SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 11
Downloaden Sie, um offline zu lesen
DIVERSIDADE   DE   PLANÁRIAS   TERRESTRES   (PLATYHELMINTHES, 
TRICLADIDA)   NO   PARQUE   ESTADUAL   SERRA   DA   CANTAREIRA,   SÃO 
PAULO, BRASIL


Marilia Jucá, Fernando Carbayo 


Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo. Av. Arlindo 
Bettio, 1000, São Paulo­SP, 03828­000, BRASIL. E­mail: marilia@usp.br


RESUMO 


       Num   levantamento   taxonômico   de   planárias   terrestres   (Platyhelminthes,  
Tricladida)   realizado   no   Parque   Estadual   da   Serra   da   Cantareira   (Brasil)   em 
2008­2009,   coletaram­se   1002   espécimes   de   48   morfoespécies:  23   espécies 
conhecidas pela ciência e 25 ainda estão sendo analisadas. Oito espécies são 
exclusivas do Parque, o que indica importância do Parque para a conservação da 
biodiversidade, mesmo que constituída por mata Atlântica em regeneração.


PALAVRAS­CHAVE
Taxonomia – Neotrópico – Inventário ­ Mata Atlântica ­ Geoplaninae 


INTRODUÇÃO
       As planárias constituem um dos grupos zoológicos de platielmintes de vida 
livre (Carbayo, 2005). Podem medir de poucos milímetros a vários centímetros e 
alimentam­se durante a noite de outros invertebrados que capturam.
       O Brasil representa a maior riqueza de gêneros e espécies de planárias 
terrestres do continente americano, refletindo o endemismo e a diversidade típicos 
da região Neotropical observados em outros táxons animais e vegetais. O gênero 
Geoplana é o mais rico em espécies de Terricola neotropicais, com cerca de 100 
                                                                                             1
espécies descritas (Ogren el al., 1997). No entanto, o conhecimento taxonômico 
do grupo é considerado ainda incipiente (Antunes, 2008). 
       A   maioria   dos   estudos   realizados   no   Brasil   sobre   a   fauna   de   planárias 
terrestres   foi   desenvolvida   com   base   em   material   de   coletas   esporádicas 
realizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Ogren & 
Kawakatsu, 1990); estima­se que o número real de espécies seja ainda maior.
       As principais e quase únicas publicações sobre faunística e taxonomia de 
planárias   do   estado   de   São   Paulo   procedem   da   cidade   de   São   Paulo   e   dos 
arredores, como o Parque Estadual da Serra da Cantareira, onde foi coletada, na 
década de 50, parte das espécies descritas para o Brasil (Froehlich C.G, 1955; 
Froehlich E.M, 1955; Marcus, 1951), como por exemplo,  Geoplana crioula  E.M. 
Froehlich,   1955;  Notogynaphallia   parca  (E.M.   Froehlich,   1955),  Pasipha   rosea  
(E.M. Froehlich, 1955).


MATERIAIS E MÉTODOS


Área de estudo: O Parque Estadual da Serra da Cantareira localiza­se na região 
norte   da   cidade   de   São   Paulo.   A   área   abrange   os   municípios   de   Caieiras, 
Guarulhos,   Mairiporã   e   São   Paulo,   totalizando   7.916,52   hectares.   Apresenta 
vegetação típica de Mata Atlântica, em estado de regeneração. O clima é úmido 
com temperatura média de 18ºC (Montes, 2005). 




                                                                                                2
                                        Figura 1. Localização do Parque no Brasil. 

         Coleta e fixação: Foram feitas cinco coletas, entre janeiro de 2008 e abril 
de 2009. Em cada coleta participaram entre 4 e 8 pessoas, que dedicaram  às 
coletas um total de 185 horas de busca ativa, tanto durante o dia como durante a 
noite, com lanterna. Os animais foram coletados diretamente no solo, na matéria 
orgânica e inorgânica. Depois de identificados (pela morfologia externa e interna), 
os animais foram fotografados e fixados em formalina neutra 10% e conservados 
em etanol 80%. 
         Identificação:  Os espécimes estão sendo identificados primeiramente por 
sua  morfologia  externa com auxílio  de uma lupa estereoscópica e comparação 
com   as   espécies   conhecidas   descritas   na   bibliografia.  Planárias   têm   uma 
morfologia externa muito diversa, variando na forma do corpo, nas cores e sua 
distribuição no dorso e no ventre, bem como a distribuição dos numerosos olhos 
que   possuem   pelo   dorso.  Quando   não   identificados   por   este   meio,   se   faz 
necessário   o   processamento   histológico   (morfologia   interna)   para   análise  com 
microscópio óptico. Na morfologia interna de planárias é analisado principalmente 
o aparelho copulador, composto anatomicamente por um par de ductos eferentes, 
vesícula   prostática,   uma   papila   peniana   –nem   sempre   presente­,   um   ducto 
ejaculador, ductos ovovitelinos, ducto glandular comum e átrios genitais masculino 
e   feminino.   A   forma   e   localização   destas   estruturas   permite   determinar   os 
indivíduos. 

