Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de elaborar um plano de atendimento educacional especializado para um aluno da rede conveniada de Aparecida de Goiânia com o diagnóstico de autismo. O aluno tem 6 anos de idade e cursa o Jardim II. O trabalho se deu por meio de uma pesquisa participativa, a partir de observações e entrevistas com professores e familiares.
1. 1
FACULDADE DELTA
INSTITUTO CONSCIÊNCIA-GO
CLEIDIANA DE CARVALHO CELESTINO SILVA
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE): TRANSTORNO
GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO - AUTISMO
GOIÂNIA - GO
2012
2. 2
CLEIDIANA DE CARVALHO CELESTINO SILVA
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE): TRANSTORNO
GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO - AUTISMO
Trabalho de conclusão de Curso, submetido
à Faculdade Delta e Instituto Consciência
GO, como requisito do Curso de
Especialização lato sensu Educação
Especial na Perspectiva do Atendimento
Educacional Especializado, para obtenção
do titulo de Especialista em Atendimento
Educacional Especializado.
Orientadora: Profª Ms. Flavia Barbosa Lima.
GOIÂNIA
2012
3. 3
CLEIDIANA DE CARVALHO CELESTINO SILVA
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (AEE): TRANSTORNO
GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO - AUTISMO
Este exemplar corresponde à redação final
aprovada do Trabalho de Conclusão de
Curso de Cleidiana de Carvalho Celestino
Silva.
Data de aprovação: ___ / ___ / ___
Assinatura: _________________________________________________
4. 4
Dedico este trabalho primeiro a Deus pela Sua força e grandeza que rege a
minha vida e que coloca pessoas tão especiais nela. A minha família, que sempre
acreditou em mim. Ao meu marido, que me apoiou e compreendeu os momentos
tão difíceis te amo muito. Aos meus amigos, por terem privado de minha companhia
pelos estudos, concedendo a mim a oportunidade de realizar-me como pessoa.
5. 5
Cada criança é um ser único, diferente de
qualquer outra, que experimenta ritmo de
evolução próprio, tem os seus interesses e
provém de um universo cultural, econômico
e familiar específico; cada um é um caso,
uma personalidade que desabrocha de
modo diverso.
Joaquim Azevedo, 1994.
6. 6
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de elaborar um plano de atendimento
educacional especializado, para um aluno da rede conveniada de Aparecida de
Goiânia com o diagnóstico de autismo. O aluno tem 6 anos de idade e cursa o
Jardim II. O trabalho se deu por meio de uma pesquisa participativa, a partir de
observações e entrevistas com professores e familiares. O desenvolvimento dos
estudos teve como base, teorias sobre os princípios da Educação Inclusiva. As
Diretrizes das Políticas Públicas Nacionais de Inclusão, definem a oferta do
Atendimento Educacional Especializado (AEE) como complementação e
suplementação do trabalho desenvolvido em sala de aula comum, visando as
principais necessidades do aluno no que diz respeito ao ensino e aprendizagem,
além das referências sobre Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD. As
etapas que compõem este TCC são: Proposição do Caso, Análise e Classificação
do Caso Queiroz, Proposta para Solucionar o Problema, Fundamento Teórico:
Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento, Metodologia, Plano de
Atendimento Educacional Especializado, Considerações Finais e Referências.
Palavras-chave: Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD, Inclusão, Educação
Inclusiva, Autismo, Atendimento Educacional Especializado (AEE), Aprendizagem.
7. 7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................ 8
Proposição do Caso................................................................................................ 9
Análise e Classificação do Caso Queiroz.............................................................. 10
Proposta para Solucionar o Problema................................................................... 10
Fundamentação Teórica: transtorno global ou invasivo do desenvolvimento.. 11
Metodologia............................................................................................................ 15
Pano de Atendimento Educacional Especializado.............................................. 15
Objetivo do Plano................................................................................................... 16
Organização do Atendimento................................................................................. 16
Atividades a Serem Desenvolvida com o Aluno.................................................... 16
Seleção do Material a Serem Produzidos Para o Aluno....................................... 17
Seleção dos Materiais e Equipamentos que Necessitam ser Adquiridos........... 17
Profissionais da Escola que Receberão Orientações do Professor do AEE Sobre
17
Serviços e Recursos Oferecidos ao Aluno..............................................................
