1. /
74 / INFO Julho 2012
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2. DR.
KINECT
Como um hospital brasileiro transformou o controle de games
da Microso em instrumento eficiente para ajudar nas cirurgias,
diminuindo riscos para o paciente e o estresse dos médicos
/ POR CAUÃ TABORDA FOTO ARTNET DIGITAL
A missão é difícil. Envolve a realização de procedimentos Com investimento baixo e o esforço do time de médicos, o
cirúrgicos complexos, que requerem exames detalhados e hospital criou o projeto Intera, que usa o controle da Microsoft
muita concentração. É preciso estar bem preparado. Com que reconhece movimentos para inovar. E no hospital não é
gestos, imagens são ampliadas, exames são visualizados e apenas a geração Y que se dá bem com a tecnologia. “Tenho 60
os melhores trechos de um vídeo selecionados para ajudar anos, mal uso o computador e me adaptei rapidamente”, diz o
nos detalhes da operação. Tudo deve ser feito muito rápido. O neurocirurgião Luiz Soares Koury, um dos responsáveis pelo
paciente está sedado. Há cortes, sangue e o risco de infecção. projeto. O Intera não surgiu com pretensões hollywoodianas
Cada segundo é precioso para reparar uma coluna vertebral de revolucionar a medicina. Luiz Koury conta que a solução
ou uma lesão cerebral. A cena não faz parte de nenhum game foi criada para resolver um problema pontual. O centro
ou de séries de TV como Plantão Médico e House. Ela é real e médico paranaense queria acabar com o uso das chapas em
já entrou para a rotina do Hospital Evangélico de Londrina, filme e do antigo negatoscópio, um aparelho com iluminação
no Paraná, o primeiro centro médico brasileiro a desenvol- especial que permite a observação das radiografias, usado em
ver um método que utiliza o Kinect em salas de cirurgia. medicina praticamente desde a descoberta do raio X, em 1895.
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3. ⁄
NA TV O soware criado pelos técnicos do hospital usa o Kinect para Xbox em
um PC. As imagens são manipuladas por gestos e exibidas em tela de 51 polegadas
“O filme radiológico está em extin- por exames específicos. Para atender a gura por 45 centímetros de altura, e
ção”, afirma Koury. “Nós tínhamos a esses casos mais sensíveis, a equipe de um painel normalmente comporta
necessidade de criar algo para subs- tecnologia do hospital apostou inicial- no máximo três chapas. Em cirurgias
tituir as chapas por uma versão di- mente no uso de tablets. As imagens mais complexas, é comum realizar
gital, já oferecida pelos aparelhos selecionadas pelo cirurgião poderiam a troca de imagens inúmeras vezes.
diagnósticos em CD ou pen drives.” ser carregadas no dispositivo e con- Como a equipe médica não pode to-
Em determinadas cirurgias, como sultadas durante o procedimento. car em nada, para evitar contamina-
as neurológicas, as de coluna ou as Uma chapa de exame mede apro- ção, a exibição dos exames ficava a
cardíacas, a equipe médica orienta-se ximadamente 35 centímetros de lar- cargo de enfermeiros ou assistentes.
VIDEOGAME NA MEDICINA
COM UM SISTEMA QUE USA A TECNOLOGIA DE RECONHECIMENTO DE GESTOS DO KINECT
NA SALA DE CIRURGIA, O HOSPITAL EVANGÉLICO DE LONDRINA REDUZIU EM ATÉ 12%
O TEMPO DE UMA OPERAÇÃO. VEJA COMO ELE FUNCIONA
COMO ERA ANTES MAIS ÁGIL ZOOM FÁCIL MENOS ESTRESSE
O médico requisitava exames Com o novo processo, O monitor evita que o médico O Kinect permite que o médico
antes da cirurgia. Eles eram os exames são enviados saia da mesa cirúrgica para selecione, amplie e vire as
revelados em um negativo do centro de diagnósticos observar detalhes do exame imagens dos exames mesmo
e exibidos no negatoscópio, para o sistema usado na sala na parede. Para ampliar à distância. Ele não precisa
painel de luz instalado na de cirurgia. Isso elimina a imagem, basta pedir ajuda aos assistentes,
parede da sala cirúrgica o tempo de revelação um movimento das mãos o que diminui o estresse
76 / INFO Julho 2012 ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL
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4. Fulano, pega aquele filme que está
no envelope e coloca na parede era a
frase mais ouvida. É ruim depender de Um ganho do projeto é a riqueza das
outra pessoa numa cirurgia”, diz Koury. imagens. Na tela grande, que pode ser
Os pequenos tablets mostraram-se
viáveis, já que podem ser envoltos em
manipulada à distância, os médicos
plástico esterilizado, permitindo, as- enxergam todos os detalhes dos exames
sim, o manuseio sem risco de infecção.
QUE DIABO É ISSO?