                                                                                            3
     Figura 2. Reconstrução do aparelho copulador de Geoplana crioula retirado de 
     E.M. Froehlich,1955. Escala: 1mm




RESULTADOS E DISCUSSÃO


        Foram obtidos 1002 indivíduos pertencentes a 48 morfoespécies (Tab. 1). 
As   espécies   estão   distribuídas   em   três   famílias   Bipaliidae   (Bipalium), 
Rhynchodemidae   (Rhynchodemus,   Dolichoplana),   Geoplanidade   (as   demais 
espécies), principalmente da subfamília Geoplaninae.




(a)   Exemplar   do   gênero  Rhynchodemus  (Rhynchodemidae).   Animal   com   aprox.   7   mm   de 
comprimento.   (b)  Geoplana   vaginuloides  (Geoplanidade).   Animal   com   aprox.   4,5   mm   de 
comprimento. (c) Bipalium kewense (Bipaliidae). Animal com aprox. 11 cm de comprimento.



                                                                                                   4
Da   Cantareira   e   do   Horto   Florestal,   nas   adjacências,   são   conhecidas   34 
espécies (Graff 1899; Riester 1938; Marcus 1951; du Bois­Reymond Marcus 1951; 
Marcus 1952; E.M. Froehlich 1955; Froehlich 1955; Froehlich 1956; Carbayo et al. 
2008).   Onze   espécies   encontradas   neste   levantamento   já   eram   conhecidas   da 
literatura; 13 não eram conhecidas; 25 estão pendentes de exame da anatomia 
interna para confirmar sua identificação (Tab. 2). 
   Algumas   espécies   conhecidas   da   literatura   não   foram   encontradas   neste 
trabalho;   e   outras   previamente   não   conhecidas   para   a   Cantareira,   foram 
encontradas. Esta diferença se deve, provavelmente, ao esforço de coleta, e à 
relativa raridade dos animais (Carbayo & E.M. Froehlich, 2008). O Parque tem 
uma   grande   extensão,   mas   as   coletas   foram   restritas   a   pequenas   áreas, 
geralmente perto de bordas de caminhos e trilhas no interior da mata. As planárias 
estão dispersas pelo solo da floresta e a probabilidade de encontrar uma espécie 
é baixa. Além disso, como a mata da Cantareira é diferente de como era 50 anos 
atrás,   data   dos   estudos   faunísticos   com   que   comparamos   os   resultados   deste 
trabalho; é possível que algumas espécies tenham se deslocado à medida que a 
composição florística evoluiu e, por sua vez, a fauna que a acompanha.  




   Foto 1. Geoplaninae 6. Foto: Fernando Carbayo.




                                                                                             5
     Foto   2.  Notogynaphallia   goetschi,   a  espécie   abundante   na  área   de   estudo.   Foto:   Fernando 
Carbayo.




  Foto 3. Geobia subterranea. Foto: Fernando Carbayo.

Tabela   1   ­  Abundância   de   planárias   terrestres   (Platyhelminthes:   Tricladida)   no 

Parque Estadual da Serra da Cantareira (SP). 

                                   Morfoespécie                                            Número de 
                                                                                            indivíduos
1     Bipallium kewense Moseley, 1878                                                           11
2     Cephaloflexa bergi (Graff, 1899)                                                          17
3     Choeradoplana iheringi Graff, 1899                                                         4 
4     Choeradoplana sp. 1                                                                        1
5     Dolichoplana carvalhoi Corrêa, 1947                                                       31
6     E. pseudorhynchodemus (Riester, 1938)                                                      8
7     Geobia subterranea Schultze & Müller, 1857                                                 5
8     Geoplana burmeisteri (Schultze & Müller, 1857)                                            45
9     Geoplana carinata Riester, 1938                                                           62

