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DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES NA LUTA CONTRA 
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: uma análise na Delegacia Especializada 
da Mulher em Imperatriz – MA 
Conceição de Maria Amorim 
Sirlene Mota Pinheiro da Silva  
RESUMO 
Neste estudo destacamos os aspectos da luta feminista que, em sua diversidade 
de expressão, através da elaboração de propostas, efetivação de estratégias e 
interlocução com o Estado, corroboraram para a implantação de políticas de 
enfrentamento a todas as formas de opressão, considerando limites, possibilidades 
e desafios para enfrentar a violência de gênero. Esse estudo foi realizado com base 
numa pesquisa de campo norteada por abordagem qualitativa, através de coleta de 
dados, envolveu um número delimitado de sujeitos, que perfizeram um total de 10 
mulheres que passaram pelo atendimento da DEAM de Imperatriz - MA, entre os 
meses de janeiro e março de 2012, objetivando compreender como se dá o 
atendimento à mulher que procura a Delegacia Especializada da Mulher. 
Palavras-chave: Feminismo. Políticas Públicas. Gênero. 
 Graduada em Serviço Social, Especialista em Políticas Públicas em Gênero e Raça – GPP-GeR, militnte 
feminista e dos direitos humanos na região tocantina, sudoeste do Maranhão. 
  Mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação da UFMA. Professora Assist ente no Departamento de 
Educação I/UFMA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Mulheres e Relações de Gênero 
– GEMGe/UFMA. Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Faculdade de Educação da 
Universidade de São Paulo - USP.
Introdução 
Propusemo-nos neste trabalho compreender como se dá o atendimento à 
mulher que procura a Delegacia Especializada da Mulher de Imperatriz – Maranhão, 
entendendo o contexto histórico de criação das DEAM’S, conhecendo o percurso 
que as mulheres realizam em busca de atendimento na DEAM, as políticas públicas 
em relação a gênero e violência doméstica e identificar os encaminhamentos dados 
diretamente pela DEAM as mulheres vivendo em situação de violência, no sentido 
de contribuir com a melhor funcionalidade do fluxograma da Rede Especializada de 
atendimento a mulher em situação de violência no município de Imperatriz. 
A construção de políticas públicas direcionadas às mulheres no Brasil faz 
parte das profundas mudanças societárias das últimas décadas, que contou com a 
mulher como atriz principal no cenário das reivindicações por direitos civis através 
das lutas do movimento feminista e de mulheres na busca de uma sociedade 
igualitária, onde homens e mulheres pudessem conviver com respeito e prezando 
pela igualdade de direitos. 
Esse estudo foi realizado com base numa pesquisa de campo norteada por 
abordagem qualitativa, através de coleta de dados, envolveu um número delimitado 
de sujeitos, que perfizeram um total de 10 mulheres que passaram pelo atendimento 
da DEAM entre os meses de janeiro e março de 2012. 
Deve-se enfatizar que o método qualitativo foi utilizado neste estudo em 
virtude do mesmo possibilitar uma leitura dos dados com uma visão real do 
problema. Segundo Ferreira (2008, p.4) o método qualitativo. 
Possibilita compreender a realidade a partir dos indivíduos que dão 
sentido e significado aos fenômenos estudados. Esse método 
trabalha com realidades não generalizadas envolvendo públicos e 
sujeitos particularizados, desvendando experiências e subjetividades 
que permitem perceber e construir modos de ser, de sentir e de 
pensar a sociedade a partir de diferentes contextos. 
A análise documental foi outro procedimento metodológico utilizado, este, 
segundo Ferreira (2008) se constitui em uma prática importante para compreender o 
cotidiano das entidades, verificar e comprovar fatos e dados de forma a ratificar 
informações colhidas nas pesquisas e entrevista.
Para a análise dos dados da pesquisa aplicou-se o método dialético 
considerando que o mesmo refere-se à arte do diálogo e da discussão. Trata-se de 
um método de inquirição da realidade pelo estudo e sua ação recíproca. 
Este trabalho foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo 
apresentamos a introdução e metodologia utilizada na construção do mesmo. 
No segundo, realizamos uma retrospectiva da luta dos movimentos de 
mulheres no Brasil, dando ênfase a importância política dos mesmos na 
implementação das políticas para as mulheres. Destacamos o debate das relações 
de gênero na sociedade como forma de compreender as relações sociais que os 
indivíduos estabelecem entre si, e como esta relação interfere na vida de seus 
membros. 
No terceiro capítulo, abordamos o conceito de políticas públicas e as relações 
de gênero, considerando que as políticas públicas implementadas na DEAM devem 
ter como base as relações sociais entre homens e mulheres. 
No quarto e ultimo capítulo fizemos um comparativo dos serviços oferecidos 
pela DEAM no Município de Imperatriz através dos questionários aplicados e o que 
preconiza a norma técnica das DEAM’s. 
Por fim apresentamos as considerações finais deste estudo identificando os 
caminhos que desenvolvemos para atingir o objetivo geral e os objetivos específicos 
deste.
O feminismo e a luta contra a violência contra a mulher: refazendo 
caminhos na criação das DEAM’s (2 a 3 páginas) 
A violência de gênero atinge indiscriminadamente mulheres e meninas em 
todo país e como podemos observar esta é uma temática pautada desde os anos 70 
do Século XX pelo o movimento feminista brasileiro e do Cone Sul, época em que 
estes países viviam sob ditaduras militares, regimes autoritários, violentos e anti - 
democráticos instaurados no Brasil e em quase toda América Latina de 1960 a 
1985. 
A partir dos anos 1980, a violência contra as mulheres começa a 
ganhar espaço no debate público e na agenda política de vários 
países nos cinco continentes. Na América Latina, de modo amplo e, 
especificamente, nos países que do Cone Sul – Argentina, Brasil, 
Chile, Paraguai e Uruguai –, o contexto de redemocratização política 
favoreceu a atuação do movimento de mulheres e feministas, 
principais responsáveis pela denúncia da violência cotidianamente 
praticada contra mulheres, protegida pelo espaço doméstico, pelos 
laços familiares e conjugais, pelos costumes e tradições. A partir 
daquele momento, as diferentes práticas de violência contra as 
mulheres começaram a ganhar visibilidade e, paulatinamente, num 
movimento contínuo, mas não isento de reveses, vêm deixando de 
ser consideradas assunto privado para tornar-se objeto de políticas 
públicas e leis especiais, as quais colocam sob a proteção do Estado 
a integridade física e psicológica de mulheres de todas as idades. 