Foi durante uma conversa com a equipe para a equipe de TI que eles teriam só a tela é bem grande, não preciso me
de tecnologia, com a solução dos tablets cinco minutos para convencer os médi- deslocar para observar os detalhes de
quase pronta, que o uso do Kinect foi cos a substituir o processo que usavam.” uma vértebra”, afirma Jaccard. “Se qui-
sugerido. “Kinéti? Que diabo é isso?”, Os ortopedistas Alexandre Jaccard, ser, posso aplicar o zoom ali mesmo.”
disse Koury na reunião. Mas logo 37 anos, e Cesar Daniel Macedo, 30, Outro grande potencial do Intera é
a ideia de realizar as trocas das ima- também se interessaram pela solução sua capacidade para exibir diagnósti-
gens dos exames sem a necessidade e, depois de um dia de treinamento, pas- cos dinâmicos, como o de cateterismo.
de tocar em nada pareceu sedutora. saram a utilizar o Intera nas cirurgias Desde o início do projeto, em abril
A equipe de tecnologia do hospital de coluna. Como são procedimentos de- deste ano, os quatro médicos realizaram
começou então a trabalhar no desen- morados, que geralmente utilizam mui- 12 cirurgias usando o Kinect. O contro-
volvimento do software, que utiliza o tas imagens em cada uma das etapas da le de jogos foi instalado em quatro salas
Kinect para Xbox acoplado a um PC. As cirurgia, a ideia parecia promissora. do centro cirúrgico e, para ampliar o
imagens são exibidas em TVs de plas- Eles contam que o sistema dimi- uso da solução, outros 12 profissionais
ma de 51 polegadas e resolução full HD. nuiu o estresse das trocas de imagens receberam treinamento em junho. Até
Durante quatro meses os desenvolve- e eliminou o vaivém entre a mesa de o final de julho, mais 36 pessoas deve-
dores trabalharam com Koury e com o cirurgia e a parede onde ficava o nega- rão estar familiarizadas com o contro-
neurocirurgião Marcos Antonio Dias, toscópio. Uma cirurgia com duração le. A aposta do Hospital Evangélico de
para ajustar a solução às necessidades média de quatro horas foi reduzida Londrina é a de que a solução vai mes-
dos doutores. “Pedimos um software fá- em meia hora. “Um grande ganho do mo pegar. “Provamos que é possível
cil de usar e prático”, afirma Dias. “Disse sistema é a riqueza da imagem. Como fazer algo inovador”, diz Luiz Koury.
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5. 46 GAME OU ARTE? ⁄
Indie games apostam em
design caprichado e trilha
sonora de qualidade para
atrair o público
Saúde Hackeada / 50 Bem-Estar Móvel / 57 Vigilantes Eletrônicos / 63
Alô, Alô. Quero Pagar / 66 Natureza Recriada / 70 Itu / 76
O Mapa é o Tesouro / 80 Dicas / 86
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6. /
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7. GAME
OU
OBRA DE ARTE ?
COM MECÂNICA SIMPLES, MAS DESIGN E TRILHA SONORA
ELABORADOS, OS INDIE GAMES SE INSPIRAM EM FILMES,
QUADROS E LIVROS. CONHEÇA OS DE MAIOR SUCESSO
/ POR CAUÃ TABORDA
G
omez é uma pequena criatura que vive fundem e é preciso mesclá-los para transpor qualquer obstá-
em um mundo 2D, mas tem sua realidade culo. Destaque do documentário Indie Games: The Movie, dos
transformada no dia em que ganha um diretores canadenses Lisanne Pajot e James Swirsky, Phil
fez, ou tarbush, o chapéu cilíndrico usa- e seu jogo demonstram duas características que parecem
do pelos turcos. Com o presente, Gomez ser comuns a todos os projetos independentes de games: a
recebe a habilidade de explorar seu uni- satisfação pessoal do criador e a proximidade com a arte.
verso em outras dimensões. Essa premissa simples, de olhar Ao contrário da principal premissa que rege os grandes
o mundo por uma nova perspectiva, ganhou vida pelas mãos estúdios de games, a de atingir o maior número possível de
do canadense Phil Fish, um desenvolvedor independente de jogadores, um desenvolvedor indie busca a criação elaborada
games. O projeto do game Fez começou a ser criado em 2007 e e uma forma única de se expressar por meio do jogo. Sem a
chamou a atenção de jogadores de todo o mundo ao ganhar o forte pressão imposta pelo tempo e o investimento da grande
prêmio de Excelência em Arte Visual no Independent Games indústria, um game indie pode apostar em mecânicas novas e
Festival, realizado em 2008. Ao brincar, o jogador parece se desafiadoras, trilhas sonoras originais e em uma simplicidade
aventurar em um quadro cubista, em que os planos se con- que parece ter-se perdido nos títulos famosos do mainstream.