                                                                                                               6
10    Geoplana crioula E.M. Froehlich, 1955                                 29
11    Geoplana ferussaci Graff, 1899                                         8
13    Geoplana multicolor Graff, 1899                                        4
14    Geoplana quagga Marcus, 1951                                          10
15    Geoplana tuxaua (E.M. Froehlich, 1955)                                 4
16    Geoplana sp. 1                                                         1
17    Geoplaninae 1                                                         136
18    Geoplaninae 2                                                          5
19    Geoplaninae 3                                                          5
20    Geoplaninae 4                                                          8
21    Geoplaninae 5                                                          7
22    Geoplaninae 6                                                          3
23    Geoplaninae 7                                                          2
24    Geoplaninae 8                                                          1
25    Geoplaninae 9                                                          1
26    Geoplaninae 10                                                         1
27    Geoplaninae 11                                                         1
28    Geoplaninae 12                                                         1
29    Geoplaninae 13                                                         1
30    Geoplaninae 14                                                         1
31    Geoplaninae 15                                                         1
32    Geoplaninae 16                                                         1
33    Geoplaninae 17                                                         1
34    Geoplaninae 18                                                         1
35    Geoplaninae 19                                                         1
36    Issoca rezendei (Schirch, 1929)                                       30
37    Issoca potyra Froehlich, 1956                                          8
38    Notogynaphallia parca (E.M. Froehlich, 1955)                           1
39    Notogynaphallia ernesti Leal­Zanchet & E.M. Froelhich, 2006           10
40    Notogynaphallia goetschi (Riester, 1938)                              497
41    Pasipha pasipha (Marcus, 1951)                                         7
42    Pasipha pinima (E.M. Froehlich, 1955)                                  3
43    Pasipha tapetilla (Marcus, 1951)                                      13
44    Pasipha trina (Marcus, 1951)                                           2
45    Pasipha sp. 1                                                          2
46    Rhynchodemus sp. 1                                                     1
47    Xerapoa hystrix Froehlich, 1955                                        1
48    Xerapoa sp. 1                                                          4
49    Outros*                                                                5
                                                               Total       1002
•    Animais cuja identificação não foi possível por não serem maduros .
•




                                                                                  7
Tabela 2. Espécies registradas na literatura e/ou neste trabalho.
   espécies           espécies           espécies           espécies        morfoespécies  
 registradas        registradas       registradas na      registradas       pendentes de  
    para a         neste trabalho     literatura não          neste          identificação
Cantareira na                          encontradas       trabalho, mas  
   literatura                         neste trabalho         não na  
                                                            literatura
      15*                 23                 4*                 13*                25
(*) Os números podem não representar os números reais visto que no trabalho de 

Froehlich   (1955a),   que   aborda   as   espécies   encontradas   em   três   estados   da 

Federação,   vários   parques,   não   especifica   em   qual   deles   foram   encontradas 

algumas espécies. 


CONCLUSÔES


       As 23 espécies encontradas na Cantareira são um número elevado, quando 

comparado   ao   de   outras   unidades   de   conservação   brasileiras.   Na   literatura, 

apenas 15 espécies são conhecidas só desta área, o que denota a importância 

desta   unidade   de   conservação,   mesmo   que   constituída   atualmente   por   mata 

secundária, para a conservação da biodiversidade. Apesar do elevado número de 

espécies catalogadas na mata Atlântica, estima­se que ainda exista um grande 

número   de   espécies   ainda   não   descritas   (Leal­Zanchet   &   Carbayo,   2000).   Os 

resultados parciais deste trabalho confirmam as estimativas da existência de um 

elevado   número   de   espécies   na   mata   Atlântica   ainda   não   catalogadas   (Leal­

Zanchet & Carbayo, 2000).




                                                                                             8
AGRADECIMENTOS


       Agradeço ao IBAMA e à direção do Parque Estadual da Serra da Cantareira 

pela autorização para realizar as coletas. À Pró­Reitoria de pesquisa da USP pela 

bolsa   do   Programa   Ensinar   com   Pesquisa.   Aos   alunos   Cláudia   Tangerino 

(IB/USP),   Andréa   Aguiar,   Débora   Cubateli,   Flávio,   Júlio   Pedroni,   Leonardo 

Zerbone e Welton Araújo (EACH/USP) pelo auxílio nos trabalhos de campo.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ANTUNES, M.B., MARQUES, D.I.L. & LEAL­ZANCHET, A.M. 2008. Composição 

das   comunidades de   planárias terrestres (Platyhelminthes, Tricladida, Terricola) 

em duas áreas de floresta estacional semidecidual do sul do Brasil. Neotrop. Biol.  

Conserv. 3 (1): 34­38.

CARBAYO, F. 2005. Procedimentos de campo e laboratório para a caracterização 

das   planárias   terrestres   neotropicais   (Platyhelminthes:   Tricladida).  Caderno   La  

Salle XI 2 (1): 131­144.

CARBAYO,   F.   &   FROEHLICH,   E.M.   2008.  Estado   do   conhecimento   dos 

macrotrubelários brasileiros. Biota Neotropica 8 (4): 177­197.

DU BOIS­REYMOND MARCUS, E. 1951b. On South American geoplanids.  Bol.  

Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São Paulo, Zool. 16: 217­255.




