilidades cívicas e sociais;
Estabelecer e manter um padrão económico de vida;
Ajudar os filhos a serem futuros adultos responsáveis e felizes;
Desenvolver actividades de lazer;
Relacionamento com o(a) esposo(a)
Aceitar e ajustar-se às mudanças físicas da meia-idade e ajustar-se aos pais
idosos.
VVeellhhiiccee
TTaarreeffaass BBáássiiccaass:
Ajustar-se ao decréscimo da força e saúde;
Ajustar-se à reforma;
Ajustar-se à morte do(a) esposo(a)
Estabelecer filiação a um grupo de pessoas idosas;
Manter obrigações sociais e cívicas assim como investir no exercício físico
satisfatórios para viver bem a VELHICE.
97. Educação Para Envelhecer
As tarefas evolutivas da velhice são formas de
organização da vida que possibilitam até a aceitação da
morte (Fitch, 1985). Um ambiente agressivo, assuntos
familiares não resolvidos, ausência de cuidadores
adequados podem dificultar este processo.
Cumprir todas as tarefas é importante, como é importante
também que o idosos conte com o apoio da família, da
sociedade e dos profissionais que actuam na área.
Dessa forma, ele poderá ter uma velhice bem sucedida
e usufruir do prazer de ser e de viver, contribuindo para
o bem de todos…
98. Durante o envelhecimento, os principais factores de
influência da sociedade sobre o indivíduo são:
a resposta social ao declínio biológico,
o afastamento do trabalho,
a mudança da identidade social,
a desvalorização social da velhice e
a falta de definição sociocultural de actividades em que
o idoso possa perceber-se útil e alcançar
reconhecimento social.
A vida do idoso é, portanto, dominada por um alto nível de
stress, devido às expectativas e obrigações
formalizadas.
99. Tarefas Evolutivas da Velhice
Erikson
Estágio de Integridade versus Desespero e
Isolamento (mais de 65 anos):
Nessa fase existe o conflito entre a integridade, o senso de
satisfação que se tem ao refletir sobre uma vida
produtiva, e o desespero no sentimento de que a vida
teve pouca finalidade ou significado. A integridade
permite uma aceitação do próprio lugar no ciclo vital e o
reconhecimento de que somos responsáveis por nossas
vidas. Com a não aceitação, predomina o medo da
morte e um sentimento de desespero e angústia.
100. Manutenção da Auto-Estima:
As pessoas idosas devem lidar com feridas narcisistas, à
medida que tentam adaptar-se às perdas biológicas,
psicológicas e sociais. A auto-estima e a auto-suficiência estão
sob risco constante. Para manter a auto-estima são
importantes: (1) segurança económica; (2) pessoas
cuidadoras; (3) saúde psicológica; e (4) saúde física.
Do fracasso na tentativa de manutenção da auto-estima
podem surgir tensão, ansiedade, frustração, raiva e depressão.
101. Tarefas Evolutivas da Velhice
aceitação do corpo que envelhece;
aceitação da limitação do tempo e da morte
pessoal;
manutenção da intimidade;
relacionamentos com os filhos: deixar ir, atingir
igualdade, integrar novos membros;
relação com seus pais: inversão de papéis, morte e
individuação;
102. Tarefas Evolutivas (cont.)
o afastamento do trabalho;
a mudança da identidade social;
a desvalorização social da velhice;
a falta de definição sociocultural de actividades em
que o idoso possa perceber-se útil e alcançar
reconhecimento social;
preparação para a morte.
103. Medidas Preventivas
Manter a saúde física com a prevenção das doenças
degenerativas;
Independência económica;
Ter seu próprio espaço físico ou moradia;
Ter laços de amizade e vínculos fortes com a
família;
Manter um relacionamento íntimo com um(a)
companheiro(a);
104. Medidas Preventivas (cont.)
Ter um vínculo com a comunidade;
Manter-se sempre ocupado e com planos para
o futuro;
Se possível, manter um vínculo com seu antigo
trabalho ou profissão;
Procurar ajuda na comunidade;
Praticar exercícios, manter uma actividade física
regular.
105. Ajustamentos Psicossociais da Velhice
Envelhecer bem requer ajustamento pessoal e social, que
pode ser comprometido por condições deficitárias de
saúde e educação ao longo do curso de vida. Se o
indivíduo tiver alguma deficiência física congénita ou
adquirida antes da velhice, suas condições de
desenvolver-se e envelhecer com sucesso irão sofrer
prejuízo maior ou menor e mais ou menos controlável,
dependendo da extensão e da natureza da sua
deficiência, dos recursos de apoio que o ambiente
sociocultural lhe oferecer ao longo de toda a vida e de
seus recursos psicológicos.
