1. CENTRO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
DE MINAS GERAIS
Curso Pró-Técnico
Disciplina:
Geografia
Texto Experimental – 1a Edição
Professor Manoel Antônio Cardoso
Varginha – Minas Gerais
Dezembro de 2006
2. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus VIII - Varginha
Geografia
Detalhe com Rosa dos ventos
Crédito: Reprodução de imagem do livro Cartografia da Conquista do Território das Minas.
Antônio Gilberto Costa (org). Belo Horizonte: Editora UFMG; Lisboa: Kapa Editorial, 2004.
Fonte: http://www.universiabrasil.net/images/materias/livro_minas/ft_minas006.htm
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Sumário
1 - NOÇÕES DE CARTOGRAFIA ..........................................................................................................1
1.1 – Orientação .................................................................................................................................1
A Rosa-dos-Ventos.............................................................................................................................1
1.2 – Outros Meios de Orientação......................................................................................................3
2 - COORDENADAS GEOGRÁFICAS ...................................................................................................4
2.1 – Introdução ..................................................................................................................................4
2.2 – O Brasil e as Coordenadas Geográficas ...................................................................................6
3 – FUSOS HORÁRIOS..........................................................................................................................7
3.1 – Fusos Horários do Brasil .........................................................................................................10
4 – As Estações do Ano........................................................................................................................12
4.1 – Translação ...............................................................................................................................12
5 – Representação Cartográfica ..........................................................................................................14
5.1 – Introdução ................................................................................................................................14
5.2 – O Estudo das Projeções Cartográficas ...................................................................................14
5.3 – Tipos de Projeções Cartográficas............................................................................................15
5.4 - Classificação das Projeções Cartográficas ..............................................................................18
5.5 - A representação dos Aspectos Físicos e Humanos nos Mapas ..............................................19
5.6 - Símbolos Convencionais ..........................................................................................................19
6 – Escala..............................................................................................................................................20
6.1 – Escala Numérica......................................................................................................................21
6.2 Escala Gráfica.............................................................................................................................21
6.3 - Reprodução de Escala Numérica.............................................................................................22
Veja este exemplo: .......................................................................................................................22
6.4 - Relação Entre os Diferentes Tipos de Escala..........................................................................22
6.5 - Cálculo de Escala .....................................................................................................................23
7 - DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA ............................................................................................23
7.1 - Fotografia Aérea .......................................................................................................................23
7.2 - Sensoriamento Remoto............................................................................................................24
7.3 - As Estações Receptoras Terrestres.........................................................................................25
Exercícios – Questões de Vestibulares ............................................................................................26
8. A NOVA ORDEM MUNDIAL .............................................................................................................30
8.1 - A Guerra Fria ............................................................................................................................30
8.2 - O MUNDO BIPOLAR................................................................................................................30
8.3 – Um Mundo Multipolar – O Estabelecimento de uma Nova Ordem .........................................33
8.4 - A NOVA ORDEM MUNDIAL ....................................................................................................35
8.5 - O Neoliberalismo ......................................................................................................................36
8.6 - O Mundo Globalizado ...............................................................................................................38
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Questões Comentadas .....................................................................................................................41
9. BLOCOS ECONÔMICOS .................................................................................................................45
9.1 - Origem ......................................................................................................................................45
9.2 - Conceitos..................................................................................................................................45
9.3 – Destrinchando os Principais Blocos Mundiais.........................................................................48
9.3.1 – MERCOSUL .....................................................................................................................48
9.3.2 - Acordo de Livre-Comércio da América do Norte – NAFTA ..............................................51
9.3.3 – ALCA, Área de Livre Comércio das Américas .................................................................53
9.3.4 - UE - União Européia .........................................................................................................54
9.3.5 - APEC - Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico....................................................55
9.3.6 - ASEAN - Associação das Nações do Sudeste Asiático ...................................................55
9.3.7 - CAN - Comunidade Andina ou Pacto Andino ...................................................................55
9.3.8 - CARICOM - Mercado Comum da Comunidade do Caribe ...............................................56
9.3.9 - SADC - Comunidade da África Austral .............................................................................56
9.3.10 - CEI - Comunidade dos Estados Independentes.............................................................56
9.3.11 - UA - União Africana.........................................................................................................57
9.3.12 - Outros Blocos Económicos menores ..............................................................................57
9.4 – EXERCICIOS...........................................................................................................................57
Referências Bibliográficas ................................................................................................................63
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1 - NOÇÕES DE CARTOGRAFIA
1.1 – Orientação
O conceito mais apropriado de orientação é direção, rumo, cada uma das orientações
que são marcadas pela Rosa-dos-Ventos.
O homem, para se deslocar sobre a superfície da terra, tomou por base o nascer e o pôr
do sol, criando os pontos de orientação.
O conceito de orientação está
associado à determinação da posição do
elemento no espaço geográfico e sua
relação com os pontos cardeais, colaterais e
subcolaterais. Veja o desenho da Rosa-dos-
Ventos, também chamada de Rosa-dos-
Rumos.
A Rosa-dos-Ventos
A rosa-dos-ventos – Figura 1 - é a
representação gráfica dos principais pontos
de orientação. É assim chamada por indicar
as diversas direções que o vento pode
tomar. Figura 1 (BORBA; VIEGAS, 2001).
CARDEAIS COLATERAIS
NORTE = N NOROESTE = NW
SUL = S NORDESTE = NE
LESTE = E SUDOESTE = SW
OESTE = W SUDESTE = SE
SUBCOLATERAIS
Nor-nordeste = NNE Es-nordeste = ENE
Nor-noroeste = NNW Es-sudeste = ESE
Su-sudeste = SSE Oes-sudoeste = WSW
Su-sudoeste = SSW Oes-noroeste = WNW
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Outros nomes dos pontos cardeais
NORTE: Setentrional e boreal
Nota: Cardeal em
SUL: Meridional e austral
latim significa
LESTE: Oriental e nascente
principal.
OESTE: Ocidental e poente
O estudo da Rosa-dos-Ventos, relacionados dentro do mapa, tem sentido estático. Veja
agora a localização no espaço vivido pelo homem.
• A localização na vida
Rotação da Terra
sentido oeste para leste
Movimento aparente do Sol
leste para oeste
Veja agora os desenhos (Figura 2):
Rotação da Terra Movimento aparente do Sol
Figura 2 (BORBA; VIEGAS, 2001).
Devido à influência que o sol exerce sobre a Terra, o homem passou a observar a sua
aparente marcha pelo espaço, fixando a atenção na direção em que ele aparecia diariamente no
horizonte. A partir de suas observações, este ponto conhecido como leste, e o ponto em que ele
se põe, como oeste.
Estendendo a mão direita para o leste e a esquerda para o oeste, encontramos mais dois
pontos de orientação: o norte, à nossa frente, e o sul, às nossas costas.
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1.2 – Outros Meios de Orientação
Até o século XIII, utilizava-se a orientação astronômica simples, através da localização e
posição dos astros, como o Sol, as estrelas, as constelações e a Lua.
Não podemos esquecer:
1º) A Terra tem um eixo inclinado de 23º e 27’.
2º) As estações do ano significam diferentes posições dos hemisférios.
Estes dois fatos dificultam a localização pelas estrelas, astros ou constelações.
Figura 3 (BORBA; VIEGAS, 2001).
A orientação pelas estrelas é distinta nos dois hemisférios – veja a Figura 3. Assim como o
Sol durante o dia, elas parecem deslocar-se de leste para oeste. No hemisfério norte, apenas a
ESTRELA POLAR parece estar fixa, pois encontra-se quase diretamente acima do pólo norte.
Portanto, para se determinar a direção do pólo norte, basta traçar uma linha imaginária
perpendicular da Estrela Polar à Terra. No hemisfério sul não existe qualquer estrela que indique a
posição do pólo sul. A orientação do CRUZEIRO DO SUL (Figura 4), devido à sua forma peculiar,
é utilizada para a orientação e indicação do pólo sul. Para determinar a direção do pólo sul, basta
prolongar quatro vezes o braço maior da cruz e, então, traçar uma linha imaginária, perpendicular
à linha do horizonte, até a Terra.
Figura 4 (BORBA; VIEGAS, 2001).
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• A Bússola
Do século XIII ao século XV,acontece a invenção e o predomínio da BÚSSOLA, um prático e
eficiente instrumento de orientação inventado pelos chinenes, que permite traçar o rumo em qualquer
momento de uma viagem. Constitui-se uma agulha imantada que gira sobre um eixo vertical, em um
fundo constituído de um mostrador, como a Rosa-dos-Ventos, com 360º de circunferência (BÚSSOLAS
MODERNAS). A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas sim o pólo magnético
da Terra. É necessário, então, fazer uma correção na direção apontada pela bússola, denominada
declinação magnética, que é o ângulo formado pela distância entre o pólo Norte da Terra e o pólo
magnético, indicado pela agulha da bússola.
Na Figura 5, veja os pólos magnéticos e os pólos geográficos.
Figura 5 (BORBA; VIEGAS, 2001).
2 - COORDENADAS GEOGRÁFICAS
2.1 – Introdução
Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude e da longitude,
determinar a posição exata de um ponto qualquer na Terra.
• Paralelos
Paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra, paralelamente ao Equador, nos
dois hemisférios. Diminuem de tamanho à medida que se afastam do Equador, até se transformarem
em um ponto nos pólos, a 90º (veja a Figura 6).
