Painel I – Plataforma Década EDS 2014+: Lançamento da Plataforma Década EDS 2...
Painel6 - Sustentabilidade territorial e desenvolvimento – Norberto Santos (Univ. Coimbra)
1. CIDAADS
CIDAADS
CIDAADS
CIDAADS
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade territorial
Contributos para uma avaliação dos
e desenvolvimento
contemporâneos
modos de consumo e lazer
Norberto Santos | CEGOT - Coimbra
2 de Outubro
2. – o consumo sustentável e o consumo
responsável são dois conceitos com
enorme intersecção
Beja Santos
• Atenção:
– aos direitos sociais dos produtores,
– à natureza da fileira produtiva numa
perspectiva de justiça social,
– ao compromisso com a qualidade e a
responsabilidade social,
– à adopção de escolhas do comércio justo. Como refere André (1996)
não há homem que não seja
natural nem natureza que
não seja humana
Carácter simbiótico
permanente.
3. Que público, que consumidores, que clientela?
• A empresa de pesquisas de mercado The Marketing Insider
traçou o perfil do público verde nos EUA e denominou-o Lohas
denominou- O Lohas é:
(Estilos de Vida de Saúde e Sustentabilidade, na sigla em inglês 60% feminino,
Lifestyles of Health and Sustainability).
Sustainability). de escolaridade superior
pouco preocupado com o
preço
baliza suas opções de
CONSUMO dos Lohas consumo com base em
– Pro dutos de alimentação e de beleza critérios de sustentabilidade
aceita pagar até 20% a
orgânicos.
orgânicos.
mais por isso.
– Produtos de limpeza biodegradáveis
– Lâmpadas de baixo consumo de energia
– Ao viajar, optam por roteiros de ecoturismo
– Procuram companhias aéreas que neutralizem
as emissões de CO2
– Estão atentos à toda tentativa de greenwash
(discurso ambiental sem acções concretas) por
parte da indústria.
•
http://www.greeneconomic.com/
4. Despesa das famílias europeias aumentou um terço na última
década – o lazer
• A Europa recebe anualmente mais de metade dos Agência Europeia do
turistas internacionais Ambiente (AEA)
– consequências negativas para o ambiente
• Compra de segunda habitação, para férias e fins-de-
fins-de-
semana, muitas delas localizadas em zonas
ambientalmente sensíveis, áreas costeiras e zonas de
esqui
– efeitos negativos sobre a biodiversidade e geossítios
• O crescimento do turismo - aumento das emissões de
gases com efeito de estufa, devido às viagens de carro e
aéreas, no maior consumo de energia e água,
aéreas, água,
necessidade de uso crescente do solo e maior produção
de resíduos nos destinos turísticos,
– com impactos nas populações locais.
locais.
http://www.turismonaweb.com/noticia.ph
p?id_not=572&id_cat=14
5. Consumo Responsável
• O consumo responsável leva a que:
– nos informemos sobre os processos (participação
ou não participação)
– identifiquemos o impacto social, cultural e
político
– assumamos sustentabilidade das sociedades
– consumamos com consciência da proveniência,
qualidade e condições da produção
– Usufruamos sem consumição
6. Para a sociedade de consumo
• Consumir não é apenas adquirir coisas, é
comprar uma identidade
• Consumir é lazer, diversão e sociabilidade
lazer,
• Consumir é desejar e experimentar
• A “liberdade tem a ver
• Um consumidor feliz é uma necessidade com a escolha entre
maior e menor
satisfação
• Gastar é um dever (talvez, o mais • A racionalidade tem a
importante dos deveres) ver com a escolha da
primeira sobre a
segunda”
• O lazer tornou-se um dos consumos mais
tornou-
desejados (BAUMAN, 1992. Intimations of
Postmodernity.)
7. A actual sociedade de consumo
• Herdeira dos mercados em massa Substituição nas relações
• E dos consumos em massa socioeconómicas do signo
diferencial pelo valor
• presenteia-nos hoje com um consumo emocional
presenteia-
(Lipovetsky, 2006. A Felicidade Paradoxal)
Lipovetsky, experimental,
experimental no sentido
da qualificação de um
consumo hedonista
• Todavia
individualista.
– nada ou quase nada na história do homem é novidade
absoluta,
– se bem que em diferentes modos de vida um fenómeno
que parece universalmente presente adquire uma
configuração completamente diversa (Bauman, 2007.
(Bauman,
Consuming Life).
Life).
• A amplitude dos fenómenos é fundamental
Associado ao paradigma
ecológico
9. O nosso mundo de abundância material tem um
• “Há algum tempo atrás fiz uma compra por impulso: Daniel Goleman, 2009. Ecointeligência
um carro de corrida de madeira, de um amarelo-
amarelo-
brilhante,
brilhante, com uma bola verde a fazer de boca do
condutor e quatro discos pretos colados a fazer de
rodas. O brinquedo só custou noventa e nove cêntimos.
Comprei-
Comprei-o para o meu neto de 18 meses, pensando que
ele ia adorar.
