O documento descreve os principais autores e obras associadas ao movimento literário Realismo em Portugal no século XIX, incluindo Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós. O Realismo surgiu como uma reação contra o Romantismo e suas idealizações, buscando retratar a realidade de forma objetiva. A poesia de Antero de Quental e Cesário Verde explorou temas sociais e a condição humana, enquanto os romances realistas de Eça de Queirós criticaram a sociedade portuguesa da ép
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Em 1865, foi um dos principais
envolvidos na polêmica conhecida por
Questão Coimbrã, em que humilhou
Antônio Feliciano de Castilho, seu antigo
professor e renomado crítico literário que
se tinha por cânone para os escritores
nacionais:
ao livro Odes modernas de Antero,
Castilho respondeu com críticas duras
sobre o aventureirismo de um jovem tolo
que escrevia de forma assaz estranha e
de gosto muito duvidoso.
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Antero respondeu com o opúsculo
Bom senso e bom gosto, a que definia
a sua literatura por oposição à instituída:
ao Ultrarromantismo decadente, torpe,
beato, estupidificante e moralmente
degradado.
Antero imprimia ao Realismo, a
exposição da vida tal como ela era, das
chagas da sociedade, da pobreza, da
exploração: estas preocupações sociais
levaram-no a co-fundar o
Partido Socialista Português:
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Antero defendia a poesia como Voz da
Revolução, como forma de alertar as
consciências para as desigualdades
sociais e para os problemas da
humanidade.
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Antero de Quental (1842 – 1891)
• “Por mim penso, que, em Antero de Quental,
me foi dado conhecer, neste mundo de
pecado e de escuridade, alguém, filho querido
de Deus, que muito padeceu porque muito
pensou, que muito amou porque muito
compreendeu, e que, simples entre os
simples, pondo a sua vasta alma em curtos
versos – era um Gênio e era um Santo!”
Eça de Queirós, “Antero de Quental” in Memoriam
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Antero Tarquínio de Quental
Nasceu na ilha de S. Miguel, Açores e
desde de jovem destacou-se pelas suas
opiniões revolucionárias e pela forma de
estar na vida. Lutador e muito
congruente com os seus ideais
socialistas.
Antero espalhou saber pela poesia,
filosofia e política.
Estudou direito em Coimbra, onde brilhou
como líder estudantil.
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Foi o guia espiritual da geração de 70,
um agitador político a “full-time”, que se
afirmou pelo desejo de intervenção e
renovação da vida política e cultural
portuguesa.
Tinha uma personalidade complexa, que
oscilava entre a euforia e a mais
profunda depressão, acabando em
suicídio.
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Análisedaobra
A poesia de Antero de Quental apresenta
três faces distintas:
• A das experiências juvenis, em que
coexistem diversas tendências
• A da poesia militante, empenhada em
agir como “voz da revolução”
• E a da poesia de tom metafísico,
voltada para a expressão da angustia de
quem busca um sentido para a existência.
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A oscilação entre uma poesia de combate,
dedicada ao elogio da ação e da
capacidade humana, e uma poesia
intimista, direcionada para a análise de
uma individualidade angustiada, parece
ter sido constante na obra madura de
Antero, abandonando a posição que
costumava enxergar uma sequência
cronológica de três fases.
Antero atinge um maior grau de
elaboração em seus sonetos,
considerados dos melhores da língua e
comparados aos de Camões e aos de
Bocage.
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Obra
• Sonetos de Antero, 1861,
• Raios de extinta luz 1892
• Primaveras românticas, 1872
• Odes modernas, 1865 (na origem
da polêmica Questão Coimbrã)
• Sonetos, 1886.
• Prosas
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Contemplação
Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre ideias e espíritos pairando...
Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de
existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...
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E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido
Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só presentido...
