O documento descreve os terafins, que eram ídolos ou deuses da família na antiguidade. Eles eram consultados para adivinhação e acreditava-se que protegiam o lar e garantiam direitos de herança. A Bíblia os considera como espíritos familiares enganadores em oposição ao verdadeiro Deus.
1. TERAFINS: Os ídolos do lar.
Deuses ou ídolos da família. (Gênesis 31.30, 34) Embora no hebraico a palavra “terafins”
seja plural, podia também aplicar-se a um único ídolo. Pelo menos alguns destes ídolos talvez
tivessem o tamanho e o formato dum homem. (I Samuel 19.13, 16) Outros devem ter sido
muito menores, a ponto de poderem ser colocados dentro do cesto da sela duma mulher.
(Gênesis 31.34). Às vezes, os terafins eram consultados em busca de presságios (Ezequiel
21.21; Zacarias 10.2).
Eram conhecidos como protetores do lar ou da pessoa (uma espécie de “Anjo da
Guarda”).Tudo indica que os terafins são uma classe de anjos que caiu enganada pelo
querubim (Ezequiel 28.16).
Ídolos - que vem do grego “eidólon” que significa imagem. É, pois uma representação.
As palavras mais frequentes na Bíblia para significar um ídolo ou imagem:
Tselem - imagem;
Pesel - escultura;
Massekah - imagem de fundição;
Matstesbah - pedra (marco) sagrada;
Gillulim - termo desprezível para imagem;
Elil - termo usado para designar imagem sem poder;
Atsab - termo que significa uma figura, uma causa de dor;
Teraphim (hb.) ídolos do lar. Enquanto que os outros termos são gerais para cidade,
povos, tribos, os terafins são “do lar” e “pessoal”, significa dizer que são espíritos mais
íntimos da família.
Terafins na Antiguidade - Os povos da antiguidade eram muito apegados com os terafins
pelo fato deles darem respostas, conhecidos entre os romanos e etruscos como penates
(deuses protetores do lar).
Na Bíblia se encontra classes de anjos de Deus, conhecidos como: Serafins e Querubins,
ao passo que quase não se fala em terafins, que são espíritos (anjos caídos), diferente de
demônios, que operam no âmbito religioso. São castas angelicais das trevas responsáveis
por alimentar os corações em crenças falsas, superstições, procurando levar as suas
vítimas para uma completa cegueira espiritual.
“E havendo Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos (em hebraico
terafins) que seu pai tinha” Gênesis. 31.19.
Acreditava-se que àquele que possuísse o terafim da família, estava garantido uma herança
maior na morte do líder. 1Raquel, apesar de ser esposa de Jacó, e vê a busca do seu esposo
pelo Deus vivo, no entanto ela não compreendia as coisas espirituais o suficiente, por isso
As descobertas de arqueólogos na Mesopotâmia e em regiões adjacentes indicam que a posse de
imagens de terafins tinha a ver com quem receberia a herança da família. Segundo uma tabuinha
encontrada em Nuzi, a posse dos deuses da família podia, em determinadas circunstâncias, dar ao
genro o direito de recorrer a um tribunal e reivindicar os bens do sogro falecido. (Ancient Near
Eastern Texts [Textos Antigos do Oriente Próximo], editado por J. Pritchard, 1974, pp. 219, 220, e
n 51)
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2. não conseguiu libertar-se da falsa crença do terafim. É possível que Raquel, com isto em
mente, tenha concluído que podia legitimamente tomar os terafins, por seu pai ter agido de
modo enganoso para com Jacó, seu marido. (Compare com Gênesis 31.14-16.)
A importância dos terafins com respeito aos direitos de herança explica também por que
Labão estava tão ansioso de recuperá-los, até mesmo a ponto de levar consigo seus irmãos e
de perseguir Jacó numa distância de sete dias de jornada. (Gênesis 31.19-30)
Naturalmente, Jacó não sabia de absolutamente nada do que Raquel fizera (Gênesis 31.32),
e não há indício de que ele tenha alguma vez tentado usar os terafins para obter a herança
dos filhos de Labão. Jacó não tinha nada a ver com ídolos. No mais tardar, os terafins
teriam sido eliminados quando Jacó escondeu, debaixo da árvore grande que ficava perto
de Siquém, todos os deuses estrangeiros que lhe foram trazidos pelos da sua família.
(Gênesis 35.1-4).
Encontramos outro episódio sobre os terafins (ídolo do lar), em Juízes 17. Um fanático
espiritual por nome Mica que chegou a possuir uma casa deles (verso 5), até consagrou um
levita (sacerdote mercenário) que aceitou a oferecer dádivas aos terafins.
Os terafins tinham-se agarrado à alma do povo de maneira que, em toda jornada de Israel
no deserto, em plena manifestação do poder de Deus a Moisés e a Arão, o povo não se
apartou desse espírito enganador.
