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FACULDADE KURIOS- FAK 
CURSO DE PEDAGOGIA 
DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS 
O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE 
ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. 
MARIA LUCINETE HOLANDA 
Maranguape- CE 
2011
MARIA LUCINETE HOLANDA 
O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE 
ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. 
Monografia apresentada à Banca 
Examinadora do Programa de Graduação, 
Licenciatura em Pedagogia da Faculdade 
Kurios – FAK, como requisito parcial para 
a obtenção do título de Licenciado em 
Pedagogia. 
Orientador (a):João Bosco Moreira de 
Almeida. 
Maranguape – Ce 
2011
TERMO DE APROVAÇÃO 
MARIA LUCINETE HOLANDA. 
O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE 
ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. 
Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de Graduação, Licenciatura em 
Pedagogia da Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para a obtenção do título de 
Licenciado em Pedagogia. 
Data da aprovação:______/______/______ Nota: _________ 
_______________________________________________ 
Acadêmica Maria Lucinete Holanda. 
Banca Examinadora: 
_______________________________________________ 
João Bosco Moreira de Almeida 
Orientador 
_____________________________________________ 
Professora Maria Aline da Silva Sousa 
Coordenadora Acadêmica do Curso 
Maranguape- Ce 
2011
DEDICATÓRIA 
Dedico este momento em minha vida e a elaboração deste 
trabalho aos meus familiares; que sempre estiveram ao 
meu lado, me dando forças e incentivando nesta 
caminhada difícil, ao meu filho Kayo Hamilcar, razão pela 
qual consegui superar barreiras, ultrapassar obstáculos e 
chegar a esta vitória, aos colegas da sala de aula da turma 
de pedagogia; aos professores da Faculdade Kurios - FAK 
do Curso de Pedagogia.
AGRADECIMENTO 
Todo o meu agradecimento a um Deus vivo, fonte de toda 
inspiração e sabedoria, aos meus pais, meus irmãos e ao 
meu filho kayo Hamilcar e a todos que direta ou 
indiretamente colaboraram com este trabalho.
“Bons professores educam com a inteligência 
lógica, professores fascinantes educam com a 
emoção.” 
“Ser um mestre inesquecível é formar seres 
humanos que farão diferença no mundo.” 
(Augusto Cury.)
RESUMO 
As questões aqui discutidas sobre o desenvolvimento da leitura e escrita, na escola de Ensino 
Fundamental Guibson Marinho dos Santos, são essenciais para uma aprendizagem satisfatória 
e imprescindíveis para a comunidade escolar vivenciar a cidadania. Este trabalho tem como 
objetivo conhecer quais são as causas encontradas no contexto escolar que dificultam o 
aprendizagem dos educandos. Além de, fornecer aos professores subsídios teóricos que 
venham fortalecer a práxis pedagógica possibilitando assim uma intervenção de acordo com o 
ritmo de aprendizagem de cada aluno. Tendo como auxílio referências bibliográficas em que 
suas leituras possam ser sugeridas em estudos posteriores. Os resultados obtidos nesse 
trabalho nos mostram que apesar do nível de leitura e escrita dos educandos estarem um 
pouco abaixo do desejável, existem inúmeras formas de melhorar o ensino e, 
consequentemente, aprimorar a leitura e a escrita. Desse modo, vislumbrar a leitura e a escrita 
como essencial para o exercício da cidadania é compreender que as mesmas estão 
indissociavelmente ligadas e interligadas, e que, sua atividade constante estabelece 
comunicação com o mundo tornando o indivíduo que a utiliza um agente de conhecimentos. 
Palavras-chaves: Ensino, Leitura, Aprendizagem.
ABSTRAT 
The issues discussed here on the development of reading and writing in the Elementary 
School Guibson Marinho dos Santos, are essential for a satisfactory learning and essential to 
the school community to experience citizenship. This study aims to know what are the causes 
in the school context that hinder students' learning. In addition, teachers provide theoretical 
support that will strengthen the pedagogical praxis thus enabling an intervention according to 
the learning pace of each student. With the aid of references that their readings may be 
suggested in other studies. The results of this study suggested that although the level of 
students' reading and writing are a little less than desirable, there are numerous ways to 
improve teaching and thereby improve the reading and writing. Thus, to see the reading and 
writing as essential to the exercise of citizenship is to understand that they are inextricably 
linked and intertwined, and that his constant activity establishes communication with the 
world by making the individual who uses an agent of knowledge. 
Words - keys: Teaching, Reading, Learning.
SUMÁRIO 
Introdução.................................................................................................................................10 
Capítulo 1- Conhecendo o local da pesquisa.......................................................................12 
1.1. A escola e sua estrutura............................................................................................12 
1.2.Diagnóstico geral......................................................................................................13 
1.3.Biografia do patrono da escola..................................................................................14 
Capítulo 2- Compreendendo os conceitos de leitura e escrita..............................................15 
2.1. Definição de escrita.................................................................................................17 
2.2. Definição de leitura.................................................................................................18 
2.3. A escrita como aquisição de conhecimento social.......................................................20 
2.4. O convívio familiar e sua relação com a leitura..........................................................24 
Capitulo 3 - Leitura e escrita no contexto escolar..................................................................26 
3.1- O espaço da leitura na escola..........................................................................................28 
3.2 – A importância da prática da leitura................................................................................30 
3.3- O prazer pela leitura...............................................................................................31 
Capitulo 4- superando o fracasso escolar.........................................................................34 
4.1 Dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição da leitura e escrita..................34 
4.2.Causas de dificuldades na leitura e escrita.................................................................36 
4.3.As estratégias e ações desenvolvidas na escola para o aperfeiçoamento da leitura e da 
escrita..........................................................................................................................38 
Considerações finais......................................................................................................40 
Referências bibliográficas...............................................................................................41
INTRODUÇÃO 
Ao longo dos anos, a educação vem buscando desenvolver no aluno as 
competências da leitura e da escrita, o que é indispensável para vivermos num mundo onde o 
acesso às informações é cada vez mais rápido e nossa participação como cidadãos, mais 
exigente. Entretanto, a aprendizagem da leitura e da escrita é um processo complexo que 
envolve vários sistemas e habilidades como: linguísticas, perceptuais, motoras e cognitivas. 
Por isso, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de 
aquisição da leitura e escrita e quais as dificuldades enfrentadas pelas crianças para adquiri-la, 
mais condição terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo 
de aprendizagem. Neste contexto, o presente estudo objetiva refletir sobre as dificuldades na 
aquisição da leitura e da escrita. Para tanto, é fundamental conhecer quais as causas mais 
comuns que se apresentam no contexto da aprendizagem escolar, contribuindo assim para 
uma nova estrutura educacional visando o aprendizado de todos os indivíduos presentes na 
instituição escolar. 
A pesquisa realiza na escola em questão busca apontar várias causas como sendo 
responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita, além de, favorecer um 
embasamento teórico sobre o que são as dificuldades de aprendizagem e qual o papel da 
escola e do professor neste processo. 
Sabemos que a situação da educação no Brasil ainda é precária. Além de toda 
problemática temos ainda professores que fazem greve exigindo não só melhores salários, 
mas melhores condições de trabalho, pois prédios, chamados de anexos, onde recebem 
crianças de educação infantil, que não há espaço para sua recreação cotidiana, quando mais 
para os jogos, brincadeiras, bibliotecas; enfim são tantas atividades que deveriam existir para 
melhor estimular os alunos, mas que infelizmente não são feitas e acabam deixando um 
espaço enorme no aprendizado como um todo. 
Assim, surgiu o interesse de pesquisar o tema em estudo, onde o mesmo está 
embasado em referências teóricas, permitindo ao educador, rever sua posição no processo de 
ensino/aprendizagem, repensando suas metodologias e entendendo o processo de aquisição,
evolução, participação e compreensão na construção da perfeita leitura e escrita em sua 
prática pedagógica. 
Tomou-se por base o pensamento de vários autores, como: Ferreira e Teberosky 
(1985), Freire (1987), Coelho (1991), Piaget (1978), Magda Soares (1989) e outros. Sendo 
que todos tratam sobre o assunto leitura e escrita. 
A metodologia utilizada foi baseada através de técnicas de abordagem indutiva e 
dialética. 
Este trabalho está organizado em capítulos, que são os seguintes: o primeiro capítulo 
traz uma síntese do Estágio Supervisionado, uma breve descrição da escola em que este 
mesmo foi realizado e a biografia do patrono da escola. 
O segundo capítulo enfatiza o processo de ensino, leitura e escrita, numa perspectiva 
teórica, descrevendo a história da leitura e da escrita desde a antiguidade, onde poucos tinham 
acesso aos escritos; até os dias atuais. No entanto, nos dias de hoje, as crianças passam por 
níveis de construção da leitura e da escrita, até a sua total evolução, contendo ainda, o 
convívio familiar e sua relação com a leitura no que se refere o desenvolvimento da 
linguagem da criança depende da qualidade e das situações de interação verbal entre ela e os 
adultos. Fundamentando-se em várias dimensões do conceito da leitura e da escrita em 
diferentes autores. O terceiro capítulo relata sobre leitura e escrita no contexto escolar como: 
espaço da leitura na escola, sua importância e prática da leitura bem como o prazer pela 
leitura. No quarto capitulo abordamos alguns assuntos bastante discutidos como o fracasso 
escolar, as dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição da leitura e escrita e as 
causas de dificuldades na leitura e escrita ressaltando ainda, as estratégias e ações 
desenvolvidas na escola para o aperfeiçoamento da leitura e da escrita
CAPÍTULO 1. CONHECENDO O LOCAL DA PESQUISA. 
A Escola de Ensino Fundamental Guibson Marinho dos Santos está situada na 
Avenida Sabino Moreira, S/N, Bairro – Requeijão, Chorozinho – Ceará. CEP 62875-000 e 
telefone 3319-1313. Pertencente a rede pública municipal, criada pela Lei Nº 149/96, de 05 de 
fevereiro de 1996, entidade mantida pela Prefeitura Municipal de Chorozinho, é subordinada 
tecnicamente e administrativamente aos órgãos competentes da Secretaria de Educação do 
Município, Teve seu reconhecimento, junto ao Conselho de Educação do Ceará – CEC, de 
acordo com o Parecer Nº 1113/2002 que a reconhece até 31/12/2006. 
Destina-se a atender uma clientela de diversas classes sociais, com Ensino 
Fundamental, na modalidade de Ensino Regular, presencial e em regime anual. Construída em 
1993, pelo Projeto Nordeste em parceria com a prefeitura Municipal a fim de assegurar o 
atendimento da demanda escolar em nível de Ensino Fundamental, bem como alunos 
especiais. 
1.1.A ESCOLA E SUA ESTRUTURA 
A Escola Guibson Marinho dos Santos encontra-se em bom estado de conservação 
onde podemos constatar 02(dois) banheiros adaptados para deficientes, 02(dois) banheiros 
para crianças e adolescentes sendo especificados masculinos e femininos, 09(nove) salas de 
aula com cadeiras suficientes para todos os alunos e o tamanho das salas é proporcional a 
quantidade de alunos, 01(uma) sala de informática, 01(uma) sala multifuncional onde 
podemos observar uma grande variedades de jogos e outros materiais didáticos usados pelos 
professores, 01(uma) secretaria, 01(uma) diretoria, 01(uma) biblioteca com um grande acervo 
de livros didáticos e paradidáticos onde na mesma funciona a sala dos professores, 01(uma) 
sala de reforço, 01(um) pátio amplo, 01(uma) cantina bem equipada, 01(um) depósito para 
merenda, 01(um) depósito para materiais de limpeza.
A escola de Ensino Fundamental Guibson Marinho dos Santos tem uma estrutura 
física irregular, com um projeto em forma quadricular, a mesma conta com uma diretoria, um 
banheiro, uma sala bem ampla que se divide em sala de professores e biblioteca. Na sala de 
professores há uma mesa grande com cadeiras brancas de plástico, algumas estantes de 
alvenaria, contendo livros e outros materiais didáticos, pastas de arquivos e vinte e oito 
armários individuais para os docentes: enquanto que, na outra divisória, que funciona como 
secretária, há quatro birôs e quatro cadeiras de ferro estofadas, três armários de ferro, uma 
televisão, um microssystem, um computador com impressora e vários armários para arquivos. 
Na biblioteca escolar encontra-se uma variedade de livros; didáticos e paradidáticos, literários 
e infantis, jogos pedagógicos e educativos, dois ventiladores de teto, duas mesas e oito 
cadeiras que são usadas quando os estudantes vão realizar pesquisas. 
1.2-DIAGNÓSTICO GERAL DA ESCOLA 
Apesar dos problemas que existe na escola no que se refere à indisciplina por parte 
de alguns alunos e os descasos de muitos pais que não se interessam em acompanhar a quanta 
anda a educação e o convívio escolar de seus filhos, o que acaba por comprometer o processo 
de ensino/aprendizagem. Existem, em geral, muitos pontos positivos em favor da escola, 
como, por exemplo; o empenho da coordenação e dos professores em geral para sempre 
elevar o nível de educação da escola. Cada educador tem a consciência, de que de acordo com 
a realidade, deve utilizar uma metodologia renovada, que acompanhe opiniões diversas e, 
principalmente a evolução do tempo e da educação. 
Quanto ao relacionamento professor e aluno foi observado que a maioria dos alunos 
mantém um cordial relacionamento com os professores, havendo algumas exceções que não 
chega a tumultuar o ambiente escolar e quando acontece um ato de indisciplina, nesses casos 
é solucionado em conjunto com o núcleo gestor e professores. 
No que se referem ao acompanhamento da coordenação os professores mostraram-se 
bastante satisfeito, pois recebem total apoio da coordenação e quando necessário tiram 
dúvidas e recebem orientações bem como fazem assessoria aos professores na busca pela 
redução das dificuldades de aprendizagem dos alunos, quanto ao planejamento acontece
semanalmente, onde cada professor tem 08(oito) horas para planejar suas atividades 
pedagógicas, e durante o mês ele tem direito a dois planejamentos internos e dois externos. 
Podemos observar que a escola atende uma clientela de classe baixa onde os mesmo são 
beneficiados com programas do governo como: Bolsa Escola e Bolsa Família. 
Vale ressaltar que a escola está muito bem assistida no que se refere o trabalho de 
leitura e escrita nas séries de 1º e 2º ano onde é trabalhado o programa do PAIC (Programa de 
Educação na Idade Certa) com as perspectivas de trabalhar o programa do 3° ao 5° ano. Vale 
salientar que foi trabalhado na escola programa Luz do Saber, com o objetivo de alfabetizar 
crianças com o auxílio da informática, o mesmo foi um incentivo que veio desenvolver de 
forma positiva a leitura e a escrita dos alunos do 3° ao 4° ano. A atuação das coordenadoras 
junto a esses programas é essencial para um melhor desenvolvimento de aprendizagem dos 
educados. 
Podemos perceber através das observações feitas e diálogos o ótimo relacionamento 
entre núcleo gestor, professores e alunos, vale ressaltar que a harmonia e a amizade do núcleo 
gestor transparecem as visitas e pais de alunos que a escola recebe. 
1.3-BIOGRAFIA DO PATRONO DA ESCOLA 
Guibson Marinho dos Santos, filho Francisco dos santos e Maria Cleide dos santos 
marinho, nasceu em Fortaleza no dia 21 de novembro de 1982. Começou sua vida escoar aos 
três anos de idade, cursando o Pré – Escolar no Instituto Maria Izabel,em Cajubraz, município 
de Pacajus, onde residia. Na década de 80 nos anos de 1986.1987, 1988 respectivamente, na 
cidade de Pacajus, cursou a Alfabetização, 1ª e 2ª série na Escolinha Recanto Feliz. Em julho 
de 1989 passou a residir com seus familiares na cidade de Chorozinho, continuando a estudar 
em Pacajus, para onde se deslocava todos os dias para cursar a 3ª série no Curso Santa 
Terezinha. E, outubro do mesmo ano o destino reservou momentos de muita tristeza e dor a 
seus familiares e amigos. Um trágico acidente o levou para junto de deus. No ano de 1996 foi 
criada essa escola que leva o seu nome, em homenagem a aquela querida criança.
CAPÍTULO 2. COMPREENDENDO OS CONCEITOS DE LEITURA E ESCRITA. 
A palavra escrita desde a antiguidade está associada à ideia de segredos e foram 
transmitidas por escritos nas tábuas. A Bíblia é o livro sagrado e, é também o livro por 
excelência para os cristãos. 
O ato de ler, ao longo da história da humanidade foi algo que impunha respeito, temor 
e dava status. Quem lia, entrava em contato com os mistérios. 
Ler era legado que os diferenciavam dos demais mortais. Até a idade média, os 
religiosos detiveram esse poder em suas mãos. 
