O documento discute a conferência Rio+20 sobre desenvolvimento sustentável, abordando: 1) A visão antropocêntrica versus a visão de equilíbrio entre seres humanos e natureza; 2) A "economia verde" como nova fase do capitalismo versus alternativas de justiça social e ambiental; 3) A conferência ter privilegiado aspectos pontuais em vez de questões estruturais.
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
Palestra Antonio Soler/CEA no EDEA/FURG 250912
1. IV Encontro e Diálogos com a Educação Ambiental
(IV EDEA)
V Colóquio de Pesquisadores em Educação
Ambiental da Região Sul
(V CPEASul)
A Rio+20: A economia verde e a (re) produção ou
superação da crise ecológica
Eugênia Dias (eugeniaad@gmail.com)
Cintia Barenho (cintiabarenho@gmail.com)
Antônio Soler ( acpsoler@gmail.com)
25/09/2012
2. A Terra apresenta uma incapacidade/limite
natural em absorver as alterações metabólicas
dos sistemas econômicos marcados pelo fetiche
do crescimento econômico ilimitado e/ou pelo
mito do produtivismo (ou desenvolvimentismo),
os quais, por sua vez, traduzem uma
determinada visão hegemônica de Natureza,
onde a humanidade é dela apartada, colocando
a vida humana, ainda que de forma social e
economicamente seletiva, de um lado e a vida
não humana e outro
3. CRISE ECOLÓGICA
(economia moderna industrial )
- Hiperconsumo ou consumismo
- Produtivismo
- Crença cega no desenvolvimento
- Crescimento sem limites
- Desperdício frenético
- Mercado acima de tudo (DS,
Economia Verde)
5. RIO DE JANEIRO (20 anos)
- Acordou o que fazer e definiu-se instrumentos
(Agenda 21, Clima, Biodiversidade...)
- Consolidou o conceito de DS
6. “O ensino tem fundamental importância na promoção
do desenvolvimento sustentável” (Agenda 21)
“Consideramos que a educação ambiental para uma
sustentabilidade eqüitativa é um processo de
aprendizagem permanente, baseado no respeito a
todas as formas de vida” (Tratado de EA para as
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global)
“harmonia entre os seres humanos e destes com
outras formas de vida” (Tratado de EA para as
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global)
7. Importância do DS como “estratégia de
sobrevivência do planeta e,
conseqüentemente, de melhoria da
qualidade de vida humana” (Carta
Brasileira para Educação Ambiental,
1992)
A Declaração de Thessalonik (1997)
buscou formatar um conceito de
educação para o DS
EA deve considerar que o uso dos
“recursos naturais” deva atender tanto as
gerações atuais, como as futuras
(PRONEA)
10. Rio + 20 (Agora)
- Mais de 100 Chefes de Estado ou de Governo representados (e 193
Estados-Membros);
- 700 compromissos foram registrados;
- 64 milhões de ações individuais trazidas pela iniciativa “Ações
Voluntárias Contam”, liderada pelos Voluntários das Nações Unidas;
- Centenas de milhões de pessoas de todo o mundo se uniram à
conversa ‘online’ para compartilhar suas visões para o futuro e exigir
ações;
O Futuro que Queremos
- Lançou um processo para estabelecer os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS);
- Os governos permanecem no centro;
- Fórum político de alto nível sobre o desenvolvimento sustentável e do
fortalecimento do Programa da ONU para o Meio Ambiente [PNUMA];
Ban Ki-moon, Assembleia Geral da ONU, NY, 28.06.12
11. Rascunho Zero
Apresentado pela ONU em janeiro de 2012
"Rascunho 1"
Resultado das negociações informais em Nova York,
apresentado em maio 2012
Texto final NY
Apresentado em 2 de junho de 2012 (rascunho que abriu
negociações no Rio de Janeiro)
Texto brasileiro
Apresentado em 16 de junho de 2012, no Rio de Janeiro
Proposta final
Apresentado em 19 de junho de 2012, no Rio de Janeiro
O Futuro que Queremos
12. Rio + 20 (Agora)
“(...) o documento final reconheceu a necessidade de ir além do
produto interno bruto [PIB] como uma medida do progresso, e
reconheceu o papel que a economia verde pode desempenhar na
redução da pobreza, no crescimento econômico e na preservação
ambiental.”
Ban Ki-moon, Assembleia Geral da ONU, NY, 28.06.12
“A Cúpula dos Povos é o momento simbólico de um novo ciclo na
trajetória de lutas globais que produz novas convergências entre
movimentos de mulheres, indígenas, negros, juventudes,
agricultores/as familiares e camponeses, trabalhadore/as, povos e
comunidades tradicionais, quilombolas, lutadores pelo direito à
cidade, e religiões de todo o mundo”
Declaração da Cúpula dos Povos
13. CÚPULA DOS POVOS NA RIO + 20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
A “economia verde”, ao contrário do que o seu nome sugere, é outra fase da
acumulação capitalista. Nada na “economia verde” questiona ou substitui a
economia baseada no extrativismo de combustíveis fósseis, nem os seus
padrões de consumo e produção industrial. Essa economia estende a economia
exploradora das pessoas e do ambiente para novas áreas, alimentando assim o
mito de que é possível o crescimento econômico infinito.