Antero de Quental, in "Sonetos"
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José Joaquim Cesário
Verde (1855-1886)
Filho do lavrador e comerciante José
Anastácio Verde e de Maria da Piedade
dos Santos Verde, Cesário matriculou-se
no Curso Superior de Letras em 1873,
frequentando por apenas alguns meses
o curso de Letras. Ali conheceu Silva
Pinto, grande amigo pelo resto da vida.
Dividia-se entre a produção de poesias
(publicadas em jornais) e as atividades
de comerciante, herdadas do pai.
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Em 1877 lhe começou a dar sinais a
tuberculose, doença que já lhe tirara o
irmão e a irmã. Estas mortes servem de
inspiração a um de seus principais
poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, sem
sucesso; vem a falecer no dia 19 de Julho
de 1886. No ano seguinte Silva Pinto
organiza O Livro de Cesário Verde
(disponível ao público em 1901),
compilação de sua poesia.
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De poesia delicada, Cesário empregou
técnicas impressionistas, com extrema
sensibilidade ao retratar a Cidade e o
Campo, seus cenários prediletos. Evitou o
lirismo tradicional, expressando da forma
mais natural possível.
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Característicasrealistas:
Supremacia do mundo externo, da
materialidade dos objetos; impõe o real
concreto à sua poesia.
Predomínio do cenário urbano (o
favorito dos escritores realistas e
naturalistas).
Situa espaço-temporalmente as cenas
apresentadas (ex: «Num Bairro Moderno»
- «dez horas da manhã»).
Atenção ao pormenor, ao detalhe.
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A seleção temática: a dureza do
trabalho («Cristalizações» e «Num Bairro
Moderno»); a doença e a injustiça
social («Contrariedades»); a imoralidade
das «impuras», a desonestidade do
«ratoneiro» e a «miséria do velho
professor» em «O Sentimento dum
Ocidental».
A presença do real histórico: a referência
a Camões e o contexto sociopolíticos em
«O Sentimento dum Ocidental».
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A linguagem burguesa, popular,
coloquial, rica em termos concretos.
Pelo fato da sua poesia ser estimulada
pelo real, que inspira o poeta, que se
deixa absorver pelas formas materiais e
concretas.
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Características
modernistas:
A realidade é mediatizada pelo olhar
do poeta, que recria, a partir do
concreto, uma super-realidade através
da imaginação transfiguradora,
metamorfoseando o real num
processo de reinvenção ou
recontextualização precursora da
estética surrealista.
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Abre à poesia as portas da vida e
assim traz o inestético, o vulgar, o
feio, a realidade trivial e quotidiana.
Forte componente sinestésica
(cruzamento de várias sensações na
apreensão do real), de pendor
impressionista, que valoriza a sensação
em detrimento do objeto real.
Um certo interseccionismo entre planos
diferentes, visualismo e memória, real
e imaginário, etc.
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Características
estilísticas:
A exploração do espaço é feita
através de sucessivas deambulações,
numa perspectiva de câmara de filmar,
em que se vão fixando vários planos
É uma espécie de olhar itinerante e
fragmentário, que reflete o passeio
obsessivo pela cidade (e também no
campo em alguns poemas); uma poesia
transeunte, errante.
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O olhar seletivo: a descrição/evocação
do espaço é filtrada por um juízo de
valor transfigurador, profundamente
sinestésico.
O poeta é como um espelho em que vem
repercutir-se a diversidade do mundo
citadino.
Automatismo psíquico: associações
desconexas de ideias, visível nas frases
curtas, na sequencia de orações
coordenadas assindéticas, que sugerem
uma acumulação, uma concatenação
aleatória de ideias.
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Adjetivação particularmente abundante
e expressiva, com dupla e tripla
adjetivação, ao serviço de um
impressionismo pictórico.
Os substantivos presentificadores da
realidade convocada, frequentemente
em enumeração, que sugere uma
acumulação, um compósito de
elementos, característicos da
construção pictórica.
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Características temáticas:
A questão da inviabilidade do Amor na
cidade.
A humilhação (sentimental, estética,
social).
A preocupação com as injustiças sociais.
O sentimento anti-burguês.