.
106. Para Silva e Varela (1999), adaptação significa maximizar
as possibilidades individuais reorganizando a vida frente
às limitações percebidas, ajustando-se às diversas
situações individualmente ou com a ajuda de outros. É
um processo contínuo de actualização das
potencialidades pessoais e de aprender a viver com as
limitações explorando e utilizando ao máximo seus
recursos disponíveis.
107. Para Davies (1996), as variáveis mais significativas
envolvidas na adaptação são o suporte social, o coping
e o controle percebido
Antonucci (2001), o suporte social ajuda os indivíduos a
enfrentar e se recuperar das exigências da vida.
Segundo a autora, pessoas com amplas redes sociais
têm mais ajuda nos tempos de doenças e as pessoas
que percebem mais suporte enfrentam melhor as
doenças, o stress e outras experiências difíceis da vida.
Para Handen (1991), o suporte social aumenta a auto-estima
e o sentimento de domínio sobre o próprio
ambiente, tem a função de coping ao amenizar o
impacto das doenças e provavelmente modera o efeito
das crises inesperadas.
Segundo Antonucci (1994), o suporte social estimula o
senso de controle e auto-eficácia
108. Robert Peck, expande a teoria de Erikson, e descreve três ajustes
psicológicos importantes para a fase final da vida:
1. Definições mais amplas do ego contra uma preocupação com papéis
de trabalho – São aqueles que definiram suas vidas pelo trabalho,
direccionando seu tempo à conquista de méritos profissionais pessoais;
2. Superioridade do corpo contra preocupação com o corpo – Aqueles
para quem o bem-estar físico é primordial à existência feliz poderão ficar
mergulhados no desespero ao enfrentarem a diminuição progressiva da
saúde, com a chegada da terceira idade, e o surgimento das dores e
limitações físicas. Peck afirma que ao longo da vida, as pessoas
precisam cultivar faculdades mentais e sociais que cresçam com a idade;
3. Superioridade do ego contra uma preocupação com o ego –
Provavelmente o mais duro e mais importante ajuste para o idoso seja a
preocupação com a morte próxima. O reconhecimento do significado
duradouro de tudo que fizeram ajudará a superar a preocupação com o
ego, e continuarem a contribuir para o bem-estar próprio e dos outros.
109. A partir da síntese de teorias clássicas sobre a
personalidade, Ryff (1989) propôs um modelo
multidimensional de bem-estar psicológico,
correspondente a funcionamento psicológico positivo
como sinónimo de ajustamento, e uma condição do self
relacionada a seis domínios do funcionamento
psicológico: auto-aceitação, relações positivas com os
outros, autonomia, domínio sobre o ambiente, propósito
na vida e crescimento pessoal.
110. A autoaceitação significa uma atitude positiva do indivíduo em
relação a si próprio e a seu passado; significa reconhecer e aceitar suas
características positivas e negativas. O sentimento de aceitação gera
estima, confiança e segurança em si e nos outros (Ryff, 1989). A
aceitação da deficiência é definida como um dos melhores indicadores de
ajustamento positivo após uma deficiência e caracterizada por:
a) capacidade do indivíduo com deficiência de perceber valor em
habilidades e metas que não foram perdidas em consequência da
deficiência;
b) avaliação do próprio valor, de atributos e capacidades, baseada
não apenas em aspectos físicos, mas também em outros (por exemplo,
persistência, inteligência);
c) mesmo quando o indivíduo é influenciado por percepções, atitudes
e linguagem de outras pessoas, foca a sua própria atitude em relação à
deficiência, enxergando-a como mais uma de suas características, e não
a única;
d) em seu nível mais básico, ocorre quando o indivíduo reconhece o
valor único da junção de suas características e habilidades, mais do que
quando faz comparações com padrões externos e frequentemente
inatingíveis (Elliott, Kyrlo & Rivera, 2002, citado por Schmitt & Elliott,
2004).
111. Ter relações positivas diz respeito a manter com os
outros uma relação de qualidade, uma relação calorosa,
satisfatória e verdadeira; preocupar-se com o bem-estar do
outro e ser capaz de manter relações afectuosas e
agradáveis, sejam elas familiares, de intimidade ou de
amizade (Ryff, 1989).
Relações sociais significativas permitem o
desenvolvimento do self, dão sentido às experiências e
podem oferecer apoio, importantes elementos no processo
de adaptação, principalmente em momentos de transição
da vida adulta. No caso específico das pessoas com
deficiência física, o apoio social pode tornar-se mais
significativo. O indivíduo se sente mais amado e estimado e
com sensação de controlo sobre sua própria vida (Nogueira,
2001).