(UNODC, 2011, p.16). 
O movimento feminista latino-americano, em 1981, realizou o primeiro 
Encontro Feminista da América Latina e Caribe sucedido em Bogotá, Colômbia este 
encontro escolheu o dia 25 de Novembro1 como o Dia Latino Americano de Não 
Violência contra as Mulheres. 
As demandas em torno da eliminação da violência eram diversas e 
conectadas. Desde o início, um aspecto em comum era a luta para 
quebrar o silêncio, em particular aquele em torno da violência 
doméstica, convertendo este problema em um tema público. (JUBB, 
2008, P. 23) 
1A data foi escolhida em memória das ativistas políticas, as irmãs Pátria, Minerva e Tereza Mirabal, 
assassinadas em 1960 pelo governo ditatorial de Rafael Trujillo, na República Dominicana. Somente 
em 1999 a data foi reconhecida pela ONU e discretamente al terada para Dia Internacional pela 
Eliminação da Violência contra a Mulher.
No Brasil, as mobilizações em defesa das políticas públicas de atenção as 
mulheres vivendo em situação de violência se fortalece junto aos governos de 
oposição ao regime militar e o estado de São Paulo através do Governo Franco 
Montoro, (MDB, 1982 -1985), diante das mobilizações e denuncias dos mais 
variados tipos de violências sofridas pelas mulheres passou a dialogar e a responder 
as reivindicações do movimento feminista, a primeira iniciativa deste, foi a criação 
do Conselho Estadual da Condição Feminina – CECF - em 1983. Segundo Ardaillon, 
1989; e Alvarez, 1990 este foi o primeiro Conselho criado no país. O CECF 
propunha uma política de combate à violência centrada na criação de “serviços 
integrados” – assistência social e psicológica; orientação jurídica; atendimento 
policial capacitado; casa abrigo; educação, entre outros. Em 1984, foi criado o 
Centro de Orientação Jurídica e Encaminhamento a Mulher (COJE) para prestar 
serviços jurídicos e psicológicos as mulheres em situação de violência. (Santos 2005 
apud Santos 2010). 
Em resposta as criticas feministas sobre o atendimento policial a 
mulheres em situação de violência, Michel Temer, o então Secretario 
de Segurança Publica do Estado de São Paulo apresentou ao 
governador Montoro e ao movimento de mulheres a ideia de se criar 
uma delegacia da mulher, a ser composta por policiais do sexo 
feminino e especializada em crimes contra mulheres. Em agosto de 
1985, o governador Montoro criou a “Primeira Delegacia de Policia 
de Defesa da Mulher” do Brasil e da America Latina (Decreto 
23.769/1985). O processo de criação desta delegacia, conhecida em 
São Paulo pelo acrônimo DDM, recebeu intensa cobertura dos meios 
de comunicação social e trouxe grande visibilidade ao problema da 
violência e ao trabalho desenvolvido pelas organizações não-governamentais 
feministas. Neste contexto de oportunidade política, 
a ênfase das feministas na criminalização era inevitável e o discurso 
sobre violência do CECF passou a enfatizar esta abordagem 
(SANTOS, 2011, p.05). 
A primeira Delegacia de Defesa da Mulher no Brasil nasce diante do fato real 
das questões de gênero que permeiam o conjunto da sociedade, a discriminação e o 
preconceito contra as mulheres, numa sociedade machista e patriarcal, em pleno 
regime militar a violência se institucionalizava e era reproduzida contra as mulheres 
em situação de violência doméstica, sexual, patrimonial que procuravam ajuda nas 
delegacias. 
Depois da inauguração da primeira DM no Brasil em 1985 (chamada 
Delegacia da Mulher) foi criada a primeira DM no Peru, em 1988,
instalada em Lima (Comisaría de Mujeres). Na Nicarágua a primeira 
delegacia foi instalada em Manágua, em 1993 (Comisaría de la Mujer 
y la Ninez). No Equador a primeira delegacia foi instalada em 
Cuenca, em 1994 (Comisaría de la Mujer y la Família). Em cada país 
as delegacias se expandiram, principalmente no Brasil e na 
Nicarágua, onde existem políticas para incentivar a criação de novas 
unidades.(JUBB, 2008, p. 23) 
A importância do enfrentamento a violência contra a mulher de forma 
unificada e articulada na America Latina, fortaleceu as conquistas e uniu o 
movimento feminista. Muitas foram às mobilizações sociais para efetivação desta 
política pública, destacando passeatas, panfletagens, campanhas desenvolvidas nas 
capitais do país com ressonância no interior dos estados. 
No Maranhão, não foi diferente do resto do país, Ferreira (2003) relata que, 
essa agenda foi construída por todos os grupos de mulheres e feministas da capital 
São Luis do MA, e no ano de 1987 foi criada a Delegacia Especializada da Mulher – 
DEAM, do Maranhão, e foi instalada em São Luís, capital do Estado. E por fim, 
através da Lei 11.540 de 15 de agosto de 1990 foi criada a DEAM do município de 
Imperatriz, segunda maior cidade do estado do Maranhão.
Criação da Delegacia Especializada da Mulher de Imperatriz – MA 
Imperatriz está situada ao sudoeste do Estado do Maranhão, na região 
nordeste do Brasil, a oeste a cidade faz divisa com o estado do Tocantins, é a 
segunda maior cidade do Maranhão, sendo que 245.581 mil pessoas foram 
recenseadas na cidade em 2010 das quais 127.292, 51,83% sao mulheres e 
118.289, 48.17% são homens (IBGE, 2010). 
A posição geográfica do município de Imperatriz o colocou na rota do grande 
capital com a implantação de grandes projetos desenvolvimentistas, cooperando 
significativamente para o crescimento desordenado da cidade, favorecendo o 
surgimento de mazelas sociais inerentes as grandes cidades entre elas a violência 
rural e urbana acentuada, que se destaca através dos crimes de encomendas desde 
a década de 1960, e que se mantém até os dias atuais. 
Durante a ditadura militar a região foi base de apoio, primeiro dos jovens 
revolucionários, militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que lutaram na 
Guerrilha do Araguaia, pelo fim da ditadura militar, depois virou uma base de apoio 
importante para o governo no combate à Guerrilha, para tanto foi instalado na cidade 
o 50º Batalhão de Infantaria das Selvas - BIS e foi denominada Área de Segurança 
Nacional. 
