O documento discute as dificuldades de aprendizagem em crianças e o papel da escola e professores em facilitar a aprendizagem. Aprendizagem é melhor quando a criança se sente valorizada e capaz. O texto também define e descreve diferentes tipos de dificuldades como dislexia, discalculia e TDAH.
2. Adquirir conhecimento é um dos desafios para a criança que apresenta algum tipo
de dificuldade de aprendizagem. A partir desse pressuposto, lança-se um desafio
ainda maior à escola e aos professores no sentido de valorizar a interação do
professor com a criança de forma a aperfeiçoar as condições pedagógicas que
facilitem a aprendizagem. Desenvolvendo projetos educacionais voltados a
desenvolver nas crianças com dificuldades de aprendizagem confiança em si
próprias, sentimento de aceitação, certeza de serem ouvidas, tornando-se capazes e
confiantes. A criança com dificuldades de aprendizagem aprende melhor quando
encontra um ambiente que valorize suas habilidades e capacidades, ou seja, que
tenha o foco no desenvolvimento das competências.
O termo dificuldade de aprendizagem está focado no
indivíduo que não responde ao desenvolvimento que se
poderia supor e esperar do seu potencial intelectual e,
por essa circunstância específica cognitiva da
aprendizagem, ele tende apresentar desempenhos
abaixo do esperado.
3. ψDA é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de
desordens manifestas por dificuldades significativas na aquisição e
utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do
raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao
individuo, presumindo-se que seja devidas a uma disfunção do sistema
nervoso central, podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na
auto-regulação do comportamento, na percepção social e na interação
social podem existir com as DA (Fonseca, 1988).
4. ψ“a dificuldade de aprendizagem é uma situação
momentânea na vida do aluno, que não consegue
caminhar em seus processos escolares, dentro do
currículo esperado pela escola, acarretando
comprometimento em termos de aproveitamento
e/ou avaliação”(Hashimoto, 1977,105)
5. Diferentes perspectivas, iniciaram um trabalho de investigação no âmbito das lesões
cerebrais e da deficiência mental, aproveitando magistralmente os dados e as
conceptualizações (estratégias de organização das aprendizagens ) dos trabalhos de
Head (1926) e de Goldstein (1939).
Deve-se a Strauss a distinção entre deficientes mentais endógenos (indicando uma
deficiência mental devida a fatores genéticos e/ou familiares) e deficientes exógenos
(indicando uma deficiência mental devida a déficits neurológicos provocados por
doenças pré, peri ou pós-natais, originando, consequentemente, lesões ou
disfunções cerebrais de vários tipos).
Os seus estudos mais relevantes compreenderam a comparação, tendo chegado a
resultados que demonstravam que as crianças deficientes mentais exógenas
apresentavam:
Um perfil desorganizado das funções perceptivo-motoras, quer nas funções visuo-motoras (praxias
com pérolas), quer auditivo-motoras (reprodução vocal de padrões melódicos);
Dificuldades na atenção selectiva com problemas de discriminação entre estímulos relevantes e
irrelevantes, ou seja, entre a figura e o fundo na base de apresentações no taquitoscópio'
Traços de comportamento mais desinibidos, erráticos, impulsivos, des controlados, sociopáticos e
descoordenados, aos quais vieram associar-se os conceitos de hiperactividade (Strauss e Kephart
1940).
6. Devem-se a estes autores recomendações de grande significado para a compreensão
do problema. Ambos os autores advogaram que é necessário equacionar o campo
das DA na perspectiva da psicologia do desenvolvimento.
Para Werner, não basta quantificar (quocientizar); é necessário analisar os
processos mentais e os processos de assimilação, conservação e utilização da
informação que estão por detrás dos resultados que a criança atinge nos testes,
preocupa-se em como a criança realizou e atingiu tal resultado. Em complemento, o
que é evidente e importante no diagnóstico são as situações críticas que evidenciam
determinados distúrbios funcionais.
Cada criança deve ser avaliada nas suas possibilidades ou facilidades e nas suas
dificuldades.