Entre os paralelos existem dois círculos mais importantes em cada hemisfério, que são:
• Hemisfério Norte: Trópico de Câncer, a aproximadamente 23º 27’ do Equador; e o Círculo
Polar Ártico, distante aproximadamente 66º 30’ do Equador.
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Figura 6 (BORBA; VIEGAS, 2001).
• Hemisfério Sul: Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico, ambos apresentando a
mesma distância aproximadamente do Equador que os seus correspondentes do hemisfério
norte.
Latitude
É a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao Equador
(Figura 7). Pode ser definida como o ângulo que a vertical desse lugar forma com o plano do Equador.
A latitude pode ser norte ou sul e variar de 0º a 90º. Cada grau divide-se em 60 minutos e cada
minuto em 60 segundos.
Meridianos
Meridianos são semicircunferências imaginárias traçadas na Terra de pólo, possuindo a
mesma extensão, sendo 180º a leste e 180º a oeste de Greenwich.
Longitude
É a distância em graus entre um ponto da superfície terrestre e o Meridiano Inicial, ou de
Greenwich.
A longitude pode ser ocidental ou oriental, variando de 0º a 180º em cada um.
Através dos paralelos e dos meridianos determinam-se LATITUDE e LONGITUDE e,
conseqüentemente, a posição exata de um ponto qualquer da superfície terrestre. A latitude, e a
longitude constituem as COORDENADAS GEOGRÁFICAS.
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Figura 7 (BORBA; VIEGAS, 2001).
2.2 – O Brasil e as Coordenadas Geográficas
Posição do Brasil no Planisfério – Figura 8a.
Figura 8a (BORBA; VIEGAS, 2001).
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Figura 8b – Posição do Brasil no Planisfério Político. Fonte: http://www.ufsm.br/antartica/pics/zero1.jpg.
Figura 9 (BORBA; VIEGAS, 2001).
Aproximadamente, a localização das coordenadas brasileiras (Figura 9) é entre os paralelos 5º
N e 33º S entre os meridianos 34º W a 73º W, sendo atravessado pelo Equador, que corta a cidade de
Macapá e pelo Trópico de Capricórnio, que corta a cidade de São Paulo.
3 – FUSOS HORÁRIOS
Existem diversas maneiras de se medir o tempo: tempo solar verdadeiro, tempo solar médio,
tempo civil ou pelos fusos horários.
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A velocidade das comunicações acabou impondo a necessidade de unificação da hora em todo
o mundo. Foram criados, então, os sistemas de fusos horários, propostos em 1884, na Conferência
de Washington.
O conceito de tempo civil (ou hora civil) passou a ser utilizado desde 1º de janeiro de 1925, a
partir de sua adoção pelos astrônomos. A duração do tempo é de 24 horas, e a contagem é feita de 0
a 24 horas.
A rotação da Terra é feita de oeste para leste, enquanto a direção do movimento aparente do
Sol é de leste para oeste. Para realizar o movimento de rotação, isto é, para dar uma volta em torno da
circunferência equatorial, gastam-se 24 horas. Dessa maneira, temos:
360º = circunferência da Terra
360º 24 h
24 horas = duração de um dia
15º
Ao dividirmos a circunferência da Terra por uma rotação, encontraremos 15º. Cada intervalo de
15º, nos meridianos, será equivalente a 1 hora, sendo chamado de fuso horário. Todos os lugares
situados no interior do mesmo fuso horário possuem a mesma hora: é a chamada hora legal,
diferente da hora verdadeira (ou local), determinada pelo movimento aparente do Sol.
Para calcular a hora, convencionou-se que o fuso horário inicial, isto é, o fuso a partir do qual a
hora começaria a ser contada, seria o fuso que passa por Greenwiich. A hora determinada por este
fuso horário recebeu o nome de hora GMT.
O fuso horário de Greenwich é formado pela soma de 7,5 º a leste e 7,5º a oeste de 0º
(Meridiano Inicial, ou de Greenwich).
Para resolver problemas relacionados aos fusos horários, lembre-se de que:
1 – Quando as duas localizações se encontrarem em hemisférios diferentes (oeste para leste ou vice-
versa), deve-se somar as longitudes e dividir o resultado por 15º. Veja o exemplo:
Localidade X = 30º longitude Leste
Localidade Y = 105º longitude Oeste 30º
+ 105º 135º 15º
135º
9 Horas
(15º = 1 hora)
A diferença entre X e Y será de 9 horas.
2 – Quando as duas localizações se encontrarem num mesmo hemisfério (leste para leste ou oeste
para oeste), deve-se subtrair as longitudes e dividir o resultado por 15º. Veja o exemplo:
Localidade X = 135º E
135º
Localidade Y = 45º E
- 45º 90º 15º
90º
6 Horas
A diferença entre X e Y será de 6 horas.
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Sabendo a localização e a hora de uma cidade, você irá somar se o pedido for a leste ou
subtrair se for a oeste. Vamos aos exemplos:
• Na cidade X a 120º E, são 5 horas. Qual a hora na cidade 45º W?
120º E 165º 15º 24 horas = 1 dia (veja, voltamos 1 dia)
+ 45º W 11 horas - 11 horas diferença
165º A diferença entre as cidades é de 11 horas 13 horas
A hora de 120º não era 5. então vamos somar 5 a 13 horas e acharemos 18 horas. Resposta:
18 horas do dia anterior.
Vamos conferir:
Figura 10 (BORBA; VIEGAS, 2001).
A partir deste exemplo, faça outros.
Fusos Horários - A Linha Internacional da Data
Para se marcarem as horas, o meridiano de Greenwich é tomado como referência. A hora
oficial GMT (Greenwich Meridian Time) considerada é a que corresponde às 12 horas (meio-dia).
Assim, o meridiano correspondente a 180º de longitude representa o tempo de 24 horas, e
corresponde à linha na qual se faz a mudança de data, de um dia para outro: é a linha internacional
de mudança de data.
A linha internacional da data atravessa o oceano Pacífico, apresentando vários desvios, para
não passar por nenhum lugar habitado. Passa pelo Estreito de Bering, pelo leste da Península de
Kamtchatka, entre as ilhas Aleutas e Samoa, e daí prossegue até o pólo sul. Se um viajante cruzar
essa linha no sentido oeste-leste, deve acrescentar um dia; se cruza-la no sentido leste-oeste, deve
subtrair um dia.
Observar que o meridiano de 180º não coincide com a linha internacional, de mudança
de data, por convenção internacional.
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Figura 11 – Mapa Mundi. Disponível em <http://www.riosummit2004.com.br/web/mapa_mundi.htm>.
Acesso em: 03 novembro 2006, 14:45:30.
3.1 – Fusos Horários do Brasil
Considerando as ilhas oceânicas, o Brasil possui quatro fusos horários (ver a Figura 12).
Há um limite prático e um teórico dos fusos horários. Os limites práticos foram criados no Brasil
para padronizar as horas em algumas áreas. O Brasil possui quatro fusos horários e três horas
diferentes dentro de seu território. Para entender melhor, veja o mapa de fusos brasileiros.
O 1º fuso horário do Brasil está atrasado duas horas em relação à hora de Greenwch.
O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação a Greenwich, constitui a hora legal do
Brasil (hora de Brasília). Nele se encontra a maioria dos estados brasileiros. Observe que parte do 1º
fuso passou para o 2º, formando limite prático.
O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em relação a Londres e uma hora em relação a
Brasília.
O 4º fuso horário apresenta atraso de cinco horas em relação a Greenwich e duas horas em
relação a Brasília. Apenas o Acre e o extremo-oeste do Amazônia encontram-se nesse fuso horário.
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Figura 12 (BORBA; VIEGAS, 2001).
Horário de Verão
Aproveitando-se da claridade maior dos raios solares, o Brasil adianta seu relógio em uma
hora. É o chamado horário de verão (um pouco antes do verão oficial, outubro).
Porém, deve-se lembrar que esse recurso não é utilizado em todo o território, pois quanto mais
próximo do Equador, maior será a igualdade dos dias durante o ano.
Figura 13 – O horário de verão em diversas regiões do Brasil (2004-2005).
Disponível em <www.geografiaparatodos.com.br/img/infograficos/Horario_verao.jpg>.
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4 – As Estações do Ano
As estações do ano ocorrem devido ao movimento de translação.
4.1 – Translação
É o movimento que a Terra faz em torno do sol, descrevendo uma órbita elíptica. Quatro
posições destacam-se nesse movimento. Observe, no desenho, que os pontos 2 e 4 representam o
momento em que a Terra terá a mesma luminosidade nos dois hemisférios: são os EQUINÓCIOS, de
outono ou primavera. Agora, observe que nas posições 1 e 3 os hemisférios da Terra receberão
luminosidade diferente: são os SOLSTÍCIOS, de verão ou de inverno. As Figuras 14a e 14b sintetizam
o que foi dito.
Nº do Nº do
H. N. Estação H. S.
desenho desenho
1 21 junho Verão 21 dezembro 3
2 23 setembro Outono 21 março 4
3 21 dezembro Inverno 21 junho 1
4 21 março Primavera 23 setembro 2
Figura 14a (BORBA; VIEGAS, 2001).
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Figura 14b – Fonte: www.geografiaparatodos.com.br/img/Estacoes%20do%20ano.jpg
Solstício: Este hemisfério receberá maiores radiações solares, seus dias serão mais longos e suas
noites mais curtas.
Equinócios: Os raios solares atingirão os dois hemisférios com a mesma intensidade, e os dias e as
noites serão iguais.
