2. Sobre o que vamos refletir aqui?
● Vivemos em uma era com excesso de informações?
● Como a informação pode virar conhecimento?
○ Diferenças entre dado, informação, conhecimento e ciclos de conversão
do conhecimento.
● Maneiras de organizar a informação e promover o conhecimento: Personal
Knowledge Management (PKM) ou gestão pessoal do conhecimento.
3. Mas antes, vamos pensar nessa história
Susana, nossa ACS, ficou em dúvida quando fez uma visita domiciliar acompanhada a profissionais
da saúde bucal: não sabia o que era oclusão dentária.
Chegando em casa, entrou na internet e acessou o Google.
Apertou enter!
O resultado foi este: “Aproximadamente 201.000 resultados”
Eram fotos, sites de planos dentários, blogs, wikipedia, artigos, vídeos…
201 mil. Isso mesmo, ela tinha diante dos seus olhos 201 mil sites que poderiam lhe ajudar…
… ou atrapalhar.
5. Estamos imersos, hoje, em uma infinidade de possíveis fontes e fluxos de
informação. A cada clique, surgem infinitos e novos caminhos a
serem percorridos.
As novas tecnologias, com suas possibilidades de acesso quase
ilimitadas às informações desejadas à distância de um clique
potencializaram esse processo. Recebemos estímulos variados por meio
de e-mails, mídias sociais, blogs, sites oficiais...
6. Ansiedade
informacional?
E quando, mesmo diante de tantos dados e
informações, ainda assim não conseguimos
as respostas desejadas? Como identificar
fontes confiáveis? Como eliminar as
desnecessárias? Será possível
acompanhar todas as novidades dessas
fontes de informação?
7. Podemos, portanto, dizer
que há um “excesso de
informações”?
“Se vou a uma biblioteca que tem 12 milhões de volumes,
tenho melhores possibilidades de encontrar o que busco do
que uma que tem um milhão de volumes... O que me faz
falta é ter a capacidade de saber o que
procuro, como encontrar e saber o que fazer
com isso.” (CASTELLS apud NESSI, 2009).
8. Como descobrir os melhores
caminhos para encontrar a
informação desejada?
9. É preciso desenvolver a Competência Informacional.
Mas o que é isso?
É "uma série de habilidades que requer dos indivíduos reconhecer quando a
informação faz-se necessária e ter a habilidade de localizar, avaliar e usar
efetivamente a informação necessária” (ALA, 1989, online ).
10. lidar bem com dados e fontes de
informação e se apropriar deles para
ampliar o conhecimento.
Ou seja,
12. Dado:
conteúdo que é diretamente observável
ou verificável.
Por exemplo: uma lista de gestantes que
moram no território de abrangência da
Unidade Básica de Saúde de Piratininga,
em Niterói-RJ
13. Informação
conteúdo que representa dados analisados.
Por exemplo: Na mesma lista de gestantes,
analisamos as que estão realizando o pré-
natal.
14. Conhecimento: tipicamente baseado em
valores experimentados ou individuais,
em percepções e experiências.
Por exemplo: Definir que as gestantes
que estão com o pré-natal em atraso
precisam de estratégas da equipe para
maior vínculo, como visita domiciliar do
ACS com mais um membro da equipe.
15. Informação e conhecimento
A informação proporciona um novo ponto de vista para a interpretação de
eventos ou objetos, o que torna visíveis significados antes invisíveis, ou
lança luz sobre conexões inesperadas. Por isso, a informação é um meio ou
material necessário para extrair e construir o conhecimento. Afeta o
conhecimento acrescentando-lhe algo ou o reestruturando.
O conhecimento é identificado como crença produzida (ou sustentada)
pela informação.
(Machlup apud Nonaka; Takeuchi, 1997).
16. Modelo de Conversão do Conhecimento
Conhecimento tácito para Conhecimento explícito
Fonte: Adaptado de Nonaka e Takeuchi, 1995.
17. Como possibilitar um ambiente propício à
conversão do conhecimento?
Podemos pensar em algumas técnicas para gerenciar mais
intencionalmente o ambiente de informação em que estamos inseridos, de
maneira a possibilitar a conversão e a criação de
novos conhecimentos.
18. Existe um modelo ou uma técnica específica?
Pierre Lévy propõe o Modelo Personal Knowlegde Management ou Gestão
Pessoal do Conhecimento.
19.
20. Definir interesses, ordenar
prioridades, identificar áreas de
efetiva competência e determinar o
conhecimento e o know-how que se
pretende adquirir.
Concentrar-se em objetivos, mas
sem deixar de permanecer aberto.
Também é importante relacionar-se
com pessoas com prioridades
diferentes.
22. As informações das
diversas fontes
identificadas devem ser
organizadas,
preferencialmente, em
um único ambiente
para que se possa
filtrar o
que interessa.
As tags permitem uma
categorização flexível
e, até mesmo, a
formação de redes de
compartilhamento de
referências.
23.
24. Tornar essa
síntese pública,
em blogs,
artigos, wikis,
por vídeos, etc.,
ou seja,
introduzi-la em
um processo de
conversação
criativa com uma
rede de
pessoas.
Fazer sínteses
criativas e
críticas para
assimilar a
informação e
torná-la um
conhecimento
pessoal.
27. O ciclo se encerra com o
compartilhamento?
Não. Ainda temos o loop de feedback da gestão pessoal do conhecimento.
28. Devemos repetir constantemente esse ciclo.
Após receber feedback por meio das
conversações criativas, devemos questionar
nossas prioridades, redefinir nosso contexto,
nos conectar com novas fontes e excluir
outras, aperfeiçoar nossos filtros ou sistema
de classificação, explorar novos métodos de
síntese, nos envolver em outras conversações
criativas, etc.
29. Assim, tornamos as
conversações criativas e
a inteligência coletiva
possíveis, assim como a
produção e internalização
de uma memória coletiva
em constante evolução.
30. Referências
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http://www.ala.org/acrl/publications/whitepapers/presidential acesso em: março/2015.
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______. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
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LEVY, Pierre. Collaborative learning in the digital social medium. Palestra proferida pelo autor, realizada na II Semana da Ciência da
Informação da FURG. Rio Grande: FURG, 2010. Disponível em: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2010/03/51_1249-Levy-
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_______. Entrevista concedida à TV Unesp, 2011a. Disponível em: http://www.tv.unesp.br/noticia/254 . Acesso em: 18 mar. 2015.
_______. The semantic sphere 1. Computation, cognition and information economy. Canadá. Wiley Iste, 2011.
NESSI, Lorena. El lado oscuro de la internet somos nosotros. Entrevista com Manuel Castells para a BBC Mundo, 2009. Disponível em:
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NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 4. ed.
Rio de Janeiro: Campus, 1997.
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