Imperatriz viveu ciclos econômicos que demandaram a vinda de muitos 
homens para a região oriundos de todos os cantos do país, entre eles o ciclo do 
ouro, vivido pela região em função da Serra Pelada, este período houve também a 
vinda de muitas jovens para a cidade, a maioria delas eram trazidas de interiores 
rurais do Maranhão e do Pará, estas eram convencidas a vir para a cidade trabalhar 
em casas de famílias, onde poderiam vislumbrar um futuro, estudar, no entanto, 
eram levadas para boates e bares para trabalharem na prostituição. 
A violência de gênero na cidade é uma realidade, assim, como o restante do 
país não consta de dados estatísticos organizados e oficialmente registrados por 
instituições de segurança públicas ou outra qualquer. 
Em função da pressão do Movimento Feminista, após a criação da DEM de 
São Luis em 1988, a Secretaria de Estado de Segurança Pública nos anos 90, 
determinou a criação de delegacias da mulher no interior do estado, sendo 01 por 
regional de segurança pública, perfazendo um total de19 DEAM's no estado do 
Maranhão.
Sobre o atendimento da DEM 
Os dados revelam que a metade das entrevistadas tomou conhecimento da 
DEAM, pelos meios de comunicação, como por exemplo, televisão e rádio e a outra 
metade através de amigos e familiares. Também constatamos que cinco dessas 
mulheres foram acompanhadas por familiares à DEAM, quatro foram sozinhas e 
uma com amigos/as. 
É fato a inexistência de divulgação sistemática, educativa e preventiva por 
parte dos gestores públicos do Estado sobre os serviços prestados pela DEAM, no 
entanto o alto índice de violência contra a mulher registrada e divulgada pelos meios 
de comunicação tem sido significativo e tem servido direta e indiretamente para 
divulgar a existência do órgão no município. 
Das dez mulheres pesquisadas, seis delas afirmaram que não receberam 
todas as informações que precisavam, a exemplo da senhora M2 quando perguntou 
o que ia acontecer com o agressor, recebeu resposta do tipo: “depende você vai 
manter a denuncia até o fim?” Ou, “não sei, espere conversar com a delegada”. 
Quatro disseram que os profissionais que as atendiam não as deixaram à 
vontade para perguntar o que precisavam saber. “ela nem olhava para mim, escrevia 
rápido o que eu falava e quando eu tentava explicar mais alguma coisa ela me 
cortava e dizia que aquilo não tinha importância para o BO”. 
Três das entrevistadas foram encaminhadas para os serviços da rede, sendo 
uma para o Instituto Médico Legal (IML), uma para o Centro de Referencia e 
Atendimento a Mulher e outra para a Vara da Mulher, sete delas não foram 
encaminhadas para nenhum outro serviço da rede de atendimento a mulher em 
situação de violência. 
De acordo com os dados mostrados na pesquisa da Secretaria Nacional de 
Política para as Mulheres os Serviços de Atendimento a Mulher em situação de 
violência por municípios e regiões constata-se que ainda é reduzido, apenas 7,1% 
dos municípios tem DEAM’s, 4,7% tem Casas Abrigo, 10% tem Centros de 
Referências, 8,4% Defensorias Públicas e apenas 4,9% tem Juizados 
Especializados, no nordeste brasileiro onde Imperatriz está localizada 
geograficamente, estes dados são menores ainda, no entanto a cidade de Imperatriz 
conta com todos estes serviços. 
O atendimento foi considerado acolhedor por cinco das pesquisadas, quatro 
consideraram o atendimento indiferente e uma considerou o atendimento respeitoso.
A maioria das entrevistadas apresentava insegurança em fazer critica aos serviços, 
em vários momentos elas, manifestavam profunda insatisfação, pela forma como 
os/as agentes públicos/as as trataram, mas solicitavam para que fosse marcada a 
resposta que dizia ter sido o atendimento acolhedor, ao invés de indiferente a 
maioria reclamavam da espera, e do “jeito” como foi atendida . O “medo” era que de 
alguma forma às respostas delas pudessem chegar ao conhecimento dos policiais. 
Entre as entrevistadas, 40% estavam indo pela primeira vez a DEM, para 
tratar do problema, enquanto 20% estavam indo pela segunda vez e 40% estavam 
indo por mais de 03 vezes, quando perguntadas se sentiram em algum momento do 
atendimento constrangidas, 50% afirmaram que sim, principalmente por causa da 
falta de privacidade na hora do registro do Boletim de Ocorrência, e também pelo ato 
de ter as audiências remarcadas às vezes pelo fato do acusado não ter sido 
intimado. 
“Eu estive na delegacia da mulher acompanhada da minha mãe, eu 
que fui vitima de violência moral e ameaça de morte pelo meu ex-marido, 
ela que me orientou a registrar queixa, no dia da audiência 
fui com ela, pois eu tinha medo de encontrar com ele sozinha, 
chegamos lá fomos recebidas por uma funcionaria que disse que a 
delegada não estava, e que ela não sabia se o acusado tinha sido 
intimado, que esperássemos a delegada pra saber se ia ser 
remarcado esperamos mais de 2 hora, o acusado não veio e nem a 
delegada, e a atendente remarcou outra data , tinha outras pessoas 
que estavam tendo a audiência remarcada pela terceira vez, duas 
delas disseram que não iam mais voltar lá”.(S) 
O sentimento de constrangimento é muito forte entre as entrevistadas, elas se 
sentem desrespeitadas, ao verem sua queixa ser desvalorizada, desqualificada, o 
que de certa forma as movem para procurar ajuda em outros serviços da rede 
quando sabe da existência deste, como o caso da Vara da Mulher e da Defensoria 
Pública Estadual. 
Todas fizeram questão antes de assinarem o Termo de Livre Consentimento 
de relatar varias queixas do atendimento, entre elas: 
 A demora do atendimento, “nenhuma mulher gasta menos de 3hs para 
registrar uma queixa; 
 O entra e sai de outros funcionários na sala de registro de ocorrência; 
(a falta de sigilo),
 A “falta de educação” dos funcionários e funcionárias que “não 
cumprimentam ou não respondem os cumprimentos”, 
 O jeito que atendem as pessoas “sem olharem para elas”, de “fazerem 
cara de deboche”. 
