Este documento discute as tecnologias de sistemas de informação geográfica (SIG) em Portugal. O setor público é o principal cliente destas soluções e projetos notáveis incluem mapeamentos de terras e sistemas de planejamento urbano. Embora os SIG estejam se tornando mais comuns, ainda há desafios como a falta de uma política pública sobre dados espaciais e a necessidade de maior interoperabilidade entre tecnologias.
Validação Topológica de Informação para Integração em Projecto de SIG
Suplemento Diário Económico (2011-02-17)
1. ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5117 DE 17 FEVEREIRO 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
sistemas de informação
GEOGRÁFICA
Tecnologias e geografia
juntam-se para apoiar
as empresas
◗ Sector público é o maior cliente dos SIG
◗ Os projectos portugueses inovadores
Yuriko Nakao/Reuters
PUB
2. II Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
COM O PLACEBOOK pode localizar-se, num mapa, a
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
informação sobre os utilizadores darede social facebook. O
projecto começou na República Checa, mais concrectamente
na NACIS, uma competição de estudantes de geografia na
Universidade de Masaryk. O mapa foi assim por Zdenek Hynek
e por Martin Pulicar. Para conhecer melhor este projecto, vá a
http://www.geographics.cz/socialMap/index.php.
Sector público é o Fundador da geografia moderna
portuguesa, fez ontem 100 anos que
Orlando Ribeiro nasceu em Lisboa, onde
viria a morrer, em 1997. Em 1943, fundou
principal cliente dos SIG o Centro de Estudos Geográficos (CEG)
da Universidade de Lisboa, a que
presidiu até à década de 70. É no CEG
que está a colecção de cerca de 11 mil
imagens do geógrafo. Para saber um
Gerir dados através dos Sistemas de Informação Geográfica tem vindo a pouco mais sobre Orlando Ribeiro, fique
conquistar adeptos quer sejam câmaras municipais ou empresas do Estado. atento à edição do documentário
Orlando Ribeiro - Itinerâncias de Um
DÍRCIA LOPES Geógrafo, que passou na RTP2 no
dircia.lopes@economico.pt
passado sábado.
C
ada vez mais os Sistemas de da Novageo, afirmou que é neste segmento
Informação Geográfica (SIG) que se encontram os maiores clientes da em-
estão presentes no dia-a-dia presa com projectos como a Carta de Ocupa-
e as suas soluções podem ser ção e Uso de Solos de Portugal Continental
integradas em qualquer tipo concluído em Dezembro de 2010 ou o WebSIG
de empresa. Em Portugal esta na Câmara Municipal de Guimarães, um
área conta com várias empre- exemplo de implementação integrada de
sas que no terreno estão envolvidas em projec- JORGE HORTA georreferenciação de processos urbanísticos.
tos que vão desde a defesa, infra-estruturas – Director-geral da Autodesk Esta solução foi desenvolvida com base em
em que se inclui telecomunicações, rede rodo- tecnologia própria e software OpenSource.
viária e ferroviária –, gestão de redes de gás ou Na Edisoft os mercados com maior importân-
“
água, logística, entre outros. Exemplos de cia para soluções e serviços em SIG são insti-
como os SIG estão presentes no quotidiano não tuições nacionais da administração central e
faltam, mas é o sector público que se destaca internacionais como a Comissão Europeia.
como principal cliente desta área de negócio. A
O crescimento Dirk Tilsner, gestor da área de sistemas deci-
Esri Portugal é uma das empresas que se assu- das soluções SIG sionais de base geográfica da empresa, expli-
me como líder deste mercado garante que o em ‘OpenSource’ cou que estas entidades “utilizam informação
sector público representa entre 60% a 70% do na Administração geográfica para os mais diversos fins, in-
negócio. Gonçalo Magalhães Collaço, admi- cluindo organismos ligados à área do am-
nistrador da empresa, destacou vários projec-
Central serve biente, à defesa e segurança pública bem
tos em que tem como parceiro o sector empre- “para identificar como alguns mercados privados, com algum
sarial do Estado, como por exemplo o realizado uma forte destaque para as telecomunicações”.
em conjunto com a Ferbritas para o cadastro tendência que Questionados sobre os constrangimentos que
do património da REFER, a discussão do novo este sector ainda enfrenta, os vários protago-
PDM para a Câmara Municipal de Lisboa, o
valeria a pena nistas são unânimes em apontar o facto de em E N T R E V I S TA A PAULO MORGADO,
Portal do Investimento da Câmara Municipal regulamentar, Portugal não existir, ainda, tal como não existe
de Arcos de Valdevez, os contratos com a Es- com bom senso na Europa, e apesar dos esforços dos projectos
tradas de Portugal ou com o Instituto de Infra-
Estruturas Rodoviárias.
e sem cair em
excessos.
INSPIRE e outros, uma verdadeira política pú-
blica respeitante aos dados espaciais ou à in-
“Exportamos
Jorge Horta, director-geral da Autodesk Por- formação geográfica. Para o administrador da
tugal, confirma também a preponderância Esri Portugal, a ausência dessa política é que
das empresas públicas como destinatários das poderá constituir-se numa condicionante para Portugal começa a ser visto como um parceiro
soluções de SIG, já que tem várias câmaras quem está no terreno. Rui Andrade, da Nova- em vários projectos internacionais relaciona-
municipais e projectos de infra-estruturas geo, destacou a lentidão da modernização no dos com SIG, por exemplo, nos PALOP.
viárias ainda em desenvolvimento na carteira sector público, enquanto Jorge Horta salientou
de clientes. No entanto, salientou que “o cen- que a integração entre tecnologias de informa- Em Portugal os SIG encontram-se massificados
tro do nosso negócio situou-se no domínio da ção nesta área ainda está pouco explorada. tanto no sector público como no privado?
gestão da informação GeoEspacial do sector Esta área de actividade tem sofrido os efeitos da Massificados, não estão certamente. Existe já,
privado”. Para dinamizar o sector, o direc- RUI ANDRADE crise, já que o arranque de vários projectos ficou ao nível das instituições públicas com respon-
tor-geral da Autodesk, lembra que basta ana- CEO da Novageo Solutions pendente. Gonçalo Magalhães Collaço, admi- sabilidades directas no ordenamento do terri-
lisar o crescimento que as soluções SIG em nistrador da Esri Portugal, afirmou que as con- tório (municípios, CCDR sobretudo) ou sobre
‘OpenSource’ têm vindo a ter na Administra- tas de 2010 ainda não estão fechadas, mas prevê informação geográfica (INE, IGeoE, IGP, IM,
“
ção Central, “para identificar uma forte ten- que a facturação se situe nos 7,6 milhões de eu- INAG, IA, etc.) uma integração dos SIG no seu
dência que valeria a pena regulamentar, ob- ros, quase o mesmo valor de 2009. Para o cor- tecido organizacional e funcionamento for-
viamente com bom senso e sem cair em ex- rente ano espera uma melhoria considerável mal. Essa integração nota-se, quer ao nível da
Muitos projectos
cessos”. Para Jorge Horta, o ‘OpenSource’ em porque “as pessoas inteligentes investem sem- aquisição e armazenamento da informação,
Portugal é uma realidade indiscutível em al- e investimentos pre em momentos de crise em ferramentas quer ao nível análise e divulgação da informa-
guns domínios dos SIG, representando um foram como o SIG, porque lhes permitem um substan- ção geográfica (WebSIG). Todavia, os SIG têm
forte contributo para economias do Estado e congelados, cial ganho de eficiência e eficácia quase imedia- vindo a adquirir cada vez mais funcionalida-
para o desenvolvimento do conhecimento tos”. Rui Andrade, CEO da Novageo, espera re- des e interoperabilidade com outras platafor-
também fora
genuinamente nacional neste domínio. tomar em 2011 o nível de crescimento de 2009, mas, o que implica remodelação e expansão
A Novageo Solutions tem estado envolvida de Portugal. na altura foi de 35%, depois de “termos muitos dos SIG para outros domínios, logo longe de
em projectos na administração central e local projectos e investimentos congelados, também estarem massificados. No privado, a sua exis-
em Portugal e em Angola. Rui Andrade, CEO fora de Portugal”. ■ tência, quer parte dos utilizadores, quer por
3. Quinta-feira 17 Fevereiro 2011 Diário Económico III
É uma das mais reconhecidas e antigas sociedades A COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA LEZÍRIA DO TEJO
portuguesas. Trata-se da Sociedade Portuguesa de Geografia, está a funcionar com o projecto WebSIG. Os 11 municípios que
sedeada em Lisboa (na foto). Ser antiga não significa que não integram esta comunidade desde cedo começaram a utilizar
seja actual. As suas conferências são constantes e sobre os SIG nos seus processos de gestão e intervenção no
os mais diversos temas ligados à Geografia. O próximo, a território. As aplicações desenvolvidas pela Novageo
realizar no dia 23, será sobre a Protecção Civil e o Solutions permitem a consulta dos Planos Directores
OPINIÃO: ???????????????????
