Este grupo de trabalho analisará como o amor e a morte são representados na literatura brasileira e na arte judaica ibérica e latino-americana. Esses temas são recorrentes na literatura ocidental desde a Bíblia e são especialmente instigantes quando articulados dramaticamente. Autores como Richard Zimler e Dias Gomes exploraram esses temas em obras sobre o cripto-judaísmo no século XVI e a Inquisição portuguesa. Pintores como Lasar Segall também retrataram personagens trágicos perseg

1. GT: Amor e morte na literatura brasileira e na arte judaica ibérica e latino-americana Lyslei Nascimento (UFMG) Kenia Maria de Almeida Pereira (UFU) Para Erich Auerbach, alguns temas são recorrentes na literatura ocidental, dentre eles a guerra, as viagens, a amizade, o amor e a morte. Os temas do amor e da morte, interessam- nos, em particular neste GT, principalmente no que se refere à literatura e à arte judaica ibérica e latino-americana, bem como a literatura brasileira que aborda questões sobre a Inquisição e a Shoah. Nesse contexto, as articulações dramáticas entre amor e morte são especialmente instigantes. Desde a literatura bíblica, esse duplo perpassa histórias que fundam, de forma inequívoca, o imaginário ocidental: de Caim e Abel a Sansão e Dalila, dos amores de Davi e Betsabá, passando por histórias como as de Ester e Judite, até a literatura, é possível vislumbrar nos textos essa quase perfeita conjugação entre amor e morte. Na literatura judaica ibérica contemporânea não é diferente, Richard Zimler, em vários de seus romances, faz com que amor e morte se entrelacem na história do cripto-judaísmo na Lisboa do século XVI. No Brasil, autores não judeus, como Dias Gomes, por exemplo, retomam a questão dos amores trágicos entre a cristã-nova Branca Dias e seu noivo Augusto, para denunciar, de forma contundente, as mazelas da Inquisição portuguesa. No que tange às questões da arte judaica, inúmeros são os pintores que trouxeram para suas telas as questões relacionadas com o amor e a morte. Lasar Segall, por exemplo, dedicou-se à representação de personagens trágicos, principalmente homens e mulheres em desespero perseguidos ou torturados pelas milícias nazistas, como se pode ver em “Campo de Concentração” e “Navio de Emigrantes”. Este GT objetiva, assim, a partir da temática judaica, tanto na literatura brasileira, quanto na arte judaica ibérica e latino-americana, analisar e refletir sobre a pluralidade de obras e artistas que questionaram ou representaram, por meio do amor e da morte, a condição humana.