Avaliação dos Resultados....................................................................................... 18
Reestruturação do Plano........................................................................................ 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 20
8. 8
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso (TCC) apresenta um estudo de caso,
realizado através de uma pesquisa participativa. Estudou-se o caso de Queiroz, uma
criança com o diagnóstico de autismo que freqüenta, no período matutino, uma
escola conveniada do município de Aparecida de Goiânia.
Sua trajetória escolar foi iniciada com dois (02) anos de idade, na
Associação Pestalozzi: Unidade RENASCER, e, com ajuda de uma equipe
multiprofissional deu-se início ao atendimento eficaz.
Queiroz apresenta características comuns a outras crianças com autismo,
sendo que suas potencialidades são estimuladas através das atividades
desenvolvidas. Gosta de atividades com dança e música, tem uma fascinação por
carros, apresenta dificuldade no processo de aprendizagem, na comunicação e
linguagem.
A partir do conhecimento do caso, faz-se uma proposta para auxiliar o seu
processo de ensino e aprendizagem, minimizando as dificuldades enfrentadas, tais
como: atividades de memória audiovisual, adequação de materiais didático-
pedagógicos, organização de rotinas, dentre outras.
As reflexões teóricas foram consolidadas nos estudos de Brasil (2007),
Surian (2012), Cunha (2009) dentre outros.
A partir dos estudos teóricos e realizado o estudo do caso, faz-se um Plano
de Atendimento Educacional Especializado com duração prevista para seis meses,
com o objetivo de proporcionar ao aluno a superação e suplementação para o
desenvolvimento de alfabetização, aprimorar a escrita, desenvolver funções básicas
da linguagem e raciocínio lógico. No Plano de AEE serão oferecidas propostas a
serem desenvolvidas com o aluno, organização do atendimento, material a ser
trabalhado, produtos a serem produzidos e adquiridos, sugestão para a avaliação
dos resultados e reestruturação do plano que possa apontar novas parcerias.
9. 9
Proposição do Caso
Queiroz, V. F. B. tem 6 anos, aluno de uma escola conveniada do Município
de Aparecida de Goiânia Goiás, matriculado no jardim II, no período diurno. Quando
tinha 2 anos, sua mãe começou a perceber que o mesmo apresentava certas
limitações. Diante disto, levou-o ao neuropediatra,onde o diagnóstico recebido foi de
paciente infantilizado,recebendo orientações médicas para procurar a Pestalozzi.
Após passar pelos médicos da Associação,mais precisamente por um
neuropediatra,chegaram ao diagnóstico de um possível autismo.Então,ele foi
atendido no contraturno da Associação Pestalozzi Unidade Renascer de Goiânia por
3 anos,duas vezes por semana no período vespertino.
Conforme descrição de tal relatório, o aluno Queiroz V. F. B., participou de
atividades pedagógicas, natação, psicomotricidade, ambiente de raciocínio lógico,
ambiente de artes com enfoque em música. O aluno foi atendido por uma equipe
multiprofissional, que inclui médicos, psicóloga, fonoaudióloga,
psicopedagoga,professor de educação física, professora do AEE. No ano passado,
Queiroz V. F. B., teve alta da Pestalozzi,onde disseram que o aluno deveria
frequentar a escola regular e no contraturno ir para sala de recursos multifuncionais -
SRM, dando continuidade ao ensino e aprendizagem do mesmo.
Na escola regular, em entrevista com a professora, a mesma destacou
algumas características com relação a Queiroz. É interessado, realiza
atividades,sendo que em algumas encontra mais dificuldades do que em outras, tem
boa coordenação motora, gosta de colorir, interativo e assíduo.
É apaixonado pela mãe e tem muito ciúmes dela, gosta de ver a sua imagem
refletida nos vidros e espelhos. No recreio é ativo, gosta de lanchar e participar das
atividades recreativas, fazendo parte das apresentações em datas comemorativas.
