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Almeida Garrett
“Formou Deus o homem, e
o pôs num paraíso de
delícias; tornou a formá-lo a
sociedade, e o pôs num
inferno de tolices.”

Viagens na minha terra
Almeida Garrett
Considerado o primeiro autor romântico
em Portugal,
João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett
(1799- 1854)
passou a infância nas propriedades
do pai, ao sul do Porto.
Aos 10 anos de idade foi obrigado a sair
de sua cidade (invadida pelas tropas de Napoleão
Bonaparte).
Mudou-se para Lisboa com a família e mais tarde
para a ilha Terceira (Açores).
Teatro
• Frei Luís de Souza
• 1843

Prosa
• Viagens na minha terra
• 1846

Poesia
• Folhas Caídas
• 1853

Garrett
dinâmico
Garrett sedutor
“A vida de Garrett foi tão apaixonante
quanto sua obra.
Destacou-se socialmente como
“o tipo perfeito do dandy”.
Foi um homem de muitos amores,
uma espécie de homem fatal.
Separou-se da esposa, para viver com
sua amante D. Adelaide Pastor até à
morte desta em 1841. A partir de
1846, a sua musa é a viscondessa da
Luz, Rosa Montufar Infante,
inspiradora dos arroubos românticos
das Folhas Caídas.”
Olhos negros
Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração,
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.
E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança
Mas fiar-me eu neles, não.
Só negros, negros os quero;
Que, em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.
(in «Folhas Caídas e Outros Poemas»)
" Há três espécies de mulheres
neste mundo:
a mulher que se admira,
a mulher que se deseja e a
mulher que se ama.
A beleza, o espírito, a graça,
os dotes da alma e do corpo
geram a admiração. Certas
formas, certo ar voluptuoso,
criam o desejo. O que produz
o amor não se sabe; é tudo
isto às vezes; é mais do que
isto, não é nada disto. Não sei
o que é; mas sei que se pode
admirar uma mulher sem a
desejar, que se pode desejar
sem a amar.”
Cap. 44, Viagens na minha terra
Este inferno de amar – como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
“Viagens na minha terra” é
considerado um ápice da prosa de
Almeida Garret, mas é difícil
determinar sua classificação (quanto
ao gênero) porque reúne em si: relatos
de viagens, ensaio e ficção - e aindanovela. (universia.com.br-adaptado)

Considerando que a obra surge durante do
movimento romântico, resgatando e preservando
a história nacional, o livro enquadra-se em
romance histórico ao lado de
Eurico, o presbítero ( Alexandre Herculano).
Estrutura da obra
Organização
em 49 capítulos

Narrador/autor
1a/ pessoa

A menina
dos
rouxinóis
em 3a pessoa

Narrativa
linear e uso do
flashback

Linguagem
híbrida
(formal + informal)

Antes de ser publicada como volume único em 1846, a obra foi um folhetim
publicado entre 1845 e 1846 na Revista Universal Lisbonense .
O estilo de Garret nesta obra

“o romance vai se desenvolvendo em torno de várias
digressões muitas delas literárias. Em muitos momentos ele
conversa com o leitor, ou leitora, que ele trata sempre de
forma educada e carinhosa. Utiliza termos como: benévolo
leitor, amável leitora, leitor amigo, entre outros.”

(Paulo Roberto Borges Berlim, em O tempo no romance: um recorte da Joaninha dos olhos verdes em Viagens na minha terra)
O enredo
A história se desenvolve a
partir de uma viagem
(que durou 6 dias)
entre Lisboa e Santarém.
O narrador/autor parte para
uns dias de descanso na casa
de seu amigo Passos Manuel.

Essa viagem tem
descrições esplendorosas.