 A indiferença frente ao problema que elas estão vivendo. 
Depois das queixas elas ressaltavam a importância de uma DEAM e da 
pesquisa e se prontificavam responder as perguntas, segundo MJ “sabia que era 
importante para que os problemas pudessem quem sabe serem resolvidos”. 
Diante dos relatos das usuárias, das profissionais da rede de atendimento da 
mulher em situação de violência e das denuncias do movimento feminista, feitas na 
imprensa local, é possível afirmar que a atual equipe da DEAM tem deixado de 
cumprir a Norma Técnica de Padronização das DEAM’s por não terem recebido 
formação na perspectiva da igualdade de gênero não compreendem a dimensão 
política, social e econômica da questão da violência doméstica, tendo como 
conseqüência a naturalização deste fenômeno. 
Mediante os dados coletados juntos as usuárias do serviço de atendimento na 
visualizamos durante o processo de tabulação dos dados os seguintes pontos: 
Integralidade nas ações, acolhimento com escuta ativa, maior conhecimento e 
compreensão sobre as relações desiguais e estereotipadas de gênero, 
compreensão de questões como, diferença, desigualdade, preconceito e 
descriminação, revitimização e conhecimento das legislações, nacional e 
internacional que norteiam o enfrentamento a violência de gênero, como a: 
 Convenção de Belém do Pará, 
 Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de 
Descriminação contra as Mulheres e 
 A própria Lei Maria da Penha. 
A qualificação dos profissionais é imprescindível para que o trabalho com as 
mulheres em situação de violência seja de fato pautado em um “Ethos” visando um 
ordenamento de pautas de condutas dos profissionais policiais das delegacia da 
Mulher pontuadas pelo respeito a dignidade humana, com vistas à implantação de 
uma sociedade livre de descriminação, opressão e violência contra as mulheres, 
uma sociedade amorosa e democrática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No decorrer deste trabalho foi possível compreender que o trajeto das 
mulheres até a DEAM na maioria das vezes não é linear nem único, elas buscaram 
ajuda indiretamente, nas igrejas que freqüentam, entre as amigas e parentes para 
quem contaram suas histórias e ouviram muitas outras semelhantes, receberam 
vários conselhos que as desestimularam e outros que as estimularam a chegarem a 
DEAM. 
Foi possível analisar a partir de várias fontes, (CRAM, VARA DA Mulher, 
Defensoria, Promotoria e as próprias usuárias) que os/as profissionais desta 
instituição na maioria das vezes não fazem o atendimento correto, não encaminham 
principalmente para o Centro de Referencia de Atendimento as Mulheres, onde as 
mesmas poderiam receber apoio psicossocial e jurídico. Essa postura confirma a 
falta de compreensão política do papel dos agentes públicos que compõe a equipe 
da DEAM de Imperatriz, postura que colabora para que as mulheres não exerçam 
seus direitos de cidadãs e acessem a rede de enfrentamento a mulher em situação 
de violência que pode contribuir para o seu empoderamento, fortalecimento de sua 
auto-estima, inclusão nos programas sociais e, por conseguinte o rompimento do 
ciclo da violência. 
Confirmamos através deste estudo a existência de uma Rede Especializada 
de Atendimento a Mulher em Imperatriz, funcionando, com todos os serviços 
previstos na Lei Maria da Penha, os quais estão materializados em órgãos, 
instituições e serviços, como a DEAM, a Vara Especializada da Violência Doméstica 
contra a Mulher, a Promotoria Especializada da Mulher, a Defensoria Publica 
Estadual, com um núcleo de atendimento a mulher, o Centro de Referencia e 
Atendimento a Mulher, a Casa Abrigo, mais o Conselho Municipal de Defesa dos 
Direitos da Mulher, a Secretaria Municipal de Política para Mulher com um núcleo de 
enfrentamento a violência estruturado, e entidades atuantes e articuladas no Fórum 
de Mulheres de Imperatriz que lutam em defesa dos direitos das mulheres e que 
tiveram um papel determinante para a implantação de cada serviço hoje 
disponibilizado no município de Imperatriz.
Considerando a Norma Técnica de Padronização das DEAMs, a DEAM de 
Imperatriz, no que refere à estrutura, recursos humanos, horário de expediente, 
formação de recursos humanos, equipamento, localização espaço físico, e mobília, 
não é cumprida. 
De acordo com os relatos e denúncias de usuárias junto à Vara de Violência 
Doméstica e Familiar, a Defensoria Pública Estadual, o Centro de Referencia e 
Atendimento a Mulher (CRAM) e às entidades feministas, como a Coordenadoria de 
Mulheres do Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Pe. 
Josimo é possível afirmar que a DEAM não só não cumpre questões básicas de 
acolhimento humanizado assim como revitimiza algumas mulheres em situação de 
violência que procuram atendimento na DEAM. 
No que pese todos os avanços quanto à conquista da implantação dos 
organismos e serviços no processo de coibição da violência contra a mulher, 
constatamos, através deste estudo, que apesar dos ajustes da Norma de 
Padronização das DEAMs o atendimento correto continua sendo um grande desafio, 
considerando que as DEAMs ainda é a primeira porta que as mulheres vivendo em 
situação de violência procuram para serem “socorridas”. 
Verificamos a partir dos dados analisados nessa pesquisa que a DEAM, 
precisa ter seu quadro ampliado, sensibilizado e qualificado quanto às 
desigualdades milenares de gênero que coopera para que as mulheres tenham 
muitas dificuldades para romper o circulo da violência. É fundamental que os 
profissionais da DEAM recebam formação que os qualifiquem de forma continuada 
objetivando o domínio de conteúdos da Política Nacional de Enfrentamento a 
Violência, do Pacto Nacional de Enfrentamento a Violência, das Normas de 
Padronização das DEAM’s, dos CRAM’s, as Normas Técnicas de Abrigamento, 
sendo o caminho objetivo para que se consiga garantir a capilaridade do 
atendimento, ampliando o acesso das mulheres aos serviços segundo a Atualização, 
Categorização e Monitoramento da Rede de Enfrentamento à Violência contra as 
Mulheres, (SPM, 2011, p.35). 
Portanto, confirmamos neste estudo não haver por parte da DEAM de 
Imperatriz uma atuação pautada nas legislações nacional e internacional, 
instrumentalizadas através de normas técnicas construídas, elaboradas e divulgadas 
pela Secretaria de Política para as Mulheres, desde 2004, quando da implantação 
do Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher.