Ordenamento do Território. Municipais, a emissão de Planos de Localização, entre outros.
?????????????????????????????
Foto cedida pela RTP
VOGAL DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GEÓGRAFOS (APG)
muitos serviços, aplicações e pessoas especializadas”
parte das empresas produtoras, existe ainda plo EUA, Inglaterra, Índia, entre outros. mas de emergência de evacuação em edifícios,
muito mercado por explorar. mas existem muitos outras áreas a explorar, in-
No mercado empresarial, que sectores de acti- clusive na medicina, ao nível do corpo humano.
Quais são os grandes desafios do sector? vidade mais recorrem aos SIG?
A interoperabilidade, nomeadamente com a O Geomarketing e o designado Geographic Esta é uma área em que já existe trabalho de inves-
Internet e plataformas móveis. E também o Business Intelligence têm, sobretudo nos tigação e parceria entre universidades e empresas?
‘OpenSource’. E isto tem de ser conseguido ao EUA, mas também nalguns países do Norte da Existe alguma, mas devia existir bastante
PAULO MORGADO
mesmo tempo que se produz e introduz algo- Europa e Brasil, mostrado a importância da mais, sobretudo a nível de trabalho de investi-
Vogal da APG que reúne 1100 associados
ritmia para análise espacial mais avançada e informação geográfica na decisão e gestão gação e inovação. O que se verifica é sobretudo
se produz interfaces de utilizador cada vez empresarial. Por esta via, os SIG têm tido apli- uma ‘prestação de serviços’, havendo ainda
“
mais ‘simpáticos’. cações em sectores de actividade como: ban- pouca parceria ao nível de trabalho de pesqui-
ca, seguros, indústria farmacêutica, comércio sa, investigação, inovação e desenvolvimento.
Portugal já é uma referência a nível internacio- grossista, imobiliário, campanhas políticas
Os SIG têm vindo
nal nesta área? entre outras. Actualmente, em Portugal, tal- Quais foram as novidades mais representativas
Uma referência não sei, mas é com certeza vez as infra-estruturas de transportes e as te- a adquirir cada que surgiram no mercado em 2010?
um parceiro, quer a nível académico (ensi- lecomunicações sejam os sectores com maior vez mais Não teve data de nascimento de 2010, mas
no e investigação), quer a nível empresarial, fatia de mercado para os SIG. funcionalidades. continuam a ser os acontecimentos tecnológi-
de reconhecido mérito e qualidade dos seus cos, que maior impacto tiveram na sociedade
trabalhos e dos seus cientistas e técnicos. Em que novas áreas é que um sistema geográfi- ao trazer a geografia para o nosso quotidiano:
Exportamos muitos serviços, aplicações e co de informação poderá ser útil e que ainda o Google Maps, o Google Earth (o Virtual
pessoas especializadas, sobretudo para os não tem aplicação? Earth, na Microsoft) e o crescimento dos pro-
países lusófonos, mas também temos par- Áreas que trabalhem à escala do indivíduo. Já gramas SIG gratuitos OpenSource, que já co-
cerias com os mais competitivos, por exem- existem alguns exemplos, como sejam os siste- meçam a ser concorrenciais.■ D.L.
4. IV Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S ?S T E ? ? ? ? ? ? F SN F O R M A Ç Ã O G E O G R Á F I C A
? I ???MAS DE I D
Foto cedida por Rui Dias
Rui Dias, fotografado na Patagónia. Para
este especialista, um sistema geográfico
de informação pode ser útil para todas
as áreas onde factor localização seja
essencial.
E N T R E V I S TA RUI DIAS, VOGAL DA USIG - ASSOCIAÇAO DOS UTILIZADORES DE SISTEMAS DE INFORMAÇAO GEOGRÁFICA
Actualização e qualidade de informação
continuam a ser o grande desafio
Repensar a dependência económica é outra das metas que o sector dos SIG tem de conquistar. Em tempo de crise,
projectos que nascem e crescem voltam rapidamente à estaca zero quando não há disponibilidade financeira.
ANA CUNHA ALMEIDA
ana.c.almeida@economico.pt
F
alar de sistemas de in- Quais são os SIG mais conhecidos da gene- “Se antigamente Hoje em dia em Portugal os SIG encon-
formação geográfica é ralidade dos portugueses, enquanto utili- tram-se massificados tanto no sector públi-
zadores finais? Continua a falar-se muito
a informação geográfica co como privado? Ou ainda há um cami-
falar de algo que mui-
tas vezes não se vê. no Google Earth, Google Maps ou SAPO só estava acessível a quem nho a percorrer em termos de implemen-
Como Rui Dias, vogal Mapas… há outros de referência? tinha o mapa, e depois tação de SIG nas organizações?
da USIG – Associação Os três serviços referidos ajudaram a de- a quem tinha a capacidade Eu não diria que estão massificados, mas
dos Utilizadores de Sistemas de Informa- mocratizar o acesso à informação geo- que estão mais abrangentes. Hoje encon-
de aceder a um tramos SIG em todos os níveis de gover-
ção Geográfica explicou, em entrevista, gráfica (IG) e chamaram a atenção para a
ao “Diário Económico”, “encontramos importância que é ter IG com qualidade. computador com nação do sector público e em cada vez
SIG em todos os níveis de governação do Indirectamente, os “GPS” dos nossos determinado software, mais áreas do sector privado. Podem nem
sector público e em cada vez mais áreas carros ou dos nossos telemóveis também hoje em dia ela está sempre ser “visíveis” para o público em
do sector privado. Podem nem sempre contribuíram para essa democratização. geral, mas estão presentes muitas vezes
Localmente, os SIG de muitos municípios
em todo o lado, nos mais no “BackOffice”, dando suporte ao negó-
ser visíveis para o público em geral, mas
estão presentes muitas vezes no são para os seus munícipes uma referên- diversos suportes, como cio e às estratégias de muitas empresas e
BackOffice.” cia pela ajuda. papel, telemóvel, iPad, TV.” actividades. No entanto há sempre uma
5. Quinta-feira 17 Fevereiro 2011 Diário Económico V
margem de progressão, quer no que diz “O futuro das SIG também exemplo da ajuda do projecto OpenS- Perfil
respeito a uma maior integração com a treetMap no auxilio ao Haiti
depende dos quadros que
restante estrutura da organização, quer http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Wi
na sua utilização como ferramenta de de- as universidades formarem kiProject_Haiti).
cisão em novas áreas do conhecimento. nesta área. Nunca é demais
lembrar que algumas Em que novas áreas é que um sistema geo-
No mercado empresarial, que sectores de gráfico de informação poderá ser muito
das primeiras empresas
actividade mais recorrem aos SIG? Quais útil e que ainda não tem a sua aplicação?
os que estão sempre atentos para, assim, que trabalharam nesta Em qualquer área onde o factor localiza-
irem melhorando o seu negócio? área surgiram o meio ção seja essencial.