*Note-se a direção da viagem: da
capital para o interior (vide mapa a
seguir).
Verossimilhança
A viagem que serve de pretexto para a
narrativa é real. Garrett fez o trajeto de
Lisboa a Santarém e observou a paisagem e
as pessoas em seus costumes.
Quando, em 1846, Almeida Garrett
escreveu Viagens na Minha Terra falavase do trem como promessa ( o primeiro
trecho de trem só seria inaugurado 10
anos depois da publicação da obra).
Garrett, embora fosse um progressista,
desconfiava do novo meio de transporte,
e preferia as estradas, tidas como mais
eficazes: ele descreve a viagem em
barcos, mulas e charretes.
Santarém
“No século XIX Santarém foi palco
de importantes acontecimentos
históricos, como a ocupação dos
exércitos franceses (1807/8); dois
anos depois foi também escolhida
como posição estratégico-militar e
quartel-general (...). Este último facto
levou à migração maciça da sua
população, incluindo frades e freiras,
para Lisboa e outras paragens.”
*Podemos interpretar que o autor
pretende fazer o caminho de volta;
voltar ao interior.
Tempo

O narrador utiliza a técnica do flashback, partindo de um
tempo presente, resgatando um tempo passado ( e histórico)
e projetando suas expectativas para o futuro.

O narrador marca o tempo cronologicamente ( determina os dias, os meses, e o ano
daquilo que conta) . No entanto, como a viagem física é intercalada por digressões,
só no final do livro é que sabemos que durou 6 dias.
O contexto do enredo
Guerra civil portuguesa entre
constitucionalistas
(representados por D. Pedro I)

e absolutistas
(representados por D.Miguel I).

Quando D. Pedro I volta a Portugal e
assume o trono cria-se um período
progressista de liberdade, e Garrett
escreve o livro para defender o governo.
O tempo das Viagens é um tempo
histórico de aguda crise de valores,
de recuo de conquistas políticas e
sociais. O narrador se interessa
pelo presente que o rodeia e pelo
passado próximo que a ele deu
origem.
“Nesse momento Joaninha, que passeava
a alguma distância da casa na direção de
Lisboa, acudiu sobressaltada brandando:
- Avó, avó!... tanta gente que aí vem!
soldados e povo... homens e mulheres...
tanta gente!
Era a retirada de 11 de outubro.
- Deus tenha compaixão de nós! - disse a
velha. - O que será, padre?
- O que há de ser! - respondeu Frei
Dinis. - O meu pressentimento que se
verifica; o combate foi decisivo, os
constitucionais vencem.
Com efeito foram aparecendo as tropas
que se retiravam, as gentes que fugiam, e
todo aquele confuso e doloroso
espetáculo de uma retirada em guerra
civil...”
(capítulo XIX)
Romance
Como já foi dito, Garret
vai defender o governo e
insere no livro uma
noveleta
“A menina dos
rouxinóis”.
O Romantismo “exigia”
uma história de amor
desafortunada para ilustrar
o relato...
Desse modo, temos o
romance entre Carlos e
Joaninha.
Viagens…no plural!!
Enquanto viaja, também a sua
mente vagueia pelo passado, pelo
presente e pelo futuro. São estas as
outras “Viagens” que o título
aponta: um olhar sobre o Portugal
de oitocentos, sobre a sociedade
nacional, sobre a política corrupta,
sobre o desencanto final do
liberalismo
(http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/grandeslivros)
O pluralismo do substantivo "Viagens“ dá pistas da coexistência de múltiplas viagens:

Viagem Geográfica
(de Lisboa a Santarém)

Viagem ao passado das
personagens

(segredos )

Viagem à
Consciência
(reflexões e críticas)

Viagem Sentimental

(Carlos e Joaninha)

Viagem ao passado
(história de Portugal)
nacionalismo

Identidade
com a terra

Discurso
subjetivo

Observe-se a força
significativa do
pronome “minha”

sentimento
de posse

relação de
intimidade
Personagens

Carlos
representa o
espírito
renovador e
liberal

Georgina

Joaninha

representa o
ideal moral da
sociedade

representa a
pureza da vida
campestre,
limpa da
corrupção
citadina,
impoluta e de
mente ingênua

D.Francisca
representa
Portugal e a
prudência

Frei Dinis
representa o
absolutismo,
conservadorismo,
a tradição, os
velhos e
inquebráveis
costumes.
“Espelhos inversos”
Carlos (o filho), ao contrário,
luta pelos ideais do liberalismo
e, depois de descobrir que é
filho do frade, foge e se torna
barão (materialista).

