O documento apresenta informações sobre uma recuperação intensiva de História, incluindo concepções pedagógicas, habilidades a serem trabalhadas, sugestões de atividades e materiais de apoio.
1. DIRETORIA DE ENSINO LESTE 4
JOSÉ CARLOS FRANCISCO
DIRIGENTE REGIONAL DE ENSINO
NÚCLEO PEDAGÓGICO
RECUPERAÇÃO INTENSIVA
HISTÓRIA
PCNP Cláudia E. Silva
17/08/2012
2. Leitura compartilhada:
Fragmento de Robinson Crusoe, de Daniel
Defoe
(adaptado por Fernando Nuno)
São Paulo: Difusão Cultural do Livro, 2003.
Gênero: narrativa de aventura
3. Experiência histórica: projetos de Correção de Fluxo,
Aceleração, e Recuperação de Ciclo II – respostas ao fracasso
escolar – recusa da culpabilização do aluno (expectativas
desfavoráveis) e aposta na sua capacidade de aprender
Revisão do que é realmente indispensável. Seleção de
conteúdos: prioridades – noções e conceitos abrangentes
Valorização do conhecimento prévio como base para
avançar a níveis mais elaborados
4. Centralidade do desenvolvimento de habilidades básicas
de leitura e escrita, em todas as disciplinas, trabalhando
com os gêneros do discurso próprios a cada uma delas
Avaliação como diagnóstico e acompanhamento do
processo – de aprendizagem (aluno) e do ensino
(professor) – observação e registro
Atividades: dinâmica que favorece as interações, alterna
atividades individuais e coletivas, estimula a participação,
mobiliza interesses; que parte da realidade dos alunos,
problematizando-a, propondo desafios e sistematizando
ideias e conceitos.
5. RECUPERAÇÃO INTENSIVA – CONCEPÇÃO
Segundo a Resolução SE nº2/2012: “que continuem
demandando mais oportunidades de aprendizagem para
superar dificuldades relativas a expectativas definidas para os
anos anteriores e necessitando de alternativas instrucionais
específicas para o ano a ser cursado”.
Não deve, pois, ser a mera repetição de conteúdos da série
de origem. Sobretudo no caso da Etapa IV (8ª série), não se
trata de recuperação de conteúdos tradicionais da 8ª série –
a repetição não é indicada para incluir os alunos no processo
pedagógico
6. Classes com 20 alunos, em média
Diagnóstico é fundamental – habilidades de leitura e
escrita em todas as disciplinas – o que o aluno sabe e quais
são suas dificuldades (SARESP, avaliação da
aprendizagem em processo – “prova diagnóstica” – e
avaliação/observação do professor)
Sugestões de materiais: não há materiais específicos. O
professor, a partir de seu diagnóstico, seleciona dentre os
diversos materiais disponíveis, os adequados para o
trabalho com a turma.
Cadernos do Currículo oficial, reserva técnica do
Ensinar e Aprender, materiais do acervo da escola
(vídeos DVD Escola, programas de livros, filmes do
projeto O Cinema Vai à Escola etc.)
7. Mediação do professor: fundamental, na análise dos
materiais, sua adequação à classe, no planejamento do
tempo, do espaço e dos recursos, na formação dos
agrupamentos, nas intervenções que se façam necessárias
Projetos envolvendo duas ou mais disciplinas, também
com uso de tecnologias
Aluno: desenvolvimento de autoconceito positivo e
confiança. Oportunidade de devolver a jovens marcados
pelo fracasso escolar o lugar de sujeitos do processo de
ensino e aprendizagem e de produtores da linguagem
escrita
8. A escola tem um papel fundamental neste
processo, devendo refletir sobre suas práticas, pois,
dependendo do modo como as desenvolve, pode
estigmatizar e prejudicar a autoestima das crianças
e seu processo de aprendizagem
9. Qual o perfil do aluno que traz consigo o histórico de
fracasso escolar?
Crianças e adolescentes marcados pelo fracasso
escolar que após vários anos de escolaridade não
compreenderam as regras de funcionamento do
nosso sistema de escrita;
Não utilizam a linguagem escrita nas situações em
que é requerida;
Procuram não mostrar o que sabem por que
acreditam que não sabem nada. Inicialmente
recusam-se a participar das atividades; Sentem-se
incapazes de aprender;
10. Considerando as características dos alunos, quais os
desafios que o professor precisa enfrentar?