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8. O
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⁄
ELES DÃO VIDA AOS GAMES Phil Fish (na foto de
cima), criador do jogo Fez, em cena do documentário
Unido e afirma que esse tipo de game tem a dura missão de
surpreender os jogadores. Nesse ponto, a arte e a diversida-
Indie Games: The Movie. A carioca Helana Santos
com integrantes da equipe inglesa que desenvolveu de cultural parecem ser os catalisadores de bons resultados.
o game The Cat that Got the Milk, inspirado “A interpretação que damos à arte e às suas mais variadas
em obras de Kandinsky, Miró e Rothko formas permite dar asas à imaginação”, afirma Helana.
DESIGN ARROJADO E ZERO PADRÃO
Com apenas dois comandos, seta para cima e seta para Estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers mostra
baixo, o game The Cat that Got the Milk, para PC e Mac, trans- que a indústria de games deve faturar 86 bilhões de dólares
forma obras dos pintores abstratos Wassily Kandinsky, Joan em 2014. Não há ainda como saber quanto os independen-
Miró, Mark Rothko em uma experiência interativa e desafia- tes representam do total, mas a tendência aponta para uma
dora. “Decidimos arriscar um novo conceito de jogos. Eles são participação crescente. A Tiga, associação britânica de ga-
curtos, mas proporcionam uma divertida e única experiên- mes, aponta a existência de 329 estúdios independentes na
cia artística”, afirma Helana Santos, programadora do game. Grã-Bretanha. Nos Estados Unidos, esse número sobe para
Nascida no Rio de Janeiro, Helana morou em Moçambique 600. Cinco anos após o início de seu desenvolvimento, o
na infância e estudou computação na Inglaterra. Diz ela: jogo Fez chegou à Xbox Live, em abril deste ano, por cerca de
“Os jogos indie tendem a atrair pessoas mais rebeldes, au- 20 reais. Em maio, atingiu a marca de 100 mil downloads.
daciosas e bastante arrojadas, o que naturalmente conduz Em 2008, o americano Jonathan Blow publicou o game
a mais experiências desafiantes e inovadoras”. Helana in- Braid na Xbox Live Arcade. Na primeira semana, cerca
tegra um time independente de desenvolvedores do Reino de 28 mil unidades foram vendidas. Inspirado na obra
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9. DESIGN EM BITS ao ver sua mulher doente precisava acreditar realmente na
existência dessas lendas, pois só elas tinham a cura para a
OS GAMES INDEPENDENTES SE INSPIRAM
doença”, afirma Rodrigo Motta, coordenador do curso da
EM GRANDES OBRAS DE ARTE
Facisa e um dos criadores de Xilo. Para acompanhar a arte
THE CAT THAT GOT THE MILK XILO
inspirada em xilogravuras, a trilha sonora foi composta
Jogo ágil para PC e Mac que Baseado em cordel, o game pela banda Cabruêra, que mistura música eletrônica e baião.
se inspira em Kandinsky, Miró brasileiro tem trilha sonora
Para Motta, o cuidado com cada elemento do game e
e Rothko (abr.io/CatMilk) regional (abr.io/Xilo)
sua proximidade com a arte são características marcantes
do projeto. “Os jogos indies não seguem nenhum tipo de
padrão e o envolvimento dos desenvolvedores é mais pes-
soal”, afirma Motta. “São jogos que vão causar emoções
diferentes das que estamos acostumados com os títulos da
indústria.” Envolvido em vários projetos independentes e
defensor de uma forma mais pessoal de produção, Motta
BRAID THE BRIDGE não vê no cenário atual uma disputa entre a grande indús-
Faz referência à obra Game em 2D inspirado na
As Cidades Invisíveis, de Ítalo obra do artista gráfico M.C.
tria e os pequenos estúdios. “Gosto de pensar que os indies
Calvino (abr.io/Braid) Escher (abr.io/TheBridge) estão obtendo o reconhecimento pelo excelente trabalho
que fazem”, afirma. Eleito o melhor jogo para PC no júri po-
pular do SBGames 2011, um dos poucos eventos para de-
senvolvedores de games do Brasil, Xilo está na reta final e
deve ser lançado para várias plataformas até o fim deste ano.
A equipe de Rodrigo Motta faz parte de uma nova geração
de desenvolvedores. Sem a ambição de imitar a grande indús-
tria, os brasileiros do mercado independente começam a rece-
ber destaque por inovação e qualidade dos projetos. Veja o caso
do game Toren. Idealizado por um time de Porto Alegre (RS),
As Cidades Invisíveis, do escritor italiano Ítalo Calvino, o o jogo foi o primeiro projeto brasileiro a receber menção hon-
jogo mescla um design peculiar e bem elaborado a técni- rosa, por excelência em artes visuais, no Independent Games
cas inovadoras. As aventuras do protagonista Tim, que Festival (IGF), o Oscar dos games independentes. Ainda em
precisa resgatar uma princesa, não são diferentes das de desenvolvimento, o jogo surgiu como projeto de conclusão
muitos games. Com uma mecânica simples, o jogador do curso de pós-graduação em jogos eletrônicos da PUC-RS.