O aluno solicita e dirigi-se ao banheiro sozinho apresentando boa higienização.
A professora entrevistada demonstra não saber lidar com a dificuldade de
aprendizagem do Queiroz.
10. 10
Análise e Classificação do Caso Queiroz
Os primeiros estudos sobre o autismo se deram através de Leo Kanner e
Hans Aspeger, onde trouxeram impactantes contribuições, pois (Cunha 2011) e
(Surian 2005) disseram que por volta de 1960, o autismo era visto como um
transtorno emocional transmitido pelos pais, que por sua vez eram incapazes de
transmitir afeto para a criança.
Conforme a descrição dos autores, pessoas com autismo apresentam
anormalidades visíveis com relação a questões sócio-afetivas, dificuldades na fala,
onde as palavras são restritas e apresentam ecolalia, tem dificuldades de sair da
rotina, porém apresentam facilidade para interagir com objetos, imagem e sons e
são hipersensíveis aos estímulos.
Todas essas características são percebidas em Queiroz, sua potencialidade e
a interação com as atividades desenvolvidas onde o mesmo apresenta satisfação
em certas atividades que envolvam a, música, instrumentos musicais, carros e
motos.Além destas questões,segundo a mãe,ele mostra um gosto enorme pelo
desenho animado do pica-pau.
As dificuldades destacadas pela professora e pela mãe, mostram que a maior
dificuldade esta relacionada ao processo de aprendizagem e à linguagem.
Propostas para Solucionar o Problema
Desenvolver atividades lúdicas para ativar a memória auditiva, onde iremos
trabalhar os sons; exemplo: trovões, vento, carros, buzinas, até aprimorarmos as
palavras;
Desenvolver atividades visuais usando fotos da família e colegas da escola
para desenvolver a concentração;
Organizar as atividades de rotinas para que o aluno não sinta dificuldades no
dia-a-dia;
11. 11
Incentivar a professora da sala comum a se especializar no atendimento
educacional especializado;
Adquirir materiais didáticos que possibilitem um atendimento dinâmico, onde
o aluno possa interagir com as cores, objetos, brinquedos;
Incentivar a família a participar do processo de ensino e aprendizagem do
aluno, motivando-os a participarem dos projetos em que o aluno está inserido,
garantindo o avanço.
Fundamentação Teórica: Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento
A escola regular deve estar preparada para o ensino inclusivo para que os
alunos com autismo possam desenvolver-se como cidadãos, adquirindo novas
habilidades, permitindo a evolução do seu desenvolvimento global, informando e
auxiliando todo o corpo docente e dicente a desenvolverem melhores estratégias
para atender as necessidades do aluno, contribuindo para identificar parcerias para
facilitar a inclusão dos aluno
A proposta inclusiva da Declaração de Salamanca (1994), declara que todos
os alunos devem ter a possibilidade de integrar-se ao ensino regular, mesmo
aqueles com deficiências sensoriais, mentais, cognitivas ou que apresentem
transtornos severos de comportamento. A escola, segundo essa proposta, deverá
adaptar-se para atender as necessidades destes alunos. S e g u n d o C u n h a
( 2 0 0 9 ) , o autismo é descrito como um conjunto de transtornos qualitativos de
funções envolvidas no desenvolvimento humano. Ele agrupa uma tríade principal:
comprometimento da comunicação, dificuldade de interação e atividades restrito-
repetitivas. Cunha diz, que o termo autismo foi empregado pela primeira vez em
1911 pelo psiquiatra suíço E. Bleuler, que descrevia o autismo como a fuga da
realidade.
Em 1943 Leo Kanner, psiquiatra austríaco, publicou os primeiros estudos de
uma nova síndrome que foi denominada, a princípio, de distúrbio autístico do contato
afetivo. Ele definiu o autismo como uma patologia que se estruturava nos dois
primeiros anos de vida, elevando o interesse da psicanálise na relação entre mãe e
filho.