112. A autonomia implica em ser auto determinado e
independente, mesmo que a pessoa necessite de apoio para
operacionalizar suas escolhas e, às vezes, até para o
exercício de actividades de vida diária. Implica em tomar
decisões de acordo com o que acredita ser melhor, dentro de
seus próprios padrões, e em não ser influenciado por
pressões sociais para pensar e agir (Ryff, 1989).
O conceito de autonomia pode ser comparado aos
conceitos de autodeterminação, independência, locus de
controle interno, individuação e regulação interna do
comportamento, aos quais se subordinam as crenças de que
os pensamentos e acções são próprios à pessoa e não são
determinados por causas independentes do próprio controle.
Está relacionado ao conceito de liberdade, e, como teorizou
Kant, é a capacidade de autonomia que traz aos seres
humanos dignidade (Cristopher, 1999).
113. Domínio sobre o ambiente significa ter competência para manejar o
ambiente, usufruir as oportunidades que surgem ao redor, apresentar
habilidades para escolher ou criar contextos adequados às suas
necessidades e valores, eliminar barreiras e fazer adaptações pessoais
ou no ambiente, quando necessárias.
É preciso que seja compatível com as capacidades físicas e com as
competências comportamentais das pessoas para permitir melhor
adaptação. Pessoas que apresentam maior habilidade para manejar o
ambiente têm senso de controle mais elevado. Segundo Folkman (1984),
o papel do controle no ajustamento vai depender do significado das
crenças de controle em cada situação, e quando as oportunidades de
controle são limitadas em determinado contexto, a pessoa irá buscar
algum aspecto da própria situação onde ela tenha esse senso de
controle, para se fortalecer. Questões sobre controle podem ser
particularmente importantes no contexto de doença, tendo-se em vista
que em alguns casos de doenças crónicas as oportunidades de controle
estão limitadas, mesmo que sejam sobre o ambiente (Sirois, Davis &
Morgan, 2006).
114. Ter propósito de vida significa ter metas na vida e um
senso de direcção; a pessoa percebe que há sentido em sua
vida presente e passada; tem crenças que dão propósito à
vida; acredita que a vida é significativa e, a despeito de todos
os obstáculos, tem motivação para continuar vivendo (Ryff,
1989).
Janoff-Bulman e Frantz (1997, citado por Pakenham,
2005) propuseram que a adaptação positiva em face da
adversidade envolve uma tentativa de encontrar sentido num
evento traumático e achar algum benefício nesta experiência.
115. Segundo Ryff (1989), pessoas ajustadas têm alto senso
de desenvolvimento e crescimento contínuo; estão
abertas a novas experiências; reconhecem seu potencial de
realização, e suas mudanças reflectem autoconhecimento e
auto-eficácia.
Bauer e McAdams (2004) citam Maslow (1968) para
ressaltar que pessoas orientadas para o crescimento ou para
a segurança em suas vidas têm melhor saúde psicológica e
senso mais alto de bem-estar psicológico.
Quanto mais desenvolvidos os mecanismos de
ajustamento psicológico, maior a possibilidade de adaptação,
presumivelmente sem grande declínio na qualidade de vida
do idoso.
116. Indivíduos bem-ajustados têm mais habilidade para
adaptar-se às exigências sociais e emocionais da vida
quotidiana (Bauer & McAdams, 2004). Mesmo na
presença de perdas, que podem ser reduzidas ou
ampliadas de acordo com as condições da pessoa, o ser
humano sempre aspirou a viver longamente, com
autonomia e com boa saúde, tendo uma boa velhice.
Freire e Rezende (apud Néri, 2001)
Entendem que velhice bem sucedida é um conjunto de
recursos necessários à pessoa para enfrentar eventos
stressantes, envolvendo habilidades e capacidade para
solucionar problemas, bem como a capacidade social.
117. Fase final da vida/reflexão sobre a morte e o luto
Só pensamos na velhice quando ficamos velhos. A
morte é parte obrigatória da velhice. Na cultura
ocidental, é característico que a morte seja excluída
dos nossos pensamentos pelo tempo mais longo
possível. Isso pode aumentar o medo inconsciente
da morte, mas tanto a velhice quanto a morte são
processos pelos quais todos os seres humanos
passam.
118. Conceitos de morte Morrer é o cessar irreversível:
1- da função de todos órgãos, tecidos e células;
2- do fluxo de todos os fluídos do corpo incluindo o sangue e o
ar;
3- do funcionamento do coração e do pulmão;
4- do funcionamento espontâneo do coração e do pulmão;
5- do funcionamento de todo o cérebro, incluindo o
tronco cerebral;
119. A MORTE SOBRE DUAS CONCEPÇÕES
A morte do outro: o medo do abandono,
consciência da ausência e da
separação.