Solstício:Este hemisfério receberá maiores radiações solares, seus dias serão mais longos e suas
noites mais curtas.
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5 – Representação Cartográfica
5.1 – Introdução
Existem duas formas de representar graficamente a Terra: o globo e o mapa.
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, a quem mais se aproxima da
realidade, apesar de não ser a mais utilizada. Suas vantagens são:
1) Sendo esférico, dá uma idéia bastante real;
2) Mostra todos os continentes, seus oceanos;
3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias;
4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra;
5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão;
6) As distâncias serão mais exatas, pois não haverá distorções das projeções.
O mapa nada mais é do que uma superfície plana na qual a Terra é total ou parcialmente
representada. É mais utilizado devido à praticidade de manuseio e transporte, além de conter indicações
mais completas e minuciosas que o globo.
A linguagem do mapa é cartográfica, precisa de métodos científicos mais adequados para
melhor representar a Terra. A cartografia ocupa-se em analisar e desenhar os mapas e as cartas
topográficas de maneira mais adequada à sua utilização.
Os mapas podem ser:
• Temáticos: destinam-se ao estudo específico de determinados temas, como Geologia,
Demografia.
• Especiais: atendem a um público específico, de profissionais que têm no mapa um
instrumento de trabalho. Geralmente são mapas em grande escala.
• Gerais: quando atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas em pequena
escala.
5.2 – O Estudo das Projeções Cartográficas
A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a Terra,
para uma superfície plana, que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência, essa passagem, de
maneira imperfeita, infiel, com algumas alterações. O problema das projeções cartográficas exige,
portanto, uma grande dose de imaginação.
Todo mapa é um processo de alteração da superfície terrestre. Esta distorção
será maior quanto maior for a área cartografada.
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5.3 – Tipos de Projeções Cartográficas
• O Desenvolvimento de Uma Esfera
Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou parte de uma esfera) sobre um plano, observamos
que os limites externos de sua superfície são os mais sacrificados, apresentando maiores alterações,
enquanto que o centro da mesma não apresentará deformações. Portanto, o centro de uma projeção é a
parte – que pode ser um ponto ou uma linha (um paralelo ou um meridiano) – em verdadeira grandeza,
sem alterações de escala.
Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias que
tenham a propriedade de se desenvolver. Temos, então, que procurar figuras semelhantes à esfera, que
sejam passíveis de desenvolvimento.
O cilindro, o cone e o plano constituem esses tipos de figuras.
As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndricas; cônicas e
plano tangente ou azimutal.
Projeção Cilíndrica
Em uma projeção cilíndrica (Figura 15), observam-se as seguintes conseqüências:
Figura 15 - Projeção Cilíndrica (BORBA; VIEGAS, 2001).
• Apenas o Equador tangencia a superfície.
• As áreas próximas aos pólos e mesmo os pólos não têm possibilidade de serem projetadas na
superfície cilíndrica.
• Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais
comprimentos em relação ao Equador.
• O Equador é a única linha projetada que conserva a dimensão original.
As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de desenvolvimento,
através de projeções partidas do centro da esfera.
A projeção cilíndrica, também conhecida como Projeção de Mercátor, apresenta os paralelos e
os meridianos cruzando-se em ângulos de 90º e é bastante utilizada na navegação e na confecção de
mapas-múndi.
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Os paises localizados nas mais altas latitudes apresentam-se bastante deformados, ao contrário
daqueles situados ao longo ou próximo da linha do Equador, que apresentam pequenas alterações.
Projeção Cônica
Na projeção cônica (Figura 16), a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um dos
paralelos. São observados as seguintes conseqüências:
• A única linha de verdadeira grandeza é o paralelo de tangência.
• O pólo é projetado, graças à forma própria do cone.
• Os meridianos projetados se cruzam no pólo, semelhantemente ao que acontece na esfera.
• As linhas traçadas na esfera são projetadas para a superfície cônica de desenvolvimento a partir
de um certo ponto do interior da esfera.
Figura 16 - Projeção Cônica (BORBA; VIEGAS, 2001).
Observe a projeção cônica: os países que apresentam maiores distorções são aqueles
localizados próximos ao Equador.
Este tipo de projeção é ótima para representar mapas regionais, onde aparecem apenas
pequenas partes da superfície terrestre.
Projeção Plano Ou Azimutal
Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no plano, partidas de
um certo ponto do interior da esfera, a partir do pólo. São observados as seguintes conseqüências:
• Os meridianos, irradiando-se do pólo, são projetados em linha reta.
• À medida que se afastam do ponto de tangência - o pólo – o espaçamento e as dimensões dos
paralelos e dos meridianos crescem rapidamente.
• O pólo, ponto em que a esfera é tangente, é projetado no centro do plano.
• Os paralelos são arcos de círculos concêntricos, como na esfera terrestre.
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(a) (b)
Figura 17a - Projeção Plano Ou Azimutal (BORBA; VIEGAS, 2001).
17b – Idem. Fonte: http://www.professores.uff.br/cristiane/Estudodirigido/Cartografia/Figura%2012.JPG
A projeção azimutal destina-se a representar as regiões polares e suas proximidades.
Uma Projeção Fora dos Padrões
Projeção de Peters
Figura 18 – Projeção de Peters.
Fonte: http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/imagens/re_projecoes_2.gif
Na projeção de Peters, países e continentes recuperam suas verdadeiras proporções,
distorcidas por Mercátor.
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O Alemão Amo Peters (nascido em 1916) apresenta um mapa que valoriza o Terceiro Mundo. A
principal qualidade deste planisfério é que cada cm² dentro do formato 113 x 72 cm representa
exatamente 63.550 Km². Assim, as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as
outras, como ocorre nos mapas tradicionais. Outra boa qualidade é que a linha do Equador está
eqüidistante dos pólos e todas as regiões terrestres aparecem representadas.
Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre os tamanhos dos países.
A projeção de Peters não é uma projeção conforme. É uma projeção cilíndrica da área igual. Isso
significa que as áreas dos continentes e países aparecem em escala igual, conservando suas
dimensões relativas.
Compilado dos livros:
Tibúrcio, J. Arnaldo e Coimbra, P. Geografia.
Uma Análise do Espaço Geográfico –
Harbra e Magnoli, D. e Araújo, R. A
Nova Geografia – Moderna.
5.4 - Classificação das Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas devem cumprir determinadas condições, objetivando a construção do
mapa ideal.
1º) Conformidade – manter a verdadeira forma das áreas a serem representadas.
2º) Equivalência – manter inalteradas as dimensões relativas das áreas cartografadas.
3º) Eqüidistância – manter a constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e
as distâncias dos seus correspondentes.
As projeções cartográficas podem ser classificadas:
a) Conformes: não deformamos os ângulos, não deformando pequenas áreas. Os paralelos e os
meridianos se interceptam em ângulos retos.
b) Equivalentes: têm a propriedade de não deformar as áreas, conservando, quanto à área, uma
relação constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Para conseguir a
equivalência de áreas, a forma será sacrificada, sendo deformada.
c) Eqüidistantes: não apresentam deformações lineares, isto é, os comprimentos são
representados em escala uniforme.
d) Azimutais: resolvem apenas um problema, aquele que nem uma projeção equivalente nem uma
projeção conforme soluciona; o de cartografar as direções da superfície terrestre. Destinam-se,
invariavelmente, a mapas especiais construídos para fins náuticos ou aeronáuticos.
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5.5 - A representação dos Aspectos Físicos e Humanos nos Mapas
A representação dos diversos aspectos físicos e humanos nos mapas pode ser feita por meio de
vários processos: graduação de cores, linhas, hachuras, sombreamento e sinais gráficos. Para facilitar
seu manuseio, todo mapa deve conter uma legenda, que explica o significado dos símbolos utilizados.
As cores utilizadas são determinadas por convenções
• Altimétricas
• Hipsométricas
• Batimétricas
• Planimétricas
Hipsométricas Batimétricas
Terras emersas
Tons de verde – 200m Terras submersas tons de azul.
Tons de amarelo – 200 a 500m A cor azul é usada da cor clara à mais escura,
Tons de laranja – 500 a 2.000m indicando profundidade maiores.
Tons de marrom - + 2.000m
Branco - + 4.000m
Quando são usadas para representar aspectos localizados na superfície terrestre, cores básicas.
Exs.:
Vermelho = correntes marinhas, estradas rodoviárias.
Azul = aspectos relacionados a água.
Preto = cidades, vilas, limites, etc.
Verde = vegetação, cultivos.
5.6 - Símbolos Convencionais
Legendas
A linguagem do mapa baseia-se no uso correto dos símbolos. Qualquer símbolo representado
precisa de quatro itens principais.
• Apresentar uniformidade.
• Facilitar a compreensão.
• Apresentar-se com fácil leitura.
• Apresentar-se preciso.
Isolinhas
As isolinhas unem pontos de igual valor, relacionados ao que está sendo representado, e
recebem nome diferentes, dependendo do aspecto que foi cartografado.
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Isoieta: linha que une os dois pontos de igual precipitação.
Isóbata: linha que une os pontos de igual profundidade, abaixo do nível do mar.
Isóbara: linha que une pontos de igual pressão atmosférica.
Isoterma: linha que une os locais de igual temperatura.
Isoípsa: linha que une os pontos de igual altitude, acima do nível do mar.
Isoígra: linha que une pontos de igual unidade atmosférica.
Isócrona: linha que une pontos de horas iguais.