Conhecer e considerar o processo de
aprendizagem dos alunos
Conhecimento e consideração da didática,
numa concepção socioconstrutivista
Mas, principalmente: conhecer formas de
promover a gestão de salas marcadas pelo
fracasso escolar
11. Exemplos:
o Parar tudo para uma roda de conversa que não estava
prevista na rotina, mas que se fez necessária por uma
atitude extrema de desrespeito, como também “abrir
mão” de chamar a atenção por pequenas inadequações
buscando envolver o grupo nos trabalhos e não
transformar a aula em bronca...
o ... significa ainda, estar disposto a criar situações
nas quais o grupo se torne imprescindível para a
escola, que tenha contribuições, que faça
atividades que sejam úteis a todos... – favorecer o
protagonismo...
o ... significa também propor situações de aprendizagem
que busquem diminuir a distância interpessoal e
intercultural entre professor e alunos.
12. HABILIDADES COMUNS
(todas as disciplinas)
Leitura e análise de diferentes textos produzidos em
diferentes linguagens:
- Narrativas, textos poéticos, de divulgação científica,
informativos (inclusive didáticos), de opinião e outros
- Mapas, fotos, gravuras, documentos de época,
depoimentos, gráficos, tabelas, etc.
13. HABILIDADES COMUNS
(todas as disciplinas)
Escrita
- Organização e registro de informações em diferentes
linguagens, texto escrito, tabelas, esquemas, gráficos, desenhos
- Produções de diferentes tipos de textos: narrativos,
informativos etc.
Expressão oral
- Leitura oral de textos da tipologia narrar e relatar
- Exposição de suas ideias com clareza, argumentação
em defesa de suas ideias considerando a contribuição do outro
14. HABILIDADES COMUNS
(todas as disciplinas)
Análise e interpretação de fatos e ideias:
- Coleta e organização de informações
- Estabelecimento de relações
- Formulação de perguntas e hipóteses
Utilização de informações e conceitos em situações
diversas
15. HABILIDADES BÁSICAS - HISTÓRIA
Duas referências: a Matriz e a Escala
de Proficiência do SARESP da
disciplina – possíveis guias para as
habilidades avaliadas na 6ª e na 8ª
séries a serem trabalhadas nas etapas
III e IV.
16. A língua em todas as disciplinas
Luís Carlos de Menezes
Desde que nascemos, aprendemos a interpretar gestos,
olhares, palavras e imagens. Esse processo é potencializado
pela escola, por meio da leitura e da escrita, o que nos dá
acesso a grande parte da cultura humana. Isso envolve todas
as áreas, pois, mais do que reproduzir o som das palavras,
trata-se de compreendê-las - e quem sabe relacionar termos
como paráfrase, latifúndio, colonialismo e transgênico aos
seus significados faz uso de um letramento obtido em aulas
de Língua Portuguesa, Geografia, História e Ciências,
respectivamente.
17. A chamada alfabetização científico-tecnológica
mostra essa preocupação no ensino de Ciências. Falta
muito, porém, para que as linguagens sejam objetivos da
instrução e não só pré-requisitos exclusivos das aulas de
Língua Portuguesa e Matemática, como apontamos nesta
coluna (...). A competência de ler e escrever, aliás, se
desenvolve com a de "leitura do mundo" no sentido usado
por Paulo Freire - e todo educador deve fazer isso sozinho
e em associação com seus colegas.
18. Cada estudante que, numa aula de Geografia,
examina um mapa ou guia de ruas, assinala locais por onde
passa e comenta em texto experiências ali vividas, além de
aprender a se situar, faz um exercício expressivo e pessoal da
escrita. Isso também pode ser um trabalho coletivo, como a
maquete que vi numa cidadezinha mostrando a escola, o
estádio, o hospital, a praça e a prefeitura. Estavam ali
representados também o rio, com os pontos onde transborda
e em que ocorre o despejo irregular de lixo. Cartazes ao lado
comentavam o surgimento da cidade, a vida econômica e os
problemas ambientais, com linguagem aprendida em aulas
de Arte, Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa.