A própria morte: a consciência da
própria finitude, a fantasia de como será
o fim e quando ocorrerá.
120. Ao pensar a morte cada pessoa pode
relaciona-la a um dos seguintes aspectos:
(Kastenbaum, 1983)
a) Medo de morrer: surge o medo do sofrimento,
da indignidade pessoal. Em relação à morte do
outro é difícil ver o seu sofrimento e
desintegração, o que origina sentimentos de
impotência por não se poder fazer nada;
b) Medo do que vem após a morte: quando se
trata da própria morte é o medo do julgamento,
do castigo divino e da rejeição. Em relação à
morte do outro, surge o medo da retaliação e
da perda da relação;
121. c) Medo da extinção: diante da própria morte existe a
ameaça do desconhecido, o medo básico da sua
extinção. Em relação ao outro, a extinção evoca a
vulnerabilidade pela sensação de abandono.
Acontecem múltiplas perdas, na velhice, e num curto
espaço de tempo: são as mortes do cônjuge, de amigos
e familiares da mesma faixa etária; as alterações no
corpo, perdas fisiológicas e funcionais; a reforma, as
perdas financeiras e o isolamento social; o surgimento
de doenças crónicas e a situação de dependência, entre
outras.
122. Marta L. Méndez propõe quatro “lutos” básicos da velhice:
1.O luto pelo corpo potente – consciência do declínio
físico.
2. O luto pelo papel paternal – alguns impedimentos
físicos, psíquicos ou sociais passam a se colocar diante
do papel paternal, bem como quando o idoso passa do
papel de “pai” para “avô”.
3. O luto pelo papel social – devido à reforma.
4. O luto pela perda de relações objectais significativas –
por exemplo, perdas de amigos, familiares ou viuvez.
123. Síntese
Passada a idade adulta,
o ser humano enfrenta a
terceira idade, etapa do
ciclo vital na qual há um
número maior de perdas,
colaborando para que o
idoso pense mais sobre sua
finitude (KOVÁCS, 2005). A perda
de amigos e familiares,
perda da sua ocupação, de
parte de sua força física,
redução do aparelho
sensório e, em alguns
casos, perda do
funcionamento cerebral são
comuns nesta idade (SILVA;
CARVALHO; SANTOS; MENEZES, 2007).
124. Síntese
Em decorrência da terceira idade
ser uma fase constituída por
perdas, a morte nessa idade,
pode ser vista como natural e
aceitável. Diante disso, é possível
perceber que o tema morte é algo
que acompanha frequentemente
os indivíduos de terceira idade.
Bee (1997) nos diz que na velhice
as pessoas tendem a pensar e
falar mais sobre o assunto se
comparadas a pessoas de
qualquer outra faixa etária.
Porém, tal facto não quer dizer
que a temam menos do que
pessoas de outras idades
(ROSENBERG, 1992).
125. De acordo com tais evidencias, pode-se pensar que a
possibilidade eminente de morte que acompanha
indivíduos nesta etapa do ciclo vital pode, em alguns
casos, ser geradora de angustia. Segundo Rosenberg
(1992, p. 70), “nosso medo da morte não caminha
linearmente com nossa idade”.
Frumi e Celich (2006) realizaram uma pesquisa com
cinco idosos acima de 60 anos com o objectivo de
conhecer o significado do envelhecer e da morte para os
idosos. Através do estudo, as autoras puderam perceber
que os idosos encaram a morte como uma certeza, sendo
que tal forma de encarar o assunto parece estar alicerçada
em crenças e valores espirituais, que trazem para o idoso
a confiança de uma vida após a morte. Sendo assim, é
notável a importância de alguns aspectos, tais como a
espiritualidade para uma vivência menos temerosa acerca
da morte.
126. Luto
Conjunto de reações que ocorrem em
consequência de uma perda significativa.
Envolve um processo de recuperação e
reparação psíquica perante mudanças e
situações que acarretam perdas e provocam
desequilíbrio, afetando a ideia que temos de
nós próprios, da vida e do mundo
127. O que é o Processo de Luto?
Face a qualquer perda significativa, de uma pessoa ou até
de um objecto estimado, desenrola-se um processo
necessário e fundamental para que o vazio deixado,
com o tempo, possa voltar a ser preenchido. Esse
processo é denominado de luto e consiste numa
adaptação à perda, envolvendo uma série de tarefas ou
fases para que tal aconteça.