Logística, infra-estruturas e telecomuni- académico.”
cações, sector bancário, imobiliário, dis- Portugal já é uma boa referência a nível in- Aos 35 anos, Rui Dias é actualmente
Presidente do Conselho Fiscal da USIG
tribuição, etc. ternacional nesta área? O trabalho feito a
e Presidente da Comissão Organizadora
nível nacional já é replicado noutros mer- dos ESIG, fazendo parte do corpo dirigente
Quantos associados têm? cados? há já seis anos. É igualmente
Presentemente temos cerca de 400 sócios Portugal tem sido uma boa referência representante nacional no projecto
entre colectivos (englobando o sector nesta área ao longo dos anos. A nível eu- europeu eSDI-Net+.
Licenciado em Geografia e Planeamento
público e privado) e individuais. ropeu, Portugal implementou em 1992 a
Regional - FCSH/UNL; e com um mestrado
primeira infra-estrutura de informação em Estatística e Gestão de Informação
Quais são os grandes desafios que se colo- geográfica (SNIG – Sistema Nacional de (especialização: SIG) pelo ISEGI/UNL
cam a este sector? parcerias com outras universidades e Informação Geográfica) que recente- Rui Manuel Dias começou a sua
Um dos maiores desafios da IG (e indi- empresas fora de Portugal. mente comemorou 20 anos e que ganhou experiência profissional em 1998 enquanto
Técnico Superior, especialista SIG
rectamente dos SIG) é o mesmo desde um prémio de melhores práticas em IDE
na CCDR-LVT/Observatório das Novas
sempre: actualização e qualidade da in- Com a vulnerabilidade cada vez maior que europeias (http://www.esdi- Travessias do Tejo. Um cargo que
formação. Se antigamente a informação o território português tem em termos de netplus.eu/). O trabalho feito a nível na- desempenho até 2000. Desde esse ano
geográfica só estava acessível a quem ti- catástrofes naturais, os actuais SIG estão à cional é acompanhado internacional- até hoje passou pelo cargo de Técnico
nha o mapa, e depois a quem tinha a ca- altura para prever estes acontecimentos? mente e é cada vez mais feito em parceria Superior Geografia (gabinete SIG) na
Câmara Municipal de Odivelas; Gestor
pacidade de aceder a um computador Regra geral as catástrofes naturais, por e de forma integrada, acompanhando as
de Metadados e responsável pelo
com determinado softwa re, hoje em dia ocorrerem devido a episódios extremos e tendências e orientações europeias (ex: desenvolvimento da IDE de Odivelas;
ela está em todo o lado, nos mais diversos excepcionais, são difíceis de prever. A Directiva Inspire http://inspi- Delegado Regional para o município
suportes (papel, telemóvel, ipad, tv, montante os SIG podem ajudar a mini- re.jrc.ec.europa.eu/). A própria USIG de Odivelas nos Censos 2011, ainda em
etc.). São milhões e milhões de utilizado- mizar e prever alguns desses aconteci- tem participado em diferentes projectos curso. Nos tempos livres gosta de praticar
futebol, orientação, corrida em estrada
res que a todo o momento confirmam, ou mentos e a jusante, se bem utilizados, europeus e tem procurado contribuir
e ‘sketching’.
não, a localização de um restaurante, a constituem uma ferramenta poderosa de para a divulgação dos projectos portu-
direcção certa de um percurso, a fluidez resposta e auxilio à catástrofe (veja-se o gueses além-fronteiras. ■
do trânsito. Como tal, eu diria que o
grande desafio continua a ser o represen- PUB
tar, com qualidade, a realidade do mo-
mento. Outro desafio é naturalmente o
desafio económico. Há projectos que
nascem e crescem se e enquanto há dis-
ponibilidade financeira, mas que voltam
quase à estaca zero quando esta acaba.
Repensar esta dependência económica é
um desafio sempre presente, sobretudo
em tempos de crise.
Quais foram as novidades mais representa-
tivas que surgiram no mercado em 2010?
Alguma que esteja prevista ser lançada
este ano? Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) fundam-se na Geografia.
As novidades de 2010 vieram sobretudo
confirmar algumas tendências que já se Quando, na década de 1960, o geógrafo inglês Roger Tomlinson criou o
adivinhavam no passado: maior disponi-
bilização de serviços de mapas (e não The Canadian Geographic Information System (CGIS) criou também uma
tanto de dados em bruto), maior integra- forma de pensar o espaço, de representar o território e de fazer Geografia.
ção entre sistemas e tecnologias (ex. com
Google maps/Bing maps), crescimento A Geografia de grande minúcia descritiva, que durante muitos anos ancorou
sustentado do mercado Open Source,
quer a nível de projectos, quer a nível de o trabalho científico dos geógrafos, compreendeu que os SIG e os métodos
“massa crítica” e recursos humanos,
computacionais associados, potenciam a compreensão do funcionamento
transformação/evolução dos SIG para In-
fra-estruturas de dados espaciais (IDE). do Mundo, e ajudam a construir soluções para muitos dos problemas
Esta é uma área em que existe muito traba- geográficos: desequilíbrios territoriais, alterações climáticas, pobreza,
lho de investigação e parceria entre univer-
sidades e empresas? Ou deveria existir
saúde pública, urbanização, falta de sustentabilidade das regiões, etc..
mais esta partilha de conhecimento? A Geografia faz parte do quotidiano, quer dos indivíduos quer das sociedades.
Existe algum trabalho de investigação e
parceria entre universidades e empresas Aos geógrafos profissionais dos SIG cabe difundir o conhecimento geográfico
mas que nunca é suficiente. Obviamente
que é uma área que importa desenvolver
e saber incorporá-lo, com mestria,
até porque o futuro dos SIG também de- em todas as facetas da vida do Homem em sociedade.
pende dos quadros que as universidades
formarem nesta área. Nunca é demais
lembrar que algumas das primeiras em-
presas que trabalharam nesta área surgi-
Paulo Morgado, vogal da APG
ram do meio académico, logo essas par-
cerias são fundamentais, assim como
6. VI Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
A ESRIPortugal investe entre 500
e 600 mil euros em I&D. A empresa
tem desenvoolvido deste o início da
sua actividade soluções em
tecnologia SIG, como é o caso do
InfraSIG - Gestão de Infra-Estruturas
de redes; o MuniSIG - Plataforma de
disponibilização e Gestão de
Informação Geográfica para a
Administração Local, entre outros.
