O documento descreve os conceitos da fenomenologia de Goethe e da medicina antroposófica. A fenomenologia de Goethe enfatiza a observação qualitativa e processual dos fenômenos naturais, antecipando teorias modernas. A medicina antroposófica aplica esses conceitos ao estudo das plantas medicinais e doenças, relacionando-os também aos arquétipos antroposóficos. O texto exemplifica essas ideias ao descrever várias plantas como algas, fungos, equisetos e licópilos, e
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Fenomenologia
1. CURSO INTRODUTÓRIO EM PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES:
ANTROPOSOFIA APLICADA À SAÚDE
FENOMENOLOGIA DE GOETHE
Ricardo Ghelman
2. FENOMENOLOGIA DE GOETHE
MEDICINA ANTROPOSÓFICA
• De um lado a observação atenta, interessada,
exata, “isenta” de pré-conceitos, metodologia
fenomenológica sobre a planta medicinal e as
doenças
• De outro lado, os conceitos arquetípicos
antroposóficos sobre a planta medicinal e as
doenças
3. • Goethe trabalhou para elaborar uma metodologia
científica que valorizasse a percepção sensorial
direta, qualitativa, processual, antecipando em mais
de um século as teorias sistêmicas e o pensamento
complexo e metodologia participativa, valorizando a
contribuição que o observador traz ao que é
observado.
1749 - 1832
4. PRIMEIRO PASSO DA FENOMENOLOGIA
•Etapa inicial: Descritiva, Sólida, Estática
PERCEPÇÃO SENSORIAL EXATA - Goethe
5. Figura 1. Detalhe de fotografia de Aquilea milefolium.
Fonte: Arquivo da fotógrafa Zaida Siqueira.
9. Figura 3 – Fotografia da flor da Lagenaria siceraria (Cabaceira).
Fonte: arquivo de Ricardo Ghelman.
Sentimento de mistério e cautela ao contemplar esta flor
12. Composição do Granito
Quartzo
Feldspato
Mica
Sílica Micro
Enxofre
Figura 5. Detalhe da rocha mica.
Fonte:INDUSTRIAL
MINERALS.
Figura 6. Detalhe de rocha feldspato.
Fonte: UNIÃO BRASILEIRA DE
MINERAÇÃO.
Figura 4. Detalhe de rocha
quartzo. Fonte: SHOPPING
DOS CRISTAIS.
13. 3D
2D
1D
NA FLOR E FRUTO O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM
NA FOLHA O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM
NA RAIZ O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM
POLARIDADES NA PLANTA
14. MUNDO LINEAR 1 D
MINERALIZADO
PRINCÍPIO SILÍCEA
1 T: Tempo linear contínuo do passado para o futuro
NA RAIZ, no envelhecimento E NA DIFERENCIAÇÃO
CELULAR
15. MUNDO TRIDIMENSIONAL 3D
COLORIDO E PERFUMADO
PRINCÍPIO SULPHUR
3 T: Tempo da simultaneidade, da sincronicidade
– NAS FLORES (desde sépalas)
16. Inversão
do tempo
MUNDO BIDIMENSIONAL VERDE
QUE RESPIRA
PRINCÍPIO MERCÚRIO
2 T: Tempo descontínuo, em saltos, do futuro para
o passado NAS FOLHAS, no CÂNCER e NO
SONO vegetativo
Figura 7. Desenvolvimento de uma das
primeiras folhas individuais de Hairy
bittercress. Fonte: Grohmann G. The Plant.
19. 3D
2D
1D
NA FLOR E FRUTO O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM E O TEMPO EM 3T E 4T
NA FOLHA O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM E O TEMPO EM 2T
NA RAIZ O ESPAÇO SE ORGANIZA
EM E O TEMPO EM 1T
22. OS TRÊS SISTEMAS ORGÂNICOS
FUNCIONAIS
SISTEMA NEURO-SENSORIAL (SNS)
associado ao ectoderma e RAÍZ
SISTEMA RÍTMICO (SR) associado ao
mesoderma e FOLHA
SISTEMA METABÓLICO – MOTOR (SMM)
associado ao endoderma e FLOR/FRUTO
SNS
SMM
SR
24. MUNDO MASCULINO
CÓSMICO E CÍCLICO:
FOLHAS, SÉPALAS,
PÉTALAS, ESTAMES
X
MUNDO FEMININO
TERRNO E PERENE:
RAIZ, CAULE,
OVÁRIO, PISTILO
(estigma e estilete)
25. EFEITO DA LUZ E DA ESCURIDÃO
Na escuridão: caule se alonga e folhas
permanecem como escamas violáceas e não se
desenvolvem.