12. 12
A Classificação internacional de doenças (CID) 10 classifica o
autismo como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento. O manual
aponta também outros distúrbios com quadros artísticos, que são: Autismo
Atípico; Síndrome de Asperger; Síndrome de Rett; transtorno degenerativo
da infância.
O autismo pode surgir nos primeiros meses de vida, mas, em
geral, os sintomas tornam-se aparentes por volta da idade de
três anos. Percebe-se na criança o uso insatisfatório de sinais
sociais, emocionais e de comunicação, além da falta de
reciprocidade afetiva (Cunha, 2009, p. 24).
Segundo Surian (2010), o autismo geralmente se manifesta por volta dos
três anos de idade, quando a criança passa a apresentar dificuldades marcantes e
persistentes na interação social, na comunicação com os outros e no repertório de
interesses e de atividades.
A pessoa afetada demonstra dificuldade em estabelecer vínculos de
amizade, os relacionamentos interpessoais parecem ter pouco ou nenhum
significado, e o mundo pode lhe parecer ameaçador e hostil.
Estudos vêm demonstrando que não se trata de um distúrbio tão raro quanto
antes se pensava, o que levou a uma ampliação das discussões para além dos
círculos médicos e familiares. Conhecer melhor o autismo, passou a ser uma
necessidade de educadores e da sociedade como um todo, pois as descobertas
provam que as limitações decorrentes do autismo não só afetam todas as esferas
intelectuais, como ao contrário, há autistas com capacidades excepcionais que
devem ser valorizadas. São muitos os estudiosos que procuram explicações para as
causas e consequências do Autismo.
O autismo é definido pela Organização Mundial de Saúde
como um distúrbio do desenvolvimento, sem cura e
severamente incapacitante. Sua incidência é de cinco casos
em cada 10.000 nascimentos caso se adote um critério de
classificação rigoroso, e três vezes maior se considerarmos
casos correlata dos, isto é, que necessitem do mesmo tipo de
atendimento (MANTOAN, 1997, p. 13).
13. 13
O TEACCH foi desenvolvido por Eric Chopler e Gary Mesibov, visando a sua
aplicação em crianças autistas. Este modelo apela a uma intervenção específica,
caracterizada por uma adequação e estruturação do ambiente, no sentido de reduzir
os comportamentos disruptivos e, deste modo, potencializar aprendizagens. O
TEACCH é um modelo de intervenção que através de uma “estrutura externa”,
organização de espaços, materiais e atividades, permite criar “estratégias” e, mais
tarde, automatizá-las de modo a funcionarem fora da sala de aula em ambientes
menos estruturados.
Segundo Schopler, esta filosofia do TEACCH foi desenvolvida
especialmente para apoiar os seguintes valores:
TEACCH ajuda indivíduos com autismo de todas as idades e níveis de
funcionamento organizarem seus ambientes, pois fornecem
informações claras, precisas, concretas e significativas. [...].
As crianças trabalham sozinhas em suas estações de
trabalho, frequentemente separadas das outras crianças da
sala, e desempenham as tarefas selecionadas pelo professor,
que são individualizadas para cada uma delas e incluem
atividades viso motoras como classificações de objetos por cor ou
atividades de dobrar cartas e colocá-las dentro de envelopes. [...].-
Melhoria das habilidades: por meio da avaliação das
habilidades emergentes são identificadas e então a intervenção é
realizada enfocando estas habilidades;- Teoria comportamental e
Cognitiva [...] (1997apud GIARDINETTO, 2005, p. 18).
Cláudia Pereira Dutra, Secretária de Educação Especial do Ministério da
Educação (MEC), diz que “A nova política nacional para a Educação Especial é
taxativa: todas as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na
escola regular. Desaparecem, portanto, as escolas e classes segregadas. (Portal do
MEC).
A referida Política não extingue as instituições especializadas no ensino dos
que têm deficiência. Em lugar de substituir, elas passam a auxiliar a escola regular,
firmando parcerias para oferecer atendimento educacional especializado no
contraturno. Na prática, muda radicalmente a função do docente dessa área. Antes
especialista em uma deficiência, ele agora precisa ter uma formação mais ampla.