O perpétuo fluir do tempo, que só trará
esperança para as gerações futuras.
Presença obsessiva da figura feminina.
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Obra
• O Livro de Cesário Verde é a edição póstuma
da coletânea dos poemas do poeta português
Cesário Verde, feita por seu amigo Silva Pinto
em 1887, reunindo os poemas editados em
periódicos Levado pela fraternal amizade pelo
poeta, e ao mesmo tempo pelo desejo de
estudar-lhe criticamente o escasso legado
poético, Silva Pinto organizou o livro segundo
um critério inteiramente pessoal, visto Cesário
não haver deixado nem mesmo um esboço
dele.
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Outros autores
• Júlio Dinis, pseudônimo
de Joaquim Guilherme
Gomes Coelho (1839 –
1871) foi um médico e
escritor português.. É
por muitos considerado
como um escritor de
transição entre o fim do
Romantismo e o
princípio do Realismo.
Embora tenha escrito
poesia e teatro,
notabilizou-se
principalmente como
romancista.
• Principal Obra:
• As Pupilas Do Senhor
Reitor (1867)
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• Abílio Manuel Guerra
Junqueiro ( 1850 –
1923 )
• Foi o poeta mais popular
da sua época e o mais
típico representante da
chamada “Escola Nova”.
Poeta panfletário, a sua
poesia ajudou criar o
ambiente revolucionário
que conduziu à
implantação da
República.
Outros autores
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É importante ressaltar que:
• O Realismo é um movimento artístico
surgido na França, e cuja influência se
estendeu a numerosos países europeus.
Esta corrente aparece no momento em
que ocorrem as primeiras lutas sociais,
sendo também objeto de ação contra o
capitalismo progressivamente mais
dominador.
• Das influências intelectuais que mais
ajudaram no sucesso do Realismo
denota-se a reação contra as
excentricidades românticas e contra as
suas falsas idealizações da paixão
amorosa, bem como um crescente
respeito pelo fato empiricamente
averiguado, pelas ciências exatas e
experimentais e pelo progresso técnico.
• A passagem do Romantismo para o
Realismo, corresponde uma mudança do
belo e ideal para o real e objetivo.
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Eça de Queirós (1845 – 1900)
• Nascimento 25 de
novembro de 1845
em Póvoa de Varzim ,
Portugal
• Falecimento 16 de
agosto de 1900 -
Paris, França
• Nacionalidade
Português
• Ocupação
Romancista, contista
• Escola/tradição:
Romantismo,
Realismo
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Era filho do Dr. José Maria Teixeira de
Queirós, juiz do Supremo Tribunal de
Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de
Eça.
Matriculou-se na faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra, completando a
sua formatura em 1866.
Era amigo íntimo de Antero de Quental,
com quem viveu fraternalmente, e com
ele e outros formou uma ligação seleta e
verdadeira agremiação literária para
controvérsias humorísticas e instrutivas.
Nessas assembleias entraram Ramalho
Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga
e Lobo de Moura.
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Estabeleceram-se então, em 1871, as
notáveis Conferências Democráticas no
Cassino Lisbonense (V. Conferência), e Eça
de Queirós, na que lhe competiu, discursou
acerca do "O Realismo como nova
Expressão de Arte", em que obteve ruidoso
triunfo.
Decidindo-se a seguir a carreira
diplomática, foi a um concurso em 21 de
Julho de 1870, sagrando-se o primeiro
colocado e, em 1872, obteve a nomeação
de cônsul geral de Havana, para onde
partiu.
Permaneceu poucos anos em Cuba, no meio
das terríveis repressões do governo
espanhol.
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Eça de Queirós era casado com a Sr.ª D.
Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de
Resende.
Colaborou na Gazeta de Portugal, Revolução
de Setembro, Renascença, Diário Ilustrado,
Diário de Notícias, Ocidente, Correspondência
de Portugal, e em outras publicações.