deve eliminar inimigos em cada um dos níveis antes de Com paisagens inspiradas em filmes de Hayao Miyazaki,
seguir sua jornada. O diferencial está nos desafios e no de- um dos mais famosos criadores da animação japonesa, com
sign de cada uma das fases. Se o jogador comete um enga- obras como A Viagem de Chihiro e O Castelo Animado, Toren
no, Tim pode voltar no tempo para refazer sua estratégia. narra a vida de uma princesa enclausurada. “O jogo se passa
Premiado como Jogo do Ano na 12ª edição do Academy em um grande cenário único que se transforma do início ao
of Interactive Arts Sciences Awards (Aias), em 2009, o fim, com muitas camadas de interpretação e simbologia, diz
game Braid serviu de inspiração para ótimos projetos, entre Alessandro Martinello, um dos integrantes da equipe de de-
eles o brasileiro Xilo. Desenvolvido por um time do curso senvolvimento. A trama evolui com a passagem das fases da
superior de jogos digitais da Facisa, de Campina Grande, vida da princesa. Há uma forte aposta na interação com o am-
na Paraíba, o game mescla elementos da cultura local para biente para criar quebra-cabeças e novas formas de transpor
dar vida a Biliu, um cangaceiro arretado que deve enfrentar obstáculos. Deve ser lançádo em 2013. Produções como Toren
inimigos como a Mula-sem-Cabeça, o Boitatá e a Comadre e Xilo mostram que os brasileiros começam a seguir uma ten-
Fulôzinha, em típicos cenários nordestinos. “A ideia surgiu dência que tem se mostrado cada vez mais forte lá fora, por ge-
de uma história em quadrinhos que queríamos fazer sobre rar oportunidades para desenvolvedores focados em projetos
um senhor que vivia de contar causos de assombrações. Mas que nem sempre interessam à grande indústria de games.
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10. LALAI LUNA E ANA LAURA MELLO
Fundadoras da agência Remix,
/ especializada em mídias sociais
TAHIANA
D’EGMONT
Comandou
KARLA LOPEZ
a Mentez, de
Criou
games sociais,
a JobConvo,
e agora parte
serviço de
para startup de
teleconferência
serviços móveis
para entrevistas
de emprego
PRIMEIRO
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11. MILENA ESCABECHE E ALINE MARCOLINO
Do Tryoop, serviço para degustação
de produtos por meio de assinatura
Essas moças
fazem parte
de uma nova
geração de
empreendedoras
digitais que
transformaram
boas ideias
em negócios
inovadores
e rentáveis
/ POR CAUÃ TABORDA
FOTO RUI MENDES
MARINA
MIRANDA
Trouxe para
o Brasil a
americana
Mutopo,
especializada em
crowdsourcing
AS DAMAS
EDIÇÃO DE IMAGEM ARTNET DIGITAL Maio 2011 INFO / 77
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12. PARA EXPERIMENTAR
Com menos de dois anos e fruto de uma pequena startup de
Campinas (SP), o serviço Tryoop conquistou 15 mil usuários,
que recebem em casa produtos novos para experimentar
A ideia nasceu em um jantar regado a vinho. As amigas
de faculdade Milena Escabeche, 30 anos, e Aline Marcolino,
29, resolveram aproveitar a experiência em marketing de
uma e em logística da outra para montar o Tryoop, um ser-
viço de assinatura mensal para a degustação de produtos.
Funciona assim: os usuários se cadastram no site e rece-
bem em casa novidades de marcas como Tommy Hilfiger,
Natura, Adidas, Lacoste e Nestlé. Experimentam e postam
seus comentários e reviews no site ou nas redes sociais.
Lançado em maio de 2010, o Tryoop recebeu investimento
do fundo Astella e trabalha hoje com 24 marcas, expostas
em oito campanhas ativas de experimentação. Um novo ser-
viço, batizado BlueBox, oferece produtos para o bem-estar,
saúde e alimentação por 39,90 reais ao mês. “As meninas
do Tryoop”, como Milena e Aline são conhecidas nos even-
tos de startups, montaram a empresa com investimentos
próprios, o que Milena chama brincando de espírito friends,
family and fools (amigos, família e tolos). Formada em 2004,
Milena trabalhou com moda. Aline, a especialista em logís-
tica, atuou na IBM e na Lenovo. O Tryoop começa a gerar
volume, com 15 mil usuários ativos. “Nossa principal meta
agora é expandir a base de usuários, fazer com que as em-
presas percebam os benefícios e consolidar o Tryoop como a
principal plataforma de experimentação do país”, diz Milena.