Frei Dinis (o pai) é, inicialmente,
materialista. Somente diante do
remorso pelo pecado cometido
espiritualiza-se,
tornando-se um frade austero.

Helder Macedo afirma que estes personagens são “espelhos, imagens inversas um do outro”.
“Joaninha (...) é uma criança, e tem mais
juízo, mais energia d'alma, mais saúde e
mais força do que (...) a maior parte dos
homens.” (capítulo XIX )
“os olhos de Joaninha eram verdes... não daquele
verde descorado e traidor dos felinos, não não,
eram verde-verde, puros e brilhantes como
esmeraldas do mais subido quilate.” (capítulo XII)
Personifica a graça, a fragilidade, o espírito
de sacrifício e o encanto feminino na
concepção do autor.
Sua função é mostrar a destruição do caráter
de Carlos. Sentimental, enlouquece diante
das injustiças e crueldades sociais e morre.
(http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
Joaninha e a janela
“Joaninha era certa em sua janela(...)
ambos os exércitos, ali se acostumaram
a vê-la com o nascer e o pôr do sol: ali,
muda e quedas horas esquecidas,
escutava ela o vago cantar dos seus
rouxinóis, talvez absorta em mais vagos
pensamentos ainda...
E dali lhe puseram o nome de "menina
dos rouxinóis", pelo qual era
conhecida em ambos os campos;
significante e poético apelido com que a
saudavam os soldados de ambas as
bandeiras.”
(capítulo XIX)
"Leitor amigo e benévolo, caro leitor meu
indulgente, não acuses, não julgues à pressa o
meu pobre Carlos." (Cap.XXII)

O típico exemplo dos homens fatais, que
espalham à sua volta a destruição e o sofrimento;
caráter inconstante, não consegue encontrar-se
a si próprio nem identificar-se com o seu
verdadeiro eu, simbolizado por Joaninha.

É um puro coração que a sociedade transformou
num céptico, um sentimental arrastado por um
coração demasiado grande e sensível que não
sabia obedecer à razão ou à vontade.
(http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
"Uma bela mulher de estatura não acima da
ordinária", "a cabeça com uns laços de preto e cor
de granada (…) um rosto oval, clássico, perfeito,
sem grande mobilidade de expressão mas belo"
(Cap. XXXII)

Mulher madura no pensar, de personalidade forte,
enérgica e firme.
Simboliza o espírito de abnegação, sacrifício e de
renúncia.Tanto ela como Joaninha são personagens
individuais, que não representam qualquer grupo
social.
(http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
"católico sincero e frade no coração“
(cap. XV)

"o frade mais austero e pregador mais
eloquente daquele tempo“
(cap. XVI)
"homem de princípios austeros, de crenças
rígidas e de uma lógica inflexível e teimosa".
(cap. XV)

Simboliza as ideias absolutistas, encarna a
ideia cristã da penitência.
É uma personagem que tem como função na
obra criar uma atmosfera de terror,
atormentado pelo remorso.
(http://martarib.tripod.com/personagens.htm)

Antes de ser frade, Dinis foi o culpado pela
morte da mãe de Carlos (de quem era
amante) e do marido dela, e também pela
morte do pai de Joaninha.
Avó paciente, terna, carinhosa e amante dos netos.
O seu comportamento quase não sofre alterações do
princípio ao fim da novela.
Está mais ligada ao passado do que ao presente; só
ela conhece o mistério da família e os crimes de
Frei Dinis.
Desempenha um papel decisivo na cena do
reconhecimento. É ela que impede Carlos de
assassinar Frei Dinis, revelando-lhe que ele é seu
pai. "Filho, meu filho! - arrancou a velha com
estertor do peito: - É teu pai, meu filho. Este homem
é teu pai, Carlos". (Cap.35)
Com a morte da neta (Joaninha) deixará de existir
como ser humano, aguardando apenas a morte
física.A estagnação das perspectivas da sua vida
poderá simbolicamente ser associada com a
situação de Portugal ("pátria moribunda").
(http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
Desfecho
Carlos não aceita o fato de ser filho de Frei Dinis e foge; torna-se barão e deixa
Georgina, enquanto Joaninha enlouquece e morre.
abandona os ideais para assumir um comportamento
adequado aos apelos do mundo: ser barão. Desta
perspectiva, é o símbolo do Portugal contemporâneo.
(Massaud Moisés)