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Eça de Queirós, quando faleceu, estava
trabalhando em romances inspirados nas
lendas de S. Cristóvão e de S. Frei Gil, o
celebrado bruxo português.
Devido à iniciativa de amigos dedicados
do falecido escritor, elevou-se uma
estátua em mármore para perpetuar a
sua memória, a qual está situada no
Largo de Quintela.
É uma verdadeira obra artística do
escultor Teixeira Lopes.
Eça de Queirós e o representante
maior da prosa realista em Portugal.
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Grande renovador do romance,
abandonou a linha romântica, e
estabeleceu uma visão critica da
realidade.
Afastou-se do estilo clássico, que
perdurou por muito tempo na obra de
diversos autores românticos, deu a frase
uma maior simplicidade, mudando a
sintaxe e inovando na combinação das
palavras.
Evitou a retórica tradicional e os lugares
comuns, criou novas formas de dizer,
introduziu neologismos e, principalmente
utilizou o adjetivo de maneira inédita e
expressiva.
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Este novo estilo só teve antecessor em
Almeida Garrett e valeu a Eça a acusação de
galicismo e estabeleceu os fundamentos da
prosa moderna da Língua Portuguesa.
Cenas “grotescas” com linguagem “polida”;
Conteúdo “dolorido” e forma “sofisticada”;
Estoicismo / Ironia fina;
Descritivismo e detalhismo;
Determinismo.
A crítica literária costuma identificar três
fases distintas na obra de Eça de Queirós
Características
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1ª. fase
A primeira fase compreende, basicamente,
crônicas jornalísticas reunidas
posteriormente em volume, sob o título de
Prosas bárbaras.
Escreveu um romance, O mistério da
estrada de Sintra, em parceria com
Ramalho Ortigão.
Um realismo ainda incipiente convive com
heranças românticas mal disfarçadas.
O próprio escritor tentou fazer com que
esse início de carreira fosse esquecido.
Trata-se da parte menos significativa da
sua produção literária .
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2ª. fase
A segunda fase tem início com a
publicação do romance, O crime do padre
Amaro, em 1875 .
Três anos depois, o autor daria
continuidade a ela com O primo Basílio .
Em 1880, escreve Os Maias, contando
uma história incestuosa, bem ao gosto
naturalista .
Trata-se da fase mais caracteristicamente
realista-naturalista do autor .
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Seus romances estão impregnados de
elementos próprios do estilo,
principalmente porque esboçam um
panorama de crítica social e cultural da vida
portuguesa, notadamente do ambiente
burguês.
A ironia utilizada nesses romances
desmascara o comportamento hipócrita e
ocioso da burguesia lisboeta.
Destaque-se, contudo, a originalidade do
estilo de Eça de Queiroz, que dotou a língua
portuguesa de um novo ritmo de fase, com
uma adjetivação surpreendente .
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3ª. fase
Escapando da rigidez das normas realistas-
naturalistas, confere lugar de destaque à
fantasia, sem abandonar o registro crítico
realista .
Em romances como A relíquia ( 1887 ), A
ilustre de Ramires ( 1897 ) e A cidade e as
serras ( 1901 ), o escritor se permite alguns
voos de imaginação.
Acrescente-se a nota saudosista das
tradições portuguesas Eça, ainda e sempre
um crítico do convencionalismo lusitano,
agora, de longe ( por força de suas missões
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diplomáticas ), observa a pátria com mais
complacência.
Sua linguagem vai assumindo um registro
cada vez mais pessoal, terminando por ser
marcadamente impressionista, muito
distante da objetividade exigida ao
romance realista-naturalista típico .
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Principais obras
O Crime do Padre Amaro , 1876. Segunda edição
refundida, 1880.
O Primo Basílio, 1878.
O Mandarim, 1880.
Relíquia, 1887.
Os Maias, 1888.
A Ilustre Casa de Ramires, 1900.
Correspondência de Fradique Mendes, 1900.
A Cidade e as Serras, 1901.
Prosas Bárbaras, 1903.
Prof. Claudia Ribeiro