“Em uma startup, você deve sempre estar pronto
para se adaptar. É preciso pensar hoje no que vai
mostrar nos próximos seis meses” /Tahiana Milena
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13. DO GAME PARA O CELULAR
Aos 22 anos, Tahiana D´Egmont comandou no Brasil a operação da
colombiana Mentez e ajudou a criar games como o Colheita Feliz.
Agora, aos 26, vai lançar um novo negócio para dispositivos móveis
A carioca Tahiana D’Egmont,
26 anos, pretende concluir neste ano o
curso de publicidade, que iniciou em
2005. A ausência das aulas tem uma
boa justificativa: Tahiana estava co-
mandando empresas. Com interesse
por SEO (Search Engine Optimization),
Tahiana e um colega de faculdade mon-
taram a cRio!, uma agência focada em
buscas. “Conseguimos um investimen-
to a juros baixos com o pai de um amigo
e montamos um escritório no centro do
Rio”, diz Tahiana. A agência se firmou,
mas em determinado momento o ne-
gócio mudou o foco para webdesing e
“Quando o Tahiana perdeu o interesse. Decidiu,
profissional
se propõe a
então, trocar o Rio por São Paulo e tra-
estar sempre à balhar como estrategista de SEO na
frente e inovar,
agência MediaContacts. Em quatro
é importante
não ter medo meses, chegou a diretora de marketing
de arriscar” e mídias sociais, atendendo clientes
/Tahiana
como Wall-Mart e Lancôme. Em um
evento de internet conheceu o colom-
biano Juan Franco, CEO e cofundador
da Mentez, uma empresa especializa-
da em games sociais. Tahiana recebeu
um convite para dirigir as operações da
Mentez no Brasil, com participação nos
negócios. “Foram dois anos de muito
trabalho em aplicativos e jogos como o
Colheita Feliz”, diz. Mas aí ela resolveu
vender sua parte na empresa e viajar.
Foi fisgada pela argentina Vostu, con-
corrente da Mentez, onde trabalhou por
cinco meses, até decidir que era a hora
de voltar a empreender. Agora, Tahiana
se prepara para lançar um novo negó-
cio voltado para dispositivos móveis.
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14. “No Brasil, os
empreendedores
se concentram
no investimento,
mas esquecem
de pensar no
fundamental:
criar algo para
solucionar um
problema” /Karla
ENTREVISTA A DISTÂNCIA
Nascida em um programa para startups do governo chileno,
a JobConvo, de Karla Lopez, oferece solução de telepresença
que se propõe a simplificar o processo seletivo nas empresas
Uma das poucas brasileiras no Start-Up
Chile, projeto do governo chileno para incentivar
o desenvolvimento de novas empresas e ideias
inovadoras, a paulistana Karla Lopez, 29 anos,
decidiu largar o emprego formal e apostar no
JobConvo, um serviço de recrutamento por tele-
presença. Ao contrário do que já existe no mer-
cado, o JobConvo é um sistema assíncrono, ou
seja, entrevistador e candidato gravam seus ví-
deos no momento mais oportuno para cada um.
“Identificamos um grande potencial de mercado,
principalmente para empresas que contratam
muito ou os pequenos negócios, em que o recruta-
dor é o dono”, diz Karla. Com experiência em ser-
viços para RH e passagens por TAM e Ikwa, Karla
desenvolveu a ideia e a transformou em negócio.
Durante o evento no Chile, entre junho e dezem-
bro de 2011, a nova startup testou a solução com a
Aisec, uma organização sem fins lucrativos que
recruta estudantes e recém-formados para vagas
de trainee e estágio em outros países. “Foi nosso
primeiro grande teste, com 200 entrevistas. O
retorno dos candidatos e dos entrevistadores foi
essencial para moldarmos a solução, lançada co-
mercialmente em janeiro”, afirma. Com clientes no
Chile, a JobConvo agora se prepara para operar no
Brasil. Em paralelo, Karla começou um novo pro-
jeto, uma plataforma para a troca de materiais en-
tre professores. Pelo programa Call to Innovation,
o projeto garantiu a Karla uma bolsa integral
na Singularity University, no Vale do Silício.
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15. NO CROWDSOURCING
Dirigida no Brasil por Marina Miranda, a Mutopo é uma empresa
americana que tem como meta difundir a cultura do crowdsourcing
e seus benefícios para empresas de qualquer tamanho
Com experiência e formação acadêmica na área de audiovisual, a paulista Marina Miranda,
39 anos, abriu uma produtora, em 2007, para trabalhar com eventos em São Paulo. Começou, então, a
direcionar o foco de sua empresa para a realização de eventos nas áreas de inovação e tecnologia. Em
2009, associou-se a Rodrigo Mesquita (ex-CEO da Agência Estado) no Teia-MG, um projeto financia-
do pelo governo de Minas Gerais para massificar ferramentas e conceitos da web 2.0, formando uma
comunidade de prestadores de serviços para a área de tecnologia do estado. Mas outra vez sua car-
reira daria uma guinada quando, em 2010, Marina foi a Nova York conhecer a Mutopo, uma startup
especializada em projetos de crowdsourcing. Shaun Abrahamson, o presidente da empresa, procu-
rava um profissional para montar a Mutopo no Brasil e convidou Marina para ser cofundadora e di-
retora-geral no país. “Meu trabalho é mostrar às empresas os benefícios do crowdsourcing, como ga-
nhos de produtividade, captação de recursos e suporte a novas ideias”, afirma Marina, que é também
responsável por organizar eventos focados em crowdsourcing e inovação, como o Crowdsoursing
Conference CCS12, que acontecerá nos dias 2 e 3 de julho na sede da Fecomercio, em São Paulo.