Paralelamente, a viagem até Santarém também termina.
“Mortes simbólicas”
“[Carlos]foge, desencadeando um processo que se pode
denominar de mortes simbólicas na obra: Carlos morre ao
tornar-se barão — morte de ideais, da alma, do amor.”
(Abigail dos Santos Fonsêca)

“Além da morte de Carlos há também a de Joaninha que morre para a razão ao
enlouquecer; Georgina morre para a vida ao converter-se ao Catolicismo pois
não aceitava ser de outro homem que não fosse Carlos; D. Francisca (que já estava
semimorta), também louca, morre para o mundo, está apenas à espera da
“dissolução do corpo”, assim como Frei Dinis que aguarda o momento em que
Deus o leve.”
(Abigail dos Santos Fonsêca)
Assista no
Análise da obra em estudo.
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=YFLeRzsKSok
Assista no
Série Grandes Livros
RTP Viagens da minha terra
(apresentação) 50 minutos
Episódio 10
2009.

http://www.youtube.com/watch?v=ho2ZqiVUCss&feature=related
Relevância no movimento literário
“Instrumento para reflexão do seu autor, Viagens na minha terra, não só moderniza a
prosa portuguesa, extirpando-lhe os vícios retóricos de grandiloqüência, como também
traz em seu bojo a marca de uma lúcida consciência dos problemas que afligem seu país.”
(Massaud Moisés,p.40)
“As Viagens(...) são o ponto de arranque da moderna prosa literária portuguesa: pela
mistura de estilos e de géneros, pelo cruzamento de uma linguagem ora clássica ora
popular, ora jornalística ora dramática, ressaltando a vivacidade de expressões e
imagens, pelo tom oralizante do narrador, Garrett libertou o discurso da pesada tradição
clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar Eça de Queirós.”
A obra gera a referência
histórica para o início
de “A cidade e as serras”,
de Eça de Queirós
“Ficam-nos estas “Viagens” que,
fisicamente, foi breve (Lisboa – Santarém;
Santarém – Lisboa), mas que atravessou
toda a alma de um país que ainda se
descobre entrelinhas.”
(– Episódio X– Série Grandes Livros, Viagens na
minha terra – Almeida Garrett)
Fontes
GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. 3° edição. Lisboa: Sá da Costa, 1974.
MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, p. 39.
FONTES, Isabel. Disponível em http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida
Garret-Resumo/Paacutegina1.html
BERLIM, Paulo Roberto Borges. O tempo no romance: um recorte da Joaninha dos olhos verde
disponível em: www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias/ss_2008/paulo_roberto_borges_berlim.pdf
•
http://pt.shvoong.com/books/1942732-an%C3%A1lise-livro-viagens-na-minha/#ixzz1oegoWT4k
•
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/24/913540/estude-os-livros-obrigatorios-da-fuvest-e-unicamp2013-viagens-na-minha-terra-almeida-garret.html
•
http://alpendredalua.blogspot.com/2011/12/notacoes-os-pobres-i-de-almeida-garrett.html
•
http://martarib.tripod.com/biografia.htm
•
http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/grandeslivros/?k=Viagens-na-Minha-Terra.rtp&post=11408 http://www.lithis.net/25
•
http://nelsonsouzza.blogspot.com/2010/08/este-inferno-de-amar-almeida-garrett.html
•
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/fichaleituraalmeidagarrett.htm
•
http://martarib.tripod.com/personagens.htm
•
http://www.artigos.com/artigos/humanas/artes-e-literatura/simbolos-e-imagens-em-viagens-na-minha-terra-2473/artigo/

Pesquisa e organização
Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria
Licenciada em Letras – Unisantos
Contato: clauheloisa@yahoo.com.br

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Viagens na minha terra de Almeida Garrett