Já a ESRI Internacional, com receitas
anuais a rondar os 794 milhões de
dólares, investe 20% em I&D, todos
os anos.
Nuno Carrancho/ESRI
Especialistas discutem visão unívoca
O encontro está agendado para os primeiros dias de Março que conta com 90 oradores durante dois dias.
RAQUEL CARVALHO
raquel.carvalho@economico.pt
J
á vai na 9ª edição e o cresci- dias, a empresa tem como objectivo “reunir os de Congressos de Lisboa receberá 90 apresen-
mento anual de presenças ron- utilizadores de SIG, no mesmo local, para que tações, das quais Ana Rita Bentes destaca ain-
da os 23%. Trata-se do maior possam partilhar conhecimento e trocar ex- da, as apresentações do Ministério da Econo-
evento realizado em Portugal periências e ver o que há de novo nesta área e mia, com o projecto GeoSIMEID, da Ferbritas
sobre as novas tecnologias apli- o que as outras empresas andam a fazer”, ex- com o projecto Sistema de Informação Cadas-
cadas à geografia pela empresa, plica Ana Rita Bentes, que não tem dúvidas em tral, da Galp Energia com o projecto SIGÁS, e
ESRI Portugal, intitulado EUE - afirmar que “o balanço é bastante positivo”. da Câmara Municipal de Loulé com o projecto
Encontro de Utilizadores ERSI. Ana Rita Ben- ANA RITA BENTES, marke- A responsável diz que “não há um EUE igual GeoLoulé, “todas com um papel fundamental
tes, do departamento de Marketing Operacio- ting operacional da ESRI ao outro”, frisando que “a tecnologia está no desenvolvimento dos SIG em Portugal.
nal da ESRI Portugal e responsável pela orga- mais madura”, que o evento cresceu e que os Da agenda do primeiro dia, a responsável desta-
nização do encontro diz que na edição deste projectos apresentados “são cada vez mais ca ainda a apresentação do Professor Borges
“
ano, que terá lugar nos próximas dias 2 e 3 de inovadores”. Aliás, o EUE é o espelho das ten- Graça, que levará a sua visão “Entre o Mar e a
Março, no Centro de Congressos de Lisboa, o dências de SIG em Portugal e no Mundo, pelo Terra: Inteligência Competitiva para o Futuro de
número previsto de participantes ronda os Durante dois dias que as soluções apresentadas mostram quanto Portugal”. O primeiro dia de trabalho será en-
1.200. De referir, que no ano de estreia, em os SIG “são cada vez mais abrangentes, mais cerrado pelo Ministro da Administração Interna.
2002, o encontro conseguiu reunir apenas 75
o EUE tem como sofisticados, mais fáceis de utilizar, mais ami- O segundo dia é, exclusivamente dedicado às
participantes e o que permitiu um crescimen- objectivo reunir gáveis, incorporando novas dimensões”. apresentações dos utilizadores e clientes da
to anual de 23%. os utilizadores E porque esta é de facto, uma área em cons- ESRI que tem como parceiros desta iniciativa,
Este ano, o tema central é a ‘Visão Unívoca’, tante crescimento, não é de estranhar haver empresas de renome como a Microsoft, a IBM,
de SIG para que
escolhido “pelo seu paralelismo intrínseco novidades em cada edição. Este ano não é ex- a SAS, o Inforflow, a LG, a Navteq, a NLS, en-
com os Sistemas de Informação Geográfica,
possam partilhar cepção e as muitas as novidades a apresentar tre outras.
no sentido em que os SIG nos oferecem, atra- conhecimento, “farão do EUE 2011 um momento único e
vés da conjugação dos diversos planos da rea- trocar inesquecível”. A começar, a presença de Clint Novidades na edição de 2012
lidade e do mundo, a visão dessa mesma reali- Brown, Director de Produtos e Software da A próxima edição está repleta de novidades
experiências, ver
dade como nunca a tínhamos visto antes”, ESRI, “uma das figuras mais influentes na de- que, nesta fase, estão no “Segredo dos Deu-
explica Ana Rita Bentes.
o que há de novo finição do futuro dos SIG”, e que terá a res- ses”, informa Ana Rita Bentes que partilha, no
O EUE é considerado “O evento de Sistemas nesta área e o ponsabilidade de “mostrar as tendências e a entanto, o facto da edição de 2012 “marcar os
de Informação Geográfica em Portugal” e sur- que as outras estratégia da tecnologia”. A presença deste 25 anos da ESRI Portugal e, consequentemen-
giu “da necessidade que a ESRI Portugal sen- especialista é considerada um dos “momentos te, 10 anos de EUE, pelo que será um ano mui-
empresas andam
tiu em mostrar e partilhar os projectos desen- altos do EUE 2011”. Porém, “não será o úni- to especial para a ESRI Portugal e para os seus
volvidos pelos seus clientes”. Durante dois a fazer. co”, uma vez que durante dois dias, o Centro utilizadores”. ■
8. VIII Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
>> P R O J EC TO E X T E N S Í V E L A O U T R AS F R OTA
Actualmente, o projecto está limitado a 450 táxis da RadiTáxis do
Porto, “mas o objectivo é que 500 táxis da cidade tenham este
equipamento, estando também em cima da mesa desenvolver este
projectos em frotas profissionais, nomeadamente na indústria
farmacêutica, na área da logística e da mobilidade de mercadorias ou
Fotos: Bruno Barbosa
mesmo em empresas de distribuição alimentar”, admite Michel
Ferreira, investigador principal do projecto, na fotografia à direita
junto de Luis Damas, outro investigador responsável pelo Drive-In.
Tecnologias ao serviço da prevenção rod
O projecto DRIVE-IN permite a comunicação entre veículos, como por exemplo taxis, através de um carPC,
de um GPS e de comunicação sem fios. Evitar o congestionamento é um dos objectivos.
RAQUEL CARVALHO
raquel.carvalho@economico.pt
N
este momento todos os cerca desde os aspectos mais teóricos que estão na Actualmente também já estão a ser realizadas
de 450 táxis da RadiTáxis do Projecto alargado base destas comunicações, até às aplicações experiências de navegação informada “usan-
Porto já estão equipados com a outras frotas que podem ser desenhadas para estas redes de do uma versão avançada do navegador NDri-
carPCs. Um Sistema de In- grande mobilidade”, explica o investigador ve, que é parceiro industrial deste projecto”,
formação Geográfica desen- O projecto Drive-In foi que informa haver uma componente impor- informa Michel Ferreira, para que no final do
volvido pelo Instituto de Co- submetido a uma chamada tante do projecto, “a simulação em larga esca- projecto esteja disponível, assim como toda
municações (IC), pela Facul- para projectos de la de uma tal rede de comunicação, que serve uma série de outras aplicações assentes nestas
investigação no âmbito do
dade de Ciências da Universidade do Porto Programa Carnegie Mellon
de ferramenta para apoiar a concepção e vali- comunicações. Outra das mais-valias asso-
(FCUP) e pela Carnegie Mellon University que Portugal, envolvendo 30 dação de muitos dos protocolos em questão”. ciadas ao projecto é a possibilidade de “ter jo-
quer aumentar a segurança rodoviária, contri- investigadores divididos O projecto implica um investimento total de gos multi-jogador entre passageiros em táxis
buindo na diminuição da sinistralidade, no au- entre a Carnegie Mellon 700 mil euros, sendo que 50% já foi executado diferentes, uma aplicação que também tem
mento da eficiência no tráfego e na diminuição University, nos Estados e que grande parte do orçamento é dedicada à sido desenhada no âmbito do projecto, co-
Unidos, a Faculdade de
do congestionamento. No fundo, a ideia é des- Ciências e a Faculdade de
contratação de bolseiros de investigação. brindo a área de entretenimento”.