Curvas de nível
São linhas traçadas num
mapa que unem os pontos do
relevo de uma mesma altitude
(isoípsa).
Sabendo-se as altitudes do
relevo, é possível representa-lo.
Veja o desenho: sua escala vertical
é de 2 mm, isto é, cada 2 mm no
desenho da elevação significa 10
metros de altitude.
Observe, também, que as
cotas entre as isoípsas
representam a mesma altitude, ou
seja, 10 metros.
Volte a observar o desenho
a seguir.
A diferença de nível entre
duas curvas é quase sempre a
mesma. Se duas curvas se
aproximam, é sinal de que o 2 mm = 10 m
declive inclinação do terreno é Figura 19 - Construção de um perfil Topográfico ou de Curvas de Nível.
maior; caso se afastem, o declive é Fonte: Noções básicas de Geografia Geral e do Brasil – Melhem Adas
mais suave, menos abrupto. – Ed. Moderna.
6 – Escala
O mapa é uma relação de lugares e toda a representação mantém uma certa relação de
tamanho (proporção) com o objetivo representado.
Existem duas maneiras de se indicar as proporções entre o mapa e o mundo real, porém, antes,
vamos guardar a frase abaixo:
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Escala é relação especial de equivalência entre as medidas reais do terreno e a sua representação
reduzida no mapa.
As escalas podem ser: 1) Numérica ou 2) Gráfica.
6.1 – Escala Numérica
Usa-se por convenção 1 centímetro e o número seguinte quantas vezes o espaço foi reduzido.
Por exemplo:
Em um mapa cuja escala é de 1: 100 000 (lê-se um por cem mil), a medida de 1 cm no mapa
equivale a 100000 cm no terreno.
Escala Numérica: quando a relação é expressa em números. É representada por uma fração.
Ex.: 1: 100 000 ou 1 ou 1 / 100 000
100 000
6.2 Escala Gráfica
É uma linha graduada na qual as marcas que indicam a distância estão escritas com os valores
observados no terreno. Nesta escala não é necessário que o tamanho do segmento seja equivalente a 1
cm.
Por exemplo:
0 10 20
quilômetros
Ou
0 5 10 15 20
quilômetros
Você percebeu que no primeiro exemplo 2 cm correspondem a 20 Km e, no segundo exemplo,
0,5 mm é igual a 5 Km.
Veja agora o exemplo abaixo:
se precisar passar esta escala para a numérica?
0 1 2 km Se precisar passar esta
Escala para a numérica?
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0 1 2 Km = 2 cm – 2 Km, ou seja
1 cm = 1 Km = 1:100 000
Por que cinco zeros?
A escala usa o sistema métrico decimal.
1 cm
10 cm = decímetro
100 cm = 1 metro
1 dam = 10 metros
10 dam = 100 metros = 1 hectômetro
10 hm = 1000 metros = 1 quilômetro.
Ou seja, tanto no sistema gráfico como no numérico, o mapa desenhado foi reduzido 100.000
vezes.
A escala numérica ainda pode ser:
Simples:
0 100 200 Km
Dupla:
0 50 100 150 200 Km
6.3 - Reprodução de Escala Numérica
Veja este exemplo:
Por exemplo: 1 5 000 000, quanto vale 1 cm? 1 : 5 750 000
6.4 - Relação Entre os Diferentes Tipos de Escala
Não existe uma escala melhor que outra, a escolha é determinada segundo os seguintes itens:
• finalidade do mapa;
• conveniência da escala.
Devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala; ou seja,
quanto maior for a escala, maior será a riqueza de detalhes.
Existem três grupos principais para as escalas, dependendo de sua finalidade.
Escala Pequena Escala Média Escala Grande
Acima de 1:250 000 usada em Entre 1:25000 a 1:250 000 1:20 a 1:20000 usada em
mapas e Atlas Geográficos e usadapara a confecção de mapas plantas residenciais e projetos
Globo topográficos. arquitetônicos maiores.
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6.5 - Cálculo de Escala
Na utilização de mapas, surgem algumas dificuldades com relação a três elementos:
- a medida no terreno, ou distância real (D);
- a medida no mapa, ou distância gráfica (d);
- o denominador da escala (E).
Conhecendo-se dois desses elementos, o terceiro será conhecido através de cálculos simples,
utilizando-se as seguintes fórmulas:
1 - Distância real D D = E x: Veja: D
2-Distância no mapa d=D—E Ed
3-Conhecer a escala E~I~
7 - DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
7.1 - Fotografia Aérea
A palavra aerofotogrametria vem de aero + fotografia + metro. É uma técnica de fotografia aérea, de
partes da superfície da Terra, cujas imagens, impressas em papel fotográfico, permitem a
elaboração de mapas.
Prof. Melhem Idas
A aerofotogrametria é “a ciência ou a arte da obtenção de medições fidedignas por meio da
fotografia.”
Predomina hoje na produção cartográfica, não atendendo apenas aos cartógrafos, mas também a
uma extensa série de técnicos ou especialistas que se utilizam da cartografia no desempenho de suas
funções, como: engenheiros, urbanistas, militares, geólogos, geógrafos, oceanógrafos, meteorologistas,
agrônomos, entre outros tantos.
A fotografia aérea resulta de um grande número de especificações, normas e cuidados relativos aos
seguintes pontos:
• As condições atmosféricas para o voo.
• A lente e a câmara utilizada.
• O filme utilizado.
A fotografia aérea pode ser classificada por:
• Cores, dando preferência ao preto e branco.
• Sistema ótico, em simples ou múltiplos.
• Verticalização ou posição oblíqua da câmara fotográfica.
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Itens importantes para analisar fotografia área
Nas fotos aéreas, os vários tons da cor cinza representam os elementos da paisagem:
• cinza escuro: estradas pavimentadas;
• cinza claro: estradas não-pavimentadas;
• branco: areia;
• cinza bem escuro: vegetação;
• aparência espelhada: água.
• A textura (maior ou menor variação da tonalidade) constitui um importante indicador de como se
localiza o solo na agricultura.
• Os diversos tipos, tamanhos e densidades das estradas são facilmente reconhecíveis em uma
fotografia aérea, sendo bastante útil nos estudos urbanos e nos transportes.
• As condições atmosféricas são primordiais para a execução de um vôo. Há regiões em que é
possível encontrar condições satisfatórias durante vários meses do ano; outras, entretanto, raramente
favorecem esse tipo de trabalho, estando quase sempre cobertas de nuvens.
• A posição do Sol é outro fator de grande importância para não prejudicar detalhes importantes:
o excesso de sombras e o Sol a pino são prejudiciais para a obtenção de fotos adequadas à correta
fotointerpretação e utilização técnica dos dados fotog rafados.
A fotointerpretação consiste na análise dos dados apreendidos numa fotografia aérea, com o
propósito de identificá-los, descobrir detalhes, analisá-los e estabelecer suas inter-relações.
As fotos aéreas trazem a escala indicada na foto. Na ausência de escala, esta é deduzida, sabendo-
se a altura do vôo e a distância focal da câmara.
7.2 - Sensoriamento Remoto
O conjunto de diversas técnicas (tecnologia espacial, o acesso global do planeta, a eletrônica, a
telecomunicação, o tratamento das informações) para estudar a Terra, tanto na parte continental
quanto na oceânica e atmosfera, sem• o contato direto com elas, denomina-se sensoriamento remoto.
(TIBURCIO, J. ARNALDO, COIMBRA, PEDRO. ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. PAG. 275 - ED. HARBRA).
Os sensores são capazes de coletar energia .1 proveniente do objeto e convertê-la em sinal passível
de ser registrado. A transferência de dados do objeto para o sensor é feita através de energia.
O sensoriamento remoto, aplicado ao estudo da superfície terrestre, fornece a possibilidade da
obtenção de informações de grande importância na utilização efetiva e na conservação dos recursos
naturais.
Remoto se refere à questão de posição no espaço ou no tempo, sendo, portanto, relativo.
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7.3 - As Estações Receptoras Terrestres
As imagens captadas pelos satélites são convertidas em sinais eletromagnéticos, armazenados em
fitas e, depois, irradiados de volta a uma estação terrestre ou retransmitidos por outro satélite ou, ainda,
transmitidos diretamente para uma estação terrestre. Existe no Brasil, uma estação de recepção,
implantada em Cuiabá, que opera desde 1973. A localidade foi escolhida por tratar-se do centro
geográfico da América do Sul. Os dados são recebidos através de uma antena parabólica e gravados em
fitas magnéticas de alta densidade. Depois, são enviadas, através de vôos comerciais, para o laboratório
em São Paulo. O laboratório de processamento de imagens temafunção de transformar os dados em
imagens compatíveis com o computador, sendo enviados, então, para os usuários.
Principais aplicações
Avaliação de Recursos Hídricos
Pode ser feita através do estudo dos componentes do ciclo hidrológico e de suas relações, avaliando
as taxas de movimentação da água, a sua quantidade e qualidade no interior de cada subsistema do
ciclo hidrológico.
Ex.:
• Recursos marítimos de pesca, usados em grande escala pelos navios japoneses.
• Controle de descargas contendo solventes químicos.
• Distribuição da umidade, etc.
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Exercícios – Questões de Vestibulares
01) (PUC/02) O perfil geomorfológico a baixo possui quatro pontos, numerados de 1 a 4, e representa
um corte leste-oeste no continente sul-americano, em torno de 200 lat. Sul, ou seja, na latitude
aproximada de Belo Horizonte. Essa região, portanto, está inserida na zona intertropical do globo
terrestre.