A aura sagrada da leitura perdurou até a revolução Burguesa quando surgiram jornais 
e grandes tiragens e uma leitura fácil, voltada para o grande público, os conhecidos folhetins. 
Uma leitura que abria os mistérios da palavra a outras classes sociais. 
Na escola republicana, a leitura e a escrita eram concebidas como atividades 
individuais e distintas, somente as crianças cujos pais eram ricos, podiam iniciar a arte de 
trocar as letras no papel, e só depois de muito tempo veio à aprendizagem da leitura. 
Existiam os mestres para ensinar a ler em classes diferentes, havia somente uma 
aprendizagem que podia ser ensinada coletivamente, o catecismo. 
Com a revolução Francesa a escola torna-se universal e gratuita, pois agora se 
encontra sob o controle do poder público. A questão agora era encontrar uma metodologia 
onde as crianças aprendessem de maneira clara, rápida e eficaz, em países como Alemanha e 
Holanda que eram exemplo na formação de professores de escolas primordiais (primárias). 
Formou-se então em 1805, um grupo de religiosos liderados por Joseph Lancaster e 
André Bell que criaram a matriz do ensino mútuo adotado pelo estado republicano, onde o 
professor, com a ajuda de monitores, dirigia a classe instruindo as crianças. 
No século XVIII, estudiosos como Dupont, apela para a lógica de que a história da 
escrita procede à leitura.
Somente no século XIX é que essas duas práticas pedagógicas começam a serem 
vistas de modo associada. A escrita deixa de ser arte e passa a ser um trabalho manual. 
Mas esse processo foi em longo prazo. Com a invenção da impressora, a escrita fez-se 
uma tecnologia moderna. Antes de tal acontecimento a leitura era sonora e restrita. Pouca 
gente tinha acesso à leitura. 
Escrever esses diferentes estudos sobre a leitura e a escrita só para ter uma idéia da 
complexidade do ensino das mesmas e para que se possa refletir sobre o uso no cotidiano. 
A repercussão de invenção da impressora causou grande avanço na escrita, o que 
contribuiu bastante em todos os aspectos da história da humanidade. 
Partindo do pressuposto de que a criança constrói seu próprio conhecimento, é que os 
estudiosos, como: Jean Piaget, Freinet, Vygotsky, Lúria, escreveram e pesquisaram teorias 
que comprovam que a verdadeira resolução na aprendizagem está no próprio sujeito, que é a 
criança. 
Mas abordando outra resolução das descobertas que se baseiam em estudos valiosos 
sobre a constituição da leitura e da escrita. 
A preocupação central de Piaget dirigi-se a elaboração de uma teoria 
do conhecimento que possa explicar como o indivíduo conhece o 
mundo (...). Existe para ele uma realidade externa ao sujeito o 
conhecimento, e é a presença desta realidade que regula e corrige o 
desenvolvimento adaptativo (RAPPORT, 1981, p.110). 
Toda essa visão sobre a construção do conhecimento tem tudo a ver com a realidade 
da criança. 
É dentro dessa perspectiva que é elaborado este estudo, vendo a criança como objeto 
ativo, que pensa e interage com a sua realidade e é capaz de elaborar hipóteses, tirar 
conclusões, solucionar seus problemas. 
Nessa visão pedagógica, o sujeito ao processo é a criança e não mais o objeto de 
ensino. O processo de interação dentro do meio é que resulta na construção do conhecimento. 
A teoria piagetiana adota os princípios da Psicologia Genética que influenciam na 
concepção sobre a aprendizagem da leitura e da escrita nas suas funções mais complexas.
Ferreiro e Teberosky (1985) concebem a escrita como objeto de conhecimento da 
criança e analisam a evolução das concepções infantis sobre a língua escrita. 
A criança ao chegar à escola, aos 6 anos, já tem um referencial de conhecimento 
adquirido. Por exemplo, ela tem capacidade discursiva bastante próxima dos adultos. Elas são 
capazes de contar ou vivenciar uma cena acontecida no seu dia-a-dia. 
Quanto à escrita, a criança também já traz um referencial que para escrever, precisa 
grafar (rabiscar, desenhar e riscar). 
Todo esse embasamento concebido, precocemente, precisa de um estudo e 
compreensão por parte dos professores aceitando como escrita os rabiscos e desenhos, ou seja, 
as escritas pré-silábicas: aceitando como leitura, as leituras simuladas de ler textos 
memorizados. 
É de grande importância ressaltar que a leitura e a escrita são atividades 
fundamentais para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo, pois dentro e fora da 
escola e por toda vida, o domínio ou não de ambas facilitará ou não o crescimento intelectual. 
Já a leitura conforme Martins (1982) pode ser conceituada como sendo um processo de 
compreensão de expressões formais e simbólicas que se dá a conhecer através de várias 
linguagens. 
Portanto a leitura e a escrita não se limitam, apenas, à decifração, a codificação e a 
decodificação de sinais gráficos. É muito mais do que isso, exige do indivíduo uma 
participação efetiva levando-o a construção do conhecimento. A criança aprende naturalmente 
a falar a linguagem do grupo em que vive (linguagem regional ou dialeto). 
2.1. DEFINIÇÃO DE ESCRITA 
A escrita é interativa, dialógica, dinâmica e negociável tanto, quanto a fala. De 
manifestação verbal das idéias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que 
queremos partilhar com alguém, para de algum modo, interagir com ele.
Ter o que dizer é, portanto, condição prévia para o êxito da atividade de escrever. Se 
faltam as idéias, se faltam as informações, vão faltar as palavras. Ampliar o repertório de 
informações aumenta nossos horizontes de percepção das coisas. 
A escrita não necessita da presença simultânea dos interlocutores em interação, porém 
não deixa de ser um exercício da faculdade da linguagem. Escrever sem saber para quem, 
torna-se uma tarefa ineficaz, pois falta a referência do outro, a quem todo o texto deve 
adequar-se. 
A escrita cumpre diferentes funções comunicativas, de maior ou menor relevância para 
a vida da comunidade, como de forma constante de atuação nas múltiplas atividades dessas 
pessoas. 
Pela escrita alguém informa, avisa, adverte, anuncia, descreve, explica, comenta, 
opina, argumenta, instrui, resume, documenta, faz literatura, organiza e divulga o 
conhecimento produzido pelo grupo., 
A escrita compreende etapas que vão desde o planejamento, passando pela escrita 
propriamente dita, até o momento posterior da revisão e da reescrita. (Antunes, 2003). 
2.2. DEFINIÇÃO DE LEITURA 
A leitura é basicamente um processo de representação. Não se dá por acesso direto a 
realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade, que funciona como um 
espelho. 
Ler é, portanto, reconhecer o mundo através de espelho do qual oferecem imagens 
fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é possível quando tem um conhecimento 
prévio desse mundo. 
A leitura também é passível através de sinais não-linguísticos. Pode-se ler a tristeza 
dos olhos de alguém, a sorte na mão de uma pessoa. Não se lê, portanto a palavra escrita, mas 
também o próprio mundo que nos cerca.
Para que haja condição básica do ato da leitura é preciso que ocorra o processo de 
triangulação, isto é, implicam o acesso de elementos intermediários, indicadores de outros 
elementos para chegar à percepção do leitor. 
A leitura é o ato de percorrer os olhos (visão) sobre algo que está escrito, decifrando e 
interpretando as palavras e o sentido do texto, constituindo aquisição da decodificação e 
interpretação dos símbolos alfabéticos e dos textos. (XIMENES, 2000). No entanto, 
pesquisadores de renome tais como Emília Ferreiro e Luiz Carlos Cagliari, entre outros, já 
provaram através de pesquisas e estudos a complexidade que envolve ambos os processos. 
Há, portanto definições restritas de leitura, como: ler é extrair significado de um texto, 
onde a leitura de extração de significado está associada a idéias de que o texto tem um 
significado preciso, exato e completo e precisa ser apreendido pelo leitor na sua íntegra. 
O uso do dicionário é essencial sempre que uma palavra desconhecida for encontrada 
para revisões posteriores e enriquecimento de vocabulário. 
Tudo o que o texto contém precisa ser detectado e analisado para que seu verdadeiro 
significado possa ser extraído. 
O leitor está subordinado ao texto, que é o pólo mais importante da leitura. Se o texto 
for rico, o leitor se enriquecerá com ele, aumentará seu conhecimento de tudo, porque o texto 
é o mundo. Se o texto for pobre, mina sem ouro, o leitor perderá seu tempo, porque nada há 
para extrair. 
A concepção da leitura como um processo de extração tem, no entanto, sérias 
limitações. O texto não possui um conteúdo, mas reflete-o, como um espelho. Um mesmo 
texto pode refletir vários conteúdos, como vários testos podem refletir um só conteúdo. 
Ler é atribuir significado ao texto, onde a origem do significado não está no texto, mas 
no leitor. O mesmo texto pode provocar em cada leitor, em uma leitura, uma visão diferente 
da realidade. 
O texto não contém a realidade, reflete apenas segmentos da realidade, entremeados de 
inúmeras lacunas, que o leitor vai conhecendo pelo conhecimento prévio que possui do
mundo. O significado não está na mensagem, mas na série de acontecimentos que o texto 
desencadeia na mente do leitor (LEFFA, 1996). 
A leitura e a escrita constituem um sistema de representação da linguagem, 
transformando sua evolução numa aprendizagem conceitual. 
As escolas geralmente não procuram averiguar o nível de evolução conceitual para que 
possa partir de onde a criança se encontra. E, não leva em consideração que nas classes das 
séries iniciais todas as crianças estejam em níveis diferentes, para a partir desse aspecto, 
trabalhar de maneira a construir e, em seguida, aprimorar sua leitura e escrita. 
Segundo observou-se que a criança é vista e analisada sobre aspecto conceitual, onde 
ela passa a ser sujeito principal no processo de aprendizagem. O professor em sua 
aprendizagem coletiva passa a ser um mediador na aprendizagem. 
Cabe ao professor colocar o aluno em contato com o meio mais amplo. Nessa proposta 
pedagógica a escola tem que sair do seu limite físico, atravessar os muros e trazer a sociedade 
para dentro dela. 
O professor tem que romper o estreitamento simbólico usado como substituto e tomar 
a leitura de livros infantis como o ponto de partida para a criança reaver o real, o concreto das 
relações familiares e sociais que estão se perdendo. 
Nesse caso o professor não está nem aí para o fato de somente ensinar a ler, ele está 
para compartilhar a leitura, não apenas como técnicas, mas com emoções. Não como ocorre 
na escola tradicional, que as crianças entendem o processo da leitura apenas como 
decodificar, sem perceber que através desse conceito a leitura e a escrita tornam-se 
desinteressantes. 
E, ainda, na escola tradicional, a criança é bloqueada em relação a leitura quando 
determinada a história, personagens e situações; sem apropriar-se de sua criatividade. Isto é, 
ela usa a técnica adotada pela escola, isso faz com que a criança não construa, deixando de 
lado sua emoção e sentimentos adquiridos.
2.3. A ESCRITA COMO AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO SOCIAL. 
Geralmente é durante a escolaridade que se aprende as regras de representação do 
sistema alfabético. Esse aprendizado segue um processo cujas etapas foram descritas nos 
seguintes termos: a escrita pré-silábica e a pré-escrita propriamente dita. 
No nível da escrita pré-silábica, a criança aleatoriamente, desenha, faz rabiscos. 
Quando está saindo da escrita indiferenciada, começa a representar o realismo nominal: 
escreve de acordo com o tamanho do objeto. 
Também começa a representar grafias correspondentes a um modelo (próprio nome). 
Ex.: A palavra urso admite que precise de muitas letras, pois urso é um animal grande. Existe 
essa variação na escrita devido à construção do próprio conhecimento. 
Na pedagogia tradicional, essa relação é considerada como perca de tempo, pois não é 
aceito como conhecimento esse tipo de escrita. 
No construtivismo, trabalha-se nessa proposta. O professor adquire uma postura 
superior para tratar todas essas questões. Para Vygotsky, o simbolismo na escrita é aceito 
como percurso da futura escrita. Gradativamente esses traçados indiferenciados serão 
transformados até alcançar a ortografia convencional. 
É fácil perceber que nesse ponto os sinais escritos constituem 
símbolos de primeira ordem, denotando diretamente os objetos ou 
ações e que a criança terá ainda de evoluir no sentido do simbolismo 
na segunda ordem, que compreende a criação de sinais escritos 
representativos dos símbolos falados das palavras (VYGOTSKY, 
1984, p.187) 
Celestin Freinet, grande educador francês, também concebe o desenho como forma de 
grafismo. O desenho é para Freinet, a atividade experimental por excelência. O grafismo 
inicialmente sem forma organiza-se lentamente através do desenho. 
Seus princípios partem da observação experimental. Para Freinet, (1975, p. 198), “A 
criança faz experiência com objetos que ela deseja conhecer. Ela não teme errar nem buscar 
uma resposta única e certa, como a expectativa do ensino convencional.”
Parece que a introdução das principais idéias de Freinet sobre a aprendizagem da 
escrita é suficiente para receber o processo gradativo em que ela deve construir-se. 
Aproximando-se das idéias Freinetianas, Lúria ressalta que: 
“Para a criança ser capaz de crescer, escrevendo ou anotando alguma coisa, duas 
condições devem ser preenchidas: 
1) As relações da criança com as coisas do meio que lhe interessam dos que não lhe 
interessam. 
2) A capacidade da criança em controlar seu próprio comportamento, através desse subsídio 
nos quais funcionam como sugestões construídas por ela”. 
Nessas concepções nota-se que as pesquisas comprovam que todo esse processo se 
constrói. 
Nessas subfases observa-se que a criança procura dar a forma mais definida que a 
anterior, alcançando aos poucos as formas convencionais. Fatos conceituais são observados 
no nível 1. 
• Eixo quantitativo (quando a criança em suas elaborações de hipóteses exige no mínimo três 
letras para ler). Outra característica é que nesse nível a criança não faz a distinção entre letras 
e números, para ela tudo serve para ler. 
De certa forma acontece um avanço, a criança utiliza-se da hipótese de que há uma 
variedade de critérios, os quais gráficos, ou seja, palavras que têm letras iguais não servem 
para ler. 
Daí a própria Emília Ferreiro ser contra os exercícios exaustivos de traçados como 
escrita de modelo para as crianças adquirirem a forma benéfica da escrita. 
Uma característica muito importante que rompe o esquema do nível 1 é a 
correspondência global, onde a criança ler sem fazer a correspondência com o termo, sem 
diferenciar as partes sonoras que existem entre leitura e escrita. 
Na escrita silábica ou nível 2 a escrita para a criança representa avanço na construção 
de sua escrita. Nesse nível começa-se a trabalhar com hipótese de que a escrita apresenta as
partes sonoras da fala, essa linguagem sonora leva a criança a descobrir a sílaba, com um 
pequeno detalhe: a sílaba para a criança estará representando apenas uma letra, mas com o seu 
valor sonoro. 
Todas essas considerações conceituais que existem no processo da construção da 
criança estão na teoria piagetiana e na teoria de Emília Ferreiro que explicam apenas como se 
deve encarar esse processo. 
A escrita alfabética ou nível 3 é considerada como fase final na evolução da escrita. 
É nela que a criança faz a correspondência sonora e fonética do valor convencional da sílaba. 
A criança começa a escrever ora silabicamente, ora alfabeticamente, pois esse processo 
descrito revela a construção do conhecimento social. A criança como instrumento pra 
representar a linguagem escrita. 
De acordo com Blanche e Beneuniste (1982, p.105), “Por linguagem escrita entende-se 
a linguagem que se escreve, sendo a linguagem que se escreve independente da 
manifestação gráfica que pode se realizar de forma escrita ou oral.” 
Partindo do ponto de vista de que a linguagem escrita não é só a escrita da linguagem, 
mas se a linguagem em que se pode escrever, é que será abordada a seguinte questão: Faz-se 
necessário freqüentar a escola para conhecer a escrita e a linguagem escrita? 
As crianças iniciam a sua aprendizagem de matemática antes da escola, quando 
começa a ordenar, classificar, seriar os objetos, elas também o fazem com a aprendizagem de 
escrita que faz parte do seu cotidiano. Elas são capazes de identificar nas mais complexas 
representações gráficas, como sendo o que serve para escrever. 
Isso ocorre porque a criança trabalha cognitivamente, desde muito cedo num ambiente 
que chamamos de “ambiente alfabetizado”, contextos que aparecem indiscriminadamente 
(rótulos, embalagens, cartazes nas ruas, placas, televisores, anúncios, etc.) e outras 
informações não precisam necessariamente ser adquiridos na escola é que se denomina de 
função social da escrita. 
Afinal para que serve a leitura e a escrita? Para que decifrar e copiar? 