Sanders (1999) considera que o luto representa o estado
experiencial que a pessoa sofre após tomar consciência
da perda, sendo um termo global para descrever o
vasto leque de emoções, experiências, mudanças e
condições que ocorrem como resultado da perda.
128. Apesar do processo de luto ser aparentemente um
mecanismo universal e que se dá em várias espécies, cada
indivíduo tem uma forma idiossincrática de o realizar e o
processo varia não só de pessoa para pessoa, como
também existem diferenças consoante a faixa etária em que
o indivíduo se encontra.
129. Luto
5 Fases de Kubler-Ross(1969)
Choque/ Negação: particularmente
proeminente quando a perda é inesperada
Revolta: dirigida a si próprio, a Deus, aos
médicos ou a outro alvo
Depressão: sintomas depressivos
Negociação: com os médicos, Deus…
Aceitação: apercebem-se da realidade do
acontecimento; recuperação funcional
progressiva
130. Luto
4 fases de Bowlby (1980)
Choque/Negação:falha no registo da perda da
figura de vinculação
Protesto:preocupação com a pessoa perdida e
coma tentativa de conseguir o seu regresso.
Ansiedade, medo, revolta
Desespero e desorganização: resultante da
constatação da ineficácia em trazer de volta afigura
de vinculação. Desespero, tristeza, solidão
Reorganização: recuperação gradual com interesse
por atividades sociais e outras
131. Luto 3 Fases
(BrownJT, StoudemireGA. NormalandPathologicalGriefJAMA 1983; 250:378)
Choque e Incredulidade: embotamento inicial
ao saber do acontecimento. Duração 1-2
dias onde o comportamento pode ficar
profundamente perturbado
Preocupação: com a pessoa falecida
Aceitação e resolução: retorno ao normal.
Pode demorar vários meses até esta fase
acontecer e tempo variável até que esteja
completa
132. Sentimentos ccoommuunnss nnoo pprroocceessssoo ddee lluuttoo
Tristeza: O sentimento mais comum encontrado no
enlutado, muitas vezes manifestando - se através do
choro;
133. Sentimentos comuns nnoo pprroocceessssoo ddee lluuttoo
Raiva: a raiva advém de duas fontes: da sensação de
frustração por não haver nada que se pudesse fazer para
prevenir a morte e de um tipo de experiência regressiva que
ocorre após a perda de alguém próximo em que a pessoa
se sente indefesa, incapaz de existir sem o outro; formas
ineficazes de lidar com a raiva são deslocá-la ou direccioná-la
erradamente para outras pessoas, culpabilizando-as pela
morte do ente querido ou virá-la contra o próprio, podendo,
no extremo, desenvolver comportamentos suicidas;
134. Culpa e autocensura: Normalmente, e principalmente no
início do processo de luto, há um sentimento de culpa por
não se ter sido suficientemente bondoso, por não ter levado
a pessoa mais cedo para o hospital, etc.; na maior parte das
vezes, a culpa é irracional e irá desaparecer através do teste
com a realidade;
Ansiedade: Pode variar de uma ligeira sensação de
insegurança até um forte ataque de pânico e quanto mais
intensa e persistente for a ansiedade, mais sugere uma
reacção de sofrimento patológica; surge de duas fontes: do
sobrevivente temer ser incapaz de tomar conta dele próprio
sozinho e de uma sensação aumentada da consciência da
mortalidade do próprio;
135. Solidão: Sentimento frequentemente expressado pelos
sobreviventes, particularmente aqueles que perderam os
seus cônjuges e que estavam habituados a uma relação
próxima no dia a dia;
Fadiga: Pode, por vezes, ser experimentado como apatia
ou indiferença; um elevado nível de fadiga pode ser
surpreendente e angustiante para uma pessoa que é
normalmente muito activa;
Desamparo: Está frequentemente presente na fase inicial
da perda;
Choque: Ocorre mais frequentemente no caso de morte
inesperada, mas também pode existir em casos cuja morte
era previsível;
136. Anseio: Ansiar pela pessoa perdida, desejá-la fortemente de
volta é uma resposta normal à perda; quando diminui, pode
ser um sinal de que o sofrimento está a chegar ao fim;
Emancipação: A libertação pode ser um sentimento positivo
após a perda; por exemplo, no caso de uma jovem que perde
o seu pai que era um verdadeiro tirano e a oprimia por
completo;
Alívio: É comum principalmente se a pessoa querida sofria
de doença prolongada ou dolorosa; contudo, um sentimento
de culpa acompanha normalmente esta sensação de alívio;
Torpor: Algumas pessoas relatam uma ausência de sentimentos; após a
perda, sentem-se entorpecidas; é habitual que ocorra no início do
processo de sofrimento, logo após tomar conhecimento da morte; pode
ser uma reacção saudável bloquear inicialmente as sensações como uma
espécie de defesa contra o que de outra forma seria uma dor esmagadora
e insuportável.