                                                                                            9
FROEHLICH, C.G. 1955a. Sôbre morfologia e taxonomia das Geoplanidae.  Bol.  

Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São Paulo, Zool. 19: 195­279.

FROEHLICH,   C.G.   1955b.   Notas   sôbre   geoplanas   brasileiras.  Pap.   Avul.   Dep.  

Zool. 12(7): 189­198.

FROEHLICH,   C.G.   1956a.   Tricladida   Terricola   das   regiões   de   Teresópolis   e 

Ubatuba. Pap. Avul. Dep. Zool. 12: 313­344.

FROEHLICH, C.G. 1956b. Planárias terrestres do Paraná. Dusenia 7 (4): 173­196.

GRAFF,   L.V.   1899.   Monographie   der   Turbellarien:   II.  Tricladida   Terricola. 

Engelmann, Leipzig.

LEAL­ZANCHET,   A.M.  &   CARBAYO,   F.   2000.  Fauna   de   planárias   terrestres 

(Platyhelminthes, Tricladida, Terricola) da Floresta Nacional de São Francisco de 

Paula,   RS,   Brasil:   Uma   análise   preliminar.   Acta   Biológica   Leopoldensia   22(10: 

19­25.

MARCUS, E. 1951. Turbellaria brasileiros (9).  Bol. Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São  

Paulo, Zool. 16: 5­215.

MARCUS, E. 1952. Turbellaria brasileiros (10). Bol. Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São  

Paulo, Zool. 17: 5­187.

MONTES, J. 2005. Fauna de Culicidae da Serra da Cantareira, São Paulo, Brasil. 

Revista de Saúde Pública vol. 39 nº 4 São Paulo.

OGREN,   R.E.   &   KAWAKATSU,   M.   1990.  Index   to   the   species   of   the   family 

Geoplanidae  (Turbellaria,   Tricladida,   Terricola)   Part   I:   Geoplaninae.  Bull.   Fuji  

Women’s College 28(I): 79­166

                                                                                            10
OGREN,   R.E.,   KAWAKATSU,   M.   &   FROEHLICH,   E.M.   1997.   Additions   and 

corrections of the previous land planarian indices of the world (Turbellaria, Seriata, 

Tricladida,   Terricola)   Addendum   IV.   Geographic   locus   index:   Bipaliidae, 

Rhynchodemidae (Rhynchodeminae, Microplaninae), Geoplanidae (Geoplaninae, 

Caenoplaninae, Pelmatoplaninae). Bull. Fuji Womens´ College 35(I): 63­103.




                                                                                    11

Weitere ähnliche Inhalte

Mehr von PEDRO PACHECO

Lais Usp Caracterizacao Defeitos
Lais Usp Caracterizacao DefeitosLais Usp Caracterizacao Defeitos
Lais Usp Caracterizacao Defeitos
PEDRO PACHECO
 
Adriana Usp Algodao Brasil Peru
Adriana Usp Algodao Brasil PeruAdriana Usp Algodao Brasil Peru
Adriana Usp Algodao Brasil Peru
PEDRO PACHECO
 
Curso Medio Ambiente Y Sentencias
Curso Medio Ambiente Y SentenciasCurso Medio Ambiente Y Sentencias
Curso Medio Ambiente Y Sentencias
PEDRO PACHECO
 
Articulos Prensa EspañA
Articulos Prensa EspañAArticulos Prensa EspañA
Articulos Prensa EspañA
PEDRO PACHECO
 
Manejo Pesquero De Macroalgas
Manejo Pesquero De MacroalgasManejo Pesquero De Macroalgas
Manejo Pesquero De Macroalgas
PEDRO PACHECO
 
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
PEDRO PACHECO
 
Impactos Urbano Ambientales En Lima Norte
Impactos Urbano Ambientales En Lima NorteImpactos Urbano Ambientales En Lima Norte
Impactos Urbano Ambientales En Lima Norte
PEDRO PACHECO
 
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De HuachoFactores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
PEDRO PACHECO
 
Estudio De Los Factores Internos Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
Estudio De Los Factores Internos  Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...Estudio De Los Factores Internos  Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
Estudio De Los Factores Internos Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
PEDRO PACHECO
 
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
PEDRO PACHECO
 
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
PEDRO PACHECO
 
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
PEDRO PACHECO
 
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
PEDRO PACHECO
 
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
PEDRO PACHECO
 
Cultivo Experimental De Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
Cultivo Experimental De  Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)Cultivo Experimental De  Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
Cultivo Experimental De Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
PEDRO PACHECO
 
Crucero Oceanografico Regional
Crucero Oceanografico RegionalCrucero Oceanografico Regional
Crucero Oceanografico Regional
PEDRO PACHECO
 