Smith (1975) insiste em que a leitura não é essencialmente um processo visual. Num 
ato de leitura encontra-se inseridos dois tipos de informações, uma informação visual e outra
informação não visual. A primeira ocasionada pela forma como está impressa, ou seja, o texto 
em si, e, a segunda é causada pelo próprio leitor, ele faz sua interpretação gradativamente de 
acordo com seu relacionamento. 
Segundo Paulo Freire (1987) o processo que envolvia uma compreensão crítica do ato 
de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou de linguagem escrita, 
mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo procede à 
leitura da palavra. O que se vê depende então do nível de compreensão do mundo e as suas 
relações entre texto e contexto. O que acontece é que não é o olho que vê mais coisas, mas 
sim, sua capacidade de integração com o mundo. 
2.4. O CONVÍVIO FAMILIAR E SUA RELAÇÃO COM A LEITURA. 
A leitura, na grande maioria das famílias, é simplesmente utilizada como interação 
social, no uso de confecção de cartas e bilhetes; no suporte a memória, com o uso de lista e 
agendas e como fonte de informação com a leitura de jornais e revistas. 
Não se trata, evidentemente, de formar escritores no sentido de profissionais da escrita 
e sim de pessoas capazes de escrever com eficácia. 
Não é prática comum, a leitura de livros, nem aparece em todas as famílias, porém, é 
definida por um tipo de moradia ou nível econômico de escolaridade dos país. 
A leitura de livros está presente em família que de repente encontram um significado 
para o prazer e o relaxamento, seja na resolução de problemas do cotidiano ou no atendimento 
a exigências no campo profissional ou a indicações escolares. 
Magda Soares (1989) afirma que a deficiência cultural, é atribuída a pobreza do 
contexto lingüístico em que vive a criança, principalmente no âmbito familiar. Argumenta-se 
que um caso particular entre ela e a mãe. 
Nas camadas populares essa deficiência ocorre por falta de uma interação verbal entre 
a mãe e a criança, pois se a criança não é incentivada a conversar, os vocábulos 
evidentemente serão precários.
É por isso que ler é o único jeito de se comunicar de igual para igual com os parentes 
ou com o restante da humanidade. 
Com relação às crianças que pertencem a classes favorecidas e que vivem num 
ambiente rico em estímulos verbais, elas com certeza são mais incentivadas a perguntar e a 
responder, são ouvidas com atenção. Os adultos lêem para elas e isso as estimula a refletirem 
e logo possuem melhor raciocínio lógico. 
Quando às crianças que não lêem tendem a ser rígidas em suas ideias e ações e a 
conduzir suas vidas e trabalho pelo que lhes transmite diretamente. Ao contrário de quem lê 
que abre o seu mundo, podendo receber informações e conhecimentos de outras pessoas e de 
outras culturas. 
A relação entre a escola e os familiares, concluí que o trabalho conjunto é fundamental 
para garantir o sucesso escolar. É muito importante que os pais estejam, presentes no dia-a-dia 
da escola. Acredito que esse é o caminho para que a educação atinja seu verdadeiro objetivo, 
pois ela começa na família, passa pela escola e terá reflexo na sociedade, positivo ou não. 
Família e escola são os principais pontos de sustentação de qualquer indivíduo. Cabe a 
ambos transformar as crianças em cidadãos conscientes. 
A facilidade de leitura tende a formar indivíduos abertos para o futuro, capaz de 
valorizar-se, aceitando princípios técnicos e científicos. Pois esse tipo de pessoa é o que 
permite um maior desenvolvimento social.
CAPITULO 3 - LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR. 
Estudos sobre a aquisição da leitura e da escrita, sobre o desenvolvimento da 
linguagem e os diferentes dialetos, são feitos atualmente pela Psicolingüística, fazendo uma 
diferenciação do que é erro ortográfico ou gramatical de erro lingüístico ou dialetal. Em 
relação à linguagem há divergências entre Vygotsky e Piaget. 
Piaget na pesquisa que realizou quanto à linguagem classificou-a em dois grupos: 
o egocêntrico e o socializado. Na fala egocêntrica a criança fala para si, como se estivesse 
pensando alto. Não se preocupa em saber se alguém ouve, geralmente fala do que está vendo 
ou acontecendo com ela num determinado momento. Na fala socializada a criança tenta 
realizar uma espécie de comunicação com os outros: faz perguntas, pedidos, ameaças, 
transmitem informações. Aos sete ou oito anos, manifesta-se na criança o desejo de trabalhar 
com outros, a fala egocêntrica desaparece. E mais do que isso, para Piaget até mesmo a fala 
social é representada como subseqüente e não anterior à fala egocêntrica. Partindo assim do 
“pensamento autista não verbal” a “fala socializada”. 
Para Vygotsky a fala egocêntrica é um meio de “expressão” e de liberação da 
tensão, tornando-se um instrumento do pensamento. Para ele, a fala egocêntrica não 
desaparece transforma-se em fala interior, ficando assim o esquema de desenvolvimento – 
“primeiro fala social”, depois “egocêntrica”, e então “interior”. Dependendo não só da idade 
da criança, mas também das condições que a cercam. 
“A linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de 
expressão, um significado a um significante... Essa unidade de dupla 
face é o signo lingüístico. Ele está presente na fala, na escrita e na 
leitura como princípio da própria linguagem, mas se atualiza em cada 
um desses casos de maneira diferente...” (CAGLIARI, p. 30, 1997). 
Hoje já se sabe que qualquer criança normal aos sete anos consegue dominar a 
língua com precisão, apresentando dificuldades na aquisição da linguagem, somente as 
crianças com problemas biológicos seriíssimos, causados por patologias neurofisiológicas 
graves, e mesmo assim, muitas vezes conseguem aprender a linguagem ou reaprendê-la.
Cagliari, em seus estudos, já afirmou que a dor e a fome momentaneamente podem 
causar dificuldades na linguagem, mas ao passar seu efeito o corpo ganha novo ânimo para 
continuar vivendo e conseqüentemente volta a aprender. Precisamos estar sempre atentos para 
diagnosticar o porquê de nossos alunos muitas vezes apresentarem dificuldades na 
aprendizagem e do por que os alunos escreverem de forma tão diversa da língua padrão. 
Com certeza, uma criança que desde cedo tem sua casa cheia de livros, onde seus 
pais lêem constantemente, e que vive neste contexto aprimora muito mais seu dialeto, ao 
contrário da criança que não tem familiaridade com livros, cadernos, lápis, jornais, revistas e 
computadores. E a escola não leva em conta esses fatores. 
Fazendo com que os alunos percebam que há diferentes dialetos, que não podem 
ser considerados errados, mas que, para determinadas ocasiões, devemos usar a norma culta, e 
por isso, a necessidade em aprendê-la. Da mesma maneira a linguagem escrita não deve ser 
imposta, como faz a escola, mas sim, com a conscientização de que quanto melhor for nossa 
linguagem, seja ela oral ou escrita, melhor será seu desempenho na sociedade. Com uma 
linguagem aprimorada podemos expressar nossos sentimentos de maneira clara, fiel e precisa, 
estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher e de julgar. 
Garantia do desenvolvimento escolar e do sucesso na vida. 
É importante que o professor saiba que existem muitas variações dialetais, e 
principalmente, deve conhecer muito a respeito de linguagem e estar ciente de como se dá o 
processo de aquisição lingüística. Necessário para que as crianças deixem de ser unicamente 
“falante” de uma língua para tornarem-se leitores e escritores. Pois sabemos que a 
aprendizagem da leitura e da escrita faz desenvolver formas particulares de interagir, de se 
expressar e assumir crítica e criativamente função de sujeito de sua linguagem, seja falando 
ou escrevendo, lendo ou interpretando. 
Portanto, devemos fazer uma “análise e reflexão sobre a língua” para podermos 
melhorar a capacidade de compreensão e expressão dos alunos, em situações de comunicação, 
tanto escrita como oral. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 
2001, p.23), compreender que a oralidade, a leitura e a escrita são práticas que se 
complementam, que permitem o aluno a construir conhecimentos. E com o domínio da 
linguagem que o homem se comunica, acumula informações e produz seu conhecimento, no 
entanto, é função da escola “...garantir a todos seus alunos acesso ao saberes lingüísticos
necessários para exercício da cidadania...”. Para que cada indivíduo se torne capaz de ler, 
interpretar, redigir textos ou assumir as palavras em diferentes situações de sua vida, com 
prazer e motivação. 
3.1. O ESPAÇO DA LEITURA NA ESCOLA. 
A leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. É uma 
atividade que constitui ao mesmo tempo, forma de instrução e instrumento para o manejo em 
busca de diversidades e descontração e por meio dela chegar ao prazer de ler. 
Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Não se lê só para aprender a 
ler, não se lê de uma única forma. Lê-se para ampliar os limites do próprio conhecimento, 
para obter informações simples e complexas, para saber mais sobre o próprio mundo. 
O ensino da leitura é da maior importância, mas nos cursos básicos, a leitura é 
utilizada como instrumento para aquisição de conhecimento. A principal meta da Educação 
Básica era “aprender a ler”, agora a ênfase é dada no “ler para aprender”, mas não significa 
que o primeiro não tenha validade na escola atual. 
Todo mundo sabe que a leitura está longe de ser uma tarefa fácil. Mas ler é o único 
jeito de se comunicar de igual para igual com o restante da humanidade. Pois só através da 
leitura nos escritos é que podemos desvendar outras culturas, hábitos e historias diferentes se 
revelam para nós. É por isso que ler é talvez a coisa mais importante que a escola tem a 
ensinar. 
É preciso que a escola trabalhe a partir das séries iniciais, com textos de diversas 
naturezas, para que desde cedo desenvolvam o hábito de ler. E tal façanha só irá realizar-se, se 
houver a participação e presença continua do educador que deverá atuar como um mediador. 
Para que a leitura se desenvolva com todo o vigor, o educador antes de tudo precisa 
ser um leitor. Tem que gostar de ler, ler para eles, ler com eles e saber ouvir a leitura de seus 
alunos, ainda que seja tímida e descompassada. O educador precisa ter todo um preparo 
teórico e metodológico e saber que é na escola o lugar natural da leitura.
Acrescenta ainda Maria Alexandre de Oliveira (1999: 43), que, ninguém gosta de fazer 
aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não consegue extrair o sentido. Essa é uma 
boa caracterização da tarefa de ler em sala de aula, para uma grande maioria dos alunos ela é 
difícil demais, justamente porque ela não faz sentido. 
A escola de uma forma geral, pela sua própria função e especificidade, trabalha com 
diferentes práticas de leitura no campo social, visto que, mais do que uma necessidade social, 
tem como objetivo formar leitores. 
Essa especificidade da leitura escolar, não a desvincula do campo social pois a leitura 
é a parte de uma cadeia de significação em que pretende a formação do sujeito, tentando 
resgatar as funções da leitura para garantir que o leitor busque seus objetivos e processos no 
uso da mesma. 
Ao longo das séries escolares, a qualificação e a capacitação contínua dos leitores, 
coloca-se como uma garantia de acesso ao saber sistematizado, aos conteúdos do 
conhecimento que a escola tem de tornar disponível aos estudantes. 
É conveniente que as dinâmicas de leitura sejam simples e diversificadas, de forma a 
tornar a aula interessante e desejada pelo aluno. Para isso é necessário o uso dos mais variados 
recursos pedagógicos, como; flanelógrafo, quadro de pregas, álbuns seriado, fantoches e etc. 
Procurando estabelecer ligações entre o seu uso e o raciocínio das crianças. 
Embora apresentem funções prioritárias diferenciadas, todas as práticas de leitura na 
escola, visam à formação de um leitor socialmente posicionado. De uma forma geral, a 
biblioteca tem como função primordial criar laços entre o leitor e o livro, enquanto na sala de 
aula as “práticas da leitura” visam possibilitar o conhecimento lingüístico indispensável à 
leitura alfabética, e também resgatar a leitura como prática social através das possibilidades 
de leituras. 
O uso de dinâmicas com a Literatura Infantil possibilita formas mais descontraídas 
de relação professor-aluno em sala de aula, tornando a participação da criança mais intensa 
com a história. 
Se analisarmos bem, veremos que o professor é o intelectual que delimita todos os 
quadrantes do terreno da leitura na escola. Sem a sua presença atuante, sem o seu trabalho
competente. O terreno dificilmente chegará a produzir o benefício que a sociedade espera e 
deseja, ou seja, leitura e leitores assíduos. 
No espaço da sala de aula, onde as experiências de leitura tendem a se aprofundar, a 
ênfase recai no processo de sistematização da mesma, quase que, em detrimento das outras 
possibilidades privilegiando textos e fragmentos de textos retirados quase que exclusivamente 
de livros didáticos e propondo uma leitura destinada unicamente a desenvolver ou avaliar 
conhecimentos lingüísticos, no sentido restrito. 
Entretanto, reconhecendo que o trabalho com a leitura é mais amplo e exige outras 
atividades alem daquelas que se prestam à sistematização o professor, deve inserir no trabalho 
outros suportes textuais como o livro de literatura e o jornal. 
É necessário que a escola utilize recursos que facilitem a integração e dinamização no 
processo ensino-aprendizagem para um desenvolvimento apropriado. 
3.2. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DA LEITURA. 
O PCN da Língua Portuguesa (1997) atribuí que a prática de leitura tem como 
finalidade a formação de leitores competentes, capazes de produzir textos coerentes, coesos e 
eficazes. E diz ainda, que a leitura por um lado nos fornece matéria-prima para a escrita; por 
outro lado, contribui para a construção de modelos como, escrever. 
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do 
significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o tema, sobre o 
autor, de tudo o que se sabe sobre a língua. 
Paulo Freire (1988) reforça o valor que a leitura contribui no conhecimento intelectual 
do homem como ser comunicativo, quando ele relata que o ato de ler não se esgota na 
decodificação pura da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do 
mundo. 
A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não 
possa prescindir da continuidade daquela. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura implica na percepção das relações 
entre o texto e o contexto. 
Como prática social, a leitura, é sempre um meio, nunca um fim e não pode ser 
considerada uma atividade secundaria na sala de aula ou na vida, ela sempre deve ser a maior 
herança legada pela escola aos alunos, pois ela é a fonte perene da educação com ou sem 
escola. 
Relatar a importância da prática da leitura, como também da literatura sob diversos 
aspectos: dizer que ambos promovem o desenvolvimento cognitivo da criança, que 
constituem o eixo fundamental para a aquisição da mesma e o aprimoramento da capacidade 
simbólica. Todas essas questões são relevantes, porém o grande mérito da leitura é a fruição 
estética que ela nos oferece. 
A leitura verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se dá e a que 
me dou e de cuja compreensão fundamental me vai tornando também sujeito. 
3.3. O PRAZER PELA LEITURA. 
A leitura por prazer deve ser um convite à imaginação, que possa desenvolver a escuta 
atente e ter como foco a leitura de textos literários. 
O desinteresse dos jovens pela leitura está no fato de terem tantas opções de 
divertimento e de ninguém se preocupar em mostrar a importância de um livro. 
A leitura, muitas vezes, é o modo mais eficaz de conhecimento. Não há dúvida de que 
o rádio e a televisão contribuem em muito para difundir informação e entretenimento. 
Principalmente num país como o nosso, onde se lê pouco. 
Entretanto, a leitura possibilita uma contribuição com as idéias e temas e uma 
liberdade bem maior, por que a todo instante o livro está ao dispor para ser lido e relido, 
permitindo assim uma melhor reflexão. 
Desse modo, a leitura nos ensina a pensar e é pensando que se adquire cultura. Cultura 
essa que não se encontra na qualidade interminável de brinquedos que fazem tudo e mais 
alguma coisa, não deixando tempo para os livros.
Existe coisa mais divertida do que ler para crianças? Magia, fantasia e imaginação são 
apenas alguns dos elementos presentes nesse momento, muitas vezes inesquecíveis. Logo ele 
pode se recordar desse gesto em que era colocado no colo e que lhe abriam as portas de um 
mundo mágico. Cheio de aventuras, despertando e estimulando a sua aprendizagem. 
Lendo um livro, a criança pode desenvolver-se intelectualmente e aprender um pouco 
mais sobre a vida, perceber as noções de bem e mal. 
Na opinião de Maria Alexandre de Oliveira (1999: 38), “uma das contribuições 
necessárias para que a experiência de ler seja prazerosa é que a leitura satisfaça um propósito, 
isto é, que seja significativo para o leitor”. 
A significação e o interesse caminham juntos. De modo que é significativo para o 
leitor aquilo que se relaciona à sua vida, e que possa despertar a sua curiosidade ajudando a 
compreender melhor o mundo em que está inserido, permitindo-lhes ter um melhor 
relacionamento para com os outros. 
Ter o hábito de ler desde pequeno tem suas vantagens. Pois o livro trona-se uma 
companhia, um bom amigo, que lhe ajuda no desenvolvimento de sua imaginação e de sua 
criatividade e de tudo pode lhe ensinar um pouco. Hábito esse que com o passar do tempo 
pode ser passado de pai para filho. 