envolver comunicação digital entre veículos, de Engenharia da Universidade Apesar de parecer complicado, Michel Ferrei- Michel Ferreira garante que “a instalação é re-
forma a facilitar o conhecimento de informa- do Porto, a Universidade de ra diz que a aplicação do DRIVE-IN é simples e lativamente simples, envolvendo a ligação do
ções que contribuam para estes três factores. Aveiro, e o Instituto de quem nem foi preciso dar formação especifica carPC à alimentação do carro, ao taxímetro
No caso da componente de aumento da eficiên- Telecomunicações. aos taxistas que aderiram à tecnologia. “Os (para saber se está ocupado ou não) e ainda a
cia do tráfego, ao qual Michele Ferreira, princi- táxis levam um carPC (um computador dese- um botão de emergência camuflado, ligado à
pal investigador do projecto, diz ter sido dado nhado para ser instalado num carro), um re- central, para aumentar a segurança dos taxis-
“maior ênfase”, “as comunicações veículo-a- ceptor GPS para localização e capacidade de tas”. O sistema de despacho montado em cada
veículo criam condições para fazer uma esco- comunicação sem fios”, explica, acrescentan- carro ronda um investimento de cerca de 1000
lha de rotas informada, até mesmo colaborati- do que “neste momento esta comunicação euros, um valor que Michel Ferreira diz ter re-
va, permitindo evitar zonas congestionadas e ainda é feita através de uma rede infraestrutu- torno “em muito poucos meses, em função do
explorar mais eficientemente a rede rodoviá- rada (rede celular), mas será em breve imple- aumento de serviço e da redução de custos de
ria”. O responsável sublinha ainda que permi- mentada a comunicação via IEEE 802.11p”, circulação em vazio”. É que, alerta, “com este
tem “desenhar mecanismos de controlo de que está actualmente a ser testada e que será sistema o atendimento é mais rápido na cen-
trânsito muito mais eficientes, ou criar pelotões aplicada inicialmente a um subconjunto de tral”, além de que “o sistema recomenda a
de veículos em auto-estradas, medidas estas 100 veículos, prevendo-se a sua instalação até cada táxi as praças de táxis para onde este se
que aumentam também o fluxo de tráfego”. ao Verão. No final do projecto, previsto para deve dirigir, em função do número de carros
O Projecto DRIVE-IN permitiu desenvolver a 2012, a ideia é alargar a rede veicular sobre em cada uma e das estatísticas de pedidos de
comunicação inter-veículos, “abordando-se IEEE 802.11p nos 450 taxis. táxi que são monitorizadas a cada segundo”.
9. Quinta-feira 17 Fevereiro 2011 Diário Económico IX PUB
A EMPRESA
Com dez anos de existência, a Infoportugal - fundada em 2001 no Porto - é uma empresa do Grupo
IMPRESA que centra a sua atividade nos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), operando nas áreas
de Fotografia Aérea, Cadastro, Cartografia, Conteúdos Digitais, Consultoria e Desenvolvimento de
Aplicações para a Web e Equipamentos Mobile tirando partido das capacidades de localização deste
tipo de dispositivos.
A Infoportugal, pioneira no mercado português de sistemas de navegação, desenvolveu a marca e o
software NDrive em 2005. Mais tarde, em 2007, através dum processo de cisão, surgiu a NDrive
Navigation Systems,S.A.
OS PRODUTOS E SERVIÇOS
A Infoportugal centra as suas competências e atividade transversal nos Sistemas de Informação Geográfica,
desde a fotografia aérea, cartografia, cadastro, produção de conteúdos editoriais georreferenciados,
desenvolvimento de aplicações para a web e mobile e consultoria em sistemas SIG, respondendo a
diversos desafios e procura do mercado.
Da produção e venda de conteúdos digitais georreferenciados, destacam-se:
â Os dados geográficos de cartografia de eixos de via.
â Os pontos de interesse dinâmicos e/ou estáticos.
â Os conteúdos digitais georreferenciados para Web,
equipamentos móveis e de navegação.
â O levantamento de dados cartográficos de eixos de
via (estradas, ruas, sinalética, arruamentos, sentidos
e regras de trânsito, números de porta e cadastro
e caraterização de imóveis).
â A criação de conteúdos multimédia de visualização
turística, os mapas interactivos.
â A criação de modelos 3D de cidades, regiões e mapas
e roteiros turísticos.
A título meramente ilustrativo, refira-se que estes conteúdos, utilizados por operadores móveis e sistemas
de navegação, permitem a pesquisa rápida e a localização num mapa de qualquer direção ou ponto de
interesse. Uma vez encontrado o local, com um simples comando, o utilizador pode iniciar um telefonema
directamente, visualizar os detalhes descritivos e fotográficos (e, por exemplo, no caso de um restaurantes,
preço médio e as especialidades recomendadas, entre outras informações) ou simplesmente navegar
até ao destino, com instruções à medida que se desloca.
Os dados georreferenciados são também utilizados na produção de conteúdos turísticos de visualização
multimédia ou em papel, mapas atualizados em vários formatos, enriquecidos com conteúdos em texto,
imagens e objectos 3D, livros de bolso, guias e desdobráveis adequados para divulgação turística das
regiões.
oviária A fotografia aérea digital é outra área de atividade da empresa, que disponibiliza produtos como:
â Ortofotomapas.
â Fotografias aerotrianguladas.
â Modelos digitais do terreno.
Combate ao ‘phishing’
e à falta de privacidade na Internet
A Carnegie Mellon University é uma universi-
dade privada de investigação norte-america-
na que, em parceria com algumas universida-
des nacionais, desenvolve o Programa Carne-
gie Mellon Portugal, financiado pela Fundação
para a Ciência e a Tecnologia e que abrange Sendo a aquisição das fotografias feitas por uma câmara digital é possível assegurar uma maior rapidez
na produção dos produtos, garantir que estes têm maior qualidade e são economicamente competitivos
mais de 22 projectos inovadores em áreas fo- quando comparados com os obtidos com os antigos métodos de aquisição fotográfica aérea.
cadas de tecnologias de informação.
A infoportugal possui meios próprios, nomeadamente um avião certificado para fotografia área vertical.
No âmbito deste programa, está também a ser
desenvolvido o projecto WESP – Web Security A empresa tem ainda uma importante atividade na área de projetos à medida, tendo-se especializado
quer na produção de levantamento cadastral de dados geográficos e dados alfanuméricos georrefe-
and Privacy pelo Centro de Ciência e Tecnolo- renciados, quer no fornecimento de soluções integradas (incluindo o levantamento, a geo rreferenciação)
gia da Madeira, Universidade da Madeira, que permitem análises espaciais sobre os dados e a sua inclusão em portais e aplicações para a web
Universidade do Minho, o Instituto Superior e para smartphones e/ou navegadores.
Técnico e que tem como objectivo principal,
MERCADO E CLIENTES
combater o ‘phishing’ e habilitar os utilizado-
res para gerirem a sua privacidade e desenvol- O recurso aos SIG está cada vez mais generalizado e é hoje uma realidade em todas as áreas de negócio.