• Depois de chegar a casa li, por acaso, que devido ao
facto de o chumbo na tinta tornar as cores mais vivas e
duráveis – e custar menos que as alternativas – é mais
provável que os brinquedos mais baratos o contenham.
Agora, meses depois,
• Não faço ideia se a tinta amarelo-brilhante neste
amarelo-
aquele carrinho ainda está
carrinho contém ou não chumbo, mas tenho a certeza em cima da minha
absoluta de que assim que estivesse nas mãos do meu secretária. Nunca o
neto, a primeira coisa que ele faria seria metê-lo na
metê- ofereci ao meu neto.”
boca.
10. Transparência radical
• Quando pudermos tomar decisões com base em • A análise do ciclo de
informações completas, o poder será transferido vida (ACV)
dos que vendem para os que compram: • Decomposição sistemática
– Uma mãe num supermercado de qualquer
– Um gestor de marca produto/serviço
– Um turista em viagem
• Com avaliação dos
– Um qualquer consumidor que goza a sua noite de lazer impactos
• Votaremos com o nosso dinheiro.
dinheiro.
• Parte significativa da hotelaria de luxo
• O método de negócios do último século – produzir está em países com deficits de
o mais barato possível – é substituído por outro desenvolvimento elevado
lema:
– Sustentável é melhor
– Mais saudável é melhor
– Mais humano é melhor
• A importância da ACV
11. Consumo compassivo
• Substituir
– Responsabilidade social de uma
empresa é aumentar os lucros (Milton
Friedman,
Friedman, Capitalism and Freedom, 1962)
Freedom,
– Coerção através da legislação
governamental (Robert Reich)
• Por • Temos de parar de
– Fazer com que a prática da falar da Terra como
estando a precisar de
responsabilidade social seja lucrativa
ser curada.
– Praticar o bem público ser sinónimo de • A Terra não precisa de
êxito. ser curada.
• Nós é que precisamos
(Ian McCallum, Ecologial Intelligence,
McCallum, Intelligence,
2005)
12. Lazer Responsável
• Lazer - forma de consumo
– Cativante,
– Desperta o desejo e o interesse do ser humano
• Valorização:
– Relação empática entre a natureza e a cultura,
– Carácter dinâmico e intuitivo dos produtos
• Para além da crise
• Sintonia de valores (tantas vezes em desacordo) económica e dos
– Do mundo científico problemas ambientais,
– Do senso comum a alteração de
comportamento
– Da economia
constrói-se como um
– Da política (estas questões passaram a estar ciclo virtuoso de que
integradas nas agendas como assuntos prioritários todos, se as actuações
na tomada de decisão dos eleitores) forem equilibradas,
podem retirar
dividendos.
13. Sustentabilidade Territorial
• Dimensão económica (eficiência,
crescimento, estabilidade)
• Dimensão social (equidade, solidariedade)
• Dimensão ecológica (reprodutibilidade
dos recursos naturais) (Mela et al., 2001. A Sociologia do Ambiente)
al.,
• Dimensão política, fomentadora de
representatividade e participação • identificação dos grupos de
interesse (stakeholders)
• agentes (players)
• planeamento participativo
15. Lazer e tempo livre
• O lazer torna-se
torna- Langman
– valor social transformação das
– tempo produtivo em si mesmo (Roger Sue, 1982. Vers pessoas de
une société du temps libre?)
libre?) em
– tempo livre crescentemente orientado pela modernos num mercado
quantidade e qualidade dos produtos de lazer global
oferecidos no mercado As estratégias e relações
quotidianas são um nunca
• Ganha um significado nunca antes acabar de celebrações de
diversão
atingido
– Langman (1992. Neon Cages.. Shopping for Subjectivity) refere-se à
Cages Subjectivity) refere- Há:
sociedade do divertimento, amor para os solitários,
– Linda Nazareth (2007. The Leisure Economy) a
Economy) sexo para os excitados,
substituição de uma economia de excitação para os
aborrecidos,
violentação/compactação do tempo pela economia
identidades para os vazios
do lazer. dever para os responsáveis
– Lipovetsky e o hipermoderno
16. Lazer veículo de propostas sustentáveis e responsáveis
• Expressas em modos de relação
promotores do desenvolvimento local,
local,
• através da valorização dos recursos
endógenos ancorados na cultura e na
natureza.
natureza.
– A política aposta em esquemas de actuação de
responsabilização (Verdoreca),
(Verdoreca),
– Os responsáveis pela oferta assumem
comportamentos ecológicos (do
greenbuilding,
greenbuilding, aos consumos verdes, à
utilização de energias renováveis),
– Quem procura vê nestas iniciativas, um dos
factores de escolha do produto lazer.