137. Sensações físicas normalmente sentidas após a perda:
vazio no estômago;
aperto no peito;
nó na garganta;
hipersensibilidade ao barulho;
sensação de despersonalização (nada parecer real,
incluindo o próprio);
falta de fôlego, sensação de falta de ar;
fraqueza muscular;
falta de energia;
boca seca
138. Perspectivas Biológicas
Resposta fisiológica + resposta emocional
Perturbação dos ritmos biológicos
Comprometimento do funcionamento
imunológico(< proliferação de linfócitos e
células NK)
Maior mortalidade entre população viúva
logo após a morte do cônjuge (causa?)
139. Cognições ou pensamentos habituais após a perda:
descrença (não acreditar na morte assim que se ouve a
notícia);
confusão (pensamento confuso; dificuldade de concentração
ou esquecimento de coisas);
preocupação (obsessão com pensamentos acerca do
falecido);
sensação de presença; alucinações (visuais e auditivas; são
uma experiência frequente nos enlutados; são normalmente
experiências ilusórias passageiras, que ocorrem
habitualmente após poucas semanas da perda e
normalmente não provocam uma experiência de sofrimento
mais complicada ou difícil)
140. Comportamentos usualmente manifestados após a
perda:
distúrbios do sono (insónias);
distúrbios do apetite (normalmente há uma redução, mas
também pode haver um aumento do apetite);
comportamentos de distracção ("andar aéreo");
isolamento social;
sonhos com a pessoa falecida;
evitar lembranças da pessoa falecida;
procurar e chamar pelo ente perdido;
Suspirar;
hiperactividade, agitação;
Chorar;
visitar sítios ou transportar consigo objectos que lembrem a
pessoa perdida;
guardar objectos que pertenciam à pessoa falecida
141. Luto -Duração
A maioria das sociedades apresenta um padrão de
reações e duração do luto.
Em geral:
Regresso ao trabalho/escola: algumassemanas
Estabelecer equilíbrio: alguns meses
Estabelecer novas relações: 6 meses-1 ano
O processo de luto não termina dentro de um
intervaloprescrito -alguns aspectos podem
persistirindefinidamente para muitos indivíduos
normais e combom funcionamento
142. Luto - Reações de Aniversário
Quando o desencadeador da dor da perda é
uma ocasião especial:
- Primeiro ano -período mais difícil:
- 1º aniversário sem o falecido
- 1º Natal
- 1ª Páscoa…
As reações tendem a tornar-se mais leves com o
passar do tempo mas quando surgem podem
assemelhar-se à dor original e persistir durante
horas ou dias
143. Quando termina oo pprroocceessssoo ddee lluuttoo??
Segundo Worden (1991), o processo de luto termina
quando as tarefas descritas supra são completadas.
Quanto à duração do processo, não existe uma resposta
conclusiva, sendo impossível definir uma data precisa. No
entanto, quando se perde uma relação próxima é muito
improvável levar menos de um ano e para muitos casos
dois anos ou até mais não é muito tempo. Para além
disso, cada nova estação, feriado ou férias e aniversário
são prováveis de reevocar a perda (Walsh e McGoldrick,
1998). Assim, verifica-se que o luto não é um processo
que progride de forma linear, podendo reaparecer para
ser novamente trabalhado.
Um sinal de uma reacção de sofrimento finalizada é quando
a pessoa consegue pensar no falecido sem dor e quando
consegue reinvestir as suas emoções na vida e nos vivos.