  • 1. Almeida Garrett “Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices.” Viagens na minha terra
  • 2. Almeida Garrett Considerado o primeiro autor romântico em Portugal, João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett (1799- 1854) passou a infância nas propriedades do pai, ao sul do Porto. Aos 10 anos de idade foi obrigado a sair de sua cidade (invadida pelas tropas de Napoleão Bonaparte). Mudou-se para Lisboa com a família e mais tarde para a ilha Terceira (Açores).
  • 3. Teatro • Frei Luís de Souza • 1843 Prosa • Viagens na minha terra • 1846 Poesia • Folhas Caídas • 1853 Garrett dinâmico
  • 4. Garrett sedutor “A vida de Garrett foi tão apaixonante quanto sua obra. Destacou-se socialmente como “o tipo perfeito do dandy”. Foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separou-se da esposa, para viver com sua amante D. Adelaide Pastor até à morte desta em 1841. A partir de 1846, a sua musa é a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas Caídas.”
  • 5. Olhos negros Por teus olhos negros, negros, Trago eu negro o coração, De tanto pedir-lhe amores... E eles a dizer que não. E mais não quero outros olhos, Negros, negros como são; Que os azuis dão muita esp'rança Mas fiar-me eu neles, não. Só negros, negros os quero; Que, em lhes chegando a paixão, Se um dia disserem sim... Nunca mais dizem que não. (in «Folhas Caídas e Outros Poemas»)
  • 6. " Há três espécies de mulheres neste mundo: a mulher que se admira, a mulher que se deseja e a mulher que se ama. A beleza, o espírito, a graça, os dotes da alma e do corpo geram a admiração. Certas formas, certo ar voluptuoso, criam o desejo. O que produz o amor não se sabe; é tudo isto às vezes; é mais do que isto, não é nada disto. Não sei o que é; mas sei que se pode admirar uma mulher sem a desejar, que se pode desejar sem a amar.” Cap. 44, Viagens na minha terra
  • 7. Este inferno de amar – como eu amo! Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é vida – e que a vida destrói. Como é que se veio atear, Quando – ai se há-de ela apagar? Eu não sei, não me lembra: o passado, A outra vida que dantes vivi Era um sonho talvez… foi um sonho. Em que a paz tão serena a dormi! Oh! Que doce era aquele olhar… Quem me veio, ai de mim! Despertar? Só me lembra que um dia formoso Eu passei… Dava o Sol tanta luz! E os meus olhos que vagos giravam, Em seus olhos ardentes os pus. Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei; Mas nessa hora a viver comecei… Por instinto se revela, Eu no teu seio divino Vim cumprir o meu destino... Vim, que em ti só sei viver, Só por ti posso morrer.
  • 8. “Viagens na minha terra” é considerado um ápice da prosa de Almeida Garret, mas é difícil determinar sua classificação (quanto ao gênero) porque reúne em si: relatos de viagens, ensaio e ficção - e aindanovela. (universia.com.br-adaptado) Considerando que a obra surge durante do movimento romântico, resgatando e preservando a história nacional, o livro enquadra-se em romance histórico ao lado de Eurico, o presbítero ( Alexandre Herculano).
  • 9. Estrutura da obra Organização em 49 capítulos Narrador/autor 1a/ pessoa A menina dos rouxinóis em 3a pessoa Narrativa linear e uso do flashback Linguagem híbrida (formal + informal) Antes de ser publicada como volume único em 1846, a obra foi um folhetim publicado entre 1845 e 1846 na Revista Universal Lisbonense .
  • 10. O estilo de Garret nesta obra “o romance vai se desenvolvendo em torno de várias digressões muitas delas literárias. Em muitos momentos ele conversa com o leitor, ou leitora, que ele trata sempre de forma educada e carinhosa. Utiliza termos como: benévolo leitor, amável leitora, leitor amigo, entre outros.” (Paulo Roberto Borges Berlim, em O tempo no romance: um recorte da Joaninha dos olhos verdes em Viagens na minha terra)
  • 11. O enredo A história se desenvolve a partir de uma viagem (que durou 6 dias) entre Lisboa e Santarém. O narrador/autor parte para uns dias de descanso na casa de seu amigo Passos Manuel. Essa viagem tem descrições esplendorosas. *Note-se a direção da viagem: da capital para o interior (vide mapa a seguir).