17. Verdoreca em 2009
• Cerca de 50.000 hotéis, restaurantes e
cafés são já VERDORECA
O VERDORECA
• subsistema do Ponto Verde para
separação e encaminhamento para
reciclagem de embalagens de tara
perdida consumidas nos
estabelecimentos do canal HORECA
• Possibilidade de comercializar águas,
cervejas e refrigerantes em tara perdida
para consumo imediato
• http://www.turismonaweb.com/noticia.
php?id_not=3713&id_cat=9
18. Lazer veículo de propostas sustentáveis e responsáveis
– A procura expressa na vontade de
um consumo prudente (Lipovetsky,
Lipovetsky,
2006)
Aparecimento do
ecoconsumismo
• Consumo prudente
opção consciente Expresso nos Planos
estratégicos ligados ao
discernimento turismo
capacidade de questionar o existente, touring cultural paisagístico
promoção do aparecimento de novos turismo natureza
enoturismo
produtos e novas roupagens turismo cinegético
ecologicamente responsáveis. turismo em espaço rural
geoturismo
turismo aventura
19. A funcionalização dos vazios espaciais
Tudo é devotado à obtenção de lucro, com o lazer a ser
detentor de primados diversos na exploração dos
espaços, até há pouco tempo vazios:
vazios:
das praias (turismo de sol e praia)
aos rios de rápidos e quedas de água
aos grandes desertos, às “entranhas da terra” (espeleologia)
às grandes florestas
às calotes de gelo (trenó, exploração)
aos mares (pesca submarina, pesca de mar alto, exploração
submarina)
às altas montanhas (escalada, trekking)
trekking)
até ao espaço sideral (viagens em aviões orbitais)
20. Economia do lazer: Modelos de Turismo Social
• Agência Nacional Cheque-Vacance (1982) (França)
Cheque-
– Realização de viagens pelo maior número possível de
pessoas, especialmente as de menores rendimento
– Oferta de uma ampla rede de prestadores de serviços
turísticos, capaz de responder com qualidade à procura
– Colaboração no processo de desenvolvimento do turismo
das regiões.
– Promoção de bolsas de viagens para consumidores
especiais: grupos sociais com precariedade económica,
pessoas portadoras de deficiência, jovens e outros.
• Movimento financeiro gerado - bilhão de euros (apoio a • Porque em
2,5 milhões de pessoas e beneficio de sete milhões de
turismo não há
turistas)
stocks
• Envolvimento - mais de 21 mil organizações e 135 mil
profissionais de turismo e outros relacionados ao lazer
http://www.letrasbrasileiras.com.br/
21. Modelos de Turismo Social
Espanha
• Mais de um milhão de idosos e
aposentados beneficiam anualmente de
viagens em períodos de época baixa.
baixa.
• Investimento de 75 milhões de euros
• Retorno de 125 milhões de euros em
impostos e poupança do seguro
desemprego,
– Grande rentabilidade económica do investimento
no Turismo Social.
– Criação de emprego directo na época baixa (mais de
10 mil)
– Boa aceitação do utilizador (conhecimento de
outros lugares e realidades, ampliar de relações
sociais e melhoria do estado físico e emocional)
http://www.letrasbrasileiras.com.br/
22. Modelos de Turismo Social
• Chile
(desde 2001 - projecto de Turismo Social)
• Proporcionar o acesso de idosos e pessoas com
deficiência ao turismo.
• Incremento do turismo interno em época baixa
• Aumento do emprego e da distribuição da renda
• Melhoria das infra-estrutura de turismo.
infra-
• O Serviço Nacional de Turismo destinou, para a temporada
2007-
2007-2008, mais de US$ 5 milhões, dando oportunidade para
que 30 mil pessoas pudessem conhecer melhor seu país e
vivenciar a experiência de fazer turismo com qualidade.
http://www.letrasbrasileiras.com.br/
23. Responsabilidade ambiental aplicada à hotelaria
• Estação de tratamento de esgotos para • Accor Hotels
(Novohotel e Ibis)
reutilização de água não potável Jogos Olímpicos de
Sydney (2000)
• Captação água das chuvas para • Preservação dos
recursos naturais
reutilização
• Minimização dos
impactos ambientais
Medidas
Medidas
• Painéis solares para aquecimento de água
• Sistemas inteligentes de ar condicionado
(desligar com janela aberta)
• Colecta selectiva de lixo e
encaminhamento para reciclagem
24. Responsabilidade ambiental aplicada à hotelaria
Pesquisa interna da
Pesquisa interna da Accor Hotels a
respeito das práticas responsáveis
respeito das práticas responsáveis
Hóspedes dispostos a participar:
• 95% - separação de lixo para reciclagem
• 57% - usar as toalhas mais do que uma vez
• 35% - dormir nos mesmos lençóis
• 85% - substituir sabonetes individuais por sabão
líquido em distribuidor
• 90% - preferem hotéis com atitude responsável
25. Acções concretas (ACV)
• Alterar os padrões de consumo
• Exigir responsabilidade e ética a
quem produz
• Procurar apoio nas organizações de
consumidores
• Promover o Comércio Justo
• Exigir uma gestão eficiente do meio
ambiente
• Indagar quais os ciclos de vida que
produzem os bens e fornecem os
serviços
26. CIDAADS
CIDAADS
CIDAADS
CIDAADS
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Sustentabilidade: Políticas, Investigação e Práticas
Obrigado
Norberto Santos | CEGOT - Coimbra
2 de Outubro