“Ideias são commodities.
É necessário transformar
a intuição em um produto
pronto, pois é isso que
trará resultados” /Marina
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16. “O empreendedor
precisa aprender
a ser chefe, gerir
NA MÍDIA SOCIAL pessoas, dosar
a liberdade dos
A Remix, de Lalai Luna e Ana Laura Mello, funcionários e
é uma agência focada em ideias que também contratar
e demitir”
se tornam conteúdo para mídia social
/Ana Laura
Criar uma empresa que aprovei-
te o timming de uma inovação é meio
caminho andado para o sucesso. Foi o
que fez a Remix, uma agência que se au-
todefine como especializada em ideias
que viram campanhas, que se transfor-
mam em conteúdo para mídias sociais
que, por sua vez, geram relacionamen-
tos. A Remix é uma criação de Lalai
Luna, 38 anos, nascida Elaine Santos,
profissional especializada em social
mídia que trabalhou por quatro anos
na Agência Click de São Paulo. “Como a
chegada da web no Brasil foi gradativa,
não havia a figura de um profissional
capacitado de comunicação que com-
preendesse o que estava acontecendo”,
diz Lalai. “Fui chamada para a Click
por conta de um blog que montei em
1999.” Mesmo sem grande experiência
em gestão, Lalai decidiu apostar e pro-
pôs sociedade a Ana Laura Mello, 30
anos, amiga da Click e de noitadas. O
começo da Remix foi marcado por pro-
jetos para clientes como Oi e o RedBull
House of Art. “Nossa aposta foi traba-
lhar social media de uma forma dife-
rente, com projetos menores que têm
toda a nossa dedicação”, diz Ana Laura.
Hoje, no comando de um time com 21
pessoas, Lalai aposta na profissiona-
lização das campanhas para mídias
sociais. “As redes sociais deixaram
de ser vistas como algo que pode ser
gerido pelo primo antenado do dire-
tor”, diz a irreverente empreendedora.
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17. /
NOVOS
TABLETS
ELES VÃO
AMEAÇAR O
LÍDER IPAD?
O NEXUS 7, DO GOOGLE, TEM UMA LOJA DE APLICATIVOS
TURBINADA. JÁ O SURFACE, DA MICROSOFT, É COMPATÍVEL
COM PROGRAMAS PARA WINDOWS. OS DOIS TABLETS
CHEGARÃO AO MERCADO NOS PRÓXIMOS MESES COM O
DESAFIO DE TOMAR ESPAÇO DA APPLE. CONSEGUIRÃO?
/ POR CARLOS MACHADO E CAUÃ TABORDA FOTO RAFAEL EVANGELISTA
os últimos dois anos, o iPad reinou absoluto no mercado de tablets. Dono de 63%
N
das vendas mundiais, o tablet da Apple é a estrela de uma categoria de produ-
tos criada a partir de seu próprio lançamento, em 2010. Apesar da liderança,
não faltam competidores. Produtos como o Eee Pad Transformer, da Asus, e o
Inspiron Duo, da Dell, chegaram com a fama de matadores do iPad, mas não ti-
raram sequer uma casquinha do brilho do tablet da Apple. Quem ficou mais per-
to disso foi o Galaxy Tab, da Samsung, vice-líder do mercado, mas com apenas 7% de participação.
Agora, dois novos produtos se posicionam como bons desafiantes: o Nexus 7, do Google, e o Surface,
da Microsoft. Apresentados no meio do ano, eles são peças estratégicas das duas concorrentes que po-
dem levar perigo ao império da Apple. Motivos para apostar nesse mercado não faltam. Segundo
a consultoria Transparency Market Research, as vendas de tablets cresceram 276% no ano passa-
do e atingiram 67 milhões de unidades. Até 2015, esse número deve aumentar quase quatro vezes.