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Violência contra Mulheres e Criação das DEAM's

  • 1. DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES NA LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: uma análise na Delegacia Especializada da Mulher em Imperatriz – MA Conceição de Maria Amorim Sirlene Mota Pinheiro da Silva  RESUMO Neste estudo destacamos os aspectos da luta feminista que, em sua diversidade de expressão, através da elaboração de propostas, efetivação de estratégias e interlocução com o Estado, corroboraram para a implantação de políticas de enfrentamento a todas as formas de opressão, considerando limites, possibilidades e desafios para enfrentar a violência de gênero. Esse estudo foi realizado com base numa pesquisa de campo norteada por abordagem qualitativa, através de coleta de dados, envolveu um número delimitado de sujeitos, que perfizeram um total de 10 mulheres que passaram pelo atendimento da DEAM de Imperatriz - MA, entre os meses de janeiro e março de 2012, objetivando compreender como se dá o atendimento à mulher que procura a Delegacia Especializada da Mulher. Palavras-chave: Feminismo. Políticas Públicas. Gênero.  Graduada em Serviço Social, Especialista em Políticas Públicas em Gênero e Raça – GPP-GeR, militnte feminista e dos direitos humanos na região tocantina, sudoeste do Maranhão.   Mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação da UFMA. Professora Assist ente no Departamento de Educação I/UFMA. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação, Mulheres e Relações de Gênero – GEMGe/UFMA. Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - USP.
  • 2. Introdução Propusemo-nos neste trabalho compreender como se dá o atendimento à mulher que procura a Delegacia Especializada da Mulher de Imperatriz – Maranhão, entendendo o contexto histórico de criação das DEAM’S, conhecendo o percurso que as mulheres realizam em busca de atendimento na DEAM, as políticas públicas em relação a gênero e violência doméstica e identificar os encaminhamentos dados diretamente pela DEAM as mulheres vivendo em situação de violência, no sentido de contribuir com a melhor funcionalidade do fluxograma da Rede Especializada de atendimento a mulher em situação de violência no município de Imperatriz. A construção de políticas públicas direcionadas às mulheres no Brasil faz parte das profundas mudanças societárias das últimas décadas, que contou com a mulher como atriz principal no cenário das reivindicações por direitos civis através das lutas do movimento feminista e de mulheres na busca de uma sociedade igualitária, onde homens e mulheres pudessem conviver com respeito e prezando pela igualdade de direitos. Esse estudo foi realizado com base numa pesquisa de campo norteada por abordagem qualitativa, através de coleta de dados, envolveu um número delimitado de sujeitos, que perfizeram um total de 10 mulheres que passaram pelo atendimento da DEAM entre os meses de janeiro e março de 2012. Deve-se enfatizar que o método qualitativo foi utilizado neste estudo em virtude do mesmo possibilitar uma leitura dos dados com uma visão real do problema. Segundo Ferreira (2008, p.4) o método qualitativo. Possibilita compreender a realidade a partir dos indivíduos que dão sentido e significado aos fenômenos estudados. Esse método trabalha com realidades não generalizadas envolvendo públicos e sujeitos particularizados, desvendando experiências e subjetividades que permitem perceber e construir modos de ser, de sentir e de pensar a sociedade a partir de diferentes contextos. A análise documental foi outro procedimento metodológico utilizado, este, segundo Ferreira (2008) se constitui em uma prática importante para compreender o cotidiano das entidades, verificar e comprovar fatos e dados de forma a ratificar informações colhidas nas pesquisas e entrevista.
  • 3. Para a análise dos dados da pesquisa aplicou-se o método dialético considerando que o mesmo refere-se à arte do diálogo e da discussão. Trata-se de um método de inquirição da realidade pelo estudo e sua ação recíproca. Este trabalho foi dividido em quatro capítulos. No primeiro capítulo apresentamos a introdução e metodologia utilizada na construção do mesmo. No segundo, realizamos uma retrospectiva da luta dos movimentos de mulheres no Brasil, dando ênfase a importância política dos mesmos na implementação das políticas para as mulheres. Destacamos o debate das relações de gênero na sociedade como forma de compreender as relações sociais que os indivíduos estabelecem entre si, e como esta relação interfere na vida de seus membros. No terceiro capítulo, abordamos o conceito de políticas públicas e as relações de gênero, considerando que as políticas públicas implementadas na DEAM devem ter como base as relações sociais entre homens e mulheres. No quarto e ultimo capítulo fizemos um comparativo dos serviços oferecidos pela DEAM no Município de Imperatriz através dos questionários aplicados e o que preconiza a norma técnica das DEAM’s. Por fim apresentamos as considerações finais deste estudo identificando os caminhos que desenvolvemos para atingir o objetivo geral e os objetivos específicos deste.
