2. Ricardo Reis
– o disciplinado
Reis
experimenta a dor da nossa miséria
estrutural, sofre com as ameaças
inelutáveis e permanentes do Fatum, da
Velhice e da Morte. Vai à conquista do
prazer relativo, sempre toldado pela
tristeza de saber que o é. O seu fito é
iludir a dor construindo o próprio destino
no restrito âmbito de liberdade que lhe é
dado…
3. Ricardo Reis
- o disciplinado
Acima de nós e dos deuses, Reis pressente
uma força maior, uma entidade implacável
a que todos obedecemos: o Fado.
Assim angustiado perante um Destino mudo
que o arrasta na voragem, procura na
sabedoria dos antigos um remédio para os
seus males.
Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa, Verbo, 1980
(Texto adaptado)
4. Linhas temáticas da poesia de
Ricardo Reis
Discípulo de Caeiro, como o Mestre
aconselha a aceitação calma da ordem das
coisas e faz o elogio da vida campestre,
indiferente ao social (aurea mediocritas).
Faz dos gregos o modelo da sabedoria
(aceitação fatalista do destino de uma forma
resignada, mas digna e altiva).
5. Linhas temáticas da poesia de
Ricardo Reis
Reflete sobre o fluir do tempo; tem
consciência da dor provocada pela
natureza precária do homem; manifesta
medo da velhice e da morte.
Faz o elogio do epicurismo – a sabedoria
consiste em gozar o presente (carpe diem).
6. Linhas temáticas da poesia de
Ricardo Reis
Faz o elogio do estoicismo – a sabedoria
consiste na aceitação da condição humana,
através da disciplina e da razão.
Paganista assumido.
7. Estilo de Ricardo Reis
Estilo neoclássico, com utilização preferencial
da ode (composição de origem grega).
Presença
frequente
mitológicos.
Uso preferencial do decassílabo combinado
com o hexassílabo; verso branco.
Linguagem culta, rebuscada, sentenciosa
(uso recorrente do imperativo).
Frequente utilização do hipérbato e de
latinismos.
Ii
i
de
elementos