1. POSIAS BRASILEIRAS
Navio Negreiro Castro Alves
Era um sonho dantesco... o tombadilho Cantando, geme e ri!
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar. No entanto o capitão manda a manobra,
Tinir de ferros... estalar de açoite... E após fitando o céu que se desdobra,
Legiões de homens negros como a noite, Tão puro sobre o mar,
Horrendos a dançar... Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Negras mulheres, suspendendo às tetas Fazei-os mais dançar!..."
Magras crianças, cujas bocas pretas E ri-se a orquestra irónica, estridente. . .
Rega o sangue das mães: E da ronda fantástica a serpente
Outras moças, mas nuas e espantadas, Faz doudas espirais...
No turbilhão de espectros arrastadas, Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Em ânsia e mágoa vãs! Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia, http://oficina-literaria.blogspot.pt/2010/03/as-
A multidão faminta cambaleia,
7-poesias-mais-conhecidas-da.html
E chora e dança ali!Um de raiva delira, outro
enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,