19. Mas essa prática só muda as estatísticas de
alfabetização quando faz parte da rotina escolar. Há
uma queixa frequente de que por lerem mal os alunos
têm dificuldade com certos conteúdos. Diante dela, a
escola deve trocar o círculo vicioso - em que o despreparo
na língua dificulta a aprendizagem de outras matérias e
perpetua o despreparo - por um círculo virtuoso - em que
a leitura e a escrita melhorem em todas as áreas e
ajudem na aprendizagem de qualquer conteúdo. De
certa forma, todos os professores devem dar continuidade
ao processo de alfabetização, em que os pequenos leem e
escrevem sobre suas relações pessoais ou sociais e sobre as
coisas da natureza, entre outros temas.
20. Para cumprir esse objetivo, é igualmente importante
lançar mão de vários meios e atender aos interesses de
crianças e jovens, muitas vezes relacionados às novas
tecnologias. Buscas pelo conteúdo de enciclopédias ou por
letras de música podem ser feitas pela internet. Nada impede
que, além de escreverem agendas e diários e publicarem
notas nos murais da escola, eles enviem torpedos por celular,
conversem em chats ou enviem mensagens por e-mail. Se
houver equipamentos suficientes, os alunos podem registrar e
editar seus textos em computadores. Se não, pode-se realizar
atividades em grupo na própria escola ou em equipamentos
públicos. A crescente importância desses meios é mais um
estímulo para o domínio da escrita, até porque os CDs, DVDs
e pendrives logo farão - se já não fazem - parte da vida
escolar tanto quanto livros e cadernos.
21. Com esses e outros meios, aprende-se a ler e
escrever todo o tempo e em qualquer disciplina, e é
ainda melhor quando a coordenação pedagógica
orientar a equipe nesse sentido. O ideal é que todos
sejam preparados para ações conjuntas, mas já faz uma
enorme diferença se, antes de cada aula, os docentes
souberem quais linguagens desenvolverão com os alunos
e como vão estimulá-los a ler os textos e a escrever o que
aprenderam, as dúvidas que restaram e seus pontos de
vista sobre aspectos polêmicos.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/gestao/lingua-todas-
disciplinas-432179.shtml
22. Importância da leitura pelo professor
Lendo todos os dias, o professor garante que a
leitura se torne parte integrante da rotina da escola
Permite que os alunos construam uma crescente
autonomia para ler, familiarizem-se com a
linguagem escrita, sintam prazer com a leitura,
conheçam uma diversidade de histórias e de autores,
entre outros ganhos
23. Importância da leitura pelo professor
Lembrando que os alunos não convivem
com leitores, o professor é o modelo. O
professor está ensinando a eles o
comportamento leitor; dando exemplos eles
aprendem a função social da leitura.
24. Sugestão 1
Leitura de mapas
HISTÓRIA – 6ª e 8ª série
Fonte: ARRUDA, José Jobson de A. Atlas Histórico Básico. 17ª ed.
São Paulo: Ática, 2000.
27. Proposta de SD:
Partir da leitura do mapa e finalizar com a produção textual,
no caso, de verbetes (gênero textual da tipologia expor).
De acordo com os níveis de alfabetização, a escrita pode passar
da coletiva (tendo o professor como escriba) para produções em
pequenos grupos até as individuais, com as devidas
interferências do professor, no sentido de:
1. Caracterizar o processo em estudo (expansão marítima,
independências na América Luso-espanhola);
2. Colocar em evidência as temporalidades expressas no mapa
por meio das convenções e informações, propondo a
organização de linhas do tempo como apoio para a
organização dos verbetes.
28. Esta sequência didática, além de trabalhar as habilidades comuns
a diversas disciplinas e contribuir para o desenvolvimento de
capacidades de leitura e escrita, promove o desenvolvimento de
habilidades específicas da disciplina História – no caso, H13 e H30
da 6ª série; H24 da 8ª série, segundo as Matrizes do SARESP.
Matriz do SARESP (História)
6ª série – H13 - Classificar, cronologicamente, os principais períodos que
dividem a história das sociedades ocidentais.