A contribuição do Atendimento Educacional Especializado se confirma com a
complementação do trabalho que é oferecido além da sala de aula comum
priorizando as principais necessidades do aluno, priorizado sempre a aprendizagem.
14. 14
A Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço que atende as
necessidades dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento e
desenvolvendo competências e habilidades próprias.
O papel do AEE é de oferecer o que não é próprio do currículo escolar,
propondo objetivos, metas e procedimentos educacionais específicos e suas ações
são definidas conforme o tipo de deficiência, numa perspectiva de complementar ou
suplementar suas necessidades educacionais.
Os professores das salas de recursos multifuncionais, devem atuar forma
colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias
pedagógicas, que favoreçam o acesso ao aluno com deficiência ao currículo e a sua
interação no grupo.
Na Sala de Recursos Multifuncionais são atendidos alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades.
As SRM dispõem de materiais e recursos pedagógicos como: televisão,
aparelho de DVD, scanner, computadores, impressoras; mobiliário adaptado; jogos
pedagógicos adaptados ou não;recursos específicos (reglete, punção,
engrossadores de lápis. Este atendimento é realizado no turno oposto da classe
comum.
O Art.2° Decreto nº 7.611/2011, o qual revoga o D ecreto nº 6.571/2008, diz
do
que:
A educação especial deve garantir os serviços de apoio
especializado voltado a eliminar as barreiras que possam
obstruir o processo de escolarização de estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação
São atendidos, nas Salas de Recursos Multifuncionais, alunos público-alvo da
educação especial, conforme estabelecido na Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e no Decreto N.6.571/2008.
15. 15
Metodologia
O método utilizado foi a entrevista e observação continuada da realidade,
tendo como apoio o conhecimento teórico, buscando entender a realidade, levando
em consideração todos os aspectos para a elaboração desta pesquisa.
O desenvolvimento dessa pesquisa iniciou a partir do interesse da autora em
buscar uma estrutura teórica para entender as questões relacionadas ao autismo.
Será possível identificar essas características nos primeiros anos de vida da
criança? Quais poderiam ser os trabalhos desenvolvidos na sala de recursos
multifuncionais?
Através dessas questões, surge a necessidade de uma pesquisa teórica e
de campo. Iniciam-se os trabalhos de pesquisa na Associação Pestalozzi, com a
definição do sujeito da pesquisa e contato direto com a escola comum onde o aluno
estuda.
Após os primeiros contatos com a realidade do aluno, iniciei a observação
do mesmo no pátio, na escola comum, no convívio com a família e na comunidade.
Tive a oportunidade de entrevistar a professora, a coordenadora e a mãe de
Queiroz. Após a colaboração das partes e da coleta de dados, deu-se início ao
estudo teórico e a conclusão do presente TCC, conforme a orientação do Instituto
Consciência GO.
Plano de Atendimento Educacional Especializado
Queiroz tem 06 anos, está matriculado na escola conveniada do município de
Aparecida de Goiânia, no turno matutino do jardim II.
16. 16
Objetivo do Plano
Desenvolver o raciocínio lógico;
Desenvolvimento da linguagem oral;
Desenvolver habilidades de comunicação;
Ampliar a capacidade de memória visual.
Organização do Atendimento
Período de atendimento: de maio a dezembro de 2012.
Frequência: duas vezes por semana.
Tempo de Atendimento: duas horas, alternando as atividades.
Composição do Atendimento: individual e coletivo.
Atividades a serem Desenvolvidas com o Aluno
Para desenvolver a aprendizagem e a comunicação será contada histórias
mostrando ilustrações conforme a necessidade.
a) Atividades de raciocínio lógico envolvendo situações do dia- a-dia do
aluno; rotinas cotidianas, passeios, brinquedos.
b) Jogo da memória e jogos que trabalhe tamanhos, formas, cores,
quantidade, jogo de esconde – esconde.
c) Atividades com música e dança;
17. 17
Seleção de Material a Serem Produzidos Para o Aluno
No momento não há necessidade de produção de material.