Não é nada fácil contar uma historia de modo que agrade a criança, deve-se ler com 
calma, ritmo e entonação diferente para cada personagem. Se a criança já sabe ler, peça-lhe 
ajuda. Senão pode pedir que ela tente identificar os objetos e personagens da historia. Para 
isso é conveniente que o livro possua gravuras. Dessa maneira já pode se começar a distinguir 
figuras, formas e cores. 
Uma historia bem contada pode e deve ser relidas várias vezes ao longo de toda a vida. 
Nunca se deve comparar um bom livro a um brinquedo velho que quando se cresce, deixa-o 
de lado. 
Devemos ter paixão pela leitura, para formar leitores, pois ela baseia-se no prazer e no 
desejo.
A literatura nasce de um jogo com o leitor, jogo esse que quem lê precisa acreditar que 
o texto fala uma verdade, faz de conta que a historia podia ter acontecido consigo e emociona-se 
com o desfecho de cada personagem da historia. 
O bom leitor precisa possuir, além das competências fundamentais para o ato da 
leitura, a intenção de ler. Intenção essa que pode ser caracterizada como uma necessidade que 
precisa ser satisfeita, na busca de um equilíbrio interno ou na tentativa de colimação de um 
determinado objetivo em relação a um determinado texto. 
Magda Soares (1996: 54) fala que “a Literatura Infantil é, sobretudo comunicação, 
pois é a relação entre os sujeitos comunicantes, autor e leitor. Se não houver relação de 
comunicação entre ambos, não acontece a interação no aspecto formativo e informativo. As 
propriedades formativas e informativas só se realizam e se confirmam na comunicação da 
criança com a historia”. 
Segundo Vygotsky (1989) a criança em idade pré-escolar vive experiências sociais 
concretas ( falar, identificar objetos, conversar com adultos, amigos etc.) que lhe permitem, 
por meio da atividade mental, elaborar conceitos espontâneos. É sem dúvida, imprescindível 
tanto para a vida escolar como para a vida profissional futura do estudante.
CAPÍTULO 4- DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE 
AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA 
De acordo com Coelho (1991), as dificuldades de aprendizagem no processo de 
aquisição da leitura podem ser divididas em quatro categorias: 
- Dificuldade na leitura oral: Devido à percepção visual e ou auditiva alterada, a criança 
recebe informações cerebrais distorcidas e freqüentemente troca, confunde, acrescenta ou 
omite letras e palavras. 
- Dificuldade na leitura silenciosa: Devido à distorção visual a criança apresenta lentidão e 
dispersão na leitura, perdendo-se no texto e repetindo palavras ou mesmo frases e linhas 
inteiras. 
- Dificuldade na compreensão da leitura: Devido à deficiência de vocabulário e a pouca 
habilidade reflexiva, a criança apresenta sérios obstáculos em entender o que está escrito. 
- Dislexia: dificuldade com a identificação dos símbolos gráficos desde o início da 
alfabetização, acarretando fracassos futuros na leitura e escrita. 
Já quanto à dificuldade de aprendizagem no processo de aquisição da escrita, 
encontramos a disgrafia; a disortografia e os erros de formulação e sintaxe. 
- Disgrafia: Falta de habilidade motora para transpor através da escrita o que captou no plano 
visual ou mental, a criança apresenta lentidão no traçado e letras ilegíveis. 
- Disortografia: Incapacidade para transcrever corretamente a linguagem oral; caracteriza-se 
pelas trocas ortográficas e confusões com as letras. 
- Erros de formulação e sintaxe: Apesar de ler fluentemente, apresentar oralidade perfeita, 
copiar e compreender textos, a criança apresenta grande dificuldade para elaborar sua própria 
escrita. Geralmente omite palavras, ordena confusamente as palavras, usa incorretamente 
verbos e pronomes e utiliza a pontuação de forma inadequada. 
Afinal, porque alguns alunos não aprendem? O que o professor deve fazer para 
ajudar estes alunos? Estas são questões bastante complexas que intrigam e inquietam grande
parte dos docentes. As Dificuldades de Aprendizagem (D.A.), como o próprio nome já diz, 
referem-se às dificuldades apresentadas por alguns alunos de assimilar conhecimentos 
acarretando deste modo, déficits de aprendizagem. 
É muito comum encontrarmos docentes inseguros e aflitos ao depararem-se com 
alunos portadores de D.A., sendo assim, este foi o principal motivo pelo qual optamos por 
buscar ampliar conhecimentos na área, objetivando compreender melhor as Dificuldades de 
Aprendizagem na Leitura e na Escrita, visando intervenções adequadas que propiciarão o 
melhor desenvolvimento dos alunos portadores de D.A. 
Para conceituar Leitura e Escrita, foram utilizados os estudiosos: Ferreiro (1992) e 
Cagliari (1995). Para conceituar Dificuldade de Aprendizagem; Dificuldade de Aprendizagem 
no processo de aquisição da Leitura e Escrita e Etiologia das Dificuldades de Aprendizagem, 
foram consultados os autores Smith (2001); Coelho (1991) e Morais (2002). 
Para Ferreiro (1992, p.79): 
“(...) eu digo escrita entendendo que não falo somente de produção de 
marcas gráficas por parte das crianças; também falo de interpretação 
dessas marcas gráficas. (...) algo que também supõe conhecimento 
acerca deste objeto tão complexo – a língua escrita –, que se apresenta 
em uma multiplicidade de usos sociais.” 
Para a autora, a escrita é um processo de construção e reconstrução de um saber 
construído, e neste processo a criança elabora hipóteses sobre a escrita, que vão sendo 
problematizadas, caminhando assim para a alfabetização formal. A leitura, tanto quanto a 
escrita, consiste em atividade bastante intricada. “Ler é uma atividade extremamente 
complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até 
fonéticos” (CAGLIARI, 1995, p. 149). 
É de grande importância ressaltar que leitura e escrita são atividades fundamentais 
para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo, pois dentro e fora da escola e por 
toda vida, o domínio ou não de ambas facilitará ou não o crescimento intelectual. Tudo o que 
se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter e se 
desenvolver. A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser
lido. Sendo assim, é notória a importância tanto da escrita quanto da leitura no 
desenvolvimento intelectual do ser humano. 
4.1- CAUSAS DE DIFICULDADES NA LEITURA E ESCRITA 
As causas das dificuldades de aprendizagem são fundadas em fatores biológicos, 
sendo que estes podem ser divididos em quatro categorias, conforme Smith (2001): 
- Lesão cerebral: Qualquer dano causado ao cérebro durante a gestação, parto ou pós-parto, 
através de acidentes, hemorragias, tumores, meningite, exposição a substâncias químicas entre 
outros. 
- Alterações no desenvolvimento cerebral: Perturbação ocorrida em qualquer ponto do 
processo contínuo de ativação neural, ocasionando o não desenvolvimento normal de alguma 
parte do cérebro. Podemos citar como exemplo a dislexia, que consiste em sérias dificuldades 
de leitura e, conseqüentemente, de escrita, apesar da criança apresentar nível normal de 
inteligência. Geralmente a dislexia apresenta-se associada a outros distúrbios. 
- Desequilíbrios neuroquímicos: Dissonância entre os neurotransmissores (mensageiros 
químicos), causando a má comunicação entre as células cerebrais, acarretando prejuízo à 
capacidade de funcionamento do cérebro. 
- Hereditariedade: Herança genética, ou seja, transmissão de caracteres biológicos aos 
descendentes. 
No entanto, seja qual for o fator biológico contribuinte para a dificuldade de 
aprendizagem, o ambiente mostra-se como fator decisivo, podendo facilitar ou complicar o 
quadro do portador da mesma. Embora supostamente as dificuldades de aprendizagem tenham 
uma base biológica, com freqüência é o ambiente da criança que determina a gravidade do 
impacto da dificuldade. 
O ambiente escolar, familiar e social exerce influência direta não só no 
comportamento das crianças como também em suas atitudes e posturas diante dos problemas. 
As condições em casa e na escola, na verdade, podem fazer a diferença entre uma leve 
deficiência e um problema verdadeiramente incapacitante. Segundo Morais (2002), para que
se aprenda a ler e escrever, são necessárias habilidades ou pré-requisitos, que devem ser 
trabalhados no período pré-escolar, o que muitas vezes não acontece adequadamente. 
Por isso, o ideal é que quando se percebe que as dificuldades de aprendizagem que 
a criança apresenta são oriundas ou ampliadas por um método de ensino que não está 
adaptado à criança, propõe-se uma mudança metodológica para facilitar o processo de 
aprendizagem. 
Ao abordar os fatores emocionais, Morais (2002) deixa claro a dificuldade de se 
estabelecer com precisão, quando o transtorno emocional precede as dificuldades de 
aprendizagem, ou quando é a própria causa das mesmas. Para se chegar a esta conclusão, é 
necessário um estudo detalhado da personalidade da criança e de seu comportamento, assim 
como da dinâmica familiar e social, na qual ela se encontra inserido. Devido à complexidade 
causal das dificuldades de aprendizagem muitas vezes sendo resultado da combinação de 
vários fatores, fica nítida a dificuldade de diagnóstico certeiro. 
Por isso, deve ficar claro que, a aprendizagem da leitura e da escrita é um processo 
complexo que envolve vários sistemas e habilidades (lingüísticas, perceptuais, motoras, 
cognitivas) e, não se pode esperar, portanto, que um determinado fator seja o único 
responsável pela dificuldade para aprender. 
Dificuldade de aprendizagem é um assunto vivenciado diariamente por educadores 
em sala de aula e que desperta a atenção para a existência de crianças que freqüentam a escola 
e apresentam problemas de aprendizagem. Por muitos anos, tais crianças têm sido ignoradas, 
mal diagnosticadas e maltratadas. A dificuldade de aprendizagem vem frustrando a maior 
parte dos educadores, pois na maioria das vezes não encontram solução para esse problema. 
Corrêa (2001) ressalta que "pesquisas sobre as representações que os professores 
têm do fracasso escolar denunciam que eles estão convencidos de que o problema é do aluno 
e da sua família", desviando toda a provável deficiência do professor e da entidade de ensino 
para os problemas de fatores externos à escola. Assim, as dificuldades de aprendizagem 
devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios e serem enfrentados 
dando oportunidade aos alunos de serem independentes e de reconstruírem-se enquanto seres 
humanos.
4.2. AS ESTRATÉGIAS E AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA PARA O 
APERFEIÇOAMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA. 
O processo de aperfeiçoamento da leitura e da escrita se tornará muito mais eficiente 
se os educadores trabalharem desde cedo nos seus alunos, a convenção da linguagem escrita, 
pois esta pode ajudar a formar bons leitores e conseqüentemente bom escritores. 
Podem ocorrer resultados mais satisfatórios por toda a vida acadêmica dos educandos, 
se no período de alfabetização, houverem experiências agradáveis, utilizando precocemente o 
contato com a leitura infantil. 
São excelentes as atividades de estímulo a leitura e à escrita e, conseqüentemente ao 
aperfeiçoamento destas mesmas, levar ao alcance dos alunos diferentes tipos de textos, como: 
cartas, listas, histórias, bilhetes , etc. Isto mostrará aos alunos como é amplo o mundo letrado, 
e o quanto este despertará a curiosidade para explorá-lo cada vez mais. 
É essencial trabalhar a diferença entre letras e números, porque muitas crianças tem 
uma tendência a confundi-los, usando assim, algarismos na escrita das palavras, como se 
esses algarismos fossem letras. O educador, para ajudar o educando a superar esta dificuldade, 
deve trabalhar a diferença entre letras e números em diferentes contextos. 
Se faz necessário que o professor desenvolva projetos pedagógicos que tenham como 
objetivo trabalhar a leitura e a escrita através de atividades lúdicas, para que este processo de 
aprendizagem e ou aperfeiçoamento, não se torne monótono, deixando assim, os alunos 
estressados e sem interesse em progredir. 
O aperfeiçoamento da leitura e da escrita apresenta-se como um dos maiores desafios 
da escola nos últimos tempos. Para isso, vemos a prática como o único meio da escola 
incentivar e proporcionar, a seus alunos o aperfeiçoamento da leitura e escrita. 
Para que realmente se concretize o aperfeiçoamento da leitura escrita, a idéia central 
do docente na escola, deve ser o despertar para a prática da leitura. Com isso, o educador tem 
o dever de proporcionar ao educando que este compreenda o ato da leitura, para que o mesmo 
tenha condições de repeti-la e , até mesmo reinventá-la à sua realidade social e cultural.
Uma estratégia que consideramos bastante eficaz, no intuito de aflorar o interesse dos 
alunos pela leitura e, conseqüentemente aprimorar a leitura e a escrita, é o lançamento de 
projetos na escola que tenha como foco a leitura e a escrita. Pode-se trabalhar semanalmente 
ou mensalmente um projeto de leitura na escola, onde os professores e coordenadores 
convidariam os alunos para apresentar trabalhos relacionados a leitura e a escrita, como: criar 
poesia, produzir paródias, textos, peças teatrais, etc. Além desses tipos de projetos ajudarem 
no aperfeiçoamento da linguagem oral e escrita, tornaria o ambiente escolar mais agradável, 
fazendo com o que o educando sinta-se útil e protagonista no bom funcionamento da escola, 
concluindo com uma aprendizagem satisfatória. 
A informática é mais uma das estratégias capaz de mobilizar todos os alunos na busca 
pelo aperfeiçoamento da leitura e da escrita. Pois apesar de que hoje todos os jovens desejem 
o acesso à internet, nem todos têm essa possibilidade em casa. E, nada melhor que 
proporcioná-los este acesso no ambiente escolar, de forma lúdica e, principalmente, educativa. 
Vale salientar que cada escola possui uma realidade distinta. Então, cabe aos 
professores e grupo gestor de cada instituição adaptar as estratégias à sua realidade escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Durante a elaboração desse trabalho, procurei detectar as principais deficiências de 
aprendizagem na leitura e escrita na escola Guibson Marinho dos Santos. 
Foi possível analisar até que ponto o hábito da leitura e escrita não é tido como um ato 
prazeroso para a formação do educando na modalidade Ensino Fundamental. 
É importante lembrar que, para a escola formar bons leitores é preciso capacitá-los. E, 
para que isso aconteça, é indispensável que o professor seja um leitor competente, dominador 
de estratégias de trabalho que envolva textos da cultura, que ele seja um leitor de muitos 
textos e com conhecimentos teóricos. E, em um ambiente chamado Sala de Leitura, que os 
alunos tenham a sua disposição desde gibis e revistas até os clássicos da literatura. 
Oferecendo primeiramente o que eles gostam para que depois possa incluir, sem a resistência 
dos alunos, as mais variadas obras literárias. 
Citando os capítulos tive a oportunidade de ampliar os conhecimentos teóricos para 
em seguida subsidiar uma prática ligada diretamente a questões da leitura e escrita, onde 
aprendi e compreendi os fatores que contribuem para o desenvolvimento da leitura e escrita 
bem como a execução de atividades, que desenvolvem a leitura propriamente dita. 
As dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita são causadas por diversos 
fatores. Porém, algumas crianças poderiam seguir sem maiores conflitos, apesar de suas 
dificuldades em aprender, se não encontrassem pela frente à dificuldade de ensinar ou, até 
mesmo, o despreparo de alguns professores. 
Ao descrever sobre o mundo da leitura e escrita, percebi as seguintes idéias com as 
quais concordo; o aluno que melhor se sobressai ao ler é aquele que a família o orienta e ajuda 
já aquele que não tem essas oportunidades e utilizam de outros mecanismos como a televisão, 
apresentam muitas dificuldades para desenvolver o gosto pela leitura posteriormente da 
escrita, como também, sua execução. 
Fica cada vez mais explicito a ideia de que o professor que não ler e que não exercita 
diariamente a prática da leitura, não desenvolve no aluno, o hábito da leitura, nem tão pouco o 
gosto pela mesma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
APOSTILA, Didática da Escrita, curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”, especialização em 
Língua Portuguesa. URCA. Crato-Ce. 2006. 
APOSTILA, O processo da leitura. Curso de Pós-Graduação, “Lato Sensu”, Especialização 
em Língua Portuguesa. URCA. Crato-Ce. 2006. 
APOSTILA, Psicologia da Aprendizagem, Curso de Pedagogia em Regime Especial. UVA. 
Fortaleza-Ce. 2000. 
CAGLIARI, Luis C. Alfabetização de Leitura. São Paulo: Scipione, 1988. 
CAGLIARI, Luís Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1995 
CARDOSO, Beatriz; TEBEROSKY, Ana. Reflexões sobre o ensino da leitura e da escrita. 