Em particular, os serviços de GeoLocation e GeoMarketing são, cada vez mais, ferramentas indispensáveis,
ver serviços fidedignos.
quer para a Administração Pública central e local, quer para empresas em domínios tão diferentes como
Com um investimento total de 382 mil euros, as Telecomunicações, Energia, Transportes, Logística, Águas, Banca, Distribuição e Retalho, Serviços,
este projecto pretende dar aos utilizadores Turismo e Tecnologias.
ferramentas que lhes permitem gerir a sia pri- Do ponto de vista do utilizador, os dados fornecidos incidem sobre áreas e mercados diversos, que
vacidade, e a forma como a sua informação e abrangem vários temas ligados ao Turismo, Transportes, Segurança, Banca, Comércio, Administração
dados são disponibilizados e acedidos na web. Central e Local, entre outros.
É um projecto multidisciplinar que, entre ou-
INTERNACIONALIZAÇÃO
tras tecnologias, utiliza SIG, tendo um impac-
to a nível humano, mas também empresarial, O processo de expansão para outros países faz parte da estratégia da Infoportugal e alavanca o objectivo
de crescimento que a empresa ambiciona atingir. Os mercados do Brasil e PALOP´s são estratégicos
uma vez que permite uma navegação segura e para o crescimento e desenvolvimento da Infoportugal.
controlada na Internet e salvaguarda infor-
mação relevante. Phone: +351 228320850 • Mail: geral@infoportugal.pt • Site: www.infoportugal.pt
São parceiras deste projecto a PT e a Sapo. ■
10. X Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
O programa SINErGIC, do IGP presidida por Carlos Mourato Nunes
,
(na foto), vai fazer o levantamento da informação predial única
através da caracterização espacial, jurídica e fiscal dos prédios
existentes em território nacional.
Paulo Alexandre Coelho
IGP aposta em projectos inovadores
Portugal está na linha da frente em projectos inovadores na área de SIG, onde o I&D abrande várias actividades.
RAQUEL CARVALHO
raquel.carvalho@economico.pt
O
Instituto Geográfico Portu- vestido, o carácter pioneiro que lhe é mundial- “expectável que, ainda no primeiro semestre
guês (IGP) possui compe- I&D cresce acima mente reconhecido, a atempada adequação ao de 2011 sejam iniciadas as operações de exe-
tências ao nível da I&D, de 50% no IGP respectivo contexto de desenvolvimento e a cução do cadastro predial em três municípios:
que desempenha, sempre manifesta actualidade reforçada pela entrada Loulé, Oliveira do Hospital e Paredes”. Estas
A actividade de I&D do IGP
que possível, em parceria em vigor da Directiva INSPIRE”. Por tudo isto, o serão as primeiras operações realizadas no
é medida através de um
com outras instituições, índice que, “em 2010, presidente do IGP não tem dúvidas de que o âmbito do projecto, “às quais se seguirão São
tanto em Portugal, funda- registou um crescimento SNIG é “um exemplo a distinguir”. Enquanto Brás de Alportel, Tavira, Oliveira do Hospital,
mentalmente através de projectos financiados acima dos 50%, embora infra-estrutura nacional de dados espaciais, Seia, Paredes e Penafiel, as quais já se encon-
pela Fundação para a Ciência e Tecnologia tal corresponda a uma “permite pesquisar, visualizar e explorar a in- tram igualmente contratualizadas”, informa.
conjuntura na obtenção
(FCT), como na Europa, integrando redes de formação geográfica sobre o território nacional Mourato Nunes frisa ser importante que a in-
de resultados, cujo ritmo
investigação e beneficiando de co-financia- de crescimento não será produzida pelas entidades oficiais e também por formação seja gerida de forma integrada e se
mento comunitário. Os SIG requerem uma in- facilmente mantido”, refere privados”, afirma, referindo que “actualmente, mantenha actualizada, pelo que se “encontra
vestigação contínua para que a inovação seja Carlos Mourato Nunes. o conceito assenta na oferta de uma plataforma a decorrer um concurso público internacional
frequente. E no caso do IGP “o I&D abrange
, Para além deste tecnológica que, baseada numa lógica de servi- para a implementação do núcleo do Sistema
desempenho, verificou-se
actividades nos domínios de especialização ços distribuídos acessíveis na Internet, permite de Informação do SiNErGIC”.
em 2010 “o arranque de
ambiente, ordenamento do território e ciên- alguns projectos relevantes a pluralização do acesso à informação geográfi-
cias sociais e humanas, assim como em dados de I&D no domínio da ca, em que o Geoportal do SNIG constitui o INSPIRE
obtidos por satélites de observação da Terra”, cartografia temática ponto de entrada privilegiado”. Quanto à Directiva INSPIRE, transposta para o
diz Carlos Mourato Nunes, presidente daquele e do acesso a Conjuntos regime jurídico Português em 2009, e que
e Serviços de Dados
instituto, que explica ter como objectivo “o SINErGIC criou o Conselho de Orientação do SNIG e ins-
Geográficos”, afirma,
desenvolvimento de novas metodologias e acresentando que em 2011 Mas existem outras inovações dignas de regis- tituiu o Registo Nacional de Dados Geográfi-
tecnologias, a criação de novos serviços e pro- “é já possível registar com to. O SINErGIC é uma delas. Este sistema de cos, Mourato Nunes lembra que o ano de 2010
dutos, e a descoberta de novas áreas de explo- sucesso o início de um informação é um sistema partilhado entre o “impunha o primeiro momento de Monitori-
ração e utilização”. projecto co-financiado pela IGP o Instituto dos Registos e do Notariado, a
, zação & Reporte”, cuja data de submissão à
União Europeia (UE)
Direcção-Geral de Impostos e as autarquias, Comissão Europeia era de 15 de Maio, e que
relacionado com a
SNIG monitorização harmonizada “que se constituirá como a plataforma para a “foi cumprida por Portugal através do IGP, en-
São muitos os projectos onde o IGP está envol- da ocupação e uso do solo, gestão da informação cadastral e, assim, dis- quanto Ponto de Contacto Nacional”, frisa,
vido, mas Carlos Mourato Nunes destaca a im- e outro financiado pela FCT ponibilizar a informação predial única através sublinhando que “Portugal foi o segundo Es-
plementação do Sistema de Nacional de Infor- para a modelação da caracterização espacial, jurídica e fiscal dos tado-membro a reportar o maior número de
geográfica de corredores
mação Geográfica (SNIG), materializando a es- prédios existentes em território nacional”, Conjuntos de Dados Geográficos, imediata-
para a vida selvagem”.
colha “na conínua inovação de que se tem re- explica Carlos Mourato Nunes, que refere ser mente a seguir à Espanha”. ■
12. XII Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
Potencialidades de um SIG
Desde as infra-estruturas até ao estudo do corpo humano, esta é uma ferramenta que já ninguém prescinde.