Seleção de Materiais e Equipamentos que Necessitam ser Adquiridos
Escala cuisenaire.
Jogos pedagógicos: quebra-cabeça; jogo da memória; material dourado.
Material para simulação de atividades diversas; revistas; jornais; garrafas
pet.
Profissionais que Receberão Orientações do Professor do AEE Sobre Serviços
e Recursos Oferecidos ao Aluno.
Professor de sala comum: Receberá orientações sobre o trabalho que será
realizado com aluno, buscando parceria para um atendimento de qualidade.
Professor de Educação Física: promover atividades coletivas
proporcionando ao aluno a interação com os outros colegas.
Colegas de turma: Devem participar de atividades em grupo com o aluno
destacando as suas potencialidades.
Diretor da escola : Buscar apoio diretamente na secretaria de educação do
município para a implantação da sala de recursos multifuncionais na escola.
Equipe Pedagógica (coordenador, professores): Promover estudos sobre o
autismo e outros TGD, tirando duvidas, e sempre estando aberta às sugestões.
Orientações à família sobre a importância da frequência do aluno na sala de
recursos multifuncionais, além de orientações pedagógicas a serem desenvolvidas
no ambiente domiciliar com o filho.
18. 18
Avaliação dos Resultados
a) Indicação de formas de registros.
O Plano de AEE será registrado e compartilhado com o professor da sala de
aula comum, sendo avaliado mensalmente e reestruturado conforme a necessidade
ou após o alcance de cada objetivo.
b) Resultados obtidos diante dos objetivos do plano de AEE.
Observar participação e interesse que Queiroz tem nas atividades propostas.
Avaliar o desenvolvimento do aluno diante das atividades observando a
memória, a percepção, as sensações para sons músicas e instrumentais.
Reestruturação do Plano
Promover atividades coletivas se for o caso para proporcionar melhorias na
socialização.
Estabelecer novas parcerias, com instituições especializadas de forma que
promova maior rendimento do aluno.
19. 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Minha vida acadêmica e profissional sempre foi marcada pelo desafio de
buscar conhecimento para a complementação de novos desafios. A escolha do tema
deste trabalho acadêmico foi desafiador. De todos os assuntos propostos, esse foi o
que mais me chamou a atenção em especial ao Plano de AEE, objeto central das
disciplinas desta Pós - Graduação.
Em Especial, no desenvolvimento deste curso, percebemos o trabalho da
mãe de Queiroz em buscar parcerias para melhorar o fazer pedagógico do filho,
sendo que, com relação a Queiroz, o prazer dele em participar da escola comum é
demonstrada ao participar das atividades, confirmando o importante papel da escola.
A Educação Especial é uma modalidade da Educação Nacional, que
perpassa o sistema educacional em todos os níveis. É oferecida como um serviço de
recursos especializados para complementação do processo de ensino -
aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, altas habilidades/superdotação e demais necessidades especiais
transitórias e/ou permanentes, contribuindo para o desenvolvimento de suas
potencialidades.
20. 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas na
Área das Necessidades Educativas Especiais. 1994. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf>. Acesso em: 17 ago.
2012.
Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica. 3. ed. Secretaria de Educação Especial.Brasília: MEC, SEESP,
2003.
CUNHA, Eugênio. Autismo e inclusão: psicopedagogia práticas educativas na
escola e na família. Rio de Janeiro: WaK , 2009.
SURIAN, Luca. Autismo: informações Essenciais para Familiares, Educadores e
Profissionais de Saúde. São Paulo: Paulinas, 2010.
Intervenção: Modelo Cognitivo... um olhar sobre o autismo. Disponível em:
<http//blogspot.com/.../interveno-modelo-cognitivo>. Acesso em: 15 ago. 2012.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A integração de pessoas com deficiência. São
Paulo: Memnon, 1997.
GIARDINETTO, Andrea R. S.B. Comparando a interação social das crianças
autistas: as contribuições do programa TEACCH e do currículo funcional natural.
Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR, 2005.