144. 4 tarefas essenciais do processo de luto (adaptado de
Worden,1991)
Após a perda de alguém que nos é querido, existe uma série
de tarefas de luto que têm de ser concretizadas para que se
restabeleça o equilíbrio e para o processo de luto ficar
completo. Desta forma, a adaptação à perda, de acordo com
Worden (1991), envolve 4 tarefas básicas:
1.aceitar a realidade da perda;
2. trabalhar a dor advinda da perda;
3. ajustar a um ambiente em que o falecido está ausente;
4. transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a
vida
145. Luto Complicado (adaptado de Sanders, 1999)
O termo de luto complicado é usado quando determinados
factores perturbam o processo de luto normal,. Estas variáveis
fazem com que o luto seja mais severo e duradouro do que
seria de esperar ou, pelo contrário, fazem com que o enlutado
evite ou nem sequer reconheça a sua dor, o que impede que
ela se possa resolver. Rando (cit. por Sanders, 1999)
identificou 7 variações ou síndromes de luto complicado:
146. Luto Complicado (adaptado de Sanders, 1999)
1) luto ausente: ausente ou inibido de tristezaquando
se espera encontrar sinais e sintomas evidentes
eagudos. Negação prolongada
2) luto atrasado (não demonstra reacções de luto
durante semanas ou mais tempo, podendo
transportar consigo uma dor não resolvida que
pode emergir mais tarde como "reacções
distorcidas" - e.g. hiperactividade sem um
sentimento de perda, adquirir sintomas que
pertenciam à última doença do falecido);
147. Luto Complicado (adaptado de Sanders, 1999)
3) luto inibido: ausência de sintomas do luto normal.
4) luto adiado: sem reações imediatas à morte
apresentando mais tarde sintomas de luto distorcido.
5) luto conflituoso: aparece após a perda de uma relação
altamente perturbada e ambivalente; normalmente, surge
uma complexidade de emoções após a morte, incluindo
alívio, mas seguido de culpa e remorsos por saber que a
relação nunca foi boa e não há oportunidade para a mudar);
148. Luto Complicado (adaptado de Sanders, 1999)
6) luto inesperado;
7) luto crónico: a resposta de luto inicial é apropriada, mas
a intensidade das reacções continuam sem diminuir;
como resultado, a pessoa mantém-se num profundo e
doloroso luto como forma de vida).
Apesar de existirem diversas variações de luto, os
lutos atrasado, distorcido e crónico aparentam ser, de
acordo com a autora, os principais a separar o luto
complicado de um luto normal.
149. Na realidade, o
tempo cura
todas as feridas
(desde que
consigamos
integrar a
cura).
150.
151. “O sexo é uma necessidade humana básica
e a sexualidade um aspecto central da vida humana,
cuja dinâmica e riqueza devem ser vividas
plenamente.
Sexualidade é um fenómeno que envolve a pessoa no
seu todo e que abrange uma complexa interacção de
variáveis biológicas, psicológicas e sócio culturais”
•A educação dos idosos: Os idosos de hoje foram educados
na 1ª metade do séc. XX, quando as práticas homossexuais,
bissexuais e de masturbação não estavam admitidas
socialmente e a educação sexual era inexistente.
Woods (1995)
152. A dificuldade para falar sobre sexualidade é um
problema frequente entre os idosos e, quando um
casal não é capaz de conversar sobre sexo a
resolução dos problemas torna-se impossível.
Woods (1995)
153. Na velhice, é fundamental que exista uma boa
perspectiva relacionada com a sexualidade e que se
tenha a consciência de que esta é muito mais do
que um acto físico ou a simples relação pénis-vagina.
A Sexualidade não deve, portanto, ser confundida
com relação sexual, que é apenas uma das
componentes da sexualidade.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, “o
amor, o calor, o carinho e o compartilhar entre as
pessoas” são exemplos claros da complexidade da
sexualidade.
154. Enquanto o Homem viver, seja qual for
a sua idade, é capaz de sentir impulsos
eróticos não existindo nenhuma idade
em que a actividade sexual, os
pensamentos sobre o sexo ou o desejo
acabem.
Como em qualquer outra idade, na
velhice,
o Homem também sente desejo de
amar, de se sentir amado, de
continuar a ser objecto de atenção e
de afecto.
(Lopes, 1993)
155. Com o avançar dos anos, as rugas e os cabelos brancos
aparecem, o corpo começa a ceder, mas envelhecer não é
uma doença.
É importante notar que estas alterações não ocorrem nem
na mesma altura nem da mesma forma em todas as pessoas.
Cada indivíduo tem o seu próprio ritmo e, para alguns, estas
mudanças não chegam a ser muito pronunciadas.
Também o modo como cada pessoa vive estas alterações é
diferente. Algumas encaram-nas como naturais, enquanto
que outras ficam alarmadas e preocupadas, pensando que
vão deixar de poder ter relações sexuais.
Júlio Machado Vaz
156. Muitas vezes, os tabus sociais são os principais
castradores da qualidade de vida dos idosos, sobretudo
quando se fala de sexualidade.
Segundo os especialistas, o preconceito e a falta de
informação atrapalham o desenvolvimento da sexualidade
na terceira idade.