  • 4. O feminismo e a luta contra a violência contra a mulher: refazendo caminhos na criação das DEAM’s (2 a 3 páginas) A violência de gênero atinge indiscriminadamente mulheres e meninas em todo país e como podemos observar esta é uma temática pautada desde os anos 70 do Século XX pelo o movimento feminista brasileiro e do Cone Sul, época em que estes países viviam sob ditaduras militares, regimes autoritários, violentos e anti - democráticos instaurados no Brasil e em quase toda América Latina de 1960 a 1985. A partir dos anos 1980, a violência contra as mulheres começa a ganhar espaço no debate público e na agenda política de vários países nos cinco continentes. Na América Latina, de modo amplo e, especificamente, nos países que do Cone Sul – Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai –, o contexto de redemocratização política favoreceu a atuação do movimento de mulheres e feministas, principais responsáveis pela denúncia da violência cotidianamente praticada contra mulheres, protegida pelo espaço doméstico, pelos laços familiares e conjugais, pelos costumes e tradições. A partir daquele momento, as diferentes práticas de violência contra as mulheres começaram a ganhar visibilidade e, paulatinamente, num movimento contínuo, mas não isento de reveses, vêm deixando de ser consideradas assunto privado para tornar-se objeto de políticas públicas e leis especiais, as quais colocam sob a proteção do Estado a integridade física e psicológica de mulheres de todas as idades. (UNODC, 2011, p.16). O movimento feminista latino-americano, em 1981, realizou o primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe sucedido em Bogotá, Colômbia este encontro escolheu o dia 25 de Novembro1 como o Dia Latino Americano de Não Violência contra as Mulheres. As demandas em torno da eliminação da violência eram diversas e conectadas. Desde o início, um aspecto em comum era a luta para quebrar o silêncio, em particular aquele em torno da violência doméstica, convertendo este problema em um tema público. (JUBB, 2008, P. 23) 1A data foi escolhida em memória das ativistas políticas, as irmãs Pátria, Minerva e Tereza Mirabal, assassinadas em 1960 pelo governo ditatorial de Rafael Trujillo, na República Dominicana. Somente em 1999 a data foi reconhecida pela ONU e discretamente al terada para Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
  • 5. No Brasil, as mobilizações em defesa das políticas públicas de atenção as mulheres vivendo em situação de violência se fortalece junto aos governos de oposição ao regime militar e o estado de São Paulo através do Governo Franco Montoro, (MDB, 1982 -1985), diante das mobilizações e denuncias dos mais variados tipos de violências sofridas pelas mulheres passou a dialogar e a responder as reivindicações do movimento feminista, a primeira iniciativa deste, foi a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina – CECF - em 1983. Segundo Ardaillon, 1989; e Alvarez, 1990 este foi o primeiro Conselho criado no país. O CECF propunha uma política de combate à violência centrada na criação de “serviços integrados” – assistência social e psicológica; orientação jurídica; atendimento policial capacitado; casa abrigo; educação, entre outros. Em 1984, foi criado o Centro de Orientação Jurídica e Encaminhamento a Mulher (COJE) para prestar serviços jurídicos e psicológicos as mulheres em situação de violência. (Santos 2005 apud Santos 2010). Em resposta as criticas feministas sobre o atendimento policial a mulheres em situação de violência, Michel Temer, o então Secretario de Segurança Publica do Estado de São Paulo apresentou ao governador Montoro e ao movimento de mulheres a ideia de se criar uma delegacia da mulher, a ser composta por policiais do sexo feminino e especializada em crimes contra mulheres. Em agosto de 1985, o governador Montoro criou a “Primeira Delegacia de Policia de Defesa da Mulher” do Brasil e da America Latina (Decreto 23.769/1985). O processo de criação desta delegacia, conhecida em São Paulo pelo acrônimo DDM, recebeu intensa cobertura dos meios de comunicação social e trouxe grande visibilidade ao problema da violência e ao trabalho desenvolvido pelas organizações não-governamentais feministas. Neste contexto de oportunidade política, a ênfase das feministas na criminalização era inevitável e o discurso sobre violência do CECF passou a enfatizar esta abordagem (SANTOS, 2011, p.05). A primeira Delegacia de Defesa da Mulher no Brasil nasce diante do fato real das questões de gênero que permeiam o conjunto da sociedade, a discriminação e o preconceito contra as mulheres, numa sociedade machista e patriarcal, em pleno regime militar a violência se institucionalizava e era reproduzida contra as mulheres em situação de violência doméstica, sexual, patrimonial que procuravam ajuda nas delegacias. Depois da inauguração da primeira DM no Brasil em 1985 (chamada Delegacia da Mulher) foi criada a primeira DM no Peru, em 1988,
  • 6. instalada em Lima (Comisaría de Mujeres). Na Nicarágua a primeira delegacia foi instalada em Manágua, em 1993 (Comisaría de la Mujer y la Ninez). No Equador a primeira delegacia foi instalada em Cuenca, em 1994 (Comisaría de la Mujer y la Família). Em cada país as delegacias se expandiram, principalmente no Brasil e na Nicarágua, onde existem políticas para incentivar a criação de novas unidades.(JUBB, 2008, p. 23) A importância do enfrentamento a violência contra a mulher de forma unificada e articulada na America Latina, fortaleceu as conquistas e uniu o movimento feminista. Muitas foram às mobilizações sociais para efetivação desta política pública, destacando passeatas, panfletagens, campanhas desenvolvidas nas capitais do país com ressonância no interior dos estados. No Maranhão, não foi diferente do resto do país, Ferreira (2003) relata que, essa agenda foi construída por todos os grupos de mulheres e feministas da capital São Luis do MA, e no ano de 1987 foi criada a Delegacia Especializada da Mulher – DEAM, do Maranhão, e foi instalada em São Luís, capital do Estado. E por fim, através da Lei 11.540 de 15 de agosto de 1990 foi criada a DEAM do município de Imperatriz, segunda maior cidade do estado do Maranhão.
  • 7. Criação da Delegacia Especializada da Mulher de Imperatriz – MA Imperatriz está situada ao sudoeste do Estado do Maranhão, na região nordeste do Brasil, a oeste a cidade faz divisa com o estado do Tocantins, é a segunda maior cidade do Maranhão, sendo que 245.581 mil pessoas foram recenseadas na cidade em 2010 das quais 127.292, 51,83% sao mulheres e 118.289, 48.17% são homens (IBGE, 2010). A posição geográfica do município de Imperatriz o colocou na rota do grande capital com a implantação de grandes projetos desenvolvimentistas, cooperando significativamente para o crescimento desordenado da cidade, favorecendo o surgimento de mazelas sociais inerentes as grandes cidades entre elas a violência rural e urbana acentuada, que se destaca através dos crimes de encomendas desde a década de 1960, e que se mantém até os dias atuais. Durante a ditadura militar a região foi base de apoio, primeiro dos jovens revolucionários, militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que lutaram na Guerrilha do Araguaia, pelo fim da ditadura militar, depois virou uma base de apoio importante para o governo no combate à Guerrilha, para tanto foi instalado na cidade o 50º Batalhão de Infantaria das Selvas - BIS e foi denominada Área de Segurança Nacional. Imperatriz viveu ciclos econômicos que demandaram a vinda de muitos homens para a região oriundos de todos os cantos do país, entre eles o ciclo do ouro, vivido pela região em função da Serra Pelada, este período houve também a vinda de muitas jovens para a cidade, a maioria delas eram trazidas de interiores rurais do Maranhão e do Pará, estas eram convencidas a vir para a cidade trabalhar em casas de famílias, onde poderiam vislumbrar um futuro, estudar, no entanto, eram levadas para boates e bares para trabalharem na prostituição. A violência de gênero na cidade é uma realidade, assim, como o restante do país não consta de dados estatísticos organizados e oficialmente registrados por instituições de segurança públicas ou outra qualquer. Em função da pressão do Movimento Feminista, após a criação da DEM de São Luis em 1988, a Secretaria de Estado de Segurança Pública nos anos 90, determinou a criação de delegacias da mulher no interior do estado, sendo 01 por regional de segurança pública, perfazendo um total de19 DEAM's no estado do Maranhão.