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18. PEQUENO, PORÉM PODEROSO SÓ PARA VIDEOCHAMADAS
Como o foco do Nexus 7
é reunir informação, não
Nexus 7, do Google: fácil de transportar e navegar na web há câmera de qualidade
para fotos e vídeos
PROPORÇÃO AGRADÁVEL
Mesmo pequena, a tela
de 7 polegadas oferece
leitura e navegação
na internet confortáveis
MAIS LEVE
O novo Android
4.1 Jelly Bean tem
transições mais
ágeis e precisas
em relação às
versões anteriores
Android 4.1 / Tela
de 7” / Cortex A9
1,3 GHz quad core
/ 8 GB e 16 GB / Wi-Fi,
Bluetooth / 340 g
/ 9h15min de bateria
120 cm 10,5 cm
198,5 cm
COMPACTO
E PRÁTICO
Como o tablet é
pequeno e leve,
segurá-lo é uma
tarefa mais cômoda
do que acontece
com modelos
de 10 polegadas
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19. Enfrentar a soberania do iPad não é O objetivo do Google é reforçar bastan-
fácil. Mais do que em qualquer área do te o conteúdo, calcanhar de aquiles do
mundo digital, a competição no cam- Android. Se a intenção é boa, na práti-
po dos dispositivos móveis depende ca a empresa ainda tem muito traba-
de um conjunto complexo de fatores. lho a fazer. Quem lê revistas no iPad
Começa com o próprio gadget e suas já notou que as páginas são exibidas
características de hardware. Mas a re- quase em tamanho natural e enrique-
ceita para o sucesso inclui um número cidas com multimídia e interatividade.
alto de aplicativos disponíveis para a No Nexus 7 não é assim. Os testes
plataforma e o interesse dos desenvol- do INFOlab mostraram que as revis-
vedores em criar novidades. Outros tas são apresentadas em formato PDF,
itens são o design, o conteúdo, o sistema o que impõe uma leitura mais rígida
operacional e a experiência de uso, con-
junto que explica a liderança do iPad.
LIMITADO e sem interatividade. Ou seja, a expe-
riência ainda é pobre em comparação
A Microsoft investiu no design E EFICAZ com a oferecida pelo tablet da Apple.
do Surface. Já o Google trouxe para Lançado em 2011, A grande aposta do Google para
o Nexus sua imensa oferta de livros. o Kindle Fire custa o Nexus 7 é o custo/benefício. Nos
199 dólares e roda uma
Apresentados em junho, ainda é cedo versão limitada do Android.
Estados Unidos ele é vendido por
para dizer se os dois tablets vão con- O preço agressivo 199 dólares, ou 2,5 vezes menos do
seguir brigar de igual para igual com e o ecossistema renderam que o iPad mais simples. Não há ou-
ao gadget da Amazon
o iPad. INFO destaca os pontos posi- tro tablet equipado com um proces-
um rápido sucesso
tivos (e negativos) de cada um deles. sador quad core nessa faixa de preço.
NEXUS TEM BOM CONTEÚDO SURFACE EM DUAS VERSÕES
O Fire detém 54%
O Nexus 7, do Google, já existe e até de- do mercado de tablets
O cenário para o Surface, da Microsoft,
sembarcou no INFOlab para uma bate- com Android nos Estados é diferente. Ninguém ainda colo-
ria de testes. Com um projeto simpático, Unidos. As vendas cou as mãos nele. Tudo o que se sabe
alcançaram 6 milhões
ele tem tela de 7 polegadas (contra 10 vem das informações fornecidas pela
de unidades no último
do iPad), pouco espaço de armazena- trimestre de 2011 Microsoft. O tablet terá dois mode-
mento e não traz câmera para fotos los: o Surface e o Surface Pro. O pri-
e vídeos nem entrada para cartão de meiro é um dispositivo de 10,6 po-
memória. Está equipado com o Nvidia legadas, equipado com tela de alta
Com 31 mil apps em sua
Tegra 3, processador quad core que faz loja, a Amazon não briga definição e processador ARM, o chip
com que o Android 4.1 seja bastante diretamente com a Apple encontrado em boa parte dos smart-
ágil. Por causa do tamanho e do peso ou o Google. Centrado no phones e tablets. É um hardware con-
catálogo de e-books, jornais
(340 gramas), é confortável usá-lo e revistas da loja, o Fire cebido para rodar o Windows RT, uma
com uma mão para ler, ver filmes em é bem mais simples do versão do sistema específica para esse
alta definição ou navegar na web. que seus concorrentes tipo de processador e que tem apenas a
O Nexus 7 marca a arrancada do nova interface do sistema operacional,
Google Play em direção aos periódicos. o Metro. Ou seja, só é compatível com
Mesmo sem o objetivo
A empresa integrou a loja de aplicati- aplicativos feitos para essa interface.
da competição direta,
vos ao Google Books, serviço online a estratégia da Amazon O Surface Pro é mais do que um tab-
que oferece mais de 4 milhões de livros mostrou-se muito eficaz let. Tem tela de 10,6 polegadas, oferece
em seu catálogo. Além da livraria, a e será ampliada com o vídeo com melhor definição (full HD) e
GameCircle, que reúne os
loja de apps oferece banca de revistas, pontos obtidos nos games e é equipado com um processador Intel.
venda de música, filmes e seriados. cria um ranking entre amigos Roda o Windows 8 Pro, o mesmo siste-
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20. AMIGÁVEL
MICROSOFT ENTRA NA BRIGA A interface Metro pode
quebrar um grande tabu
para a Microsoft: ter um
O Surface tem duas versões e o novo Windows 8 para tablets sistema funcional para
telas sensíveis ao toque
DOIS MUNDOS
O Surface será lançado
em duas versões.