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio ChillonRiesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
PEDRO PACHECO
 
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De AlgodaoTestes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
PEDRO PACHECO
 

Mehr von PEDRO PACHECO (20)

Mantovani Biomas[1]
Mantovani Biomas[1]Mantovani Biomas[1]
Mantovani Biomas[1]
 
Introduçã..[1]
Introduçã..[1]Introduçã..[1]
Introduçã..[1]
 
Lais Usp Caracterizacao Defeitos
Lais Usp Caracterizacao DefeitosLais Usp Caracterizacao Defeitos
Lais Usp Caracterizacao Defeitos
 
Adriana Usp Algodao Brasil Peru
Adriana Usp Algodao Brasil PeruAdriana Usp Algodao Brasil Peru
Adriana Usp Algodao Brasil Peru
 
Curso Medio Ambiente Y Sentencias
Curso Medio Ambiente Y SentenciasCurso Medio Ambiente Y Sentencias
Curso Medio Ambiente Y Sentencias
 
Articulos Prensa EspañA
Articulos Prensa EspañAArticulos Prensa EspañA
Articulos Prensa EspañA
 
Manejo Pesquero De Macroalgas
Manejo Pesquero De MacroalgasManejo Pesquero De Macroalgas
Manejo Pesquero De Macroalgas
 
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
Influencias BioecolóGicas Para La CongregacióN Y Pesqueria Artesanal De Ancho...
 
Impactos Urbano Ambientales En Lima Norte
Impactos Urbano Ambientales En Lima NorteImpactos Urbano Ambientales En Lima Norte
Impactos Urbano Ambientales En Lima Norte
 
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De HuachoFactores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
Factores Antropicos Y La Calidad Ambiental En La Ciudad De Huacho
 
Estudio De Los Factores Internos Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
Estudio De Los Factores Internos  Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...Estudio De Los Factores Internos  Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
Estudio De Los Factores Internos Y Externos De Competitividad´Para El Desarr...
 
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
Estimacion De La Vida Util Mediante El Metodo De Riesgos De Weibull Fundament...
 
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
El Principio De Irrelevancia Y La JerarquizacióN En El Manejo De Los Desechos...
 
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
DiseñO, ConstruccióN Y Medida De La Eficiencia De Un Prototipo De Cocina Rura...
 
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
DeterminacióN De ParáMetros EnolóGicos Que Influyen En El Perfil Sensorial De...
 
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
Determinacion De La Contaminacion Radiactiva Por Radon En Centros Mineros Del...
 
Cultivo Experimental De Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
Cultivo Experimental De  Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)Cultivo Experimental De  Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
Cultivo Experimental De Pelillo (Gracilariopsis Lemaneiformis)
 
Crucero Oceanografico Regional
Crucero Oceanografico RegionalCrucero Oceanografico Regional
Crucero Oceanografico Regional
 
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio ChillonRiesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
Riesgo Ambiental En Zonas Vulnerables Franjas RibereñAs Cuenca Baja Rio Chillon
 
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De AlgodaoTestes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
Testes Fisicos De Controle De Qualidade Da Fibra E Fio De Algodao
 