6ª série – H30 - Identificar os principais objetivos e características do
processo de expansão e conquista desenvolvido pelos europeus a partir
dos séculos XV-XVI.
8ª série – H24 - Reconhecer as principais características dos processos de
independência das colônias europeias na América.
29. O gênero verbete
Conjunto de acepções e exemplos de uma entrada em
dicionários, glossário e enciclopédia.
Esferas: científica, cotidiana, escolar
Tipologia textual: Expor
Estrutura simplificada do Verbete: entrada ± categoria
gramatical ± área ± definição ± fonte
Objetivo > Definir: explicar o(s) sentido(s) dos conceitos ou
expressões
30. Além disso, o professor deve, sempre que possível, realizar a
leitura de textos didáticos e documentos, de diversos gêneros,
inclusive os estudados nas aulas de Língua Portuguesa, tais como:
• 6ª série: tipologias narrar (romance histórico e narrativa de
aventura; crônica narrativa; letras de música com teor
narrativo; contos, lendas e narrativas míticas) e relatar
(relato autobiográfico, biografia, notícia, relato de
experiência, relato de viagem, diário);
• 8ª série: textos prescritivos/injuntivos (leis e decretos);
das tipologias expor (textos didáticos e de divulgação
cientifica) e argumentar (artigos de opinião, discursos
políticos).
31. Reforçando: a leitura de gêneros textuais diversos pelo professor
é fundamental, em contextos de alfabetização e letramento:
• Como atividade permanente
• Como leitura compartilhada inserida nas sequências
didáticas
Importância do trabalho com a leitura de imagens, vídeos e
filmes: trabalhar com pinturas, gravuras, fotografias e com o
audiovisual é estratégia valiosa, principalmente em contextos
em que os alunos ainda estão desenvolvendo a capacidade de
leitura de textos escritos. Sugestão: rodas de conversa e
produção coletiva, em pequenos grupos ou individual, de
pequenos textos sobre o que foi assistido e discutido com a
classe.
33. GÊNERO: TEXTO DE OPINIÃO
Tipologia: argumentar (texto dissertativo-argumentativo)
Objetivos:
Identificar a estrutura canônica de um texto
argumentativo: Tema / Tese / Argumentos / Conclusão
Reconhecer diferentes estratégias argumentativas,
como por exemplo, dados estatísticos e de pesquisa,
exemplificação, opinião de especialista (argumento de
autoridade).
Aprofundar a noção da existência de diferentes
gêneros textuais
34. Defender um “ponto de vista” implica sustentar uma
opinião em meio a outras que podem ser diferentes.
Apresentar um ponto de vista e defendê-lo deve possibilitar
o diálogo, a abertura para outras opiniões. O aluno não é
obrigado a aceitar o ponto de vista, mas deve ser capaz de:
a) compreendê-lo, isto é, identificar a TESE defendida pelo
autor;
b) reconhecer os argumentos utilizados para sustentar a
tese defendida;
c) identificar as diferentes estratégias de argumentação que
podem ser utilizadas: exemplos, dados de pesquisas, dados
estatísticos, citação da opinião de especialistas (argumento
de autoridade);
d) debater a opinião do autor, através de uma contra
argumentação, caso discorde da opinião manifestada.
35. Sugestão de atividade:
Fazer a leitura compartilhada de textos de opinião que
tratam de temas históricos (cf. exemplos selecionados),
procurando identificar seus elementos estruturais por meio
de questionamentos dirigidos ao grupo de alunos. Ao
analisar as estratégias de argumentação, ressaltar o uso de
conhecimentos históricos para fundamentar o ponto de
vista que está sendo defendido.
A atividade pode ter vários desdobramentos, sendo um
deles a redação de um parágrafo final, de conclusão, em
que se retoma a tese (opinião) apresentada no início do
texto. Outra possibilidade é propor o levantamento de
informações que permitam elaborar um novo texto de
opinião, a partir da contra argumentação sobre o tema
tratado e os argumentos apresentados no texto original.
36. Núcleo Pedagógico – DE Leste 4
Emails
delt4npe@see.sp.gov.br
historia.leste4@bol.com.br
Blog do Núcleo Pedagógico
http://leste4.nucleopedagogico.zip.net