  • 12. Verossimilhança A viagem que serve de pretexto para a narrativa é real. Garrett fez o trajeto de Lisboa a Santarém e observou a paisagem e as pessoas em seus costumes. Quando, em 1846, Almeida Garrett escreveu Viagens na Minha Terra falavase do trem como promessa ( o primeiro trecho de trem só seria inaugurado 10 anos depois da publicação da obra). Garrett, embora fosse um progressista, desconfiava do novo meio de transporte, e preferia as estradas, tidas como mais eficazes: ele descreve a viagem em barcos, mulas e charretes.
  • 13. Santarém “No século XIX Santarém foi palco de importantes acontecimentos históricos, como a ocupação dos exércitos franceses (1807/8); dois anos depois foi também escolhida como posição estratégico-militar e quartel-general (...). Este último facto levou à migração maciça da sua população, incluindo frades e freiras, para Lisboa e outras paragens.” *Podemos interpretar que o autor pretende fazer o caminho de volta; voltar ao interior.
  • 14. Tempo O narrador utiliza a técnica do flashback, partindo de um tempo presente, resgatando um tempo passado ( e histórico) e projetando suas expectativas para o futuro. O narrador marca o tempo cronologicamente ( determina os dias, os meses, e o ano daquilo que conta) . No entanto, como a viagem física é intercalada por digressões, só no final do livro é que sabemos que durou 6 dias.
  • 15. O contexto do enredo Guerra civil portuguesa entre constitucionalistas (representados por D. Pedro I) e absolutistas (representados por D.Miguel I). Quando D. Pedro I volta a Portugal e assume o trono cria-se um período progressista de liberdade, e Garrett escreve o livro para defender o governo. O tempo das Viagens é um tempo histórico de aguda crise de valores, de recuo de conquistas políticas e sociais. O narrador se interessa pelo presente que o rodeia e pelo passado próximo que a ele deu origem.
  • 16. “Nesse momento Joaninha, que passeava a alguma distância da casa na direção de Lisboa, acudiu sobressaltada brandando: - Avó, avó!... tanta gente que aí vem! soldados e povo... homens e mulheres... tanta gente! Era a retirada de 11 de outubro. - Deus tenha compaixão de nós! - disse a velha. - O que será, padre? - O que há de ser! - respondeu Frei Dinis. - O meu pressentimento que se verifica; o combate foi decisivo, os constitucionais vencem. Com efeito foram aparecendo as tropas que se retiravam, as gentes que fugiam, e todo aquele confuso e doloroso espetáculo de uma retirada em guerra civil...” (capítulo XIX)
  • 17. Romance Como já foi dito, Garret vai defender o governo e insere no livro uma noveleta “A menina dos rouxinóis”. O Romantismo “exigia” uma história de amor desafortunada para ilustrar o relato... Desse modo, temos o romance entre Carlos e Joaninha.
  • 18. Viagens…no plural!! Enquanto viaja, também a sua mente vagueia pelo passado, pelo presente e pelo futuro. São estas as outras “Viagens” que o título aponta: um olhar sobre o Portugal de oitocentos, sobre a sociedade nacional, sobre a política corrupta, sobre o desencanto final do liberalismo (http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/grandeslivros)
  • 19. O pluralismo do substantivo "Viagens“ dá pistas da coexistência de múltiplas viagens: Viagem Geográfica (de Lisboa a Santarém) Viagem ao passado das personagens (segredos ) Viagem à Consciência (reflexões e críticas) Viagem Sentimental (Carlos e Joaninha) Viagem ao passado (história de Portugal)
  • 20. nacionalismo Identidade com a terra Discurso subjetivo Observe-se a força significativa do pronome “minha” sentimento de posse relação de intimidade
  • 21. Personagens Carlos representa o espírito renovador e liberal Georgina Joaninha representa o ideal moral da sociedade representa a pureza da vida campestre, limpa da corrupção citadina, impoluta e de mente ingênua D.Francisca representa Portugal e a prudência Frei Dinis representa o absolutismo, conservadorismo, a tradição, os velhos e inquebráveis costumes.