ANA CUNHA ALMEIDA
ana.c.almeida@economico.pt
SIG significa Sistema de Informação Geográfica. E por cada vez maior por parte de cada um de nós, enquanto vindo a verificar “uma alteração do paradigma centra-
mais que não pense todos os dias, todas as horas, todos cidadãos comuns, o interesse das empresas também do nos sistemas e nos dados para outro, em que a ne-
os minutos nestas três letras juntas, é caso para dizer aumenta porque é preciso alguém que desenvolva e cessária harmonização e interoperabilidade permite o
que há mais nos SIG do que você imagina. A sua utili- projecte estes sistemas. Sempre com o objectivo máxi- consumo de serviços de informação com um enorme
zação atingiu a escala planetária. Hoje, os SIG estão mo de tomar melhores decisões estratégicas para o seu potencial para incorporar valor acrescentado.” Por
massificados, quer seja através da vulgarização dos negócio. isso, desde que se levanta até regressar a casa depois de
sistemas de navegação, quer seja na procura de locais Nos últimos anos, como alerta Carlos Mourato Nunes, um dia de trabalho, já pensou quantos SIG lhe passa-
de interesse em mapas digitais. E se há um interesse presidente do Instituto Geográfico Português, tem-se ram pelas mãos sem dar conta? ■
ONDE OS SIG ESTÃO PRESENTES
Água
Tomar banho. A água que chega até Reciclagem
sua casa é, dependendo do município
É também através de um SIG que a EMAC - Empresa de
em que vive, controlada através de um
Ambiente de Cascais controla vários serviços em too o
SIG. Se faltar a água ou houver uma
concelho de Cascais. Faz a georeferenciação de espaços verdes
ruptura na sua rua e resolver ligar
e parques infantis; de equipamentos de deposição de resíduos
para a empresa para comunicar a
(contentores, ecopontos, ilhas, papeleiras, dispensadores de
situação, o mais provável é que já
sacos, sanecans) ou até a georeferenciação de circuitos de
estejam a par da mesma. A Águas
varredura manual e mecânica e de pinheiros alvo de tratamento.
do Porto é um bom exemplo de uma
empresa municipal que utiliza as
potencialidades dos SIG aplicadas à
gestão de redes de distribuição de Catástrofes naturais
água. Em tempo real, a empresa sabe Basta recordar os últimos dois anos para perceber
o que precisa de saber para agilizar que Portugal sofreu períodos de cheias que muito
melhor o seu dia-a-dia. prejudicaram sobretudo as zonas litorais. Para não falar
nas derrocadas que assolaram o arquipélago da Madeira.
É possível prever situações destas a partir de um SIG.
“A capacidade de previsão dos SIG é medida em função
dos algoritmos de cálculo que têm” explica Paulo
Morgado, vogal do Associação Portuguesa de Geógrafos
(APG). Tal significa que é possível um programa de SIG
mais comercial, com os seus métodos de análise
e de simulação, identificar áreas de grande, média
e baixo risco, acrescenta o mesmo responsável.
Viagens
Informação
Quando pensa em férias, pensa em quê?
Qual a primeira coisa que faz? Bem, mais Cada dia que passa parece que
tarde ou mais cedo, certamente que faz as redes sociais ganharam uma
uma pesquisa na Internet sobre aquela nova potencialidade. Nestas
viagem que quer fazer. Se quiser ir a Paris, últimas semanas, os mais
por exemplo, uma rápida busca permite- interessados e atentos pelos
lhe perceber que os SIG fazem parte dos acontecimentos no Egipto
roteiros turísticos. Vá aumentando a puderam usar o serviço que
escala e pode planear em frente ao a Google desenvolveu em
computador onde vai comer os melhores parceria com o Twitter.
‘croissants’, onde comprar bilhetes para Tal projecto permitiu aos
visitar o museu do Louvre, ou tratar já do egípcios ligarem para um
‘transfer’ de comboio para outra cidade. número de telefone e ali
deixarem uma mensagem
de voz. Transformada
automaticamente num ficheiro
GPS audio. E desta forma, qualquer
pessoa em qualquer parte do
mundo pôde assistir em tempo
Começa a ser “a excepção à regra” real ao que se passava não
quem não tem um GPS instalado no só nas ruas da capital, como
seu automóvel. Oferta destes noutros pontos do país. Um
equipamentos não falta no mercado serviço tecnológico que não
português e os ‘softwares’ são podia ter mais a ver com os
constantemente actualizados por SIG.
empresas como, por exemplo, a
portuguesa Ndrive. Quer seja para o
auxiliar num percurso que desconhece
ou para definir o caminho mais rápido
até ao seu destino, as vantagens
são várias, desde que esteja sempre
actualizado com a última versão
do sistema de navegação que usa.
13. Quinta-feira 17 Fevereiro 2011 Diário Económico XIII
ONDE OS SIG ESTÃO PRESENTES Corpo Humano e medicina
Na Medicina já existem aplicações dos SIG, por exemplo “nos
estudos de epidemiologia, na modelação espacial da capacidade
adaptativa de espécies invasoras como espécies de mosquitos com
capacidade de transmissão de doenças (dengue ou malária) ou
ainda em modelos espaciais para controlo de difusão da doença e
gestão do processo de vacinação da população”, como concretiza
Paulo Morgado, vogal do APG. Mas ao nível do corpo humano é
mundo ainda por descobrir. Embora existam certezas. “É
perfeitamente possível desenvolver um SIG com métodos
estocástios e de inteligência artificial para cartograr e
compreender o comportamento humano”, assegura o especialista.
Publicidade
Antes de qualquer cliente apostar numa acção de
publicidade ou marketing é preciso conhecer bem
o ‘target’, vulgo clientes a atingir.
As empresas de estudos de mercado, audiências e dados de
base já trabaçlham com SIG; de forma a conseguirem o
máximo de informação de apoio a estes serviços de
marketing. Farmacêuticas
Os delegados de informação médica
têm a árdua tarefa de sensibilizar
os médicos para a importância de
Banca determinados medicamentos no
tratamento das mais diversas
Também na área financeira há muito que um SIG pode fazer. É doenças. Nesta área, um SIG pode
possível agilizar uma rede de balcões. Gonçalo Magalhães Collaço, ajudar a determinar a definir o
administrador da Esri Portugal, fala de um caso concreto. “Temos trabalho promocional. Portugal é
o exemplo do Montepio e do projecto de Geomarketing a partir do trabalhado com base numa grelha
qual se torna possível determinar com muito maior rigor, eficiência que inclui vários parâmetros, como
e eficácia, os objectivos de cada balcão da sua vasta rede de população, serviços de saúde,
balcões.” profissionais em presença.
PUB
14. XIV Diário Económico Quinta-feira 17 Fevereiro 2011
S I ST E M AS D E I N FO R M A Ç Ã O G EO G R Á F I CA
1 2 3
1. Marco Painho é especialista em SIG e
professor na área do ISEGI.
2. Cidália Fonte é docente e coordenadora
de formação em SIG da FCTUC.
3. Ana Amorim é fundadora e coordenadora
do Curso de Especialização Tecnológica em
SIG e docente das cadeiras de SIG da
licenciarura e mestrado em geografia e
desenvolvimento da Lusófona.
Formação continua em crescimento
Recém-licenciados ou trabalhadores, são cada vez mais os que procuram aperfeiçoar conhecimentos em SIG.