Marilia Usp Planarias

  • 1. DIVERSIDADE   DE   PLANÁRIAS   TERRESTRES   (PLATYHELMINTHES,  TRICLADIDA)   NO   PARQUE   ESTADUAL   SERRA   DA   CANTAREIRA,   SÃO  PAULO, BRASIL Marilia Jucá, Fernando Carbayo  Escola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo. Av. Arlindo  Bettio, 1000, São Paulo­SP, 03828­000, BRASIL. E­mail: marilia@usp.br RESUMO  Num   levantamento   taxonômico   de   planárias   terrestres   (Platyhelminthes,   Tricladida)   realizado   no   Parque   Estadual   da   Serra   da   Cantareira   (Brasil)   em  2008­2009,   coletaram­se   1002   espécimes   de   48   morfoespécies:  23   espécies  conhecidas pela ciência e 25 ainda estão sendo analisadas. Oito espécies são  exclusivas do Parque, o que indica importância do Parque para a conservação da  biodiversidade, mesmo que constituída por mata Atlântica em regeneração. PALAVRAS­CHAVE Taxonomia – Neotrópico – Inventário ­ Mata Atlântica ­ Geoplaninae  INTRODUÇÃO As planárias constituem um dos grupos zoológicos de platielmintes de vida  livre (Carbayo, 2005). Podem medir de poucos milímetros a vários centímetros e  alimentam­se durante a noite de outros invertebrados que capturam. O Brasil representa a maior riqueza de gêneros e espécies de planárias  terrestres do continente americano, refletindo o endemismo e a diversidade típicos  da região Neotropical observados em outros táxons animais e vegetais. O gênero  Geoplana é o mais rico em espécies de Terricola neotropicais, com cerca de 100  1
  • 2. espécies descritas (Ogren el al., 1997). No entanto, o conhecimento taxonômico  do grupo é considerado ainda incipiente (Antunes, 2008).  A   maioria   dos   estudos   realizados   no   Brasil   sobre   a   fauna   de   planárias  terrestres   foi   desenvolvida   com   base   em   material   de   coletas   esporádicas  realizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina (Ogren &  Kawakatsu, 1990); estima­se que o número real de espécies seja ainda maior. As principais e quase únicas publicações sobre faunística e taxonomia de  planárias   do   estado   de   São   Paulo   procedem   da   cidade   de   São   Paulo   e   dos  arredores, como o Parque Estadual da Serra da Cantareira, onde foi coletada, na  década de 50, parte das espécies descritas para o Brasil (Froehlich C.G, 1955;  Froehlich E.M, 1955; Marcus, 1951), como por exemplo,  Geoplana crioula  E.M.  Froehlich,   1955;  Notogynaphallia   parca  (E.M.   Froehlich,   1955),  Pasipha   rosea   (E.M. Froehlich, 1955). MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo: O Parque Estadual da Serra da Cantareira localiza­se na região  norte   da   cidade   de   São   Paulo.   A   área   abrange   os   municípios   de   Caieiras,  Guarulhos,   Mairiporã   e   São   Paulo,   totalizando   7.916,52   hectares.   Apresenta  vegetação típica de Mata Atlântica, em estado de regeneração. O clima é úmido  com temperatura média de 18ºC (Montes, 2005).  2
  • 3.                                         Figura 1. Localização do Parque no Brasil.  Coleta e fixação: Foram feitas cinco coletas, entre janeiro de 2008 e abril  de 2009. Em cada coleta participaram entre 4 e 8 pessoas, que dedicaram  às  coletas um total de 185 horas de busca ativa, tanto durante o dia como durante a  noite, com lanterna. Os animais foram coletados diretamente no solo, na matéria  orgânica e inorgânica. Depois de identificados (pela morfologia externa e interna),  os animais foram fotografados e fixados em formalina neutra 10% e conservados  em etanol 80%.  Identificação:  Os espécimes estão sendo identificados primeiramente por  sua  morfologia  externa com auxílio  de uma lupa estereoscópica e comparação  com   as   espécies   conhecidas   descritas   na   bibliografia.  Planárias   têm   uma  morfologia externa muito diversa, variando na forma do corpo, nas cores e sua  distribuição no dorso e no ventre, bem como a distribuição dos numerosos olhos  que   possuem   pelo   dorso.  Quando   não   identificados   por   este   meio,   se   faz  necessário   o   processamento   histológico   (morfologia   interna)   para   análise  com  microscópio óptico. Na morfologia interna de planárias é analisado principalmente  o aparelho copulador, composto anatomicamente por um par de ductos eferentes,  vesícula   prostática,   uma   papila   peniana   –nem   sempre   presente­,   um   ducto  ejaculador, ductos ovovitelinos, ducto glandular comum e átrios genitais masculino  e   feminino.   A   forma   e   localização   destas   estruturas   permite   determinar   os  indivíduos.  3