7. O diagnóstico é composto de vários momentos que temporal e
espacialmente tomam dimensões diferentes conforme a necessidade de
cada caso. Assim, há momentos de anamnese só com os pais, de
compreensão das relações familiares em sessão com toda a família presente,
de avaliação da produção pedagógica e de vínculos com objetos de
aprendizagem escolar, busca da construção e funcionamento das estruturas
cognitivas (diagnóstico operatório), desempenho em testes de inteligência e
visomotores, análise de aspectos emocionais por meio de
testes expressivos, sessões de brincar e criar. Tudo isso pode ser estruturado
numa seqüência diagnóstica estabelecida a partir dos primeiros contatos
com o caso. (WEISS, 2004, p.35)
8. No meio educacional os termos testar, medir e Avaliar são amplamente utilizados
e muitos vezes confundidos por serem considerados sinônimos. Essa confusão ou
distorção é devido ao fato de que estes termos se completam e estão interligados
mas com amplitudes diferentes. O termo testar tem menor abrangência pois o seu
formato, que normalmente é feito através de testes é apenas uma das formas de
medição. Enquanto isso o termo avaliar é o mais abrangente deles, pois além dele
fazer uso de instrumentos que levantam dados quantitativos ele também faz uso de
instrumentos qualitativos [HAY 00].
Há testes como:
Teste de Dislexia para adultos, jovens e crianças.
Testes de TDAH
Teste de Discalculia
9. Os transtornos da aprendizagem compreendem uma
inabilidade específica, como da leitura, escrita ou matemática,
em indivíduos que apresentam resultados significativamente
abaixo do esperado para o seu nível de desenvolvimento,
escolaridade e capacidade intelectual.
10. ψ Transtorno da leitura : é caracterizado por uma
dificuldade específica em compreender palavras escritas.
ψ Transtorno da matemática: dificuldade da criança
associar as habilidades matemáticas básicas com o
mundo que a cerca.
ψ Transtorno da expressão escrita: refere-se à ortografia
ou caligrafia bem como outras atividades relacionadas a
escrita.
13. DISLALIA
A dislalia é um distúrbio que
acomete a fala, caracterizado pela
dificuldade em articular as
palavras. A pessoa portadora de
dislalia, troca as palavras por outras
similares na pronuncia, fala
erroneamente as palavras, omitindo
ou trocando as letras.
Resumidamente, as manifestações
clínicas da dislalia consistem em
omissão, substituição ou
deformação dos fonemas.
14. DISLALIA
A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos:
Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida
gradativamente durante o seu desenvolvimento.
Dislalia funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a fala,
não pronunciar o som, acrescente letras na palavra ou distorce o som.
Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e
que não conseguem imitar os sons.
Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo, impossibilitando à
correta pronuncia, ou quando há alguma alteração na boca.
15. DISLEXIA
Transtorno cognitivo
caracterizado pela habilidade
deficiente em compreender
palavras ou frases escritas e
impressas, apesar da visão estar
intacta. Esta condição pode ser
decorrente do desenvolvimento ou
adquirida.
16. DISLEXIA
A dislexia do desenvolvimento é
marcada por realização de leitura
que decai substancialmente
abaixo do esperado, dada a idade
do indivíduo, medida de
inteligência e educação
apropriada à idade.
O distúrbio da leitura interfere
significantemente com as
realizações acadêmicas ou com
atividades da vida diária que
necessitam habilidades de
leitura.
17. DISORTOGRAFIA
É a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da
linguagem escrita expressiva.
Esta dificuldade pode ocorrer associada ou não a dificuldade de leitura, isto
é, a dislexia.
Considera-se que 90% das disortografias têm como causa um atraso de
linguagem; estas são consideradas disortografias verdadeiras. Os 10%
restantes têm como causa uma disfunção neuro-fisiológica.
Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas que representam
fonemas homorgânicos acontecem por problemas de discriminação
auditiva. Quando a criança troca fonemas na fala, a tendência é que ela
escreva apresentando as mesmas trocas, mesmo que os fonemas não sejam
auditivamente semelhantes;
18. DISORTOGRAFIA
ψFalta de vontade de escrever;
ψ Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas
(paragráfos, travessão, pontuação e acentuação);
ψDificuldade no uso de coordenação/subordinação das
orações;
ψTextos muito reduzidos;
ψ Aglutinação ou separação indevida das palavras.
19. DISORTOGRAFIA
Sendo a Disortografia um problema na escrita,
veja abaixo alguns exemplos:
- Substituição:
Exemplo: “todos” por “totos”
- Omissão:
Exemplo: “Chuva forte” por “chuva fote”
- Acréscimo de letras ou sílabas:
Exemplo: “Estranho” por “estrainho”
-Separação:
Exemplo: “Está embaixo da cama” por “Está em
baixo da cama”
Ou “Caiu uma chuva” por “caiu um a chuva”
- Junção:
Exemplo: “A lua está entre as
nuvens” por “Alua está
entreas nuvens”
20. DISCALCULIA
Discalculia é definido como uma
desordem neurológica específica que afeta
a habilidade de uma pessoa de
compreender e manipular números. O
termo Discalculia é usado freqüentemente
ao consultar especificamente à inabilidade
de executar operações matemáticas ou
aritméticas, mas é definido por alguns
profissionais educacionais como uma
inabilidade mais fundamental para
conceitualizar números como um conceito
abstrato de quantidades comparativas.
21. DISCALCULIA
É um impedimento da matemática que vá adiante junto com
um número de outras limitações, tais como a introspecção
espacial, o tempo, a memória pobre, e os problemas do
ortografia
Atinge crianças e adultos. O problema principal está
compreendendo que a matemática da maneira que é
ensinada às crianças.. Entretanto, a discalculia é o menos
conhecido destes tipos de desordem de aprendizagem e
assim não é reconhecido freqüentemente.
22. ALGUNS SINTOMAS POTENCIAIS DE
DESCALCULIA:
ψDificuldades freqüentes com os números, confundindo os
sinais: +, -, ÷ e x;
ψProblemas de diferenciar entre esquerdo e direito;
ψA inabilidade de dizer qual de dois numeral é o maior;
ψFalta de senso de direção (para o norte, sul, leste, e oeste);
ψInabilidade apreender e recordar conceitos matemáticos, e
ψDificuldade de manter a contagem durante jogos.
23. TDAH- Transtorno do déficit de Atenção
com Hiperatividade
O Transtorno do Déficit de Atenção
com Hiperatividade (TDAH) é um
transtorno neurobiológico, de causas
genéticas, que aparece na infância e
freqüentemente acompanha o
indivíduo por toda a sua vida.
Ele se caracteriza por sintomas de
desatenção, inquietude e impulsividade.
24.
25. PSICOLOGO ESCOLAR
Convictos de que os alunos eram deficientes e/ou diferentes e
que os professores não os compreendiam em suas deficiências,
a atuação dos psicólogos focalizava dois aspectos: os alunos e
os professores. Com o intuito de desenvolver nos alunos
atitudes e comportamentos esperados pela escola, realizavam
treino de agilidade motora, trabalhavam com a disciplina e
obediência às regras escolares, isto é, buscavam
a integração da criança desajustada aos padrões de
comportamento desejados e a eliminação dos comportamentos
inadequados.
26. PSICOLOGO ESCOLAR
O psicólogo deve auxiliar os educadores a terem como foco não a
dificuldade, mas a promoção de superação dos limites e
desenvolvimento das eficiências.
É necessária uma maior sensibilidade em meio aos profissionais
envolvidos na educação e também entre os familiares de crianças
com DA, para compreender e aceitar o jeito de ser de cada criança,
sem exigir um desempenho comparativo entre elas.
Lamentavelmente a sociedade e até mesmo instituições de ensino
têm estabelecido modelos que muitas crianças não conseguem
atingir, por ignorarem o fato de que existem ritmos diferenciados
na aprendizagem.