Os pontos 1 e 3 encontram-se separados por A 3 cm no perfil geomorfológico. Considerando-se que sua
escala aproximada é de 1 :400 km, a O distância linear entre os pontos 1 e 3 está corretamente
expressa em:
a) 120 km c) 1200km b) 400km d) 1400km
02) O território brasileiro possui quatro fusos horários, sendo que pouco mais de 50% têm sua hora
oficial (normal) regida pelo meridiano de 4500 Gr, aí estão incluídos os Estados:
a) do Acre e de Alagoas.
b) do Pará e Mato Grosso.
c) do Mato Grosso do Sul e Pará.
d) de São Paulo e Minas Gerais.
03) (UFPE) De acordo com o mapa, afirma-se que:
I. Pequena parte do território brasileiro acha-se no hemisfério setentrional.
II . A maior parte do território brasileiro fica na Zona lntertropical.
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III. Tanto o extremo oeste quanto o extremo leste do país estão situados, em longitude, a oeste do
meridiano inicial de Greenwich.
IV. O Braisl está inteiramente localizado no hemisfério oriental.
V. No território brasileiro, predominam características de clima subtropical.
São verdadeiras:
a) I,II e III. c) III, lV e V. b) II, III e IV. d) II, IV e V.
04) (UFPI) - A “HORA LEGAL” (“HORA DE BRASÍLIA”) do País:
a) está “atrasada” 3 horas de Greenwich por estar no 3º fuso horário brasileiro e a oeste de tal
meridiano.
b) está “adiantada” em 3horas de Greenwich por estar no 3º fuso horário brasileiro e a leste de tal
meridiano.
o) está “atrasada” em 3 horas de Greenwich, porque Brasília está no 2º fuso horário brasileiro.
d) está “atrasada” em 2 horas de Greenwioh, porque Brasília está no 3º fuso horário brasi lei ro.
As questões 08 e 09 referem-se ao mapa abaixo:
05) (UFPA) Observando-se o mapa podemos afirmar que:
a) A capital de Roraima, assinalado no mapa com A, é Boa Vista, enquanto a capital do E é Rio Branco.
b) Os Estados E, C e D são atravessados pela linha do Equador.
c) O maior Estado brasileiro é o Amazonas, identificado no mapa por D.
d) São estados interioranos na Região Norte A, C, D e E.
06) (UFPA) - Na cidade de Belém, situada no Pará, são 8 horas. Que horas serão nos Estados
identificados no mapa com O e E?
a) 8 e 9 horas.
b) b)10 e 11 horas.
c) 8 e 7 horas.
d) 7 e 6 horas.
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07) Em Brasília são 24 horas do dia 13 de maio. Que horas são, respectivamente, em Cuiabá, a 60º
oeste de GMT, e Recife, a 45º oeste de GMT?
a) 1 e 2 horas do dia 14 de maio.
b) 24 horas e 1 hora do dia seguinte.
c) 23 horas e 24 horas do mesmo dia.
d) 20 horas e 21 horas do mesmo dia.
08) (UnB) - Convencionou-se dividir a Terra em 24 fusos horários, cada um abrangendo 15º de
longitude. A hora legal, em qualquer localidade situada num desses fusos, corresponde à hora local
a) da capital que se situa no fuso.
b) do meridiano mais oriental.
c) do meridiano que passa pelo centro do fuso.
d) do meridiano mais ocidental.
09) (UNIP) - O Trópico de Capricórnio atravessa:
a) sul de SP, MT, GO e norte do PR.
b) norte de SP, sul de MI e norte do PR.
c) sul de GO e norte de SP.
d) sul de MS, SP e norte do PR.
10) Considerando as escalas: 1:100.000 e 1:5.000.000, é correto afirmar que:
a) a primeira é uma pequena escala e a segunda é uma grande escala.
b) a primeira é uma média escala e a segunda uma pequena escala.
c) ambas são grandes escalas.
d) ambas são pequenas escalas.
11) Num mapa de escala não citada, a menor distância entre São Paulo e Rio de Janeiro é de 4 cm.
Sabendo-se que a distância real entre ambas éde 400 km, em linha reta, é correto afirmar que o
mapa foi feito na escala de
a)1:40.
b) 1 :10.000000.
c) 1:800.000.
d) 1:5.000.000.
12) Dentre as escalas dadas, a alternativa que possibilita um mapeamento detalhado é:
a) 1:5.000.
b) 1:50.000.
c) 1:100.000.
d) 1:200.000.
13) Considerando-se que uma área foi mapeada na escala de 1:75.000 e desejando-se ampliar 5 vezes
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a referida carta, a escala a ser utilizada será de:
a)1:15.000. c) 1:1.500. b) 1:375.000. d) 1:7.500.
14) Em relação às linhas imaginárias que permitem a localização de um ponto na superfície da terra,
todas as afirmativas estão corretas, exceto:
a) Os meridianos são linhas que unem os dois pólos.
b) Os paralelos diminuem de extensão do Equador para os pólos.
c) Os meridianos possuem todos a mesma extensão.
d) Os paralelos de maior dimensão são os trópicos.
15) A distância real entre São Fransico e Nova Iorque é de 4.200km. A distância sobre a carta é de 105
mm. Com base nesses dados, assinale a alternativa que indica corretamente a escala desse mapa:
a) 1:400.000.
b) 1:4.200.000.
c) 1:40.000.000.
d) 1:10.500.000.
16) Na rosa-dos-ventos abaixo, os pontos sub-colaterais “ENE” e “SSW” são indicados, respectivamente,
pelos números:
a) 2 e 10.
b) 2e 12.
c) 3 e 11.
d) 4e10.
Gabarito
01) C 02) D 03) A 04) C 05) A 06) d 07) C 08) C
09) D 10) B 11) B 12) A 13) A 14) D 15) C 16) D
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34. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus VIII - Varginha
8. A NOVA ORDEM MUNDIAL
8.1 - A Guerra Fria
“É consenso considerar 1947 (...) o ano em que se iniciou a Guerra Fria, quando os Estados
Unidos lançaram as bases da Doutrina Truman e o Plano Marshall. Em 11 de março de 1947, o
presidente norte-americano Harry fez um discurso propondo a concessão de créditos para a Grécia e a
Turquia, com o objetivo de sustentar governos pró-ocidentais naqueles países. Ao proferir esse discurso,
lançava a doutrina que levaria seu nome.
O pressuposto geopolítico fundamental da doutrina Turman era a contenção do socialismo.
Desenvolvida pelo então conselheiro da embaixada norte-americana em Moscou, George F. Kennan, a
idéia básica era impedir o expansionismo da União Soviética, fazendo alianças com outros países para
isola´-la. Completamente a Doutrina Turman, o secretário de Estado norte-americano, George C.
Marshall, idealizou um plano de ajuda econômica para acelerar a recuperação dos países da Europa
ocidental. Além de frear a influência comunista, ainda tinha como objetivo recuperar mercados para
produtos e capitais norte-americanos. (...).
O mundo da Guerra Fria foi marcado pela bipolarização de poder entre estados Unidos e União
Soviética, que buscavam ampliar suas respectivas zonas de influência. Mergulharam em uma acirrada
corrida armamentista, na tentativa de chegar a um equilíbrio de forças, a uma paridade bélica. Como
bem definiu o cientista político francês Raymond Aron: “Guerra Fria, paz impossível, guerra improvável”.
A paz era impossível porque as superpotências apresentam, sob vários aspectos, um antagonismo
latente. No entanto, a guerra era improvável porque, caso ocorresse, significaria o fim de todos, sem
vencedores. Em suma, o que garantiu a paz durante esse período foi à premissa da mútua destruição
assegurada. Imperou a “paz armada!” As armas eram construídas, as nunca usadas, servindo apenas
como instrumento de dissuasão. Era somente pelo poderio destrutivo de suas armas convencionais e
nucleares que esses dois países eram chamados de superpotências, e isso se revelou válido
principalmente para a união Soviética. (grifo nosso)
Fonte: SENE, E. e MOREIRA, J. Carlos, Geografia – Espaço Geografia e Globalização.
8.2 - O MUNDO BIPOLAR
O poder das nações do mundo é comprovado no momento de destruição que uma guerra
representa. Nesse momento, quem detém maior conhecimento técnico destrói mais e amedronta
aqueles que não possuem o mesmo poder destrutivo. Esse fato aconteceu em vários momentos do
desenvolvimento do homem, em sua caminhada evolutiva, desde seu aparecimento na superfície da
Terra.
Um desses momentos difíceis foi a Segunda Guerra Mundial.
A maioria dos países envolvidos no confronto eram países centrais, que foram a campo
comprovar seu poderio. Já os periféricos se tornaram participantes devido às suas ligações de
dependência com algum dos países centrais envolvidos na guerra.
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35. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus VIII - Varginha
O fim da guerra deixa no ar um “empate técnico” entre duas nações que se destacaram no
conflito: os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Nos cinqüenta
anos seguintes, essas duas nações dividirão o mundo entre si.
O mundo dividiu-se em dois grandes blocos. É o mundo bipolar:
um bloco, ocidental, capitalistas, liderado pelos EUA.
um bloco, oriental, socialista liderado pela URSS.
Duas nações são os pólos de atração dos povos de todo o mundo. Todos os outros países,
direta ou indiretamente, se transformaram em seus “satélites”, girando sob a força de sua atração.