  • 22. “Espelhos inversos” Carlos (o filho), ao contrário, luta pelos ideais do liberalismo e, depois de descobrir que é filho do frade, foge e se torna barão (materialista). Frei Dinis (o pai) é, inicialmente, materialista. Somente diante do remorso pelo pecado cometido espiritualiza-se, tornando-se um frade austero. Helder Macedo afirma que estes personagens são “espelhos, imagens inversas um do outro”.
  • 23. “Joaninha (...) é uma criança, e tem mais juízo, mais energia d'alma, mais saúde e mais força do que (...) a maior parte dos homens.” (capítulo XIX ) “os olhos de Joaninha eram verdes... não daquele verde descorado e traidor dos felinos, não não, eram verde-verde, puros e brilhantes como esmeraldas do mais subido quilate.” (capítulo XII) Personifica a graça, a fragilidade, o espírito de sacrifício e o encanto feminino na concepção do autor. Sua função é mostrar a destruição do caráter de Carlos. Sentimental, enlouquece diante das injustiças e crueldades sociais e morre. (http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
  • 24. Joaninha e a janela “Joaninha era certa em sua janela(...) ambos os exércitos, ali se acostumaram a vê-la com o nascer e o pôr do sol: ali, muda e quedas horas esquecidas, escutava ela o vago cantar dos seus rouxinóis, talvez absorta em mais vagos pensamentos ainda... E dali lhe puseram o nome de "menina dos rouxinóis", pelo qual era conhecida em ambos os campos; significante e poético apelido com que a saudavam os soldados de ambas as bandeiras.” (capítulo XIX)
  • 25. "Leitor amigo e benévolo, caro leitor meu indulgente, não acuses, não julgues à pressa o meu pobre Carlos." (Cap.XXII) O típico exemplo dos homens fatais, que espalham à sua volta a destruição e o sofrimento; caráter inconstante, não consegue encontrar-se a si próprio nem identificar-se com o seu verdadeiro eu, simbolizado por Joaninha. É um puro coração que a sociedade transformou num céptico, um sentimental arrastado por um coração demasiado grande e sensível que não sabia obedecer à razão ou à vontade. (http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
  • 26. "Uma bela mulher de estatura não acima da ordinária", "a cabeça com uns laços de preto e cor de granada (…) um rosto oval, clássico, perfeito, sem grande mobilidade de expressão mas belo" (Cap. XXXII) Mulher madura no pensar, de personalidade forte, enérgica e firme. Simboliza o espírito de abnegação, sacrifício e de renúncia.Tanto ela como Joaninha são personagens individuais, que não representam qualquer grupo social. (http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
  • 27. "católico sincero e frade no coração“ (cap. XV) "o frade mais austero e pregador mais eloquente daquele tempo“ (cap. XVI) "homem de princípios austeros, de crenças rígidas e de uma lógica inflexível e teimosa". (cap. XV) Simboliza as ideias absolutistas, encarna a ideia cristã da penitência. É uma personagem que tem como função na obra criar uma atmosfera de terror, atormentado pelo remorso. (http://martarib.tripod.com/personagens.htm) Antes de ser frade, Dinis foi o culpado pela morte da mãe de Carlos (de quem era amante) e do marido dela, e também pela morte do pai de Joaninha.
  • 28. Avó paciente, terna, carinhosa e amante dos netos. O seu comportamento quase não sofre alterações do princípio ao fim da novela. Está mais ligada ao passado do que ao presente; só ela conhece o mistério da família e os crimes de Frei Dinis. Desempenha um papel decisivo na cena do reconhecimento. É ela que impede Carlos de assassinar Frei Dinis, revelando-lhe que ele é seu pai. "Filho, meu filho! - arrancou a velha com estertor do peito: - É teu pai, meu filho. Este homem é teu pai, Carlos". (Cap.35) Com a morte da neta (Joaninha) deixará de existir como ser humano, aguardando apenas a morte física.A estagnação das perspectivas da sua vida poderá simbolicamente ser associada com a situação de Portugal ("pátria moribunda"). (http://martarib.tripod.com/personagens.htm)
