O documento descreve um estudo exploratório sobre o uso da rede social Facebook para fins educacionais em uma disciplina universitária. Os objetivos foram analisar as interações entre os participantes e sua perspectiva sobre o SRS como ambiente de aprendizagem virtual. As interações aluno-aluno e aluno-conteúdo foram predominantes e mensagens "off-topic" geraram maior engajamento, porém com pouca evidência de colaboração. O SRS mostrou-se um meio eficiente de comunicação que expandiu a sala de aula virtualmente, porém nem todos os
1. Aprendizagem em Site de Redes Sociais: Um
estudo exploratório de aplicação da Rede
Social Facebook no Ensino Superior
Cíntia Regina Lacerda Rabello
Cristina Jasbinschek Haguenauer
3. Percurso de pesquisa
• Pesquisa de doutorado
– SRS e aprendizagem
– Formação de professores
• Objeto
– Construção e avaliação de uma rede de
aprendizagem
• Estudo exploratório
– Estado da arte (RABELLO; HAGUENAUER,
2011)
– Projetos pilotos
4. Objetivo
• Identificar potencialidades e
limitações do SRS no ensino
superior tendo como foco a
interação e a aprendizagem :
1) Analisar as interações entre os
participantes da comunidade;
2) Analisar a perspectiva dos
participantes na utilização do
SRSs como AVA.
6. Interação social = relação com o
próximo: fundamental para a
construção e desenvolvimento
enquanto sujeito (VYGOTSKY,
2000)
Interação verbal constituída
pelo diálogo
(BAKHTIN, 1978);
Reciprocidade mudança
(LEFFA, 2006).
Interação
7. Interação na educação online
“[...] o engajamento do aprendiz com o conteúdo
do curso, com os outros aprendizes, o professor, e
o meio tecnológico utilizado no curso. As
verdadeiras interações com os outros aprendizes,
o professor, e a tecnologia resultam em uma troca
recíproca de informação, que objetiva aumentar o
desenvolvimento do conhecimento no ambiente
de aprendizagem [...]”
(THURMOND; WAMBACH, 2004)
8. Interação na educação online
“ [...] a interação virtual é fundamentalmente diferente
da interação presencial.” (LEFFA, 2005)
9. Interação e Aprendizagem
• Perspectiva sócio histórico-cultural
interação = fator chave para a aprendizagem e
desenvolvimento
• CMC aspecto fundamental para o sucesso
da aprendizagem online
“[...] fundamentais aos processos de aprendizagem são
as interações entre os próprios estudantes, as
interações entre os professores e os estudantes e a
colaboração na aprendizagem que resulta de tais
interações.” (PALLOFF & PRATT, 2007)
10. 3 tipos de interação na educação
online:
Moore, 1989
Aluno-
conteúdo
Aluno-
professor
Aluno-
aluno
11. Sites de Redes Sociais
“Um serviço baseado na web que permite aos indivíduos (1)
construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema
determinado, (2) articular uma lista de outros usuários com quem
eles compartilham uma conexão, e (3) visualizar e percorrer suas
listas de conexões e aquelas feitas por outras pessoas dentro do
sistema.” (BOYD & ELLISON, 2007).
“(...) aplicativos de computador que possibilitam um arranjo
complexo de nós conectados (pessoas) através ferramentas para
armazenar e apresentar informação, bem como comunicar,
conectar e interagir com outras pessoas.” (BUZZETTO-MORE,
2012)
12. SRSs e Aprendizagem
“(...) podem beneficiar os aprendizes uma vez que eles encorajam
o diálogo entre pares, promovem o compartilhamento de
recursos, facilitam a colaboração e desenvolvem habilidades de
comunicação. Estas são características da aprendizagem online
que os sistemas de gerenciamento da aprendizagem
convencionais têm se esforçado para alcançar na última década
com a adoção intensiva na educação superior. Ainda assim, os SRS
parecem ter alcançado este êxito com extraordinária velocidade e
facilidade.” (SIEMENS & WELLER, 2011)
13. O estudo exploratório:
• Objeto: Grupo criado no SRS Facebook
na educação superior
• Participantes: 57 alunos de graduação
na disciplina de Inglês I
• Objetivos de aprendizagem:
– Complementação de conteúdo (falta da
tecnologia na sala de aula)
– Prática de comunicação em língua
inglesa além do espaço da sala de aula
• Caráter experimental, não obrigatório
16. Perguntas
• Como se dá a interação entre os
participantes no SRS em relação à
aprendizagem?
• Que tipo de mensagem gera mais
interação entre os participantes?