São Paulo: Trajetória Cultural, 1990. 
COELHO, M. T; JOSÉ, E. A. Problemas de aprendizagem. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991. 
CORRÊA, Rosa M. Dificuldades no aprender: um outro modo de olhar. Campinas: 
Mercado de Letras, 2001. 
FERREIRO, Emília: TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Arte 
médicas, 1985. 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: Três artigos que se completam. 19º edição. 
São Paulo: Cortez, 1987. 
FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler. São Paulo, Cortez 1988. 
Leitura e a escrita: Como as crianças constroem a leitura e a escrita: Perspectivas 
piagetianas. Porto Alegre: Artes medicas, 1995. 
MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006. 
MORAIS, A. M. P. Distúrbios da aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 9ª ed. 
São Paulo: Edicon, 2002.
OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura e Prazer: Interpretação participativa da criança com 
a literatura infantil na escola. São Paulo, Paulinas, 1996. 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Língua Portuguesa / Secretaria de 
Educação Fundamental. Brasília, 144p: 1997. 
PIAGET, Jean. Epistomologia Genética. In: Os pensadores. São Paulo: Abril, 1978. 
REVISTA, Aprender Brasil. A revista da sua escola. Editora Positivo. Ano 2 - n º5 
junho/julho de 2005. 
SECRETARIA DE INCLUSÃO EDUCACIONAL, Ministério da Educação, Diretrizes e 
perspectivas do Programa Nacional de Bolsa-Escola. 
SMITH, C.; STRICK, L. Dificuldades de aprendizagem de a a z: um guia completo para 
pais e educadores. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma Perspectiva Social. São Paulo, Ática, 1995. 
VYGOTSKY, L. S. Linguagem e Pensamento. São Paulo, Martins Fontes, 1989. 
VYGOTSKY, Levi S. A formação social da mente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 
XIMENES, S. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2. ed. revi. e ampl. São 
Paulo: Ediouro, 2000. 
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O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS

  • 1. FACULDADE KURIOS- FAK CURSO DE PEDAGOGIA DEPARTAMENTO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. MARIA LUCINETE HOLANDA Maranguape- CE 2011
  • 2. MARIA LUCINETE HOLANDA O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de Graduação, Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientador (a):João Bosco Moreira de Almeida. Maranguape – Ce 2011
  • 3. TERMO DE APROVAÇÃO MARIA LUCINETE HOLANDA. O DESENVOLVIMENTO DA LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL GUIBSON MARINHO DOS SANTOS. Monografia apresentada à Banca Examinadora do Programa de Graduação, Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Kurios – FAK, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Data da aprovação:______/______/______ Nota: _________ _______________________________________________ Acadêmica Maria Lucinete Holanda. Banca Examinadora: _______________________________________________ João Bosco Moreira de Almeida Orientador _____________________________________________ Professora Maria Aline da Silva Sousa Coordenadora Acadêmica do Curso Maranguape- Ce 2011
  • 4. DEDICATÓRIA Dedico este momento em minha vida e a elaboração deste trabalho aos meus familiares; que sempre estiveram ao meu lado, me dando forças e incentivando nesta caminhada difícil, ao meu filho Kayo Hamilcar, razão pela qual consegui superar barreiras, ultrapassar obstáculos e chegar a esta vitória, aos colegas da sala de aula da turma de pedagogia; aos professores da Faculdade Kurios - FAK do Curso de Pedagogia.
  • 5. AGRADECIMENTO Todo o meu agradecimento a um Deus vivo, fonte de toda inspiração e sabedoria, aos meus pais, meus irmãos e ao meu filho kayo Hamilcar e a todos que direta ou indiretamente colaboraram com este trabalho.
  • 6. “Bons professores educam com a inteligência lógica, professores fascinantes educam com a emoção.” “Ser um mestre inesquecível é formar seres humanos que farão diferença no mundo.” (Augusto Cury.)
  • 7. RESUMO As questões aqui discutidas sobre o desenvolvimento da leitura e escrita, na escola de Ensino Fundamental Guibson Marinho dos Santos, são essenciais para uma aprendizagem satisfatória e imprescindíveis para a comunidade escolar vivenciar a cidadania. Este trabalho tem como objetivo conhecer quais são as causas encontradas no contexto escolar que dificultam o aprendizagem dos educandos. Além de, fornecer aos professores subsídios teóricos que venham fortalecer a práxis pedagógica possibilitando assim uma intervenção de acordo com o ritmo de aprendizagem de cada aluno. Tendo como auxílio referências bibliográficas em que suas leituras possam ser sugeridas em estudos posteriores. Os resultados obtidos nesse trabalho nos mostram que apesar do nível de leitura e escrita dos educandos estarem um pouco abaixo do desejável, existem inúmeras formas de melhorar o ensino e, consequentemente, aprimorar a leitura e a escrita. Desse modo, vislumbrar a leitura e a escrita como essencial para o exercício da cidadania é compreender que as mesmas estão indissociavelmente ligadas e interligadas, e que, sua atividade constante estabelece comunicação com o mundo tornando o indivíduo que a utiliza um agente de conhecimentos. Palavras-chaves: Ensino, Leitura, Aprendizagem.
  • 8. ABSTRAT The issues discussed here on the development of reading and writing in the Elementary School Guibson Marinho dos Santos, are essential for a satisfactory learning and essential to the school community to experience citizenship. This study aims to know what are the causes in the school context that hinder students' learning. In addition, teachers provide theoretical support that will strengthen the pedagogical praxis thus enabling an intervention according to the learning pace of each student. With the aid of references that their readings may be suggested in other studies. The results of this study suggested that although the level of students' reading and writing are a little less than desirable, there are numerous ways to improve teaching and thereby improve the reading and writing. Thus, to see the reading and writing as essential to the exercise of citizenship is to understand that they are inextricably linked and intertwined, and that his constant activity establishes communication with the world by making the individual who uses an agent of knowledge. Words - keys: Teaching, Reading, Learning.
  • 9. SUMÁRIO Introdução.................................................................................................................................10 Capítulo 1- Conhecendo o local da pesquisa.......................................................................12 1.1. A escola e sua estrutura............................................................................................12 1.2.Diagnóstico geral......................................................................................................13 1.3.Biografia do patrono da escola..................................................................................14 Capítulo 2- Compreendendo os conceitos de leitura e escrita..............................................15 2.1. Definição de escrita.................................................................................................17 2.2. Definição de leitura.................................................................................................18 2.3. A escrita como aquisição de conhecimento social.......................................................20 2.4. O convívio familiar e sua relação com a leitura..........................................................24 Capitulo 3 - Leitura e escrita no contexto escolar..................................................................26 3.1- O espaço da leitura na escola..........................................................................................28 3.2 – A importância da prática da leitura................................................................................30 3.3- O prazer pela leitura...............................................................................................31 Capitulo 4- superando o fracasso escolar.........................................................................34 4.1 Dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição da leitura e escrita..................34 4.2.Causas de dificuldades na leitura e escrita.................................................................36 4.3.As estratégias e ações desenvolvidas na escola para o aperfeiçoamento da leitura e da escrita..........................................................................................................................38 Considerações finais......................................................................................................40 Referências bibliográficas...............................................................................................41
  • 10. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos, a educação vem buscando desenvolver no aluno as competências da leitura e da escrita, o que é indispensável para vivermos num mundo onde o acesso às informações é cada vez mais rápido e nossa participação como cidadãos, mais exigente. Entretanto, a aprendizagem da leitura e da escrita é um processo complexo que envolve vários sistemas e habilidades como: linguísticas, perceptuais, motoras e cognitivas. Por isso, quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de aquisição da leitura e escrita e quais as dificuldades enfrentadas pelas crianças para adquiri-la, mais condição terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem. Neste contexto, o presente estudo objetiva refletir sobre as dificuldades na aquisição da leitura e da escrita. Para tanto, é fundamental conhecer quais as causas mais comuns que se apresentam no contexto da aprendizagem escolar, contribuindo assim para uma nova estrutura educacional visando o aprendizado de todos os indivíduos presentes na instituição escolar. A pesquisa realiza na escola em questão busca apontar várias causas como sendo responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita, além de, favorecer um embasamento teórico sobre o que são as dificuldades de aprendizagem e qual o papel da escola e do professor neste processo. Sabemos que a situação da educação no Brasil ainda é precária. Além de toda problemática temos ainda professores que fazem greve exigindo não só melhores salários, mas melhores condições de trabalho, pois prédios, chamados de anexos, onde recebem crianças de educação infantil, que não há espaço para sua recreação cotidiana, quando mais para os jogos, brincadeiras, bibliotecas; enfim são tantas atividades que deveriam existir para melhor estimular os alunos, mas que infelizmente não são feitas e acabam deixando um espaço enorme no aprendizado como um todo. Assim, surgiu o interesse de pesquisar o tema em estudo, onde o mesmo está embasado em referências teóricas, permitindo ao educador, rever sua posição no processo de ensino/aprendizagem, repensando suas metodologias e entendendo o processo de aquisição,
  • 11. evolução, participação e compreensão na construção da perfeita leitura e escrita em sua prática pedagógica. Tomou-se por base o pensamento de vários autores, como: Ferreira e Teberosky (1985), Freire (1987), Coelho (1991), Piaget (1978), Magda Soares (1989) e outros. Sendo que todos tratam sobre o assunto leitura e escrita. A metodologia utilizada foi baseada através de técnicas de abordagem indutiva e dialética. Este trabalho está organizado em capítulos, que são os seguintes: o primeiro capítulo traz uma síntese do Estágio Supervisionado, uma breve descrição da escola em que este mesmo foi realizado e a biografia do patrono da escola. O segundo capítulo enfatiza o processo de ensino, leitura e escrita, numa perspectiva teórica, descrevendo a história da leitura e da escrita desde a antiguidade, onde poucos tinham acesso aos escritos; até os dias atuais. No entanto, nos dias de hoje, as crianças passam por níveis de construção da leitura e da escrita, até a sua total evolução, contendo ainda, o convívio familiar e sua relação com a leitura no que se refere o desenvolvimento da linguagem da criança depende da qualidade e das situações de interação verbal entre ela e os adultos. Fundamentando-se em várias dimensões do conceito da leitura e da escrita em diferentes autores. O terceiro capítulo relata sobre leitura e escrita no contexto escolar como: espaço da leitura na escola, sua importância e prática da leitura bem como o prazer pela leitura. No quarto capitulo abordamos alguns assuntos bastante discutidos como o fracasso escolar, as dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição da leitura e escrita e as causas de dificuldades na leitura e escrita ressaltando ainda, as estratégias e ações desenvolvidas na escola para o aperfeiçoamento da leitura e da escrita
  • 12. CAPÍTULO 1. CONHECENDO O LOCAL DA PESQUISA. A Escola de Ensino Fundamental Guibson Marinho dos Santos está situada na Avenida Sabino Moreira, S/N, Bairro – Requeijão, Chorozinho – Ceará. CEP 62875-000 e telefone 3319-1313. Pertencente a rede pública municipal, criada pela Lei Nº 149/96, de 05 de fevereiro de 1996, entidade mantida pela Prefeitura Municipal de Chorozinho, é subordinada tecnicamente e administrativamente aos órgãos competentes da Secretaria de Educação do Município, Teve seu reconhecimento, junto ao Conselho de Educação do Ceará – CEC, de acordo com o Parecer Nº 1113/2002 que a reconhece até 31/12/2006. Destina-se a atender uma clientela de diversas classes sociais, com Ensino Fundamental, na modalidade de Ensino Regular, presencial e em regime anual. Construída em 1993, pelo Projeto Nordeste em parceria com a prefeitura Municipal a fim de assegurar o atendimento da demanda escolar em nível de Ensino Fundamental, bem como alunos especiais. 1.1.A ESCOLA E SUA ESTRUTURA A Escola Guibson Marinho dos Santos encontra-se em bom estado de conservação onde podemos constatar 02(dois) banheiros adaptados para deficientes, 02(dois) banheiros para crianças e adolescentes sendo especificados masculinos e femininos, 09(nove) salas de aula com cadeiras suficientes para todos os alunos e o tamanho das salas é proporcional a quantidade de alunos, 01(uma) sala de informática, 01(uma) sala multifuncional onde podemos observar uma grande variedades de jogos e outros materiais didáticos usados pelos professores, 01(uma) secretaria, 01(uma) diretoria, 01(uma) biblioteca com um grande acervo de livros didáticos e paradidáticos onde na mesma funciona a sala dos professores, 01(uma) sala de reforço, 01(um) pátio amplo, 01(uma) cantina bem equipada, 01(um) depósito para merenda, 01(um) depósito para materiais de limpeza.
  • 13. A escola de Ensino Fundamental Guibson Marinho dos Santos tem uma estrutura física irregular, com um projeto em forma quadricular, a mesma conta com uma diretoria, um banheiro, uma sala bem ampla que se divide em sala de professores e biblioteca. Na sala de professores há uma mesa grande com cadeiras brancas de plástico, algumas estantes de alvenaria, contendo livros e outros materiais didáticos, pastas de arquivos e vinte e oito armários individuais para os docentes: enquanto que, na outra divisória, que funciona como secretária, há quatro birôs e quatro cadeiras de ferro estofadas, três armários de ferro, uma televisão, um microssystem, um computador com impressora e vários armários para arquivos. Na biblioteca escolar encontra-se uma variedade de livros; didáticos e paradidáticos, literários e infantis, jogos pedagógicos e educativos, dois ventiladores de teto, duas mesas e oito cadeiras que são usadas quando os estudantes vão realizar pesquisas. 1.2-DIAGNÓSTICO GERAL DA ESCOLA Apesar dos problemas que existe na escola no que se refere à indisciplina por parte de alguns alunos e os descasos de muitos pais que não se interessam em acompanhar a quanta anda a educação e o convívio escolar de seus filhos, o que acaba por comprometer o processo de ensino/aprendizagem. Existem, em geral, muitos pontos positivos em favor da escola, como, por exemplo; o empenho da coordenação e dos professores em geral para sempre elevar o nível de educação da escola. Cada educador tem a consciência, de que de acordo com a realidade, deve utilizar uma metodologia renovada, que acompanhe opiniões diversas e, principalmente a evolução do tempo e da educação. Quanto ao relacionamento professor e aluno foi observado que a maioria dos alunos mantém um cordial relacionamento com os professores, havendo algumas exceções que não chega a tumultuar o ambiente escolar e quando acontece um ato de indisciplina, nesses casos é solucionado em conjunto com o núcleo gestor e professores. No que se referem ao acompanhamento da coordenação os professores mostraram-se bastante satisfeito, pois recebem total apoio da coordenação e quando necessário tiram dúvidas e recebem orientações bem como fazem assessoria aos professores na busca pela redução das dificuldades de aprendizagem dos alunos, quanto ao planejamento acontece
  • 14. semanalmente, onde cada professor tem 08(oito) horas para planejar suas atividades pedagógicas, e durante o mês ele tem direito a dois planejamentos internos e dois externos. Podemos observar que a escola atende uma clientela de classe baixa onde os mesmo são beneficiados com programas do governo como: Bolsa Escola e Bolsa Família. Vale ressaltar que a escola está muito bem assistida no que se refere o trabalho de leitura e escrita nas séries de 1º e 2º ano onde é trabalhado o programa do PAIC (Programa de Educação na Idade Certa) com as perspectivas de trabalhar o programa do 3° ao 5° ano. Vale salientar que foi trabalhado na escola programa Luz do Saber, com o objetivo de alfabetizar crianças com o auxílio da informática, o mesmo foi um incentivo que veio desenvolver de forma positiva a leitura e a escrita dos alunos do 3° ao 4° ano. A atuação das coordenadoras junto a esses programas é essencial para um melhor desenvolvimento de aprendizagem dos educados. Podemos perceber através das observações feitas e diálogos o ótimo relacionamento entre núcleo gestor, professores e alunos, vale ressaltar que a harmonia e a amizade do núcleo gestor transparecem as visitas e pais de alunos que a escola recebe. 1.3-BIOGRAFIA DO PATRONO DA ESCOLA Guibson Marinho dos Santos, filho Francisco dos santos e Maria Cleide dos santos marinho, nasceu em Fortaleza no dia 21 de novembro de 1982. Começou sua vida escoar aos três anos de idade, cursando o Pré – Escolar no Instituto Maria Izabel,em Cajubraz, município de Pacajus, onde residia. Na década de 80 nos anos de 1986.1987, 1988 respectivamente, na cidade de Pacajus, cursou a Alfabetização, 1ª e 2ª série na Escolinha Recanto Feliz. Em julho de 1989 passou a residir com seus familiares na cidade de Chorozinho, continuando a estudar em Pacajus, para onde se deslocava todos os dias para cursar a 3ª série no Curso Santa Terezinha. E, outubro do mesmo ano o destino reservou momentos de muita tristeza e dor a seus familiares e amigos. Um trágico acidente o levou para junto de deus. No ano de 1996 foi criada essa escola que leva o seu nome, em homenagem a aquela querida criança.