No último capítulo de Josué, substituto de Moisés, ele diz: “Agora, pois temei ao Senhor,
e servi-o com sinceridade e com verdade e deitai fora os deuses.” (Josué 24.14).
A mulher de Davi possuía, também, um terafim: “E Mical tomou um ídolo do lar (terafim)
e o deitou na cama” (I Samuel 19.13).
O fato de Mical, esposa de Davi, possuir uma imagem de terafim entre seus pertences
sugere que seu coração não era pleno para com Jeová e que Davi, ou não sabia que ela
possuía essa imagem de terafim, ou tolerava isto, por ser ela a filha do Rei Saul (I Sa
19:12, 13).
Em Israel, o uso idólatra de terafins existia nos dias dos juízes, bem como nos dias dos
reis. (Juízes 17.5; 18.14, 17, 20; Oséias 34) No entanto, em vista da ordem expressa de
Deus contra a fabricação de imagens, não é provável que os terafins servissem para fins de
herança em Israel. (Êxodo 20.4) Além disso, o profeta Samuel falou dos terafins em
paralelo com o poder sobrenatural, comparando o uso dessas duas coisas ao ato de avançar
presunçosamente (1 Samuele 15.23), e os terafins achavam-se entre os acessórios da
idolatria que foram expurgados de Judá e de Jerusalém pelo fiel Rei Josias (II Reis
23.24).
Os terafins eram queridos pelo povo para consulta:
“Porque o Rei de Babilônia (Nabucodonosor) para na encruzilhada, na entrada dos dois
caminhos (Jerusalém e Rabá) para consultar os oráculos: sacode as flechas,2 interroga
os terafins, examina o fígado3” (Ezequiel 22.21).
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BELOMANCIA – Adivinhação por SETAS
HEPATOMANCIA - Adivinhação através do formato do fígado de animais sacrificados.
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3. As práticas de adivinhação incluía também os terafins. Os terafins concorriam com os
sagrados Urim e Tumim, contido na estola sacerdotal (éfode), no qual o sacerdote
consultava a Deus (Êxodo 28.30; Levítico 8.8; Números 27.21; Deuteronômio 33.8; I Samuel
28.6; Esdras 2.66; Neemias 7.65).
“Porque os filhos de Israel ficaram por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem
sacrifício, sem coluna, sem éfode ou terafim” Oséias 3.4.
Havia uma resposta por parte dos terafins, significando que não era uma simples adoração a
uma imagem de escultura, esses espíritos “trabalhavam, aconselhavam, orientavam, e davam
bons resultados àqueles que o possuíssem” . Os terafins são espíritos familiares ”...
quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares... não recorrerá um
povo ao seu Deus?.” (Isaías 8.19).
Eles podem aparecer na forma de um parente ou amigo já falecido. Podem emitir
vozes de pessoas conhecidas de alguém da família. É este espírito que imita as
formas, mas não possui ninguém, como fazem os demônios. É o caso de Saul, que foi
procurar uma feiticeira (I Samuel 28). Observe que o espírito não possui a feiticeira, mas
esta o via. “Vejo deuses que sobem da terra” (verso 13). Saul pergunta como é a figura
dele, a feiticeira responde: “um ancião, envolto numa capa. Entendendo Saul que era
Samuel” (verso 14). Saul foi enganado, porque é proibido na lei de Deus, o espírito
humano vagar na terra. A feiticeira não estava possuída pelo espírito, ela via-o e recebia
inspiração dele. Isto é a operação flagrante de um terafim, espírito familiar ou guia,
ou chamado anjo da guarda.
Apesar de entendermos que todos os demônios são anjos caídos, somos levados a admitir
que exista de fato uma variação de classe e áreas de operações no mundo espiritual.
Os terafins são sutis - mansos, não se incomodam com orações, jejuns, palavra de
Deus, pregação, santificação, vida no altar, porque são espíritos que trabalham na
área da religiosidade, não são espíritos mundanos, profanos e “desobedientes”.
Na fé católica - religião que aceita imagens (santos) e diante delas fazem-se pedidos,
e muitas vezes havendo resposta. Mesmo o “rogante” que formula o seu pedido a uma
entidade “santa”, como apóstolo Pedro, Paulo ou mesmo a Maria, porém quem responde a
estes pedidos (não Deus, porque está escrito: “Eu sou o Senhor, este é meu nome; a
minha glória, pois, a outrem, na darei, nem o meu louvor à imagem de
escultura” Isaías 42.8) são justamente os terafins que ficam por trás das imagens,
não importa de quem sejam.
A Bíblia católica, diz em I Coríntios 10.19,20 “...Ou o próprio ídolo é alguma coisa?
Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios, e não a Deus.”
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