  • 8. Sobre o atendimento da DEM Os dados revelam que a metade das entrevistadas tomou conhecimento da DEAM, pelos meios de comunicação, como por exemplo, televisão e rádio e a outra metade através de amigos e familiares. Também constatamos que cinco dessas mulheres foram acompanhadas por familiares à DEAM, quatro foram sozinhas e uma com amigos/as. É fato a inexistência de divulgação sistemática, educativa e preventiva por parte dos gestores públicos do Estado sobre os serviços prestados pela DEAM, no entanto o alto índice de violência contra a mulher registrada e divulgada pelos meios de comunicação tem sido significativo e tem servido direta e indiretamente para divulgar a existência do órgão no município. Das dez mulheres pesquisadas, seis delas afirmaram que não receberam todas as informações que precisavam, a exemplo da senhora M2 quando perguntou o que ia acontecer com o agressor, recebeu resposta do tipo: “depende você vai manter a denuncia até o fim?” Ou, “não sei, espere conversar com a delegada”. Quatro disseram que os profissionais que as atendiam não as deixaram à vontade para perguntar o que precisavam saber. “ela nem olhava para mim, escrevia rápido o que eu falava e quando eu tentava explicar mais alguma coisa ela me cortava e dizia que aquilo não tinha importância para o BO”. Três das entrevistadas foram encaminhadas para os serviços da rede, sendo uma para o Instituto Médico Legal (IML), uma para o Centro de Referencia e Atendimento a Mulher e outra para a Vara da Mulher, sete delas não foram encaminhadas para nenhum outro serviço da rede de atendimento a mulher em situação de violência. De acordo com os dados mostrados na pesquisa da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres os Serviços de Atendimento a Mulher em situação de violência por municípios e regiões constata-se que ainda é reduzido, apenas 7,1% dos municípios tem DEAM’s, 4,7% tem Casas Abrigo, 10% tem Centros de Referências, 8,4% Defensorias Públicas e apenas 4,9% tem Juizados Especializados, no nordeste brasileiro onde Imperatriz está localizada geograficamente, estes dados são menores ainda, no entanto a cidade de Imperatriz conta com todos estes serviços. O atendimento foi considerado acolhedor por cinco das pesquisadas, quatro consideraram o atendimento indiferente e uma considerou o atendimento respeitoso.
  • 9. A maioria das entrevistadas apresentava insegurança em fazer critica aos serviços, em vários momentos elas, manifestavam profunda insatisfação, pela forma como os/as agentes públicos/as as trataram, mas solicitavam para que fosse marcada a resposta que dizia ter sido o atendimento acolhedor, ao invés de indiferente a maioria reclamavam da espera, e do “jeito” como foi atendida . O “medo” era que de alguma forma às respostas delas pudessem chegar ao conhecimento dos policiais. Entre as entrevistadas, 40% estavam indo pela primeira vez a DEM, para tratar do problema, enquanto 20% estavam indo pela segunda vez e 40% estavam indo por mais de 03 vezes, quando perguntadas se sentiram em algum momento do atendimento constrangidas, 50% afirmaram que sim, principalmente por causa da falta de privacidade na hora do registro do Boletim de Ocorrência, e também pelo ato de ter as audiências remarcadas às vezes pelo fato do acusado não ter sido intimado. “Eu estive na delegacia da mulher acompanhada da minha mãe, eu que fui vitima de violência moral e ameaça de morte pelo meu ex-marido, ela que me orientou a registrar queixa, no dia da audiência fui com ela, pois eu tinha medo de encontrar com ele sozinha, chegamos lá fomos recebidas por uma funcionaria que disse que a delegada não estava, e que ela não sabia se o acusado tinha sido intimado, que esperássemos a delegada pra saber se ia ser remarcado esperamos mais de 2 hora, o acusado não veio e nem a delegada, e a atendente remarcou outra data , tinha outras pessoas que estavam tendo a audiência remarcada pela terceira vez, duas delas disseram que não iam mais voltar lá”.(S) O sentimento de constrangimento é muito forte entre as entrevistadas, elas se sentem desrespeitadas, ao verem sua queixa ser desvalorizada, desqualificada, o que de certa forma as movem para procurar ajuda em outros serviços da rede quando sabe da existência deste, como o caso da Vara da Mulher e da Defensoria Pública Estadual. Todas fizeram questão antes de assinarem o Termo de Livre Consentimento de relatar varias queixas do atendimento, entre elas:  A demora do atendimento, “nenhuma mulher gasta menos de 3hs para registrar uma queixa;  O entra e sai de outros funcionários na sala de registro de ocorrência; (a falta de sigilo),
  • 10.  A “falta de educação” dos funcionários e funcionárias que “não cumprimentam ou não respondem os cumprimentos”,  O jeito que atendem as pessoas “sem olharem para elas”, de “fazerem cara de deboche”.  A indiferença frente ao problema que elas estão vivendo. Depois das queixas elas ressaltavam a importância de uma DEAM e da pesquisa e se prontificavam responder as perguntas, segundo MJ “sabia que era importante para que os problemas pudessem quem sabe serem resolvidos”. Diante dos relatos das usuárias, das profissionais da rede de atendimento da mulher em situação de violência e das denuncias do movimento feminista, feitas na imprensa local, é possível afirmar que a atual equipe da DEAM tem deixado de cumprir a Norma Técnica de Padronização das DEAM’s por não terem recebido formação na perspectiva da igualdade de gênero não compreendem a dimensão política, social e econômica da questão da violência doméstica, tendo como conseqüência a naturalização deste fenômeno. Mediante os dados coletados juntos as usuárias do serviço de atendimento na visualizamos durante o processo de tabulação dos dados os seguintes pontos: Integralidade nas ações, acolhimento com escuta ativa, maior conhecimento e compreensão sobre as relações desiguais e estereotipadas de gênero, compreensão de questões como, diferença, desigualdade, preconceito e descriminação, revitimização e conhecimento das legislações, nacional e internacional que norteiam o enfrentamento a violência de gênero, como a:  Convenção de Belém do Pará,  Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Descriminação contra as Mulheres e  A própria Lei Maria da Penha. A qualificação dos profissionais é imprescindível para que o trabalho com as mulheres em situação de violência seja de fato pautado em um “Ethos” visando um ordenamento de pautas de condutas dos profissionais policiais das delegacia da Mulher pontuadas pelo respeito a dignidade humana, com vistas à implantação de uma sociedade livre de descriminação, opressão e violência contra as mulheres, uma sociedade amorosa e democrática.