  • 4.      Figura 2. Reconstrução do aparelho copulador de Geoplana crioula retirado de       E.M. Froehlich,1955. Escala: 1mm RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram obtidos 1002 indivíduos pertencentes a 48 morfoespécies (Tab. 1).  As   espécies   estão   distribuídas   em   três   famílias   Bipaliidae   (Bipalium),  Rhynchodemidae   (Rhynchodemus,   Dolichoplana),   Geoplanidade   (as   demais  espécies), principalmente da subfamília Geoplaninae. (a)   Exemplar   do   gênero  Rhynchodemus  (Rhynchodemidae).   Animal   com   aprox.   7   mm   de  comprimento.   (b)  Geoplana   vaginuloides  (Geoplanidade).   Animal   com   aprox.   4,5   mm   de  comprimento. (c) Bipalium kewense (Bipaliidae). Animal com aprox. 11 cm de comprimento. 4
  • 5. Da   Cantareira   e   do   Horto   Florestal,   nas   adjacências,   são   conhecidas   34  espécies (Graff 1899; Riester 1938; Marcus 1951; du Bois­Reymond Marcus 1951;  Marcus 1952; E.M. Froehlich 1955; Froehlich 1955; Froehlich 1956; Carbayo et al.  2008).   Onze   espécies   encontradas   neste   levantamento   já   eram   conhecidas   da  literatura; 13 não eram conhecidas; 25 estão pendentes de exame da anatomia  interna para confirmar sua identificação (Tab. 2).  Algumas   espécies   conhecidas   da   literatura   não   foram   encontradas   neste  trabalho;   e   outras   previamente   não   conhecidas   para   a   Cantareira,   foram  encontradas. Esta diferença se deve, provavelmente, ao esforço de coleta, e à  relativa raridade dos animais (Carbayo & E.M. Froehlich, 2008). O Parque tem  uma   grande   extensão,   mas   as   coletas   foram   restritas   a   pequenas   áreas,  geralmente perto de bordas de caminhos e trilhas no interior da mata. As planárias  estão dispersas pelo solo da floresta e a probabilidade de encontrar uma espécie  é baixa. Além disso, como a mata da Cantareira é diferente de como era 50 anos  atrás,   data   dos   estudos   faunísticos   com   que   comparamos   os   resultados   deste  trabalho; é possível que algumas espécies tenham se deslocado à medida que a  composição florística evoluiu e, por sua vez, a fauna que a acompanha.      Foto 1. Geoplaninae 6. Foto: Fernando Carbayo. 5
  • 6.      Foto   2.  Notogynaphallia   goetschi,   a  espécie   abundante   na  área   de   estudo.   Foto:   Fernando  Carbayo.   Foto 3. Geobia subterranea. Foto: Fernando Carbayo. Tabela   1   ­  Abundância   de   planárias   terrestres   (Platyhelminthes:   Tricladida)   no  Parque Estadual da Serra da Cantareira (SP).  Morfoespécie Número de  indivíduos 1 Bipallium kewense Moseley, 1878 11 2 Cephaloflexa bergi (Graff, 1899) 17 3 Choeradoplana iheringi Graff, 1899 4  4 Choeradoplana sp. 1  1 5 Dolichoplana carvalhoi Corrêa, 1947 31 6 E. pseudorhynchodemus (Riester, 1938) 8 7 Geobia subterranea Schultze & Müller, 1857 5 8 Geoplana burmeisteri (Schultze & Müller, 1857) 45 9 Geoplana carinata Riester, 1938 62 6
  • 7. 10 Geoplana crioula E.M. Froehlich, 1955 29 11 Geoplana ferussaci Graff, 1899 8 13 Geoplana multicolor Graff, 1899 4 14 Geoplana quagga Marcus, 1951 10 15 Geoplana tuxaua (E.M. Froehlich, 1955) 4 16 Geoplana sp. 1 1 17 Geoplaninae 1  136 18 Geoplaninae 2  5 19 Geoplaninae 3 5 20 Geoplaninae 4  8 21 Geoplaninae 5  7 22 Geoplaninae 6  3 23 Geoplaninae 7  2 24 Geoplaninae 8 1 25 Geoplaninae 9 1 26 Geoplaninae 10 1 27 Geoplaninae 11 1 28 Geoplaninae 12 1 29 Geoplaninae 13 1 30 Geoplaninae 14 1 31 Geoplaninae 15 1 32 Geoplaninae 16 1 33 Geoplaninae 17 1 34 Geoplaninae 18 1 35 Geoplaninae 19 1 36 Issoca rezendei (Schirch, 1929) 30 37 Issoca potyra Froehlich, 1956 8 38 Notogynaphallia parca (E.M. Froehlich, 1955)  1 39 Notogynaphallia ernesti Leal­Zanchet & E.M. Froelhich, 2006 10 40 Notogynaphallia goetschi (Riester, 1938) 497 41 Pasipha pasipha (Marcus, 1951)  7 42 Pasipha pinima (E.M. Froehlich, 1955) 3 43 Pasipha tapetilla (Marcus, 1951) 13 44 Pasipha trina (Marcus, 1951) 2 45 Pasipha sp. 1  2 46 Rhynchodemus sp. 1 1 47 Xerapoa hystrix Froehlich, 1955 1 48 Xerapoa sp. 1  4 49 Outros* 5 Total 1002 • Animais cuja identificação não foi possível por não serem maduros . • 7