  • 15. CAPÍTULO 2. COMPREENDENDO OS CONCEITOS DE LEITURA E ESCRITA. A palavra escrita desde a antiguidade está associada à ideia de segredos e foram transmitidas por escritos nas tábuas. A Bíblia é o livro sagrado e, é também o livro por excelência para os cristãos. O ato de ler, ao longo da história da humanidade foi algo que impunha respeito, temor e dava status. Quem lia, entrava em contato com os mistérios. Ler era legado que os diferenciavam dos demais mortais. Até a idade média, os religiosos detiveram esse poder em suas mãos. A aura sagrada da leitura perdurou até a revolução Burguesa quando surgiram jornais e grandes tiragens e uma leitura fácil, voltada para o grande público, os conhecidos folhetins. Uma leitura que abria os mistérios da palavra a outras classes sociais. Na escola republicana, a leitura e a escrita eram concebidas como atividades individuais e distintas, somente as crianças cujos pais eram ricos, podiam iniciar a arte de trocar as letras no papel, e só depois de muito tempo veio à aprendizagem da leitura. Existiam os mestres para ensinar a ler em classes diferentes, havia somente uma aprendizagem que podia ser ensinada coletivamente, o catecismo. Com a revolução Francesa a escola torna-se universal e gratuita, pois agora se encontra sob o controle do poder público. A questão agora era encontrar uma metodologia onde as crianças aprendessem de maneira clara, rápida e eficaz, em países como Alemanha e Holanda que eram exemplo na formação de professores de escolas primordiais (primárias). Formou-se então em 1805, um grupo de religiosos liderados por Joseph Lancaster e André Bell que criaram a matriz do ensino mútuo adotado pelo estado republicano, onde o professor, com a ajuda de monitores, dirigia a classe instruindo as crianças. No século XVIII, estudiosos como Dupont, apela para a lógica de que a história da escrita procede à leitura.
  • 16. Somente no século XIX é que essas duas práticas pedagógicas começam a serem vistas de modo associada. A escrita deixa de ser arte e passa a ser um trabalho manual. Mas esse processo foi em longo prazo. Com a invenção da impressora, a escrita fez-se uma tecnologia moderna. Antes de tal acontecimento a leitura era sonora e restrita. Pouca gente tinha acesso à leitura. Escrever esses diferentes estudos sobre a leitura e a escrita só para ter uma idéia da complexidade do ensino das mesmas e para que se possa refletir sobre o uso no cotidiano. A repercussão de invenção da impressora causou grande avanço na escrita, o que contribuiu bastante em todos os aspectos da história da humanidade. Partindo do pressuposto de que a criança constrói seu próprio conhecimento, é que os estudiosos, como: Jean Piaget, Freinet, Vygotsky, Lúria, escreveram e pesquisaram teorias que comprovam que a verdadeira resolução na aprendizagem está no próprio sujeito, que é a criança. Mas abordando outra resolução das descobertas que se baseiam em estudos valiosos sobre a constituição da leitura e da escrita. A preocupação central de Piaget dirigi-se a elaboração de uma teoria do conhecimento que possa explicar como o indivíduo conhece o mundo (...). Existe para ele uma realidade externa ao sujeito o conhecimento, e é a presença desta realidade que regula e corrige o desenvolvimento adaptativo (RAPPORT, 1981, p.110). Toda essa visão sobre a construção do conhecimento tem tudo a ver com a realidade da criança. É dentro dessa perspectiva que é elaborado este estudo, vendo a criança como objeto ativo, que pensa e interage com a sua realidade e é capaz de elaborar hipóteses, tirar conclusões, solucionar seus problemas. Nessa visão pedagógica, o sujeito ao processo é a criança e não mais o objeto de ensino. O processo de interação dentro do meio é que resulta na construção do conhecimento. A teoria piagetiana adota os princípios da Psicologia Genética que influenciam na concepção sobre a aprendizagem da leitura e da escrita nas suas funções mais complexas.
  • 17. Ferreiro e Teberosky (1985) concebem a escrita como objeto de conhecimento da criança e analisam a evolução das concepções infantis sobre a língua escrita. A criança ao chegar à escola, aos 6 anos, já tem um referencial de conhecimento adquirido. Por exemplo, ela tem capacidade discursiva bastante próxima dos adultos. Elas são capazes de contar ou vivenciar uma cena acontecida no seu dia-a-dia. Quanto à escrita, a criança também já traz um referencial que para escrever, precisa grafar (rabiscar, desenhar e riscar). Todo esse embasamento concebido, precocemente, precisa de um estudo e compreensão por parte dos professores aceitando como escrita os rabiscos e desenhos, ou seja, as escritas pré-silábicas: aceitando como leitura, as leituras simuladas de ler textos memorizados. É de grande importância ressaltar que a leitura e a escrita são atividades fundamentais para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo, pois dentro e fora da escola e por toda vida, o domínio ou não de ambas facilitará ou não o crescimento intelectual. Já a leitura conforme Martins (1982) pode ser conceituada como sendo um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas que se dá a conhecer através de várias linguagens. Portanto a leitura e a escrita não se limitam, apenas, à decifração, a codificação e a decodificação de sinais gráficos. É muito mais do que isso, exige do indivíduo uma participação efetiva levando-o a construção do conhecimento. A criança aprende naturalmente a falar a linguagem do grupo em que vive (linguagem regional ou dialeto). 2.1. DEFINIÇÃO DE ESCRITA A escrita é interativa, dialógica, dinâmica e negociável tanto, quanto a fala. De manifestação verbal das idéias, informações, intenções, crenças ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para de algum modo, interagir com ele.
  • 18. Ter o que dizer é, portanto, condição prévia para o êxito da atividade de escrever. Se faltam as idéias, se faltam as informações, vão faltar as palavras. Ampliar o repertório de informações aumenta nossos horizontes de percepção das coisas. A escrita não necessita da presença simultânea dos interlocutores em interação, porém não deixa de ser um exercício da faculdade da linguagem. Escrever sem saber para quem, torna-se uma tarefa ineficaz, pois falta a referência do outro, a quem todo o texto deve adequar-se. A escrita cumpre diferentes funções comunicativas, de maior ou menor relevância para a vida da comunidade, como de forma constante de atuação nas múltiplas atividades dessas pessoas. Pela escrita alguém informa, avisa, adverte, anuncia, descreve, explica, comenta, opina, argumenta, instrui, resume, documenta, faz literatura, organiza e divulga o conhecimento produzido pelo grupo., A escrita compreende etapas que vão desde o planejamento, passando pela escrita propriamente dita, até o momento posterior da revisão e da reescrita. (Antunes, 2003). 2.2. DEFINIÇÃO DE LEITURA A leitura é basicamente um processo de representação. Não se dá por acesso direto a realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade, que funciona como um espelho. Ler é, portanto, reconhecer o mundo através de espelho do qual oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é possível quando tem um conhecimento prévio desse mundo. A leitura também é passível através de sinais não-linguísticos. Pode-se ler a tristeza dos olhos de alguém, a sorte na mão de uma pessoa. Não se lê, portanto a palavra escrita, mas também o próprio mundo que nos cerca.
  • 19. Para que haja condição básica do ato da leitura é preciso que ocorra o processo de triangulação, isto é, implicam o acesso de elementos intermediários, indicadores de outros elementos para chegar à percepção do leitor. A leitura é o ato de percorrer os olhos (visão) sobre algo que está escrito, decifrando e interpretando as palavras e o sentido do texto, constituindo aquisição da decodificação e interpretação dos símbolos alfabéticos e dos textos. (XIMENES, 2000). No entanto, pesquisadores de renome tais como Emília Ferreiro e Luiz Carlos Cagliari, entre outros, já provaram através de pesquisas e estudos a complexidade que envolve ambos os processos. Há, portanto definições restritas de leitura, como: ler é extrair significado de um texto, onde a leitura de extração de significado está associada a idéias de que o texto tem um significado preciso, exato e completo e precisa ser apreendido pelo leitor na sua íntegra. O uso do dicionário é essencial sempre que uma palavra desconhecida for encontrada para revisões posteriores e enriquecimento de vocabulário. Tudo o que o texto contém precisa ser detectado e analisado para que seu verdadeiro significado possa ser extraído. O leitor está subordinado ao texto, que é o pólo mais importante da leitura. Se o texto for rico, o leitor se enriquecerá com ele, aumentará seu conhecimento de tudo, porque o texto é o mundo. Se o texto for pobre, mina sem ouro, o leitor perderá seu tempo, porque nada há para extrair. A concepção da leitura como um processo de extração tem, no entanto, sérias limitações. O texto não possui um conteúdo, mas reflete-o, como um espelho. Um mesmo texto pode refletir vários conteúdos, como vários testos podem refletir um só conteúdo. Ler é atribuir significado ao texto, onde a origem do significado não está no texto, mas no leitor. O mesmo texto pode provocar em cada leitor, em uma leitura, uma visão diferente da realidade. O texto não contém a realidade, reflete apenas segmentos da realidade, entremeados de inúmeras lacunas, que o leitor vai conhecendo pelo conhecimento prévio que possui do
  • 20. mundo. O significado não está na mensagem, mas na série de acontecimentos que o texto desencadeia na mente do leitor (LEFFA, 1996). A leitura e a escrita constituem um sistema de representação da linguagem, transformando sua evolução numa aprendizagem conceitual. As escolas geralmente não procuram averiguar o nível de evolução conceitual para que possa partir de onde a criança se encontra. E, não leva em consideração que nas classes das séries iniciais todas as crianças estejam em níveis diferentes, para a partir desse aspecto, trabalhar de maneira a construir e, em seguida, aprimorar sua leitura e escrita. Segundo observou-se que a criança é vista e analisada sobre aspecto conceitual, onde ela passa a ser sujeito principal no processo de aprendizagem. O professor em sua aprendizagem coletiva passa a ser um mediador na aprendizagem. Cabe ao professor colocar o aluno em contato com o meio mais amplo. Nessa proposta pedagógica a escola tem que sair do seu limite físico, atravessar os muros e trazer a sociedade para dentro dela. O professor tem que romper o estreitamento simbólico usado como substituto e tomar a leitura de livros infantis como o ponto de partida para a criança reaver o real, o concreto das relações familiares e sociais que estão se perdendo. Nesse caso o professor não está nem aí para o fato de somente ensinar a ler, ele está para compartilhar a leitura, não apenas como técnicas, mas com emoções. Não como ocorre na escola tradicional, que as crianças entendem o processo da leitura apenas como decodificar, sem perceber que através desse conceito a leitura e a escrita tornam-se desinteressantes. E, ainda, na escola tradicional, a criança é bloqueada em relação a leitura quando determinada a história, personagens e situações; sem apropriar-se de sua criatividade. Isto é, ela usa a técnica adotada pela escola, isso faz com que a criança não construa, deixando de lado sua emoção e sentimentos adquiridos.
  • 21. 2.3. A ESCRITA COMO AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO SOCIAL. Geralmente é durante a escolaridade que se aprende as regras de representação do sistema alfabético. Esse aprendizado segue um processo cujas etapas foram descritas nos seguintes termos: a escrita pré-silábica e a pré-escrita propriamente dita. No nível da escrita pré-silábica, a criança aleatoriamente, desenha, faz rabiscos. Quando está saindo da escrita indiferenciada, começa a representar o realismo nominal: escreve de acordo com o tamanho do objeto. Também começa a representar grafias correspondentes a um modelo (próprio nome). Ex.: A palavra urso admite que precise de muitas letras, pois urso é um animal grande. Existe essa variação na escrita devido à construção do próprio conhecimento. Na pedagogia tradicional, essa relação é considerada como perca de tempo, pois não é aceito como conhecimento esse tipo de escrita. No construtivismo, trabalha-se nessa proposta. O professor adquire uma postura superior para tratar todas essas questões. Para Vygotsky, o simbolismo na escrita é aceito como percurso da futura escrita. Gradativamente esses traçados indiferenciados serão transformados até alcançar a ortografia convencional. É fácil perceber que nesse ponto os sinais escritos constituem símbolos de primeira ordem, denotando diretamente os objetos ou ações e que a criança terá ainda de evoluir no sentido do simbolismo na segunda ordem, que compreende a criação de sinais escritos representativos dos símbolos falados das palavras (VYGOTSKY, 1984, p.187) Celestin Freinet, grande educador francês, também concebe o desenho como forma de grafismo. O desenho é para Freinet, a atividade experimental por excelência. O grafismo inicialmente sem forma organiza-se lentamente através do desenho. Seus princípios partem da observação experimental. Para Freinet, (1975, p. 198), “A criança faz experiência com objetos que ela deseja conhecer. Ela não teme errar nem buscar uma resposta única e certa, como a expectativa do ensino convencional.”
  • 22. Parece que a introdução das principais idéias de Freinet sobre a aprendizagem da escrita é suficiente para receber o processo gradativo em que ela deve construir-se. Aproximando-se das idéias Freinetianas, Lúria ressalta que: “Para a criança ser capaz de crescer, escrevendo ou anotando alguma coisa, duas condições devem ser preenchidas: 1) As relações da criança com as coisas do meio que lhe interessam dos que não lhe interessam. 2) A capacidade da criança em controlar seu próprio comportamento, através desse subsídio nos quais funcionam como sugestões construídas por ela”. Nessas concepções nota-se que as pesquisas comprovam que todo esse processo se constrói. Nessas subfases observa-se que a criança procura dar a forma mais definida que a anterior, alcançando aos poucos as formas convencionais. Fatos conceituais são observados no nível 1. • Eixo quantitativo (quando a criança em suas elaborações de hipóteses exige no mínimo três letras para ler). Outra característica é que nesse nível a criança não faz a distinção entre letras e números, para ela tudo serve para ler. De certa forma acontece um avanço, a criança utiliza-se da hipótese de que há uma variedade de critérios, os quais gráficos, ou seja, palavras que têm letras iguais não servem para ler. Daí a própria Emília Ferreiro ser contra os exercícios exaustivos de traçados como escrita de modelo para as crianças adquirirem a forma benéfica da escrita. Uma característica muito importante que rompe o esquema do nível 1 é a correspondência global, onde a criança ler sem fazer a correspondência com o termo, sem diferenciar as partes sonoras que existem entre leitura e escrita. Na escrita silábica ou nível 2 a escrita para a criança representa avanço na construção de sua escrita. Nesse nível começa-se a trabalhar com hipótese de que a escrita apresenta as
  • 23. partes sonoras da fala, essa linguagem sonora leva a criança a descobrir a sílaba, com um pequeno detalhe: a sílaba para a criança estará representando apenas uma letra, mas com o seu valor sonoro. Todas essas considerações conceituais que existem no processo da construção da criança estão na teoria piagetiana e na teoria de Emília Ferreiro que explicam apenas como se deve encarar esse processo. A escrita alfabética ou nível 3 é considerada como fase final na evolução da escrita. É nela que a criança faz a correspondência sonora e fonética do valor convencional da sílaba. A criança começa a escrever ora silabicamente, ora alfabeticamente, pois esse processo descrito revela a construção do conhecimento social. A criança como instrumento pra representar a linguagem escrita. De acordo com Blanche e Beneuniste (1982, p.105), “Por linguagem escrita entende-se a linguagem que se escreve, sendo a linguagem que se escreve independente da manifestação gráfica que pode se realizar de forma escrita ou oral.” Partindo do ponto de vista de que a linguagem escrita não é só a escrita da linguagem, mas se a linguagem em que se pode escrever, é que será abordada a seguinte questão: Faz-se necessário freqüentar a escola para conhecer a escrita e a linguagem escrita? As crianças iniciam a sua aprendizagem de matemática antes da escola, quando começa a ordenar, classificar, seriar os objetos, elas também o fazem com a aprendizagem de escrita que faz parte do seu cotidiano. Elas são capazes de identificar nas mais complexas representações gráficas, como sendo o que serve para escrever. Isso ocorre porque a criança trabalha cognitivamente, desde muito cedo num ambiente que chamamos de “ambiente alfabetizado”, contextos que aparecem indiscriminadamente (rótulos, embalagens, cartazes nas ruas, placas, televisores, anúncios, etc.) e outras informações não precisam necessariamente ser adquiridos na escola é que se denomina de função social da escrita. Afinal para que serve a leitura e a escrita? Para que decifrar e copiar? Smith (1975) insiste em que a leitura não é essencialmente um processo visual. Num ato de leitura encontra-se inseridos dois tipos de informações, uma informação visual e outra
  • 24. informação não visual. A primeira ocasionada pela forma como está impressa, ou seja, o texto em si, e, a segunda é causada pelo próprio leitor, ele faz sua interpretação gradativamente de acordo com seu relacionamento. Segundo Paulo Freire (1987) o processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou de linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo procede à leitura da palavra. O que se vê depende então do nível de compreensão do mundo e as suas relações entre texto e contexto. O que acontece é que não é o olho que vê mais coisas, mas sim, sua capacidade de integração com o mundo. 2.4. O CONVÍVIO FAMILIAR E SUA RELAÇÃO COM A LEITURA. A leitura, na grande maioria das famílias, é simplesmente utilizada como interação social, no uso de confecção de cartas e bilhetes; no suporte a memória, com o uso de lista e agendas e como fonte de informação com a leitura de jornais e revistas. Não se trata, evidentemente, de formar escritores no sentido de profissionais da escrita e sim de pessoas capazes de escrever com eficácia. Não é prática comum, a leitura de livros, nem aparece em todas as famílias, porém, é definida por um tipo de moradia ou nível econômico de escolaridade dos país. A leitura de livros está presente em família que de repente encontram um significado para o prazer e o relaxamento, seja na resolução de problemas do cotidiano ou no atendimento a exigências no campo profissional ou a indicações escolares. Magda Soares (1989) afirma que a deficiência cultural, é atribuída a pobreza do contexto lingüístico em que vive a criança, principalmente no âmbito familiar. Argumenta-se que um caso particular entre ela e a mãe. Nas camadas populares essa deficiência ocorre por falta de uma interação verbal entre a mãe e a criança, pois se a criança não é incentivada a conversar, os vocábulos evidentemente serão precários.