14. CÚPULA DOS POVOS NA RIO + 20 POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
“A dita “economia verde” é uma das expressões da atual fase financeira do
capitalismo que também se utiliza de velhos e novos mecanismos, tais
como o aprofundamento do endividamento público-privado, o super estímulo
ao consumo, a apropriação e concentração das novas tecnologias, os
mercados de carbono e biodiversidade, a grilagem e estrangeirização de
terras e as parcerias públicoprivadas, entre outros.”
“As instituições financeiras multilaterais, as coalizações a serviço do sistema
financeiro, como o G8/G20, a captura corporativa da ONU e a maioria dos
governos demonstraram irresponsabilidade com o futuro da humanidade e
do planeta e promoveram os interesses das corporações na conferencia
oficial.”
Declaração da Cúpula dos Povos
15. “Há vinte anos o Fórum Global, também realizado no Aterro do Flamengo,
denunciou os riscos que a humanidade e a natureza corriam com a
privatização e o neoliberalismo. Hoje afirmamos que, além de confirmar
nossa análise, ocorreram retrocessos significativos em relação aos direitos
humanos já reconhecidos.”
“Rio+20 repete o falido roteiro de falsas soluções defendidas pelos mesmos
atores que provocaram a crise global. À medida que essa crise se
aprofunda, mais as corporações avançam contra os direitos dos povos,
a democracia e a natureza, sequestrando os bens comuns da humanidade
para salvar o sistema econômicofinanceiro.”
“A verdadeira causa estrutural da crise global: o sistema capitalista
patriarcal, racista e homofóbico.”
Declaração da Cúpula dos Povos
16. “A defesa dos espaços públicos nas cidades, com gestão
democrática e participação popular, a economia cooperativa
e solidária, a soberania alimentar, um novo paradigma de
produção, distribuição e consumo, a mudança da matriz
energética, são exemplos de alternativas reais frente ao atual
sistema agro-urbano-industrial.”
“A defesa dos bens comuns passa pela garantia de uma série
de direitos humanos e da natureza, pela solidariedade e pelo
respeito às cosmovisões e crenças dos diferentes povos.”
Declaração da Cúpula dos Povos
17. Rio+20
- Resistencia a transformação do
modelo de desenvolvimento;
- Privilegiou-se aspectos pontuais e
interesses específicos dos diferentes
países e grupos, ficando relegadas
ao segundo plano as questões de
maior envergadura.
- Texto com alto nível de incerteza e
baixo nível de ambição, muito aquém
do necessário e esperado.
18. Rio+20
- O governo brasileiro garantir e priorizar um acordo, ainda
que o nível de ambição fosse sacrificado. O Brasil exerceu
grande pressão para que o documento fosse emendado por
consenso a qualquer preço, de tal forma que contornou as
divergências, mas também as demandas por verdadeiros
avanços e ocultou os dilemas que os impedem.
-Para implementar essa estratégia com a pressa necessária,
sacrificou-se a transparência em nome do pragamatismo.
- Não há prazos para definir ODS;
- PNUMA não se transformou em Agência;
- As águas internacionais não foram protegidas, mas devem
objeto de debates na Convenção do Mar.
19. Na visão antropocêntrica, a Natureza humana é
exterior, superior e opressora da natureza não
humana, atribuindo a essa última valor instrumental
predominantemente econômico e autorizando sua
dominação por uma elite, levando ao atendimento
desigual das necessidades humanas,
majoritariamente criadas em função de interesses
do mercado.
20. Estocolmo (40 anos)
“Os dois aspectos do meio
ambiente humano, o natural e o
artificial, são essenciais para o
bem-estar do homem e para o
gozo dos direitos humanos
fundamentais, inclusive o direito à
vida mesma”
21. ”un recurso de gran valor
económico, cultural, científico y
recreativo” (Convenção de Ramsar)
Programa MaB/UNESCO com base
na ciência e no uso “racional dos
recursos naturais” levar ao DS
“Os seres humanos estão no centro
das preocupações com o
desenvolvimento sustentável”
(Declaração do Rio)
22. “informação de caráter educativo sobre a necessidade
de protegê-lo e melhorá-lo [meio ambiente humano],
a fim de que o homem possa desenvolver-se em
todos os aspectos” (Declaração de Estocolmo)
“Os recursos do mundo devem ser desenvolvidos
de modo a beneficiar toda a humanidade e
proporcionar melhoria da qualidade de vida de
todos” (Carta de Belgrado)
“(...) a defesa e melhoria do meio ambiente se deve em
razão das gerações presentes e futuras”
(Declaração de Tbilisi)
23. CF/88
Art. 225. Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e
preservá- lo para as presentes e
futuras gerações.
24. “O desenvolvimento sustentável é sobre pessoas – o bem-
estar dos indivíduos, famílias, comunidades e nações. A
Rio+20 nos deu uma nova chance.”
Ban Ki-moon, Assembleia Geral da ONU, NY, 28.06.12
PELOTAS
A sociedade do produtivismno/consumismo “causa um
OCEANO
aumento das desigualdades e das injustiças, cria um bem-
ATLÂNTICO
estar muito ilusório, não proporciona nem mesmo para os
“abastados” uma sociedade convivial e sim uma anti-
sociedade doente por causa de sua riqueza” (LATOUCHE,
2006).