Há mudanças físicas, sim, mas elas não são as
responsáveis pelo fim da intimidade entre o casal
157. ALTERAÇÕES FÍSICAS DO HOMEM
• AUMENTO DO TEMPO NECESSÁRIO PARA ATINGIR A ERECÇÃO, COM
DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE DE TER E MANTER UMA ERECÇÃO
SUFICIENTE PARA A PENETRAÇÃO
• DIMINUIÇÃO DA FIRMEZA ERECCIONAL;
•DIMINUIÇÃO QUANTITATIVA DO EJACULADO
• CONTRACÇÕES ORGÁSMICAS MENOS FORTES E MAIS ESPAÇADAS;
• ALONGAMENTO DO PERIODO PRÉ-ORGÁSMICO;
• MAIOR DEPENDÊNCIA DOS ESTIMULOS FÍSICOS
DURANTE O PERIODO DE EXCITAÇÃO;
•AUMENTO DO PERÍODO REFRACTÁRIO;
•MAIOR RAPIDEZ NA PERDA DE ERECÇÃO PÓS-ORGÁSMICA
•EVENTUAL BAIXA PROGRESSIVA DOS NÍVEIS DE TESTOSTERONA
158. «Na mulher mais idosa, a
sexualidade ainda é mais complicada
do que no homem, pois, com a actual
valorização do corpo feminino e do
ideal de juventude, a mulher com
mais idade sente-se desvalorizada
no seu corpo, que já perdeu as
formas e o vigor de outros tempos.
159. ALTERAÇÕES FÍSICAS DA
MULHER
Involução progressiva da genitália, com
estreitamento e escurecimento vaginal;
Aumento da fragilidade das paredes
vaginais;
Diminuição da lubrificação vaginal;
Paragem da menstruação e da ovulação;
Eventual baixa progressiva dos níveis de
estrogénios, com aumento relativo da
testosterona
160. Assim sendo devemos compreender que na sexualidade dos
idosos:
A actividade sexual não tem de conduzir obrigatoriamente á penetração;
A principal prioridade deve ser a companhia;
Atentar aos desejos e necessidades do parceiro/a
Investir na ternura e no carinho;
Dialogar abertamente sobre medos e expectativas;
Perceber e respeitar as alterações que ambos estão a enfrentar.
Usar novas estratégias (tempos de acção, posições; carícias, estimulantes, etc.);
Respeitar o caso de um ou ambos necessitarem de mais tempo para estarem aptos a
desempenharem o acto sexual
Não esquecer que a comunicação é um factor crucial
Procurar ajuda especializada sempre que houver necessidade
161.
162. Sexualidade quem és?
Dualidade de emoções...
Qualidade de sensações…
Ou simplesmente …
Sexo…
E tu… quem és?
Nada mais que a libertação do que sou
Do que gosto
Como gosto
Do que sinto
Como me ressinto…
E o meu ser o que é?
Nada mais que emoções…
Nada mais que sensações…
recordações.
E com o despertar da vida,
Com o desabrochar da experiência…
Pratico a ciência,
da arte de me amar…
O tempo passa,
a vida escassa…
È tempo de me agarrar…
De vibrar…
De libertar…
De gritar…
Sim, já não sou quem era por fora
Mas… sim… por dentro continuo EU…
M.Consciência Dez.08
163. CONCLUSÃO
AOS MAIS VELHOS DEVE SER IMPUTADO O DIREITO
DE COMPREENDER E ASSUMIR, COM TODA A
DIGNIDADE, AS MUDANÇAS CORPORAIS, MUNINDO-SE
DE NOVOS RECURSOS E ESTRATÉGIAS,
ACREDITANDO QUE EM QUALQUER FASE DA
VIDA, É POSSIVEL UMA VIVÊNCIA SEXUAL
SATISFATÓRIA E DE PRAZER.
165. Bibliografia
BARRETO, João. (2005). Envelhecimento e qualidade de vida: o desafio actual.
Revista Faculdade Letras: Sociologia I (15), 289-302.
DIAS, Isabel (2005). Envelhecimento e violência contra os idosos. Revista
Faculdade Letras: Sociologia I (15), 249-273.
SEQUEIRA, Carlos (2007). Cuidar de Idosos Dependentes. Coimbra: Editora
Quarteto
SOUSA, Liliana. FIGUEIREDO, Daniela. CERQUEIRA, Margarida (2004).
Envelhecer em Família. Porto: Edições Ambar
TEIXEIRA, João (1999). Envelhecimento e Depressão. Saúde Mental, Vol I (2), 51-
63.
TOMAZ, C., MELO, F., PINHEIRO, L. & COSTA, M. (2002). Dar e Receber. Viana
do Castelo: Edição Projecto de Luta Contra a Pobreza.
ZIMERMAN, Guite (2000). Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre:
Artmed Editora.