  • 25. É por isso que ler é o único jeito de se comunicar de igual para igual com os parentes ou com o restante da humanidade. Com relação às crianças que pertencem a classes favorecidas e que vivem num ambiente rico em estímulos verbais, elas com certeza são mais incentivadas a perguntar e a responder, são ouvidas com atenção. Os adultos lêem para elas e isso as estimula a refletirem e logo possuem melhor raciocínio lógico. Quando às crianças que não lêem tendem a ser rígidas em suas ideias e ações e a conduzir suas vidas e trabalho pelo que lhes transmite diretamente. Ao contrário de quem lê que abre o seu mundo, podendo receber informações e conhecimentos de outras pessoas e de outras culturas. A relação entre a escola e os familiares, concluí que o trabalho conjunto é fundamental para garantir o sucesso escolar. É muito importante que os pais estejam, presentes no dia-a-dia da escola. Acredito que esse é o caminho para que a educação atinja seu verdadeiro objetivo, pois ela começa na família, passa pela escola e terá reflexo na sociedade, positivo ou não. Família e escola são os principais pontos de sustentação de qualquer indivíduo. Cabe a ambos transformar as crianças em cidadãos conscientes. A facilidade de leitura tende a formar indivíduos abertos para o futuro, capaz de valorizar-se, aceitando princípios técnicos e científicos. Pois esse tipo de pessoa é o que permite um maior desenvolvimento social.
  • 26. CAPITULO 3 - LEITURA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR. Estudos sobre a aquisição da leitura e da escrita, sobre o desenvolvimento da linguagem e os diferentes dialetos, são feitos atualmente pela Psicolingüística, fazendo uma diferenciação do que é erro ortográfico ou gramatical de erro lingüístico ou dialetal. Em relação à linguagem há divergências entre Vygotsky e Piaget. Piaget na pesquisa que realizou quanto à linguagem classificou-a em dois grupos: o egocêntrico e o socializado. Na fala egocêntrica a criança fala para si, como se estivesse pensando alto. Não se preocupa em saber se alguém ouve, geralmente fala do que está vendo ou acontecendo com ela num determinado momento. Na fala socializada a criança tenta realizar uma espécie de comunicação com os outros: faz perguntas, pedidos, ameaças, transmitem informações. Aos sete ou oito anos, manifesta-se na criança o desejo de trabalhar com outros, a fala egocêntrica desaparece. E mais do que isso, para Piaget até mesmo a fala social é representada como subseqüente e não anterior à fala egocêntrica. Partindo assim do “pensamento autista não verbal” a “fala socializada”. Para Vygotsky a fala egocêntrica é um meio de “expressão” e de liberação da tensão, tornando-se um instrumento do pensamento. Para ele, a fala egocêntrica não desaparece transforma-se em fala interior, ficando assim o esquema de desenvolvimento – “primeiro fala social”, depois “egocêntrica”, e então “interior”. Dependendo não só da idade da criança, mas também das condições que a cercam. “A linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de expressão, um significado a um significante... Essa unidade de dupla face é o signo lingüístico. Ele está presente na fala, na escrita e na leitura como princípio da própria linguagem, mas se atualiza em cada um desses casos de maneira diferente...” (CAGLIARI, p. 30, 1997). Hoje já se sabe que qualquer criança normal aos sete anos consegue dominar a língua com precisão, apresentando dificuldades na aquisição da linguagem, somente as crianças com problemas biológicos seriíssimos, causados por patologias neurofisiológicas graves, e mesmo assim, muitas vezes conseguem aprender a linguagem ou reaprendê-la.
  • 27. Cagliari, em seus estudos, já afirmou que a dor e a fome momentaneamente podem causar dificuldades na linguagem, mas ao passar seu efeito o corpo ganha novo ânimo para continuar vivendo e conseqüentemente volta a aprender. Precisamos estar sempre atentos para diagnosticar o porquê de nossos alunos muitas vezes apresentarem dificuldades na aprendizagem e do por que os alunos escreverem de forma tão diversa da língua padrão. Com certeza, uma criança que desde cedo tem sua casa cheia de livros, onde seus pais lêem constantemente, e que vive neste contexto aprimora muito mais seu dialeto, ao contrário da criança que não tem familiaridade com livros, cadernos, lápis, jornais, revistas e computadores. E a escola não leva em conta esses fatores. Fazendo com que os alunos percebam que há diferentes dialetos, que não podem ser considerados errados, mas que, para determinadas ocasiões, devemos usar a norma culta, e por isso, a necessidade em aprendê-la. Da mesma maneira a linguagem escrita não deve ser imposta, como faz a escola, mas sim, com a conscientização de que quanto melhor for nossa linguagem, seja ela oral ou escrita, melhor será seu desempenho na sociedade. Com uma linguagem aprimorada podemos expressar nossos sentimentos de maneira clara, fiel e precisa, estamos em melhores condições de assimilar conceitos, de refletir, de escolher e de julgar. Garantia do desenvolvimento escolar e do sucesso na vida. É importante que o professor saiba que existem muitas variações dialetais, e principalmente, deve conhecer muito a respeito de linguagem e estar ciente de como se dá o processo de aquisição lingüística. Necessário para que as crianças deixem de ser unicamente “falante” de uma língua para tornarem-se leitores e escritores. Pois sabemos que a aprendizagem da leitura e da escrita faz desenvolver formas particulares de interagir, de se expressar e assumir crítica e criativamente função de sujeito de sua linguagem, seja falando ou escrevendo, lendo ou interpretando. Portanto, devemos fazer uma “análise e reflexão sobre a língua” para podermos melhorar a capacidade de compreensão e expressão dos alunos, em situações de comunicação, tanto escrita como oral. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001, p.23), compreender que a oralidade, a leitura e a escrita são práticas que se complementam, que permitem o aluno a construir conhecimentos. E com o domínio da linguagem que o homem se comunica, acumula informações e produz seu conhecimento, no entanto, é função da escola “...garantir a todos seus alunos acesso ao saberes lingüísticos
  • 28. necessários para exercício da cidadania...”. Para que cada indivíduo se torne capaz de ler, interpretar, redigir textos ou assumir as palavras em diferentes situações de sua vida, com prazer e motivação. 3.1. O ESPAÇO DA LEITURA NA ESCOLA. A leitura é um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informação. É uma atividade que constitui ao mesmo tempo, forma de instrução e instrumento para o manejo em busca de diversidades e descontração e por meio dela chegar ao prazer de ler. Ler é resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma. Lê-se para ampliar os limites do próprio conhecimento, para obter informações simples e complexas, para saber mais sobre o próprio mundo. O ensino da leitura é da maior importância, mas nos cursos básicos, a leitura é utilizada como instrumento para aquisição de conhecimento. A principal meta da Educação Básica era “aprender a ler”, agora a ênfase é dada no “ler para aprender”, mas não significa que o primeiro não tenha validade na escola atual. Todo mundo sabe que a leitura está longe de ser uma tarefa fácil. Mas ler é o único jeito de se comunicar de igual para igual com o restante da humanidade. Pois só através da leitura nos escritos é que podemos desvendar outras culturas, hábitos e historias diferentes se revelam para nós. É por isso que ler é talvez a coisa mais importante que a escola tem a ensinar. É preciso que a escola trabalhe a partir das séries iniciais, com textos de diversas naturezas, para que desde cedo desenvolvam o hábito de ler. E tal façanha só irá realizar-se, se houver a participação e presença continua do educador que deverá atuar como um mediador. Para que a leitura se desenvolva com todo o vigor, o educador antes de tudo precisa ser um leitor. Tem que gostar de ler, ler para eles, ler com eles e saber ouvir a leitura de seus alunos, ainda que seja tímida e descompassada. O educador precisa ter todo um preparo teórico e metodológico e saber que é na escola o lugar natural da leitura.
  • 29. Acrescenta ainda Maria Alexandre de Oliveira (1999: 43), que, ninguém gosta de fazer aquilo que é difícil demais, nem aquilo do qual não consegue extrair o sentido. Essa é uma boa caracterização da tarefa de ler em sala de aula, para uma grande maioria dos alunos ela é difícil demais, justamente porque ela não faz sentido. A escola de uma forma geral, pela sua própria função e especificidade, trabalha com diferentes práticas de leitura no campo social, visto que, mais do que uma necessidade social, tem como objetivo formar leitores. Essa especificidade da leitura escolar, não a desvincula do campo social pois a leitura é a parte de uma cadeia de significação em que pretende a formação do sujeito, tentando resgatar as funções da leitura para garantir que o leitor busque seus objetivos e processos no uso da mesma. Ao longo das séries escolares, a qualificação e a capacitação contínua dos leitores, coloca-se como uma garantia de acesso ao saber sistematizado, aos conteúdos do conhecimento que a escola tem de tornar disponível aos estudantes. É conveniente que as dinâmicas de leitura sejam simples e diversificadas, de forma a tornar a aula interessante e desejada pelo aluno. Para isso é necessário o uso dos mais variados recursos pedagógicos, como; flanelógrafo, quadro de pregas, álbuns seriado, fantoches e etc. Procurando estabelecer ligações entre o seu uso e o raciocínio das crianças. Embora apresentem funções prioritárias diferenciadas, todas as práticas de leitura na escola, visam à formação de um leitor socialmente posicionado. De uma forma geral, a biblioteca tem como função primordial criar laços entre o leitor e o livro, enquanto na sala de aula as “práticas da leitura” visam possibilitar o conhecimento lingüístico indispensável à leitura alfabética, e também resgatar a leitura como prática social através das possibilidades de leituras. O uso de dinâmicas com a Literatura Infantil possibilita formas mais descontraídas de relação professor-aluno em sala de aula, tornando a participação da criança mais intensa com a história. Se analisarmos bem, veremos que o professor é o intelectual que delimita todos os quadrantes do terreno da leitura na escola. Sem a sua presença atuante, sem o seu trabalho
  • 30. competente. O terreno dificilmente chegará a produzir o benefício que a sociedade espera e deseja, ou seja, leitura e leitores assíduos. No espaço da sala de aula, onde as experiências de leitura tendem a se aprofundar, a ênfase recai no processo de sistematização da mesma, quase que, em detrimento das outras possibilidades privilegiando textos e fragmentos de textos retirados quase que exclusivamente de livros didáticos e propondo uma leitura destinada unicamente a desenvolver ou avaliar conhecimentos lingüísticos, no sentido restrito. Entretanto, reconhecendo que o trabalho com a leitura é mais amplo e exige outras atividades alem daquelas que se prestam à sistematização o professor, deve inserir no trabalho outros suportes textuais como o livro de literatura e o jornal. É necessário que a escola utilize recursos que facilitem a integração e dinamização no processo ensino-aprendizagem para um desenvolvimento apropriado. 3.2. A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DA LEITURA. O PCN da Língua Portuguesa (1997) atribuí que a prática de leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes, capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. E diz ainda, que a leitura por um lado nos fornece matéria-prima para a escrita; por outro lado, contribui para a construção de modelos como, escrever. A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o tema, sobre o autor, de tudo o que se sabe sobre a língua. Paulo Freire (1988) reforça o valor que a leitura contribui no conhecimento intelectual do homem como ser comunicativo, quando ele relata que o ato de ler não se esgota na decodificação pura da palavra escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade daquela. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente.
  • 31. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura implica na percepção das relações entre o texto e o contexto. Como prática social, a leitura, é sempre um meio, nunca um fim e não pode ser considerada uma atividade secundaria na sala de aula ou na vida, ela sempre deve ser a maior herança legada pela escola aos alunos, pois ela é a fonte perene da educação com ou sem escola. Relatar a importância da prática da leitura, como também da literatura sob diversos aspectos: dizer que ambos promovem o desenvolvimento cognitivo da criança, que constituem o eixo fundamental para a aquisição da mesma e o aprimoramento da capacidade simbólica. Todas essas questões são relevantes, porém o grande mérito da leitura é a fruição estética que ela nos oferece. A leitura verdadeira me compromete de imediato com o texto que a mim se dá e a que me dou e de cuja compreensão fundamental me vai tornando também sujeito. 3.3. O PRAZER PELA LEITURA. A leitura por prazer deve ser um convite à imaginação, que possa desenvolver a escuta atente e ter como foco a leitura de textos literários. O desinteresse dos jovens pela leitura está no fato de terem tantas opções de divertimento e de ninguém se preocupar em mostrar a importância de um livro. A leitura, muitas vezes, é o modo mais eficaz de conhecimento. Não há dúvida de que o rádio e a televisão contribuem em muito para difundir informação e entretenimento. Principalmente num país como o nosso, onde se lê pouco. Entretanto, a leitura possibilita uma contribuição com as idéias e temas e uma liberdade bem maior, por que a todo instante o livro está ao dispor para ser lido e relido, permitindo assim uma melhor reflexão. Desse modo, a leitura nos ensina a pensar e é pensando que se adquire cultura. Cultura essa que não se encontra na qualidade interminável de brinquedos que fazem tudo e mais alguma coisa, não deixando tempo para os livros.
  • 32. Existe coisa mais divertida do que ler para crianças? Magia, fantasia e imaginação são apenas alguns dos elementos presentes nesse momento, muitas vezes inesquecíveis. Logo ele pode se recordar desse gesto em que era colocado no colo e que lhe abriam as portas de um mundo mágico. Cheio de aventuras, despertando e estimulando a sua aprendizagem. Lendo um livro, a criança pode desenvolver-se intelectualmente e aprender um pouco mais sobre a vida, perceber as noções de bem e mal. Na opinião de Maria Alexandre de Oliveira (1999: 38), “uma das contribuições necessárias para que a experiência de ler seja prazerosa é que a leitura satisfaça um propósito, isto é, que seja significativo para o leitor”. A significação e o interesse caminham juntos. De modo que é significativo para o leitor aquilo que se relaciona à sua vida, e que possa despertar a sua curiosidade ajudando a compreender melhor o mundo em que está inserido, permitindo-lhes ter um melhor relacionamento para com os outros. Ter o hábito de ler desde pequeno tem suas vantagens. Pois o livro trona-se uma companhia, um bom amigo, que lhe ajuda no desenvolvimento de sua imaginação e de sua criatividade e de tudo pode lhe ensinar um pouco. Hábito esse que com o passar do tempo pode ser passado de pai para filho. Não é nada fácil contar uma historia de modo que agrade a criança, deve-se ler com calma, ritmo e entonação diferente para cada personagem. Se a criança já sabe ler, peça-lhe ajuda. Senão pode pedir que ela tente identificar os objetos e personagens da historia. Para isso é conveniente que o livro possua gravuras. Dessa maneira já pode se começar a distinguir figuras, formas e cores. Uma historia bem contada pode e deve ser relidas várias vezes ao longo de toda a vida. Nunca se deve comparar um bom livro a um brinquedo velho que quando se cresce, deixa-o de lado. Devemos ter paixão pela leitura, para formar leitores, pois ela baseia-se no prazer e no desejo.