ESTIMULA A VERTICALIDADE AXIAL (forças
terrestres-aquosos)
Na luz: folhas bem diferenciadas em caule curto.
ESTIMULA A HORIZONTALIDADE FOLIAR E INIBE
O EIXO ASCENDENTE (forças cósmicas)
26. PONTO DE ENTRADA DAS FORÇAS
CÓSMICAS: O NÓ
Se forças cósmicas predominam: metamorfose das
folhas e inflorescência exuberante.
Se força terrestres predominam: sem metamorfose e
ausência ou fraca inflorescência.
30. Figura 10. Fotografia de diferentes formas de folhas de Aquilea milefolium, Boldo africano,
Espinheira-Santa, Plantago e Guaco. Fonte: Zaida Siqueira.
31. Condições para o desenvolvimento:
Calor
Ar iluminado
Forças biológicas liberadas da agua
Húmus vivo da terra
GERAM
– Desde plantas alimentícias até plantas tóxicas
32. Figura 11. Representação das forças modeladoras das folhas. Fonte: Grohmann G. The Plant.
a. ELEMENTO TERRA
d. ELEMENTO FOGO
c. ELEMENTO AR
b. ELEMENTO ÁGUA
33. A ORGANIZAÇÃO DO EU – FOGO
... é avaliada pelo equilíbrio, postura, temperatura,
olhar presente e imunocompetência (TH3).
Psiquicamente pela resiliência, religiosidade,
capacidade de concentração, pela ‘presença de
espírito’, pela determinação, cordialidade, pela
coerência, atuação com intencionalidade,
entusiasmo, grau de autoconsciência e interesse e
pelo temperamento colérico.
34. A ORGANIZAÇÃO ANÍMICA - AR
... é avaliada pelo tônus muscular, motricidade
grosseira e fina, sensibilidade (dor), agilidade, ruídos
hidro-aéreos (peristalse), distribuição da gordura e
sua absorção, sensibilidade gástrica, secreções,
pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória e
pela distribuição de gases.
Psiquicamente pela irritabilidade, ansiedade,
atenção, vigília, animação, dispersão e
temperamento sanguíneo.
35. A ORGANIZAÇÃO VITAL - ÁGUA
... é avaliada pelas formas convexas (formas
infantis), pela distribuição dos líquidos, pela leveza,
pela capacidade de regeneração e crescimento, pelo
turgor úmido e maciez da pele, pela falta de cansaço
e pela boa disposição.
Psiquicamente pela boa memória, pela profundidade
do sono, pelo temperamento fleumático, pela
inconsciência, pela adaptabilidade e pela capacidade
de produção de cores fisiológicas pela visão.
36. A ORGANIZAÇÃO FÍSICA - TERRA
... é avaliada através do peso (quantitativo e
qualitativo) do paciente em relação a sua leveza, do
IMC, da densidade óssea (RX e Densitometria
óssea), coloração pálida e textura seca da pele,
tendência a mineralização e pelo edema (água
submetida às forças da gravidade).
No aspecto psíquico é investigada pelo grau de
melancolia (peso d’alma), rigidez e dureza mental,
cristalização de idéias, idéias fixas e pela paralisia
anímica.
37. ALGAS
APENAS FOLHAS, NA AGUA e NA LUZ, VIVENDO
EM SUPERFICIES
na inter-relação entre o elemento aéreo e o aquoso
Unem 6 (H2O + CO2) = C6 H12 O6 e liberam O12
São PRO-TALOS COLORIDOS COM CLOROFILA
OU XANTOFILA que OFERECEM O OXIGENIO
PARA A TERRA (AZUL, VERDE, VERMELHO,
MARROM)
medusas se tornam suas borboletas
38. FUNGOS OU COGUMELOS
(sem fotossíntese na escuridão)
Tecido indiferenciado: micélio
Vivem entre estrutura mineralizante de quitina (RAIZ)
e enorme atividade metabólica em explosões
sucessivas (FLORES) sem FOLHAS, e bem
animalizadas (alcalóides tóxicos nitrogenados).