Essas nações apresentam duas maneiras antagônicas de gerenciar os e cursos da Terra: uma
forma já bastante conhecida, que é o sistema capitalista, defendido pelos EUA, e uma nova forma,
desenvolvida no século XVIII e implantada na segunda década do século XX, durante o período da
Primeira Guerra, que é o sistema socialista defendido pela ex-URSS.
Não será apenas no mundo das idéias que EUA e URSS irão se enfrentar. Para impor seu
modelo socioeconômico, as duas nações irão se valer de técnicas desenvolvidas para disseminar o
terror. É o domínio de medo da extinção total da vida no planeta. Nesse momento, era preciso escolher
entre p terror e a coexistência pacífica.
São criados blocos militares, agrupando os países aliados das duas potências: a OTAN-
Organização do Trabalho do Atlântico Norte-liderada pelos países anticomunistas, e, em resposta, o
pacto de Varsóvia, integrado pelos países sob influência da ex-URSS.
O mundo bipolar é marcado pela Guerra Fria, denominação do período em que o mundo não
estava mergulhado em uma guerra mundial declarada, mas que havia sempre possibilidade concreta de
ela existir.
Inicia-se no tempo da Segunda Guerra, com a explosão pelos EUA das bombas sobre Hiroshima
e Nagasaki, um processo em que as duas nações vão se equipando cada vez mais, com armas mais e
mais sofisticadas. Não se trata de guerra convencional. Ela independe de haver homens se enfrentando.
Não são necessários soldados, mas todos os cidadãos estão envolvidos.
No decorrer da corrida bélica, as duas nações tornaram-se capazes de se destruir
simultaneamente, sem sair de seu território, atingindo a outra pelo espaço aéreo, através de um simples
apertar de botões lança-mísseis intercontinentais. Essa ameaça não se restringe ao enfrentamento das
duas potências e a sua conseqüente destruição: envolve todo o restante do planeta. Numa guerra desse
porte, toda a Terra estaria destinada ao extermínio.
As duas potências máximas da Terra se equipam, cada uma, de forma a fazer frente aos
avanços técnicos da outra. Esse período foi marcado pela ocorrência de várias frentes de batalha no
mundo, nas quais as duas superpotências experimentavam suas técnicas mais recentes de poder
destrutivo. É o enfrentamento em terras distantes, dos países periféricos; a guerra da Coréia, nos vários
países africanos novos, no Vietnã, com intromissão das duas potências nas várias “revoluções” internas
dos países.
A disputa por maior domínio territorial é levada ao espaço. É o momento dos grandes avanços
espaciais, das conquistas espaciais, da corrida espacial.
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Geografia - Professor: Manoel Antônio Cardoso. 31
36. Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - Campus VIII - Varginha
A URSS inicia este processo, lançando ao espaço o primeiro artefato humano: o satélite Sputnik
I, lançado em 4 de outubro de 1957. Logo depois, a mesma URSS lança o primeiro satélite com um
serviço: o Sputnik II, levando a cadela Laika, em 3 de novembro de 1957. Laika passou dez dias em
órbita da Terra, mas morreu quando o oxigênio do compartimento onde estava se esgotou.
A era das viagens espaciais tripuladas tem início também na URSS, quando, em 12 se abril de
1961, Iuri Gagarin foi lançado ao espaço a bordo da Vostok I. Gagarin completou uma volta ao redor da
Terra.
Após esse início espetacular das viagens espaciais pela URSS, os EUA tomam a decisão de
serem os primeiros a colocar um homem em solo lunar. Isso acontece em 20 de julho de 1969, quando a
nave Apollo 11 leva à Lua os astronautas americanos Armstrong, Aldrin e Collins.
As viagens espaciais têm continuidade, evoluindo para as estações espaciais com fins
científicos.
O auge da disputa entre as duas potências acontece com o programa “Guerra nas Estrelas”. Os
satélites são então utilizados para detectar o poderio militar da outra nação e como instrumento de
defesa contra mísseis nucleares. O programa gerou muita polêmica e protestos e não teve continuidade.
Os conhecimentos adquiridos com as conquistas espaciais permitiram o avanço das técnicas de
comunicação e a utilização na transmissão de imagem e som a longas distâncias.
Em terra, as duas nações dividem o espaço, conquistando, cada vez mais, novos aliados.
A primeira grande divisão se dá no território da Europa. Ela é dividida em: Europa Ocidental –
sob a influência dos EUA – e a Europa Ocidental - sob a influência da URSS. O marco simbólico dessa
divisão é o Muro de Berlim, que foi construído em 1961, para bloquear a parte oriental da cidade de
Berlim, sob o domínio soviético, na tentativa de evitar a infiltração da influência norte-americana da
porção ocidental.
O processo de descolonização dos países dependentes da África e da Ásia, desencadeado após
a Segunda Guerra, estabelece uma corrida em busca da colonização sociopolítica. As duas potências
disputam cada um dos países recentemente independentes, procurando colocá-los sob sua esfera de
influência.
Na Ásia, a China, o Vietnã do Norte e a Coréia do Norte alinham-se à URSS. As nações
africanas têm menor peso, uma vez que se encontram mais desorganizadas politicamente. A China
consegue desenvolver a bomba nuclear, tornando-se um dos membros do fechado clube de países
detentores do poder nuclear. Sua independência em relação ao domínio soviético instala um certo
equilíbrio entre as duas superpotências.
Alguns países periféricos da África e da Ásia, numa conferência realizada em Bandung, na
Indonésia, formam o grupo dos países não-alinhados, países que pretendem manter uma eqüidistância
das duas megapotências. Aqui aparece a noção de “Terceiro Mundo”: países diferentes, com problemas
iguais, buscando definir rumos de desenvolvimento não atrelado aos modelos impostos pelas nações
líderes mundiais. Em Bandung está o reforço de uma nova divisão do mundo:
Desenvolvido Capitalista
Desenvolvido Socialista
Subdesenvolvido
Curso Pró-Técnico. Disciplina: Geografia - Professor: Manoel Antônio Cardoso. 32
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A economia cresce muito nos anos do pós-guerra. Entretanto, a crise do petróleo, desencadeada
pelos países produtores do Oriente Médio e outros, causa uma crise econômica que atinge,
indistintamente, países desenvolvidos e subdesenvolvidos, capitalistas e socialistas. A crise econômica,
iniciada nos anos 70, vai repercutir na década de 80, conhecida como “década perdida”. Estão criadas
as condições para o término do mundo bipolar.
Junto com a crise econômica, vem a crise política, que apresenta sintomas mais fortes no bloco
dos países socialistas, aliados à ex-URSS. Os países da Europa Oriental, um a um, firmam sua
independência das normas socialistas, tanto no nível político quanto no nível econômico. O
enfraquecimento político e as dificuldades econômicas internas causam sérios problemas ao socialismo
soviético. Apesar de grandes modificações internas, tanto na questão política com a glasnot, quanto na
questão econômica com a Perestroika, o Partido Comunista da ex-URSS não consegue manter a
unidade da nação. E a URSS deixa de existir em 1991.
A questão do Muro de Berlim, em 1989, e a reunificação da Alemanha marcam o fim do mundo
bipolar.
8.3 – Um Mundo Multipolar – O Estabelecimento de uma Nova Ordem
Norte e Sul
Com a crise econômica dos anos 80, o mundo conhece nova divisão: o mundo Note/Sul.
Esta divisão Norte/Sul não obedece à divisão clássica estabelecida pela Geografia Física,
levando em consideração o Equador. Não se referem aos hemisférios Norte e Sul. Também não faz uma
divisão baseada em domínios climáticos. O mundo Norte/Sul, geograficamente, encontra-se ao norte do
Trópico de Câncer, porém não obedece ao seu traçado. Obedecem aos contornos políticos dos países
que fazem parte de um dos blocos. Reforça a divisão do mundo em países desenvolvidos e
subdesenvolvidos.
A composição política dos dois blocos não é muito fácil de ser feita. Os países conhecidos
anteriormente como pertencentes ao mundo socialista ainda não foram suficientemente analisados e
conhecidos para serem catalogados como pertencentes a um dos blocos. Os problemas internos
enfrentados por eles, após a desagregação do modelo soviético, trazem dificuldades para o seu pleno
conhecimento.
Com a queda do sistema socialista, resta, inicialmente, a alternativa do sistema capitalista, que
se fortalece, não por seus próprios méritos, mas principalmente que lhe fazia oposição e servia como
comparação.
A força renovada do capitalismo faz crescer a desigualdade entre os povos. Fica clara a
diferença entre ser um país pobre e ser um país rico, não tendo então a menor importância o sistema
sociopolítico adotado pelas nações, uma a uma.
Enquanto o mundo bipolar era mantido sobre a força e o conhecimento dos meios de destruição,
o mundo Norte/Sul tem sua base estruturada sobre o poder econômico.
Nações que estiverem distantes do poder, durante o período anterior, agora fazem valer o eu
poderio econômico. É o momento do ressurgimento de países, como a Alemanha e o Japão, que de
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dependentes que eram, aliados ao bloco capitalista, aparecem no cenário mundial como grandes
potências econômicas.
A pobreza da maioria das nações do mundo fica cada vez mais aparentes. As graves crises de
fome de diversos países africanos, como o Sudão, Etiópia, Eritréia, já não são socorridas. Às voltas com
seus próprios problemas econômicos internos, as grandes potências já não mais precisam se preocupar
com um possível alinhamento de nações ao bloco inimigo, pois este deixou de existir.