  • 8. Tabela 2. Espécies registradas na literatura e/ou neste trabalho. espécies   espécies   espécies   espécies   morfoespécies   registradas   registradas   registradas na   registradas   pendentes de   para a   neste trabalho literatura não   neste   identificação Cantareira na   encontradas   trabalho, mas   literatura neste trabalho não na   literatura 15* 23 4* 13* 25 (*) Os números podem não representar os números reais visto que no trabalho de  Froehlich   (1955a),   que   aborda   as   espécies   encontradas   em   três   estados   da  Federação,   vários   parques,   não   especifica   em   qual   deles   foram   encontradas  algumas espécies.  CONCLUSÔES As 23 espécies encontradas na Cantareira são um número elevado, quando  comparado   ao   de   outras   unidades   de   conservação   brasileiras.   Na   literatura,  apenas 15 espécies são conhecidas só desta área, o que denota a importância  desta   unidade   de   conservação,   mesmo   que   constituída   atualmente   por   mata  secundária, para a conservação da biodiversidade. Apesar do elevado número de  espécies catalogadas na mata Atlântica, estima­se que ainda exista um grande  número   de   espécies   ainda   não   descritas   (Leal­Zanchet   &   Carbayo,   2000).   Os  resultados parciais deste trabalho confirmam as estimativas da existência de um  elevado   número   de   espécies   na   mata   Atlântica   ainda   não   catalogadas   (Leal­ Zanchet & Carbayo, 2000). 8
  • 9. AGRADECIMENTOS Agradeço ao IBAMA e à direção do Parque Estadual da Serra da Cantareira  pela autorização para realizar as coletas. À Pró­Reitoria de pesquisa da USP pela  bolsa   do   Programa   Ensinar   com   Pesquisa.   Aos   alunos   Cláudia   Tangerino  (IB/USP),   Andréa   Aguiar,   Débora   Cubateli,   Flávio,   Júlio   Pedroni,   Leonardo  Zerbone e Welton Araújo (EACH/USP) pelo auxílio nos trabalhos de campo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  ANTUNES, M.B., MARQUES, D.I.L. & LEAL­ZANCHET, A.M. 2008. Composição  das   comunidades de   planárias terrestres (Platyhelminthes, Tricladida, Terricola)  em duas áreas de floresta estacional semidecidual do sul do Brasil. Neotrop. Biol.   Conserv. 3 (1): 34­38. CARBAYO, F. 2005. Procedimentos de campo e laboratório para a caracterização  das   planárias   terrestres   neotropicais   (Platyhelminthes:   Tricladida).  Caderno   La   Salle XI 2 (1): 131­144. CARBAYO,   F.   &   FROEHLICH,   E.M.   2008.  Estado   do   conhecimento   dos  macrotrubelários brasileiros. Biota Neotropica 8 (4): 177­197. DU BOIS­REYMOND MARCUS, E. 1951b. On South American geoplanids.  Bol.   Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São Paulo, Zool. 16: 217­255. 9
  • 10. FROEHLICH, C.G. 1955a. Sôbre morfologia e taxonomia das Geoplanidae.  Bol.   Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São Paulo, Zool. 19: 195­279. FROEHLICH,   C.G.   1955b.   Notas   sôbre   geoplanas   brasileiras.  Pap.   Avul.   Dep.   Zool. 12(7): 189­198. FROEHLICH,   C.G.   1956a.   Tricladida   Terricola   das   regiões   de   Teresópolis   e  Ubatuba. Pap. Avul. Dep. Zool. 12: 313­344. FROEHLICH, C.G. 1956b. Planárias terrestres do Paraná. Dusenia 7 (4): 173­196. GRAFF,   L.V.   1899.   Monographie   der   Turbellarien:   II.  Tricladida   Terricola.  Engelmann, Leipzig. LEAL­ZANCHET,   A.M.  &   CARBAYO,   F.   2000.  Fauna   de   planárias   terrestres  (Platyhelminthes, Tricladida, Terricola) da Floresta Nacional de São Francisco de  Paula,   RS,   Brasil:   Uma   análise   preliminar.   Acta   Biológica   Leopoldensia   22(10:  19­25. MARCUS, E. 1951. Turbellaria brasileiros (9).  Bol. Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São   Paulo, Zool. 16: 5­215. MARCUS, E. 1952. Turbellaria brasileiros (10). Bol. Fac. Fil. Ci. Letras, Univ. São   Paulo, Zool. 17: 5­187. MONTES, J. 2005. Fauna de Culicidae da Serra da Cantareira, São Paulo, Brasil.  Revista de Saúde Pública vol. 39 nº 4 São Paulo. OGREN,   R.E.   &   KAWAKATSU,   M.   1990.  Index   to   the   species   of   the   family  Geoplanidae  (Turbellaria,   Tricladida,   Terricola)   Part   I:   Geoplaninae.  Bull.   Fuji   Women’s College 28(I): 79­166 10
  • 11. OGREN,   R.E.,   KAWAKATSU,   M.   &   FROEHLICH,   E.M.   1997.   Additions   and  corrections of the previous land planarian indices of the world (Turbellaria, Seriata,  Tricladida,   Terricola)   Addendum   IV.   Geographic   locus   index:   Bipaliidae,  Rhynchodemidae (Rhynchodeminae, Microplaninae), Geoplanidae (Geoplaninae,  Caenoplaninae, Pelmatoplaninae). Bull. Fuji Womens´ College 35(I): 63­103. 11