  • 33. A literatura nasce de um jogo com o leitor, jogo esse que quem lê precisa acreditar que o texto fala uma verdade, faz de conta que a historia podia ter acontecido consigo e emociona-se com o desfecho de cada personagem da historia. O bom leitor precisa possuir, além das competências fundamentais para o ato da leitura, a intenção de ler. Intenção essa que pode ser caracterizada como uma necessidade que precisa ser satisfeita, na busca de um equilíbrio interno ou na tentativa de colimação de um determinado objetivo em relação a um determinado texto. Magda Soares (1996: 54) fala que “a Literatura Infantil é, sobretudo comunicação, pois é a relação entre os sujeitos comunicantes, autor e leitor. Se não houver relação de comunicação entre ambos, não acontece a interação no aspecto formativo e informativo. As propriedades formativas e informativas só se realizam e se confirmam na comunicação da criança com a historia”. Segundo Vygotsky (1989) a criança em idade pré-escolar vive experiências sociais concretas ( falar, identificar objetos, conversar com adultos, amigos etc.) que lhe permitem, por meio da atividade mental, elaborar conceitos espontâneos. É sem dúvida, imprescindível tanto para a vida escolar como para a vida profissional futura do estudante.
  • 34. CAPÍTULO 4- DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E ESCRITA De acordo com Coelho (1991), as dificuldades de aprendizagem no processo de aquisição da leitura podem ser divididas em quatro categorias: - Dificuldade na leitura oral: Devido à percepção visual e ou auditiva alterada, a criança recebe informações cerebrais distorcidas e freqüentemente troca, confunde, acrescenta ou omite letras e palavras. - Dificuldade na leitura silenciosa: Devido à distorção visual a criança apresenta lentidão e dispersão na leitura, perdendo-se no texto e repetindo palavras ou mesmo frases e linhas inteiras. - Dificuldade na compreensão da leitura: Devido à deficiência de vocabulário e a pouca habilidade reflexiva, a criança apresenta sérios obstáculos em entender o que está escrito. - Dislexia: dificuldade com a identificação dos símbolos gráficos desde o início da alfabetização, acarretando fracassos futuros na leitura e escrita. Já quanto à dificuldade de aprendizagem no processo de aquisição da escrita, encontramos a disgrafia; a disortografia e os erros de formulação e sintaxe. - Disgrafia: Falta de habilidade motora para transpor através da escrita o que captou no plano visual ou mental, a criança apresenta lentidão no traçado e letras ilegíveis. - Disortografia: Incapacidade para transcrever corretamente a linguagem oral; caracteriza-se pelas trocas ortográficas e confusões com as letras. - Erros de formulação e sintaxe: Apesar de ler fluentemente, apresentar oralidade perfeita, copiar e compreender textos, a criança apresenta grande dificuldade para elaborar sua própria escrita. Geralmente omite palavras, ordena confusamente as palavras, usa incorretamente verbos e pronomes e utiliza a pontuação de forma inadequada. Afinal, porque alguns alunos não aprendem? O que o professor deve fazer para ajudar estes alunos? Estas são questões bastante complexas que intrigam e inquietam grande
  • 35. parte dos docentes. As Dificuldades de Aprendizagem (D.A.), como o próprio nome já diz, referem-se às dificuldades apresentadas por alguns alunos de assimilar conhecimentos acarretando deste modo, déficits de aprendizagem. É muito comum encontrarmos docentes inseguros e aflitos ao depararem-se com alunos portadores de D.A., sendo assim, este foi o principal motivo pelo qual optamos por buscar ampliar conhecimentos na área, objetivando compreender melhor as Dificuldades de Aprendizagem na Leitura e na Escrita, visando intervenções adequadas que propiciarão o melhor desenvolvimento dos alunos portadores de D.A. Para conceituar Leitura e Escrita, foram utilizados os estudiosos: Ferreiro (1992) e Cagliari (1995). Para conceituar Dificuldade de Aprendizagem; Dificuldade de Aprendizagem no processo de aquisição da Leitura e Escrita e Etiologia das Dificuldades de Aprendizagem, foram consultados os autores Smith (2001); Coelho (1991) e Morais (2002). Para Ferreiro (1992, p.79): “(...) eu digo escrita entendendo que não falo somente de produção de marcas gráficas por parte das crianças; também falo de interpretação dessas marcas gráficas. (...) algo que também supõe conhecimento acerca deste objeto tão complexo – a língua escrita –, que se apresenta em uma multiplicidade de usos sociais.” Para a autora, a escrita é um processo de construção e reconstrução de um saber construído, e neste processo a criança elabora hipóteses sobre a escrita, que vão sendo problematizadas, caminhando assim para a alfabetização formal. A leitura, tanto quanto a escrita, consiste em atividade bastante intricada. “Ler é uma atividade extremamente complexa e envolve problemas não só semânticos, culturais, ideológicos, filosóficos, mas até fonéticos” (CAGLIARI, 1995, p. 149). É de grande importância ressaltar que leitura e escrita são atividades fundamentais para o desenvolvimento e formação de qualquer indivíduo, pois dentro e fora da escola e por toda vida, o domínio ou não de ambas facilitará ou não o crescimento intelectual. Tudo o que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter e se desenvolver. A leitura é a realização do objetivo da escrita. Quem escreve, escreve para ser
  • 36. lido. Sendo assim, é notória a importância tanto da escrita quanto da leitura no desenvolvimento intelectual do ser humano. 4.1- CAUSAS DE DIFICULDADES NA LEITURA E ESCRITA As causas das dificuldades de aprendizagem são fundadas em fatores biológicos, sendo que estes podem ser divididos em quatro categorias, conforme Smith (2001): - Lesão cerebral: Qualquer dano causado ao cérebro durante a gestação, parto ou pós-parto, através de acidentes, hemorragias, tumores, meningite, exposição a substâncias químicas entre outros. - Alterações no desenvolvimento cerebral: Perturbação ocorrida em qualquer ponto do processo contínuo de ativação neural, ocasionando o não desenvolvimento normal de alguma parte do cérebro. Podemos citar como exemplo a dislexia, que consiste em sérias dificuldades de leitura e, conseqüentemente, de escrita, apesar da criança apresentar nível normal de inteligência. Geralmente a dislexia apresenta-se associada a outros distúrbios. - Desequilíbrios neuroquímicos: Dissonância entre os neurotransmissores (mensageiros químicos), causando a má comunicação entre as células cerebrais, acarretando prejuízo à capacidade de funcionamento do cérebro. - Hereditariedade: Herança genética, ou seja, transmissão de caracteres biológicos aos descendentes. No entanto, seja qual for o fator biológico contribuinte para a dificuldade de aprendizagem, o ambiente mostra-se como fator decisivo, podendo facilitar ou complicar o quadro do portador da mesma. Embora supostamente as dificuldades de aprendizagem tenham uma base biológica, com freqüência é o ambiente da criança que determina a gravidade do impacto da dificuldade. O ambiente escolar, familiar e social exerce influência direta não só no comportamento das crianças como também em suas atitudes e posturas diante dos problemas. As condições em casa e na escola, na verdade, podem fazer a diferença entre uma leve deficiência e um problema verdadeiramente incapacitante. Segundo Morais (2002), para que
  • 37. se aprenda a ler e escrever, são necessárias habilidades ou pré-requisitos, que devem ser trabalhados no período pré-escolar, o que muitas vezes não acontece adequadamente. Por isso, o ideal é que quando se percebe que as dificuldades de aprendizagem que a criança apresenta são oriundas ou ampliadas por um método de ensino que não está adaptado à criança, propõe-se uma mudança metodológica para facilitar o processo de aprendizagem. Ao abordar os fatores emocionais, Morais (2002) deixa claro a dificuldade de se estabelecer com precisão, quando o transtorno emocional precede as dificuldades de aprendizagem, ou quando é a própria causa das mesmas. Para se chegar a esta conclusão, é necessário um estudo detalhado da personalidade da criança e de seu comportamento, assim como da dinâmica familiar e social, na qual ela se encontra inserido. Devido à complexidade causal das dificuldades de aprendizagem muitas vezes sendo resultado da combinação de vários fatores, fica nítida a dificuldade de diagnóstico certeiro. Por isso, deve ficar claro que, a aprendizagem da leitura e da escrita é um processo complexo que envolve vários sistemas e habilidades (lingüísticas, perceptuais, motoras, cognitivas) e, não se pode esperar, portanto, que um determinado fator seja o único responsável pela dificuldade para aprender. Dificuldade de aprendizagem é um assunto vivenciado diariamente por educadores em sala de aula e que desperta a atenção para a existência de crianças que freqüentam a escola e apresentam problemas de aprendizagem. Por muitos anos, tais crianças têm sido ignoradas, mal diagnosticadas e maltratadas. A dificuldade de aprendizagem vem frustrando a maior parte dos educadores, pois na maioria das vezes não encontram solução para esse problema. Corrêa (2001) ressalta que "pesquisas sobre as representações que os professores têm do fracasso escolar denunciam que eles estão convencidos de que o problema é do aluno e da sua família", desviando toda a provável deficiência do professor e da entidade de ensino para os problemas de fatores externos à escola. Assim, as dificuldades de aprendizagem devem ser levadas em conta, não como fracassos, mas como desafios e serem enfrentados dando oportunidade aos alunos de serem independentes e de reconstruírem-se enquanto seres humanos.
  • 38. 4.2. AS ESTRATÉGIAS E AÇÕES DESENVOLVIDAS NA ESCOLA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA LEITURA E DA ESCRITA. O processo de aperfeiçoamento da leitura e da escrita se tornará muito mais eficiente se os educadores trabalharem desde cedo nos seus alunos, a convenção da linguagem escrita, pois esta pode ajudar a formar bons leitores e conseqüentemente bom escritores. Podem ocorrer resultados mais satisfatórios por toda a vida acadêmica dos educandos, se no período de alfabetização, houverem experiências agradáveis, utilizando precocemente o contato com a leitura infantil. São excelentes as atividades de estímulo a leitura e à escrita e, conseqüentemente ao aperfeiçoamento destas mesmas, levar ao alcance dos alunos diferentes tipos de textos, como: cartas, listas, histórias, bilhetes , etc. Isto mostrará aos alunos como é amplo o mundo letrado, e o quanto este despertará a curiosidade para explorá-lo cada vez mais. É essencial trabalhar a diferença entre letras e números, porque muitas crianças tem uma tendência a confundi-los, usando assim, algarismos na escrita das palavras, como se esses algarismos fossem letras. O educador, para ajudar o educando a superar esta dificuldade, deve trabalhar a diferença entre letras e números em diferentes contextos. Se faz necessário que o professor desenvolva projetos pedagógicos que tenham como objetivo trabalhar a leitura e a escrita através de atividades lúdicas, para que este processo de aprendizagem e ou aperfeiçoamento, não se torne monótono, deixando assim, os alunos estressados e sem interesse em progredir. O aperfeiçoamento da leitura e da escrita apresenta-se como um dos maiores desafios da escola nos últimos tempos. Para isso, vemos a prática como o único meio da escola incentivar e proporcionar, a seus alunos o aperfeiçoamento da leitura e escrita. Para que realmente se concretize o aperfeiçoamento da leitura escrita, a idéia central do docente na escola, deve ser o despertar para a prática da leitura. Com isso, o educador tem o dever de proporcionar ao educando que este compreenda o ato da leitura, para que o mesmo tenha condições de repeti-la e , até mesmo reinventá-la à sua realidade social e cultural.
  • 39. Uma estratégia que consideramos bastante eficaz, no intuito de aflorar o interesse dos alunos pela leitura e, conseqüentemente aprimorar a leitura e a escrita, é o lançamento de projetos na escola que tenha como foco a leitura e a escrita. Pode-se trabalhar semanalmente ou mensalmente um projeto de leitura na escola, onde os professores e coordenadores convidariam os alunos para apresentar trabalhos relacionados a leitura e a escrita, como: criar poesia, produzir paródias, textos, peças teatrais, etc. Além desses tipos de projetos ajudarem no aperfeiçoamento da linguagem oral e escrita, tornaria o ambiente escolar mais agradável, fazendo com o que o educando sinta-se útil e protagonista no bom funcionamento da escola, concluindo com uma aprendizagem satisfatória. A informática é mais uma das estratégias capaz de mobilizar todos os alunos na busca pelo aperfeiçoamento da leitura e da escrita. Pois apesar de que hoje todos os jovens desejem o acesso à internet, nem todos têm essa possibilidade em casa. E, nada melhor que proporcioná-los este acesso no ambiente escolar, de forma lúdica e, principalmente, educativa. Vale salientar que cada escola possui uma realidade distinta. Então, cabe aos professores e grupo gestor de cada instituição adaptar as estratégias à sua realidade escolar.
  • 40. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a elaboração desse trabalho, procurei detectar as principais deficiências de aprendizagem na leitura e escrita na escola Guibson Marinho dos Santos. Foi possível analisar até que ponto o hábito da leitura e escrita não é tido como um ato prazeroso para a formação do educando na modalidade Ensino Fundamental. É importante lembrar que, para a escola formar bons leitores é preciso capacitá-los. E, para que isso aconteça, é indispensável que o professor seja um leitor competente, dominador de estratégias de trabalho que envolva textos da cultura, que ele seja um leitor de muitos textos e com conhecimentos teóricos. E, em um ambiente chamado Sala de Leitura, que os alunos tenham a sua disposição desde gibis e revistas até os clássicos da literatura. Oferecendo primeiramente o que eles gostam para que depois possa incluir, sem a resistência dos alunos, as mais variadas obras literárias. Citando os capítulos tive a oportunidade de ampliar os conhecimentos teóricos para em seguida subsidiar uma prática ligada diretamente a questões da leitura e escrita, onde aprendi e compreendi os fatores que contribuem para o desenvolvimento da leitura e escrita bem como a execução de atividades, que desenvolvem a leitura propriamente dita. As dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita são causadas por diversos fatores. Porém, algumas crianças poderiam seguir sem maiores conflitos, apesar de suas dificuldades em aprender, se não encontrassem pela frente à dificuldade de ensinar ou, até mesmo, o despreparo de alguns professores. Ao descrever sobre o mundo da leitura e escrita, percebi as seguintes idéias com as quais concordo; o aluno que melhor se sobressai ao ler é aquele que a família o orienta e ajuda já aquele que não tem essas oportunidades e utilizam de outros mecanismos como a televisão, apresentam muitas dificuldades para desenvolver o gosto pela leitura posteriormente da escrita, como também, sua execução. Fica cada vez mais explicito a ideia de que o professor que não ler e que não exercita diariamente a prática da leitura, não desenvolve no aluno, o hábito da leitura, nem tão pouco o gosto pela mesma.
  • 41. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APOSTILA, Didática da Escrita, curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”, especialização em Língua Portuguesa. URCA. Crato-Ce. 2006. APOSTILA, O processo da leitura. Curso de Pós-Graduação, “Lato Sensu”, Especialização em Língua Portuguesa. URCA. Crato-Ce. 2006. APOSTILA, Psicologia da Aprendizagem, Curso de Pedagogia em Regime Especial. UVA. Fortaleza-Ce. 2000. CAGLIARI, Luis C. Alfabetização de Leitura. São Paulo: Scipione, 1988. CAGLIARI, Luís Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1995 CARDOSO, Beatriz; TEBEROSKY, Ana. Reflexões sobre o ensino da leitura e da escrita. São Paulo: Trajetória Cultural, 1990. COELHO, M. T; JOSÉ, E. A. Problemas de aprendizagem. 3. ed. São Paulo: Ática, 1991. CORRÊA, Rosa M. Dificuldades no aprender: um outro modo de olhar. Campinas: Mercado de Letras, 2001. FERREIRO, Emília: TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Arte médicas, 1985. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: Três artigos que se completam. 19º edição. São Paulo: Cortez, 1987. FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler. São Paulo, Cortez 1988. Leitura e a escrita: Como as crianças constroem a leitura e a escrita: Perspectivas piagetianas. Porto Alegre: Artes medicas, 1995. MARTINS, M. H. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006. MORAIS, A. M. P. Distúrbios da aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 9ª ed. São Paulo: Edicon, 2002.
  • 42. OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura e Prazer: Interpretação participativa da criança com a literatura infantil na escola. São Paulo, Paulinas, 1996. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Língua Portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 144p: 1997. PIAGET, Jean. Epistomologia Genética. In: Os pensadores. São Paulo: Abril, 1978. REVISTA, Aprender Brasil. A revista da sua escola. Editora Positivo. Ano 2 - n º5 junho/julho de 2005. SECRETARIA DE INCLUSÃO EDUCACIONAL, Ministério da Educação, Diretrizes e perspectivas do Programa Nacional de Bolsa-Escola. SMITH, C.; STRICK, L. Dificuldades de aprendizagem de a a z: um guia completo para pais e educadores. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed, 2001. SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma Perspectiva Social. São Paulo, Ática, 1995. VYGOTSKY, L. S. Linguagem e Pensamento. São Paulo, Martins Fontes, 1989. VYGOTSKY, Levi S. A formação social da mente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989. XIMENES, S. Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa. 2. ed. revi. e ampl. São Paulo: Ediouro, 2000. _____. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 3ª ed. Brasília, 2001. .