Como raiz-flor animal
40. Algas sem raiz nem flor, concentram IODO, calcáreo
ou silícia (SiO2) e integram (ar/luz) com a vitalidade
(água)
X
Cogumelos (raiz que floresce)
Submersos na ESCURIDÃO DA TERRA
41. FUCUS VESICULOSUS
(Fucus iodo culta)
Talo coriaceo marrom de 1 metro, com bifurcações
lisas sem metamorfose, e vesículas contendo ar.
Rica em muco, metilpentose, bromo, arsênico, cloro
(15,24%) e iodo (0,31%) x 0,000001% (D6) no mar.
Para bócio, escrófula, enfartamento ganglionar,
obesidade (eliminação de gordura)
42. LIQUENS
cogumelos + algas
Forma (escura) dos cogumelos com Luz (fluida) das
algas – caráter pulmonar mercurial (Certraria
islandica para afecções catarrais)
43. EQUISETUM ARVENSE
Remanescente de plantas pré-históricas; único
sobrevivente de um gênero fóssil que existiu antes
do aparecimento do homem há 300 milhões de anos.
44. É uma planta que não possui flores e
consequentemente sementes. Tem sabor e odor
fracos, levemente salgados e quando mastigada
range entre os dentes. Nasce espontaneamente e na
colheita cortam-se somente os caules estéreis.
Embora saturado de álcalis sulfurosos, mantém-se
esbelto e ereto, enquanto as plantas do sal são
inchadas e aquosas. A melhor época para o corte é o
Verão.
45. EQUISETOS
(Cavalinha)
Cauda de cavalo, Cavalinha, Cola de cavalo (Equs)
Plantas articuladas (artrofitas) desenvolvem caule
em anéis com lignina e celulose, com 50% Si nas
cinzas, como excreção no crescimento.
46. Grande quantidade de ácido silícico, saponinas,
ácidos orgânicos, substâncias amargas, flavonóides,
sais de potássio, ferro, magnésio, tanino, etc.
Contém sílica na epiderme dos talos.
47. O ar e a água são unidos de um modo particular,
pela expressiva produção de saponinas, substâncias
que facilitam a mistura do ar com a água em uma
espuma como "mousse“.
O processo saponina une-se ao processo Silicea, o
qual é tão acentuado que quase transforma nossa
planta em um esqueleto mineral, pois a Silicea em
sua periferia é secretada e cristalizada.
O organismo dos líquidos é dominado por forças
estruturantes E EXCRETORAS.
49. COMO O RIM
Uma planta silicosa em terreno pantanoso (sulfúreo),
com interior aéreo - luz (Si) se encontra com a água.
Uma planta silicosa em terreno pantanoso (sulfureo),
com interior aéreo e luminoso (Si) se encontra com a
água através de las saponinas – SNS/SM
50. LYCOPODIUM
(pés-de-lobo)
desenvolvem esporângios cujos esporos, como pó
amarelo oxidativo, formam chamas coloridas
(Enxofre vegetal)
Integram calor com a água, ou seja aquecem o
metabolismo: indicado para fígado e distúrbios
sexuais – DEPRESSÃO E IMPOTÊNCIA SEXUAL
52. A TERRA SOBE
ENRIJECE COMO UMA PEDRA E ELEVA O CAULE
ATÉ AS ALTURAS
COMO SE O PRINCÍPIO SILÍCEA DA RAIZ
QUISESSE SUBIR ENDURECENDO ATÉ AS
EXTREMIDADES
O CAULE
53. SEGUNDA ONDA - MESOFÍTICO
Permiano: GINKO
Triássico: CONIFERAS (Gimnospermas)
Jurássico: SAMAMBAIAS PALMEIRAS, CONIFERAS
(PEIXES OSSEOS E DINOSSAUROS)
Baixo Cretáceo: SAMAMBAIAS PALMEIRAS
54. GIMNOSPERMAS
sementes nuas (Pinha)
Grandes arvores, “Evaginação da Terra” de troncos
lenhosos bem enrijecidos, altamente longevos
(Sequóia californiana de 3212 e Pinus aristata de
4600 anos) e altamente calóricos (Resinas)
55. THUYA OCCIDENTALIS
folhas altamente contraídas, ricas em mucilagem
(vitalidade contida): indicado para processos
inflamatórios crônicos e neoformações benignas
(infecções geniturinárias)
59. Pólen - terra
Androceu/Gineceu - água
Pétalas - ar
Sépalas - fogo
X
Ponta - fogo
Recorte - ar
Limbo - água
Pecíolo - terra
NA FLOR, OS ELEMENTOS SE
REFLETEM
61. De um lado a observação atenta, interessada,