  • 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer deste trabalho foi possível compreender que o trajeto das mulheres até a DEAM na maioria das vezes não é linear nem único, elas buscaram ajuda indiretamente, nas igrejas que freqüentam, entre as amigas e parentes para quem contaram suas histórias e ouviram muitas outras semelhantes, receberam vários conselhos que as desestimularam e outros que as estimularam a chegarem a DEAM. Foi possível analisar a partir de várias fontes, (CRAM, VARA DA Mulher, Defensoria, Promotoria e as próprias usuárias) que os/as profissionais desta instituição na maioria das vezes não fazem o atendimento correto, não encaminham principalmente para o Centro de Referencia de Atendimento as Mulheres, onde as mesmas poderiam receber apoio psicossocial e jurídico. Essa postura confirma a falta de compreensão política do papel dos agentes públicos que compõe a equipe da DEAM de Imperatriz, postura que colabora para que as mulheres não exerçam seus direitos de cidadãs e acessem a rede de enfrentamento a mulher em situação de violência que pode contribuir para o seu empoderamento, fortalecimento de sua auto-estima, inclusão nos programas sociais e, por conseguinte o rompimento do ciclo da violência. Confirmamos através deste estudo a existência de uma Rede Especializada de Atendimento a Mulher em Imperatriz, funcionando, com todos os serviços previstos na Lei Maria da Penha, os quais estão materializados em órgãos, instituições e serviços, como a DEAM, a Vara Especializada da Violência Doméstica contra a Mulher, a Promotoria Especializada da Mulher, a Defensoria Publica Estadual, com um núcleo de atendimento a mulher, o Centro de Referencia e Atendimento a Mulher, a Casa Abrigo, mais o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, a Secretaria Municipal de Política para Mulher com um núcleo de enfrentamento a violência estruturado, e entidades atuantes e articuladas no Fórum de Mulheres de Imperatriz que lutam em defesa dos direitos das mulheres e que tiveram um papel determinante para a implantação de cada serviço hoje disponibilizado no município de Imperatriz.
  • 12. Considerando a Norma Técnica de Padronização das DEAMs, a DEAM de Imperatriz, no que refere à estrutura, recursos humanos, horário de expediente, formação de recursos humanos, equipamento, localização espaço físico, e mobília, não é cumprida. De acordo com os relatos e denúncias de usuárias junto à Vara de Violência Doméstica e Familiar, a Defensoria Pública Estadual, o Centro de Referencia e Atendimento a Mulher (CRAM) e às entidades feministas, como a Coordenadoria de Mulheres do Centro de Promoção da Cidadania e Defesa dos Direitos Humanos Pe. Josimo é possível afirmar que a DEAM não só não cumpre questões básicas de acolhimento humanizado assim como revitimiza algumas mulheres em situação de violência que procuram atendimento na DEAM. No que pese todos os avanços quanto à conquista da implantação dos organismos e serviços no processo de coibição da violência contra a mulher, constatamos, através deste estudo, que apesar dos ajustes da Norma de Padronização das DEAMs o atendimento correto continua sendo um grande desafio, considerando que as DEAMs ainda é a primeira porta que as mulheres vivendo em situação de violência procuram para serem “socorridas”. Verificamos a partir dos dados analisados nessa pesquisa que a DEAM, precisa ter seu quadro ampliado, sensibilizado e qualificado quanto às desigualdades milenares de gênero que coopera para que as mulheres tenham muitas dificuldades para romper o circulo da violência. É fundamental que os profissionais da DEAM recebam formação que os qualifiquem de forma continuada objetivando o domínio de conteúdos da Política Nacional de Enfrentamento a Violência, do Pacto Nacional de Enfrentamento a Violência, das Normas de Padronização das DEAM’s, dos CRAM’s, as Normas Técnicas de Abrigamento, sendo o caminho objetivo para que se consiga garantir a capilaridade do atendimento, ampliando o acesso das mulheres aos serviços segundo a Atualização, Categorização e Monitoramento da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, (SPM, 2011, p.35). Portanto, confirmamos neste estudo não haver por parte da DEAM de Imperatriz uma atuação pautada nas legislações nacional e internacional, instrumentalizadas através de normas técnicas construídas, elaboradas e divulgadas pela Secretaria de Política para as Mulheres, desde 2004, quando da implantação do Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher.
  • 13. Referências ALMEIDA E. de O. S.; NOZAWA, T. N.; ROMERA, V, M.Violência intrafamiliar contra a mulher: intervenções do assistente social, Acessível em 13/02/2013.Disponível em: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1583/1521 AMORIM, C. de M.; LACERDA, M. A. M. de.Programa de Atenção Integral a Saúde d Mulher – PAISM: entre as diretrizes nacional e a realidade e Imperatriz- MA, Imperatriz, 2008. AVELAR, R. Delegacia da Mulher em Imperatriz não tem estrutura adequada para atendimento. Acessado em 07/02/2013, disponível em: http://www.imperatriznoticias.com.br/component/content/article/68- policia/5309-delegacia-da-mulher-em-imperatriz-nao-tem-estrutura-adequada-para- atendimento- BEAUVOIR, S. O segundo sexo: A experiência vivida.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. BLAY, E. A.. “Direitos humanos e homicídio de mulheres” Projeto de Pesquisa Integrada apoiado pelo CNPq, 2003, mimeo. BOUNICORE, A. C. ENGELS E AS ORIGENS DA OPRESSÃO DA MULHER, Revista Espaço Acadêmico, nº70, Março/2007, Ano VI. Acessado em: 27 de setembro de 2012. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/070/70esp_buonicore.htm BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília, 2001. BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Mais Mulheres no Poder – Contribuição à Formação Política das Mulheres – Brasília, 2010. ________Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Presidência da Republica, Brasília, 2004. ________ II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres – Presidência da Republica, Brasília, 2008. ________ Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Diário Oficial da União, Brasília, 2006.
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