Este documento descreve a espécie de pinguim Spheniscus magellanicus, conhecido como pinguim-de-magalhães. Ele vive nas costas da Argentina, Chile e Ilhas Malvinas, alimentando-se principalmente de peixes. As populações têm sofrido um declínio de 20% nas últimas décadas devido à poluição dos oceanos e ao impacto do derramamento de petróleo. O documento fornece também informações sobre o cuidado com estas aves caso sejam encontradas em dificuldades.
4. É
um pinguim sul-americano característico
de
águas
temperadas e de climas entre 15 e abaixo de zero. A espécie habita
as zonas costeiras da Argentina, Chile, na Patagônia e Ilhas
Malvinas, migrando por vezes até ao Brasil no OceanoAtlântico ou
até ao Peru, no caso das populações do Oceano Pacífico.
é uma ave de médio porte, com cerca de 70 centímetros de
comprimento e 5 a 6 kg de peso.
A sua plumagem é negra nas costas e asas, e branca na zona
ventral e no pescoço. Como todos os membros da sua ordem, o
pinguim-de-magalhães
alimenta-se
no
mar,
à
base
de peixe, lulas, krill e outros crustáceos. Eles saem para caçar em
pequenos bandos de 5 a 10 elementos e podem mergulhar até aos
90 metros de profundidade.
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8. O pinguim-de-magalhães vive e reproduz-se em colônias muito
populosas que partilham com outras espécies de pinguim, em particular
com o pinguim-saltador-da-rocha nas Ilhas Malvinas. As aves são
bastante fiéis a esses locais e há colônias na Argentina com mais de
cem
anos
de
história
de
ocupação.
Durante a época de reprodução, que vai de setembro a fevereiro,
os pinguins-de-magalhães formam casais monogâmicos que partilham
a incubação e cuidados parentais. Os ninhos são construídos no chão à
superfície ou em pequenas tocas. A fêmea põe dois ovos brancos que
levam entre 39 a 42 dias a incubar. As crias são alimentadas por ambos
os pais durante os dois meses seguintes, tornando-se independentes
logo em seguida. A maturidade sexual das fêmeas é alcançada entre 45 anos e dos machos entre 6-7 anos, segundo a literatura.
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10. Sua migrações não se afastam muito da terra, permanecendo
nos domínios da plataforma continental ( 60 a 100 km da costa )
onde há, em águas menos profundas, maior fartura de peixes
( sardinhas ) e outros organismos aquáticos. Podem nadar a uma
velocidade de 36 a 40, fugindo dos Leões-marinhos e
outros predadores.
As populações de pinguins-de-magalhães sofreram um
decréscimo de 20% ao longo das duas últimas décadas, em especial
nas Malvinas, mas apesar disso o IUCN classifica a espécie como
tendo um baixo risco de extinção.
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16. A contaminação dos oceanos por petróleo e seu derivados é
um perigo iminente, seja através da lavagem dos porões de navios
petroleiros ou por acidentes com esses produtos. Quando ocorrem
essas catástrofes, os animais marinhos são fortemente impactados,
especialmente os que vivem junto à superfície, como as aves
marinhas. No nosso estado, os animais mais afetados geralmente
são os pinguins-de-magalhães, que ao retornarem à superfície são
cobertos pelo óleo. Esses produtos se fixam nas penas e causam
uma série de impactos ao animal: dificulta a natação, impede a
impermeabilização das penas, permite maior perda de calor do
animal para o ambiente externo e causa intoxicações.
18. O pinguim de Magalhães, vive em regiões de clima temperado.
Por isso, se você encontrar um pinguim na praia, não o coloque em
recipientes com gelo, pois isso pode reduzir a temperatura do corpo
do animal, levando-o à morte. Nesses casos, mantenha o animal em
local seco e aquecido, até a chegada de um biólogo ou veterinário.
Se você encontrar um pinguim com o corpo coberto por
petróleo ligue imediatamente para o CECLIMAR, Comando
Ambiental da Brigada Militar ou IBAMA.
19. Todos os pinguins que passam por reabilitação, antes de serem
devolvidos ao ambiente natural, recebem uma anilha metálica, fixada
em uma das nadadeiras. Essas anilhas são fornecidas pela
CEMAVE, que possui o Sistema Nacional de Anilhamento de Aves
Silvestres. Cada anilha possui um número específico. Caso você
encontre uma ave anilhada, viva ou morta, identifique qual a
numeração, se possível faça registro fotográfico e avise
o CEMAVE (sna.cemave@icmbio.gov.br)
ou
o
CECLIMAR
(fauna_marinha@ufrgs.br). Esse tipo de informação é muito
importante, pois com ela é possível conhecer o tempo de vida do
animal após a marcação, os locais que eles habitam, as rotas
migratórias, entre outros. Além disso, a carcaça do animal morto com
a anilha também fornece informações importantíssimas sobre a
biologia da espécie. Tais dados são essenciais para o
monitoramento e para a elaboração de políticas de conservação das
aves e dos ambientes dos quais elas dependem.