• Como que a interação entre os
participantes contribui para a
construção colaborativa do
conhecimento?
18. Dados
• Período: março a setembro de 2012
• Total de mensagens: 77
– 44 mensagens da professora
– 33 mensagens postadas por alunos
• Total de comentários: 409 (média: 5,3)
– 267 comentários a postagens da profª
– 142 comentários a postagens dos alunos
• Total de likes: 214
• Atividade de avaliação: 8 posts + 135 com.
19. Resultados preliminares
• Caracterização das mensagens
– Conteúdo (links para vídeo, texto, etc)
– Administrativas (informações sobre aulas/atividades)
– “Off-topic” (compartilhamento espontâneo,
relacionadas ao uso da língua inglesa)
– Avaliação (obrigatórias) não consideradas para esse
estudo
• Recorte das mensagens
– Mensagens que geraram maior interação entre os
participantes (mais de 5 comentários)
20. Aluno-aluno
• Muito frequente
• Várias mensagens
“off-topic” mais
interação
• Interlocutores:
• Guys,
• Hey, guys,
• Hi, everyone.
• Hey, everyone!
• Hey, everybody,
Aluno-professor
• Marcadas pela
postagem de conteúdos
para discussão dos
participantes e
“animação”/feedback/
motivação
• Questões
administrativas e
verificação
• Mensagens privadas
Aluno-conteúdo
• Mais evidentes na
atividade de avaliação
(obrigatória),
• Observadas na maioria
das mensagens
postadas pela
professora (conteúdo)
26. • O ambiente promoveu diferentes tipos de interação, tendo
predominado as interações aluno-aluno e aluno-conteúdo;
• As mensagens “off-topic” geraram grande interação entre os
participantes, porém com poucas evidências de colaboração e
aprendizagem (social);
• Evidências de compartilhamento de idéias e informações
levando à debates e construção colaborativa de
conhecimento acerca dos temas discutidos (currículo) e
prática de comunicação em língua inglesa para além da sala
de aula;
27. • Meio de
comunicação
rápido e eficiente;
• Expansão da sala de
aula para além do
espaço físico
solucionando a questão
da falta de acesso à
tecnologias no ambiente
educacional;
• Troca de experiências,
idéias e informações
relacionadas aos
objetivos de
aprendizagem da
disciplina e assuntos
diversos relacionados à
língua inglesa.
• Maior aproximação entre
professor e alunos;
• Familiaridade e frequência
de utilização da ferramenta
pelos alunos e professora
favoreceu a experiência;
28. • Nem todos os alunos
participaram das
interações;
• Algumas
discussões
superficiais;
• Caráter
“imediatista” das
interações;
29. • Análise dos demais
dados para
triangulação
• Característica da
experiência
31. Referências
BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo, Hucitec, 1978.
BOYD, Danah M.; ELLISON, Nicole B. Social network sites: definition, history and scholarship. Journal of
Computer-Mediated Communication. Indiana, v. 13, n.1, article 11, October, 2007. Disponível em:
http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html Acesso em: 15 maio 2011.
BUZZETTO-MORE, N. Social Networking in Undergraduate Education. Interdisciplinary Journal of Information,
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LEFFA, Vilson J. Interação virtual versus interação face a face: o jogo de presenças e ausências. Trabalho
apresentado no Congresso Internacional de Linguagem e Interação. São Leopoldo: Unisinos, agosto de 2005.
Disponível em: http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/interacao_virtual_e_face.pdf Acesso em: 20 outubro
2012.
LEFFA, V. J. . Interação simulada: Um estudo da transposição da sala de aula para o ambiente virtual. In: Vilson J.
Leffa. (Org.). A interação na aprendizagem das línguas. 2 ed. Pelotas: EDUCAT, 2006, v. 1, p. 181-218.
MOORE, Michael G. Three Types of Interaction. The Americam Journal od Fistance Education. V. 3 N. 2, 1989.
Disponível em: http://www.gwu.edu/~ed220ri/reading/Moore_Interaction.pdf Acesso em: 20 Outubro, 2012.
PALLOFF, Rena M. e PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no cibersespaço – estratégias
eficientes para salas de aula on-line. Trad. Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2002.
RABELLO, C. e HAGUENAUER, C. Sites de Redes Sociais e Aprendizagem: Potencialidades e Limitações. In: Critian
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SIEMENS, George; WELLER, Martin. Higher education and the promises and perils of social networks. Revista de
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THURMOND, Veronica A.; WAMBACH, Karen. Understanding Interactions in Distance Education: A Review of the
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VYGOTSKY, Lev S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2000.