RAQUEL CARVALHO
raquel.carvalho@economico.pt
C
rescimento na procura e na trabalho e que pretendem completar a sua SIG”, assegura Marco Painho, professor da-
oferta. É este o panorama da Formação formação nas áreas relacionadas com o posi- quele instituto, que registou “um aumento na
formação na área de Sistemas alternativa cionamento e informação geográfica”, diz. procura do mestrado à distância e manteve a
de Informação Geográfica Também na Escola Superior de Tecnologias e procura no mercado internacional”, bem
(SIG). Ainda não há licencia- A Geopoint é um centro Gestão de Águeda (ESTGA) não se esqueceu como um “aumneto oriundo dos PALOP”, diz.
de formação na área de SIG,
turas na área, mas são muitos a temática dos SIG. Esta escola, que pertence Segundo o responsável, “os alunos provêm de
que pode ser uma
os mestrados e pós-gradua- alternativa à formação à Universidade de Aveiro, lecciona desde praticamente todos os sectores de actividade,
ções centrados nesta temática. E a aposta oferecida em Universidades. 1997 o Bacharelato em Engenharia Geográfi- de empresas privadas, públicas, da adminis-
não é assim tão recente. Na Faculdade de Segundo Francisco Costa, ca, “que em 2007 foi adequado a Bolonha tração central, regional e local do Estado.
Ciências e Tecnologias da Universidade de director, é notório “um como ramo de especialização da licenciatura Já na Universidade Lusófona “os perfis são
aumento da oferta formativa
Coimbra (FCTUC) é dada formação na área em Tecnologias de Informação”, explica Es- distintos face à oferta, frisa Ana Amorim,
em sistema e-learning e em
dos SIG há 15 anos, “com um incremento software open source”, tima de Oliveira, director da ESTGA. Esta é a Fundadora e Coordenadora do Curso de Espe-
gradual na percentagem de licenciados que o e uma maior procura por formação mais antiga na instituição. Porém, cialização Tecnológica (CET) em SIG e Docen-
frequentam”, diz Cidália Fonte, docente e “acções muito específicas”. o “crescimento mais acentuado aparece com te das Cadeiras de SIG da Licenciatura e Mes-
responsável por formação SIG na FCTUC. A O responsável garante que os cursos de Especialização Tecnológica To- trado em Geografia e Desenvolvimento da-
este ano, se verifica “uma
formação começou no âmbito da licenciatu- menor procura e menos
pografia e Desenho Assistido por Computa- quela Universidade. Se nos CET “de uma for-
ra em Engenharia Geográfica em 1995, e está concretizações de acções dor, desde 2006/07 e SIG, desde 2008/09. ma geral, há alunos que adiama entrada no
incluída actualmente no Mestrado em Enge- de formação”, e acredita Também já é antiga a abordagem de SIG no ensino superior e procuram uma alternativa
nharia Geográfica. Nesta faculdade são ain- que no futuro, haverá Instituto Superior de Estatística e Gestão da que os aproxime rapidamente ao mercado de
da leccionados cursos intensivos de SIG, necessidade de alargar Informação, da Universidade Nova de Lisboa trabalho”, explica, a licenciatura é frequenta-
a oferta formativa, com
maioritariamente frequentados por licen- (ISEGI – UNL), que tem registado nos últimos da “por profissionias que já trabalham em
soluções muito amigáveis
ciados em engenharia e geografia pós-Bolo- e interactivas”. dez anos “uma crescente procura pelas pós- áreas relacionadas e que procuram uma for-
nha “que já se encontram no mercado de graduações e mestrados na área da Ciência e mação académica superior para progressão na
15. Quinta-feira 17 Fevereiro 2011 Diário Económico XV
carreira”, refere Ana Amorim. A responsável A inovação Tendências actuais na formação em SIG Tendências futuras
ressalva “a tendência de crescimento na últi- tecnológica Para José Rodrigues, “a notável evolução tecno-
ma década por cursos na área”, notando-se lógica nos últimos anos no domínio dos SIG e a
um impulso “por ocasião da reestruturação da
nos domínios massificação do acesso a informação georrefe-
>> Estabilização é a palavra de ordem quanto
à formação de SIG nos próximos anos. Mas no
licenciatura de Geografia e Desenvolvimento e da aquisição de renciada constituem duas tendências que se re- futuro, a formação nesta área tenderá a
sua adaptação ao regime de Bolonha”, com a dados espaciais flectem na formação”. Já Março Painho, do ISE- seguir aquilo que o mercado procura.
introdução “de mais horas de tecnologias de e a utilização GI, acredita sentir-se “um maior interesse na
>> Docentes na área destacam algumas das
informação geográfica e novas disciplinas re- área do software livre e também no desenvolvi-
lacionadas com a temática”.
da internet como mento e personalização de aplicações”. Segundo
tendências futuras na formação:
Quem também oferece cursos nesta área é a plataforma o especialista, “mantém-se o interesse no >> Os aspectos que envolvem a gestão da
Universidade do Algarve, nomeadamente o de divulgação software comercial, nomeadamente da família informação geográfica por parte das
mestrado em geomática e o curso de Pós-gra- ARCGIS, e também na utilização da CSIG em es- instituições, não descurando a sua integração
e acesso à nos fluxos de informação ;
duação em SIG, desde 2008/09, “estando em tudos de análise espacial”.
preparação a abertura da 4ª edição no próximo
informação Também Cidália Fonte da FCTUC acredita que o >> A integração crescente dos SIG com um
ano lectivo”, informa José Rodrigues, profes- georreferenciada software livre desperta grande interesse por par- grande número de outras áreas;
sor e um dos coordenadores do Mestrado de vão marcar te dos alunos, referindo também, “um cresci-
Geomática do Instituto Superior de Engenha- mento nas áreas de investigação no âmbito dos >> Geomarketing baseado em SIG;
o futuro na
ria da Universidade do Algarve. Aqui, os açu- SIG, “sendo muitas delas áreas fortemente inter-
nos são na sua maioria trabalhadores-estu-
formação de SIG. disciplinares”, frisa.
>> Absorção ou integração de outras
plataformas;
dantes, e oriundos de “engenharia, ciências Outra tendência que Cidália Fonte destaca é a
da terra e do mar e geografia e território”, diz. cada vez maior necessidade em introduzir >> Democratização do uso da informação
De referir ainda que a Universidade de Évora formação de base informática. Uma opinião geográfica com a crescente disponibilização
da mesma e de aplicações robustas e com
em parceria com a Associação de Municípios partilhada por Estima de Oliveita da ESTGA
base em Open Source;
de Évora tem um centro de Formação ESRI que diz ser essencial que a formação não se li-
com formadores acreditados, onde dá forma- mite apenas a ensinar os profissionais a operar >> A evolução não será tanto pelo aumento da
ção em SIG, temática abordada também em li- a informação geográfica, mas também que os quantidade da oferta mas mais pela
cenciaturas e mestrados. No último ano lecti- ajude a “enquadrar adequadamente os dados qualidade e aposta em matérias e temáticas
cada vez mais específicas, avançadas e
vo, a instituição criou um curso de especiali- com a informação global de uma determinada
adaptadas às tendências tecnológicas;
zação Técnica em SIG aplicados às Geociên- instituição”. Já Ana Amorim acredita que nos
cias, para atrair técnicos de nível médio e pro- últimos anos a formação se tornou mais técni- >> Com a consciencialização e sensibilização
fissionais da área, e prevê criar um curso de ca, “mais operacional e menos académica”, crescentes relativamente à componente Geo
SIG para a gestão vitícola e cursos de ánalise revelando “cada vez mais heterogeneidade no e Localização, cada vez mais profissionais de
áreas muito diversificadas procuram
espacial aplicada na modelação da paisagem e público-alvo” e uma “base mais alargada de
formaçao em matérias relacionadas com SIG.
na modelação geográfica avançada. casos de estudo e aplicações pela crescente
maturidade dos SIG no contexto nacional”. ■
PUB