É um período em que está estabelecida a nova ordem mundial.
Os diversos problemas mundiais agora são vistos como um enfrentamento entre povos ricos e
pobres do planeta.
Esse enfrentamento pode ser notado em diversos momentos: os ricos – não desejando perder
sua posição econômica – criticam seriamente os povos pobres, colocando a responsabilidade da
pobreza generalizada sobre os próprios pobres. Não conseguem – ou não querem – ver que a causa
principal de tão grande desnível econômico entre povos está diretamente ligada a processos de
dominação e de dependência, estabelecidos séculos atrás.
Procuram justificativas para a pobreza no grande crescimento populacional dos países pobres: é
como se o número de filhos nas famílias fosse o responsável pelo aumento da pobreza.
O crescimento populacional nos países pobres é um dos problemas encarados pelos países do
Norte sob um ponto de vista um tanto incorreto, trazendo á tona à carência alimentar. Esquecem-se de
que os medicamentos eficazes no combate à mortalidade foram criação sua e por eles distribuídos, na
busca de mercados consumidores.
A forma é atribuída ao despreparo dos povos pobres para a prática agrícola. Esquecem-se de
que durante séculos, aqueles povos foram induzidos pelo mercado externo, dominado pelos países
ricos, a produzir apenas para a exportação. Sendo os maiores produtores mundiais de alimentos, os
ricos transformam a comida em arma de controle econômico das nações submetidas.
Os grandes problemas ambientais que assolam o mundo são debitados aos países pobres,
colocados no panorama mundial como os principais responsáveis pela exaustão dos recursos naturais
do planeta. Os países ricos esquecem-se, convenientemente, de que seu desenvolvimento tecnológico
se deu a partir da exploração desses recursos em seu território e, posteriormente, nos países pobres,
que são seus fornecedores de matérias-primas ao longo do tempo.
Uma amostra desse comportamento pode ser vista no desenrolar do processo de “salvação” das
grandes reservas florestais do mundo, quando são espalhadas pelo planeta idéias pouco científicas de
que o mundo pobre estaria, Poe exemplo, acabando com o “pulmão do mundo”, como ficou conhecida
pelos meios de comunicação a Floresta Amazônica. Outra amostra, bem significativa, é o aumento de
gás carbônico na atmosfera da Terra, cuja responsabilidade recaiu sobre os ombros dos povos pobres,
por praticarem queimadas de áreas florestais para a atividade da agricultura. Os povos ricos se
esquecem de que a maior parte do gás é proveniente da queima de combustíveis fósseis dos motores de
automóveis e de que a maior parte absoluta dos veículos está concentrada nos países do Norte.
As conferências mundiais do Meio Ambiente, em 1992- ECO 92, da população, em 1994, no
Cairo, e a da Mulher forma tratadas dentro do enfoque de um mundo dividido entre pobres e ricos.
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Nos anos 90, fica clara a nova divisão mundial: um mundo rico, localizado ao norte, composto de
uns poucos países centrais, pólos de decisão político-econômica, identificados ao longo dos séculos; e
um mundo pobre, ao sul, composto de uma infinidade de países de povoamento muito antigo, mas de
reconhecimento político recente.
8.4 - A NOVA ORDEM MUNDIAL
No final da década de 80, com a desintegração do sistema socioeconômico socialista, tem fim a
divisão do mundo bipolar, estabelecida ao final da Segunda Guerra. Não existem mais as condições de
oposição entre os dois sistemas defendidos pelas grandes nações: USA e URSS.
A União Soviética deixa de existir. Os Estados Unidos enfrentam problemas internos,
atravessando séria crise econômica, resultado da “década perdida”. Porém, como a antiga divisão do
mundo estava estabelecida no poderio político-militar, os Estados Unidos apresentam-se, no primeiro
instante da queda da bipolaridade, como a única nação hegemônica do mundo. É a única nação que
mantém um certo controle sobre as outras, baseada no seu poder de armamento. Essa situação de
único líder mundial, porém, dura pouco tempo. Logo são reconhecidas condições para o estabelecimento
de uma Nova Ordem Mundial.
A nova Ordem Mundial é estabelecida sobre uma ordem econômica, sobre o domínio do
conhecimento e sobre o domínio de desenvolvimento tecnológico.
A tecnologia e o poder econômico trazem de volta ao panorama político mundial nações que
haviam sofrido o domínio político-militar no mundo bipolar. O Japão e a Alemanha ressurgem no cenário
mundial.
A tecnologia japonesa – desenvolvida sobre os escombros da Segunda Guerra – ao longo dos
anos de reconstrução deixa o país na confortável posição de uma das nações mais desenvolvidas do
mundo. Seu arsenal de novidades, iniciado com um simples rádio de pilhas portátil, invade todos os
quadrantes do planeta. Poucas nações estão em condições de competir com o preço dos produtos
japoneses. Tendo por base uma mão-de-obra altamente especializada, barata e dócil, empenhada na
reconstrução da pátria, o parque industrial japonês tem condições de oferecer produtos de alta
qualidade, acabamento e precisão a pecos incompatíveis com seus similares fabricados em outros
lugares. Os produtos japoneses vencem em todos os mercados. O Japão apresenta uma situação
econômica invejável perante as nações: é o único país a atravessar a “década perdida” apresentando
lucros, não dívidas. A primeira impressão que se tem dos anos 90 é a de que o Japão será o grande pólo
da Nova Ordem Mundial.
A Alemanha capitalista, no período posterior á Segunda Guerra, refaz-se dos prejuízos
econômicos e torna-se a nação européia mais equilibrada economicamente nos anos 80. Prepara-se
para ser um dos líderes da Europa Unificada. Porém, sofre sérias perdas econômicas com a
reunificação. Ao tornar a si a responsabilidade de dar ao povo alemão uma única pátria, a Alemanha
Ocidental arca também com o ônus econômico. Os gastos são enormes. Porém, já nos meados da
década de 90, a Alemanha. Já reunificada, refaz-se dos gastos econômicos da reunificação. Enfrenta
para todos tipos de problema, como a falta de emprego para todos os alemães, o que cria situações de
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extrema aversão aos estrangeiros, que estão trabalhando ou mesmo morando na Alemanha (xenofobia).
É a Alemanha para alemães.
8.5 - O Neoliberalismo
A derrocada do socialismo dá novo vigor ao capitalismo. As nações ricas capitalistas do mundo
buscam no neoliberalismo a forma ideal do capitalismo. Os principais expoentes da política neoliberal
são os EUA, com a política agressiva, modelo Rambo, do ex-presidente Ronald Reagan, e a Grã-
Bretanha, com o modelo político da dama de Ferro, a ex-primeira ministra Margaret Thatcher.
O neoliberalismo é uma doutrina econômica, elaborada na década de 30, para adequar o
capitalismo às novas condições do século XX. É retomado no fim das décadas de 70 e 80, procurando
dar novas forças ao capitalismo. Para a política neoliberal, o Estado deve intervir indiretamente na
economia, deixando que as leis do mercado sejam a principal forma de orientação econômica. Também,
para o neoliberalismo, o Estado não deve exercer funções assistencialistas, como previdência social,
deixando essa responsabilidade para a sociedade civil, isto é, que o próprio cidadão resolva seus
problemas de saúde, aposentadoria e outros. Manter a estabilidade dos sistemas financeiro e monetário
é, para o neoliberalismo, função do Estado, assim como o controle de inflação. A livre concorrência e a
liberdade das empresas são mantidas. Para disciplinar a economia e os abusos da livre concorrência,
são criados os blocos econômicos.
O Mundo Bipolar dos Anos 1990 e início do século XXXI
Figura 20. Fonte: Adaptado de Vesentini, J.W. Sociedade e espaço – Geografia
geral e do Brasil. São Paulo, Ática, 1999.
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Os Blocos Econômicos do Norte
A nação de “bloco” traz a idéia de “conjunto”. Os blocos econômicos são formados a parir de um
agrupamento de países que apresentam condições econômicas semelhantes e se unem para se
fortalecer no mercado.
A nova Ordem Mundial é uma ordem econômica. Com a prática do neoliberalismo na economia
mundial, nasce a necessidade da formação de blocos econômicos para um enfrentamento econômico
em condições de mais igualdade ente os países e para o estabelecimento do poderio econômico dentro
da Nova Ordem Mundial.
Os blocos econômicos estão intimamente interligados: suas grandes empresas fazem
investimentos em diferentes países, garantindo presença em todos os blocos. O objetivo é atingir a
totalidade do mercado consumidor, uma vez que os centros econômicos exercem influência sobre o
restante da humanidade, esta dividida em áreas de influência de cada um dos blocos.
Os blocos econômicos possuem apenas 25% da população do planeta, mas dominam cerca de
80% da riqueza mundial.
Lideram esse poderio três blocos, que são: NAFTA, A EU – União Européia e a APEC, que
controlam a riqueza e o desenvolvimento tecnológico e científico do mundo atual.
Sul - o Bloco dos Países Pobres
A linha da pobreza não é a linha do Equador; o sul pobre invade o norte geográfico da Terra. A linha
da Pobreza passa, grosso modo, ao norte do Trópico de Câncer.
Todos os países do sul são subdesenvolvidos, exceção feita à Austrália / Nova Zelândia.
Impressiona o número de pobres e miseráveis: 1,16 bilhão de pobres, isto é, indivíduos dispondo de
apenas 370 dólares por ano para viver.