exata, “isenta” de pré-conceitos, metodologia
fenomenológica
De outro lado, os conceitos arquetípicos
antroposóficos (trimembração, quadrimembração,
sete planetas e 12 arquétipos zodiacais no espaço,
no tempo e na doença)
E tudo junto na alma do profissional de saúde
62. Percepção sensorial exata
NA CONSULTA
Observar como se expressa o paciente:
– O aperto de mão: temperatura, tônus, textura, turgor,
velocidade do movimento, volume
– Seu olhar
– Sua forma, odor e coloração (pele, cabelo, vestimenta)
– Seu equilíbrio, seu movimento (caminhar, seus membros)
– Sua voz (timbre, intensidade, frequência, calado/falante,
sotaque)
– Exame físico (inclui “sinais vitais”, ausculta, percussão,
palpação, ectoscopia, mensurações, etc)
63. Percepção temporal
NA CONSULTA
A HISTÓRIA DO PACIENTE (as transformações)
Historia dos pais e avós, primeira infância, segunda
infância, adolescência, casamento(s), filhos – história
patológica pregressa com detalhes até, enfim, a
queixa principal
descongelar a percepção estática do encontro no
presente
64. Diagnóstico inspirativo
NA CONSULTA
A ATMOSFERA DO PACIENTE É PERCEBIDA, SEU
GESTO ANÍMICO
Após descongelar a percepção estática do fenômeno
humano, através da percepção temporal de sua
biografia e história patológica pregressa,
percebemos com nosso peito seu “pathos”, sua crise
e seu ser, numa dimensão realmente anímica
65. meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada m omento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.
66. Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
parte II do Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro
(Fernando Pessoa)
67. Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
parte II do Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro
(Fernando Pessoa)
68. Figura 1. Detalhe de fotografia de Aquilea milefolium. Arquivo da fotógrafa Zaida Siqueira
de curso realizado no Viveiro Manequinho Lopes no Parque Ibirapuera em 2013.
Figura 2 – Capa do livro Metamorfose das Plantas. Editora antroposófica.
Figura 3 – Fotografia da flor da Lagenaria siceraria (Cabaceira). Arquivo fotográfico de
Ricardo Ghelman realizado em curso de Botânica fenomenológica em Recife em 2005.
Figura 4. Rocha quartzo. Disponível em http://shopdoscristais.com.br/loja/produto/ponta-
de-cristal-de-quartzo-natural-elo-do-tempo/. Acessado em 20 de junho de 2015.
Figura 5. Rocha mica. Disponível em http://www.ima-europe.eu/about-industrial-
minerals/industrial-minerals-ima-europe/mica. Acessado em 20 de junho de 2015.
Figura 6. Rocha feldspato. Disponível em http://www.ubm-pb.com/feldspato/. Acessado
em 20 de junho de 2015.
Figura 7. Desenvolvimento de uma das primeiras folhas individuais de Hairy bittercress.
Fonte: Grohmann G. The Plant, vol 1, 2009.
Figura 8. Termografia por infra-vermelho. Disponível em http://neurothermoscan.com.br/.
Acessado em 15 de junho de 2015.
69. Figura 9. Arvore com raiz. Disponível em http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-
%C3%A1rvore-da-raiz-na-frente-da-floresta-do-conceito-da-
constru%C3%A7%C3%A3o-da-cidade-e-urbanos-grandes-crescem-acima-junto-
image44188068. Acessado em 15 de junho de 2015.
Figura 10. Fotografia de diferentes formas de folhas de Aquilea milefolium, Boldo
africano, Espinheira-Santa, Plantago e Guaco. Fonte: Arquivo fotográfico de Zaida
Siqueira.
Figura 11. Representação das forças configurativas das folhas. Fonte: Grohmann
G. The Plant, vol 1, 2009.
70. ANTROPOSOFIA
sites importantes como referência da Antroposofia na
área da Saúde:
http://www.abmanacional.com.br/
http://www.ivaa.info/home/
http://www.rsarchive.org/Medicine/?rfr=elib