  • 29. Desfecho Carlos não aceita o fato de ser filho de Frei Dinis e foge; torna-se barão e deixa Georgina, enquanto Joaninha enlouquece e morre. abandona os ideais para assumir um comportamento adequado aos apelos do mundo: ser barão. Desta perspectiva, é o símbolo do Portugal contemporâneo. (Massaud Moisés) Paralelamente, a viagem até Santarém também termina.
  • 30. “Mortes simbólicas” “[Carlos]foge, desencadeando um processo que se pode denominar de mortes simbólicas na obra: Carlos morre ao tornar-se barão — morte de ideais, da alma, do amor.” (Abigail dos Santos Fonsêca) “Além da morte de Carlos há também a de Joaninha que morre para a razão ao enlouquecer; Georgina morre para a vida ao converter-se ao Catolicismo pois não aceitava ser de outro homem que não fosse Carlos; D. Francisca (que já estava semimorta), também louca, morre para o mundo, está apenas à espera da “dissolução do corpo”, assim como Frei Dinis que aguarda o momento em que Deus o leve.” (Abigail dos Santos Fonsêca)
  • 31. Assista no Análise da obra em estudo. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=YFLeRzsKSok
  • 32. Assista no Série Grandes Livros RTP Viagens da minha terra (apresentação) 50 minutos Episódio 10 2009. http://www.youtube.com/watch?v=ho2ZqiVUCss&feature=related
  • 33. Relevância no movimento literário “Instrumento para reflexão do seu autor, Viagens na minha terra, não só moderniza a prosa portuguesa, extirpando-lhe os vícios retóricos de grandiloqüência, como também traz em seu bojo a marca de uma lúcida consciência dos problemas que afligem seu país.” (Massaud Moisés,p.40) “As Viagens(...) são o ponto de arranque da moderna prosa literária portuguesa: pela mistura de estilos e de géneros, pelo cruzamento de uma linguagem ora clássica ora popular, ora jornalística ora dramática, ressaltando a vivacidade de expressões e imagens, pelo tom oralizante do narrador, Garrett libertou o discurso da pesada tradição clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar Eça de Queirós.” A obra gera a referência histórica para o início de “A cidade e as serras”, de Eça de Queirós
  • 34. “Ficam-nos estas “Viagens” que, fisicamente, foi breve (Lisboa – Santarém; Santarém – Lisboa), mas que atravessou toda a alma de um país que ainda se descobre entrelinhas.” (– Episódio X– Série Grandes Livros, Viagens na minha terra – Almeida Garrett)
  • 35. Fontes GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. 3° edição. Lisboa: Sá da Costa, 1974. MOISÉS, Massaud (dir.). A literatura portuguesa em perspectiva: Romantismo e Realismo. vol. 3. São Paulo: Atlas, 1994, p. 39. FONTES, Isabel. Disponível em http://www.mundovestibular.com.br/articles/4367/1/VIAGENS-NA-MINHA-TERRA---Almeida Garret-Resumo/Paacutegina1.html BERLIM, Paulo Roberto Borges. O tempo no romance: um recorte da Joaninha dos olhos verde disponível em: www.letras.ufpr.br/documentos/graduacao/monografias/ss_2008/paulo_roberto_borges_berlim.pdf • http://pt.shvoong.com/books/1942732-an%C3%A1lise-livro-viagens-na-minha/#ixzz1oegoWT4k • http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/02/24/913540/estude-os-livros-obrigatorios-da-fuvest-e-unicamp2013-viagens-na-minha-terra-almeida-garret.html • http://alpendredalua.blogspot.com/2011/12/notacoes-os-pobres-i-de-almeida-garrett.html • http://martarib.tripod.com/biografia.htm • http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/grandeslivros/?k=Viagens-na-Minha-Terra.rtp&post=11408 http://www.lithis.net/25 • http://nelsonsouzza.blogspot.com/2010/08/este-inferno-de-amar-almeida-garrett.html • http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/portugues/portugues_trabalhos/fichaleituraalmeidagarrett.htm • http://martarib.tripod.com/personagens.htm • http://www.artigos.com/artigos/humanas/artes-e-literatura/simbolos-e-imagens-em-viagens-na-minha-terra-2473/artigo/ Pesquisa e organização Profa. Cláudia Heloísa Cunha Andria Licenciada em Letras – Unisantos Contato: clauheloisa@yahoo.com.br