Segundo dados levantados pela ONU, temos:
Cerca de 1 bilhão de seres humanos vive em miséria absoluta;
Mais de 1 bilhão passa fome;
1,5 bilhão vivem sem acesso à água potável;
Quase 1 bilhão é analfabeto.
Outros indicadores negativos são as altas taxas de crescimento populacional associados ao
baixo crescimento econômico. As diferenças entre o Norte desenvolvido e o Sul pobre deverão crescer
cada vez mais nos próximos anos.
Essas diferenças já são tão grandes que se substitui o temor do uso de bombas nucleares,
comum no período da Guerra Fria, pelo medo da fome, de doenças epidêmicas e da miséria. Surgem,
por isso em vários países, movimentos nacionalistas.
A enorme massa de pobres que está concentrada no Sul encontra-se maioritariamente na Ásia
meridional, que conta com 30% da população do Terceiro Mundo e representa metade dos pobres dos
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países subdesenvolvidos. O leste e o sudeste da Ásia contam com 280 milhões de pobres, 210 milhões
na China; 420 milhões na Índia, os outros países da região assolados pela pobreza são: Vietnã,
Camboja e Filipinas.
A América Latina e o Caribe contam com apenas 12% da população do Terceiro Mundo, embora
7% dos pobres estejam concentrados nessa região, representando 70 milhões de pessoas.
O Oriente Médio e a África do Norte contam, com 60 milhões de pobres, mas o fenômeno tende
a se agravar em alguns países, como o Iraque e a Argélia.
A África Sub-saariana, que conta com 12% da população do mundo subdesenvolvido, concentra
16% dos pobres do Terceiro Mundo, representando 180 milhões de pessoas. E a indigência se agrava a
cada ano nessa área, a tal ponto que o centro da gravidade da pobreza do mundo desloca-se do sudeste
da Ásia para África.
Em dez anos, a dívida do Terceiro Mundo mais do que dobrou, atingindo 1.340 bilhões e dólares,
sendo a América Latina o continente cujo produto interno e cujas possibilidades de pagamento são
menores.
Embora concentrado a enorme massa de pobres e detento dívidas astronômicas, o Sul ou
Terceiro Mundo interessa aos países do Norte enquanto espaço de expansão para suas economias,
como mercado ou como fornecedor de produtos estratégicos de sua linha de montagem industrial.
Disputado pelos megablocos do poder econômico, o espaço geográfico do Terceiro Mundo está
dividido em áreas de domínio das potências centrais.
América Latina: espaço dominado pelo bloco econômico dos EUA;
Norte da África: espaço sob interesse da Europa, que reivindica seu passado de colonizador do
continente;
Leste e Sudeste Asiático e Oceania: pela proximidade e interdependência econômica, essa
região encontra-se sob o domínio do bloco econômico comandado pelo Japão.
8.6 - O Mundo Globalizado
Uma Aldeia Global
O avanço da tecnologia é o responsável pela rapidez de produção e de transferência de
mercadorias de uma parte à outra da Terra.
A tecnologia é a responsável pelo fenômeno da globalização, um fenômeno que tem sido tema
de várias discussões, pelo mundo afora, nos últimos tempos.
Inicialmente, falava-se apenas na globalização da economia. Hoje, ela atingiu todos os setores
da vida humana.
A globalização é um fenômeno que se intensifica a partir da década de 70 e alcança grande
velocidade a partir dos anos 80.
Grandes transformações já aconteceram em várias épocas. Aconteceram no século XVIII,
durante a Revolução Industrial, numa velocidade muito menor. Alcançaram o mundo, mas isto demorou
pelo menos dois séculos. Agora não. Os avanços técnicos e científicos alcançaram quase que
imediatamente o mundo todo.
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Costuma-se dizer que o mundo é outro depois da Segunda Guerra Mundial. E é verdade. Os
esforços científicos e tecnológicos desenvolvidos na produção dos artefatos da guerra foram sendo
transferidos para a comunidade civil, nos anos seguintes ao final da guerra.
Os avanços tecnológicos, que resultaram na corrida espacial, na conquista da Lua e nos
conhecimentos sobre o espaço exterior, permitiram uma utilização dos seus subprodutos nessa corrida
científica. A comunicação imediata a longas distâncias, a transmissão de imagem e som, a invenção de
cérebros eletrônicos (os computadores), a utilização de fibras óticas nos mais variados trabalhos
humanos, dos satélites do “laser” são exemplos de tecnologias descobertas com o avanço da ciência
nos tempos do pós-guerra.
A soma das várias tecnologias desenvolvidas acabou gerando robôs. Inicialmente, eles foram
utilizados nas explorações espaciais, desempenhando tarefas difíceis de serem executadas pelos
homens. Daí, eles acabaram ocupando lugar de destaque na linha de produção e de montagem das
fábricas das grandes empresas transnacionais. Hoje, as grandes indústrias produzem mais, melhor, em
menos tempo, cada vez que modernizam sua linha de produção, substituindo o trabalhador humano
pelas máquinas. Disso resulta o fenômeno do desemprego, que é a marca da globalização.
Com a produção multiplicada e com os sistemas de transporte cada vez mais eficientes, as
mercadorias alcançam todos os mercados do mundo.
É a globalização da cidade um produto fabricado em outro continente.
Como acontece a globalização?
Sempre está em jogo o preço da produção das mercadorias. Veja:
O produto compra a matéria-prima em qualquer lugar do mundo, onde ela seja de melhor qualidade
e de preço mais barato;
Instala a sua fábrica onde a mão-de-obra fique mais em conta – deve ser altamente especializada e
mais barata -; pode estar em qualquer lugar, Cingapura ou Chile, isto não tem a menor importância;
Depois de fabricada, o produtor distribui e vende a sua mercadoria para o mundo inteiro.
Com esse processo, é produzido um entrelaçamento econômico no mundo inteiro. Esse entrelaçamento
vem acontecendo desde a pré-história, mas a partir dos anos 80, ele vem sendo feito numa velocidade
espantosa. E a velocidade das transformações tem desorientado as pessoas no mundo todo.
Uma das principais transformações refere-se ao emprego. De uma hora para outra, as pessoas
estão perdendo seus empregos para as máquinas. O índice de desemprego, na década de 90, é muito
mais alto e atinge principalmente os países mais industrializados.
O interesse por mão-de-obra mais barata tem levado as grandes empresas a procurarem
trabalhadores em países onde o preço do trabalho seja menor. Os países pobres que investiram no
treinamento e na especialização de sua mão-de-obra mais barata têm sido os mais procurados, como é o
caso dos Tigres Asiáticos.
Desemprego é a palavra mais escutada pelos trabalhadores. A busca da “qualidade total” e seus
métodos tem provocado um volume muito grande de desempregados. Essa é uma das causas do
crescimento do setor terciário da economia de todos os países do mundo. O comércio e os serviços têm
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oferecido oportunidades de emprego para a população desempregada. Mas até essas atividades vêm se
modificando. Hoje se vende quase tudo pela televisão. E nas outras atividades acontece o mesmo.
A globalização desencadeou novos padrões de consumo em todo o mundo, que abrangeram
desde a higiene pessoal até a alimentação. A necessidade de consumir os mesmos produtos em todos os
lugares da Terra aumentou demais a demanda.O aumento do consumo dos mais variados produtos
aumentou, logicamente, a sua produção. Como você sabe, para a produção das variadas matérias-primas.
O crescimento da exploração dos mais diversos tipos de matérias-primas acabou por alterar o equilíbrio
dos recursos naturais do planeta.
E o principal recurso natural do planeta é a água.
Utilizada pelo homem para sua sobrevivência, pois o corpo humano necessita de grande
quantidade de água para viver, ela também é utilizada em todos os processos de produção, desde a
produção de alimentos até a produção de bens, qualquer um deles, sejam chapas de aço ou alumínio, seja
geladeira ou carro, seja um tecido ou uma máquina. E a água potável, isto é, aquela ao consumo dos
seres vivos – pessoas, animais e vegetais -, está se escasseando. Os grandes mananciais de água doce
do mundo estão localizados nos países tropicais, países subdesenvolvidos ou países do Sul. Essa
informação dá muito que pensar. Leia o próximo texto com bastante atenção e pense na seguinte questão:
Como a globalização pode interferir na sobrevivência da humanidade no planeta Terra?
Para você saber mais
País não precisa ser rico para ingressar na Terceira Onda
Alvin Toffler diz que o Vale do Silício, na Califórnia, compra chips s softwares na Malásia e na
Índia.
Rio – Nos anos 70, quando os computadores eram gigantescos, o sociólogo Alvin Toffler previa que os
modelos de pequeno porte se espalhariam pelos lares em todo o mundo. Isso resultaria em uma nova
economia, uma nova política e uma nova educação. Nesse momento nascia a Terceira Onda, um termo
cunhado por ele e também título de um de seus livros, para definir a sociedade da informação e da
tecnologia, sucessora da Segunda Onda, a dá produção industrial massificada, e da Primeira Onda, a
agrícola.
Para Toffler, uma nação não precisa ser rica e poderosa para entrar na Terceira Onda. O
problema é que não há fórmula para eliminar o desemprego causado pelas mudanças.
Toffler esteve no Brasil acompanhado da mulher, Heidi, co-autora de suas obras, para um
seminário internacional promovido pela Universidade de Gama Filho, com apóio de O Estado e da
Agência Estado.
Ele também lançou o livro “Criando uma Nova Civilização”, publicado pela Editora Rocco. A
seguir, alguns trechos da entrevista:
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