Exclusivamente
como tablet, rodando
Windows RT, ou como
tablet e PC, com o
Windows 8 completo
ACESSÓRIO INOVADOR
O novo tablet virá com uma capa
magnética que também funciona
como teclado completo e mouse,
transformando o Surface em um
equipamento mais completo
SURFACE PRO SURFACE
Windows 8 Pro / Tela de 10,6'' - Windows RT / Tela de 10,6” -
ClearType Full HD / Processador ClearType HD / Processador
Intel Core /microSDXC, USB 3.0, ARM / microSD, USB 2.0,
Mini DisplayPort Video, 64 GB Micro HD Video, 2 x 2 MIMO
e 128 GB / 903 g / 32 GB e 64 GB / 676 g
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21. QUEM LEVA A MELHOR? Os pontos fortes do Nexus 7 (Google), do Surface (Microsoft) e do iPad (Apple)
NEXUS 7 SURFACE NOVO IPAD
600 MIL APPS MAIS DO QUE UM TABLET NEWSSTAND
Com grande velocidade de Ao rodar um sistema O consumo de periódicos no
expansão, a loja do Google operacional completo, a iPad é um vigoroso trunfo da
oferece número de apps versão Windows 8 Pro pode Apple. Mais de 3,6 mil revistas
similar ao da App Store executar novas funções e jornais estão disponíveis
GOOGLE BOOKS APPS EM VÁRIOS DEVICES BASE SÓLIDA
Na nova loja Google Play, A Microsoft quer integrar Com 650 mil aplicativos, a
o catálogo de 4 milhões de os apps Metro, que rodarão App Store mantém a solidez
títulos do Google Books é em tablets, desktops e de uma loja que oferece
um poderoso reforço smartphones soluções interessantes
MÚSICA PROPOSTA NOVA O QUERIDINHO
Parceria com gravadoras e Diferentes do padrão iPad, Bom de design e pioneiro ao
selos independentes gerou o design e o conceito do integrar um ecossistema
no Google Music acervo de Surface podem representar rico, o iPad mantém-se líder,
13 milhões de músicas uma novidade interessante apesar da concorrência
ma que estará nos PCs de mesa e nos no- isso, o Surface poderá ser operado por Tablet PC, da HP, conquistaram espa-
tebooks. Assim, além de ser um tablet meio de toques e por um teclado real. ço no mercado, mas nunca decolaram.
de operação idêntica à do Surface, o Pro A versão Pro traz ainda uma caneta Houve ainda uma mesa sensível ao
é também um notebook. Isso significa que permite fazer anotações e desenhos toque. Também batizada de Surface,
que será capaz de rodar todos os apli- na tela. Embora não tenha definição de ela foi lançada em 2008 e era voltada
cativos Metro e também os programas preço, sabe-se que o Surface será mais para estabelecimentos comerciais.
tradicionais do Windows. Para quem é caro do que os tablets produzidos por Ainda não se sabe quando os dois
usuário do sistema, em tese, isso signi- outros fabricantes de PCs. O motivo? Ele novos tablets vão chegar ao Brasil. Nos
fica uma boa vantagem para o produto. quer figurar no topo da categoria e ser Estados Unidos, concorrerão com o
O design do Surface, feito com es- uma espécie de exemplo a ser seguido. Kindle Fire, da Amazon, cujo modelo de
mero, parece atender ao objetivo de O Surface não é a primeira tenta- negócio está focado na venda de conteú-
mostrar que é possível ter uma alter- tiva da Microsoft no mundo das telas do. Há hoje mais de 1 milhão de livros
nativa tão atraente quanto o iPad, mas sensíveis ao toque. A primeira foi o e revistas disponíveis. Com preço sub-
sem imitar o padrão Apple. Há no gabi- sistema Windows for Pen Computing, sidiado (199 dólares), o Fire vendeu, no
nete um apoio integrado, que se afasta, apresentada em 1991. Era uma versão último trimestre de 2011, 6 milhões de
formando um cavalete para manter o do Windows 3.11 para gadgets opera- unidades, o equivalente a 54% do mer-
gadget curvado sobre a mesa. A capa dos com caneta. Não deu certo. Veio cado americano de tablets com Android.
que protege a tela é também um tecla- depois o Windows XP Tablet Edition, Resta saber se o Nexus 7 e o Surface con-
do de 3 milímetros de espessura. Com em 2002. Notebooks como o Compaq seguirão ter o mesmo desempenho.
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